Aerossóis Orgânicos na Amazônia e suas Propriedades Óticas

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Transcrição da apresentação:

Aerossóis Orgânicos na Amazônia e suas Propriedades Óticas Defesa da Qualificação de Mestrado Aerossóis Orgânicos na Amazônia e suas Propriedades Óticas Rafael Stern Orientador: prof. Paulo Eduardo Artaxo Netto

O que é aerossol? “Partículas líquidas ou sólidas em suspensão em um gás” (Seinfeld and Pandis, 2006) Fração grossa: 2 µm < diâmetro < 10 µm Fração fina: diâmetro < 2 µm Fonte: Brasseur et al., 2003

Fontes de aerossóis Aerossóis primários: em vermelho Fonte: Andreae, 2007 Aerossóis primários: em vermelho Aerossóis secundários: em azul

Aerossóis pelo mundo Predominância da fração orgânica na América do Sul Relatório AR-5 do IPCC, WG1, capítulo 7

Amazônia Maior bacia hidrográfica e maior área de florestas tropicais do mundo Extensa biodiversidade Grande estoque de carbono Importante fonte de umidade para outras bacias da América do Sul

Interações entre a biosfera e a atmosfera Fonte: Barth et al., “Coupling between Land Ecosystems and the Atmospheric Hydrologic Cycle through Biogenic Aerosol  Particles,” BAMS, 86, 1738-1742, 2005

Fontes de aerossóis na Amazônia Aerossóis primários biogênicos (moda grossa >) Aerossóis orgânicos secundários (moda fina <

Período chuvoso (ZF2): 220 partículas/cm³ PM 2,5: 1,3 ± 0,7 µg/cm³ “Green Ocean” Período seco (ZF2): 2.200 partículas/cm³ PM 2,5: 3,4 ± 2,0 µg/cm³

Forçantes radiativas Relatório AR-5 do IPCC (2013) Há muita incerteza em relação à magnitude, ou até ao sinal da forçante radiativa dos aerossóis, e por isso muitos modelos climáticos omitem seus efeitos

Efeito dos aerossóis sobre o clima Absorção (aquecimento) Direto: Espalhamento (esfriamento) Indireto: Nuvens com mais aerossóis (gotas menores): Maior reflexão da radiação solar de volta ao espaço Nuvens com menos aerossóis (gotas maiores): Transmissão da radiação solar Bloqueio da radiação termal terrestre

Propriedades óticas dos aerossóis Coeficiente de extinção: 𝜎 𝑒 λ = 𝜎 𝑠 λ + 𝜎 𝑎 λ Single Scattering Albedo (SSA): 𝜔 0 = 𝜎 𝑠 𝜎 𝑒 Angstrom de espalhamento e de absorção – incluir Primeira aproximação da forçante dos aerossóis

Trabalhos anteriores usando espectrometria de massa na Amazônia SAMBBA (2012): Medidas realizadas durante a estação seca em Rondônia Queimadas aumentam a fração orgânica (para acima de 90%) AMAZE (2008): Medidas realizadas durante a estação chuvosa no mesmo site 90% de aerossóis orgânicos e 10% de sulfato Concentração de massa média: 0,6 µg/m³ Black carbon (estudos anteriores) Andrea

Objetivos Objetivo principal: Objetivos específicos: Caracterizar partículas de aerossóis orgânicos na Amazônia Central e seus efeitos nas propriedades óticas. Objetivos específicos: Estudar o relacionamento entre a composição orgânica e inorgânica dos aerossóis e os coeficientes de absorção e espalhamento no período de Julho a Dezembro de 2013 (estação seca e início da estação chuvosa) na ZF2 (Amazônia central). Utilizando PMF (Positive Matrix Factorization) separar o aerossol orgânico em diferentes fatores, atribuindo a eles suas fontes. A partir de análises simultâneas de filtros, determinar a eficiência de coleção do ACSM. Determinar os coeficientes de espalhamento e absorção do aerossol, separando o impacto de aerossóis de queimadas e de poluição de Manaus na Amazônia Central. Analisar a distribuição de tamanho de partículas, identificando episódios de formação de novas partículas e sua eventual associação com aerossóis orgânicos.

Sítio de Medidas Torre TT34, na ZF2, Rebio Cuieiras

Trajetórias de massas de ar que atingem o site de medidas na Amazônia Central. Trajetórias de cerca de 10 dias backward de Manaus. Fonte? Maio Novembro

Caracterização do Site Medidas de filtros desde 2008 Os filtros coletados durante este trabalho ainda estão sendo analisados

Arranjo experimental no conteiner Período de medidas: 13/07/2013 a 16/12/2013

A medida de aerossóis orgânicos com o ACSM (Aerosol Chemical Speciation Monitor, Aerodyne research) Caracterizar e monitorar, em tempo real, a concentração de massa e a composição química do material particulado não-refratário na fração submicrométrica (menor que 700 nm)

A medida da distribuição de tamanho com o SMPS (Scanning Mobility Particle Sizer, TSI) Medir a distribuição de tamanho das partículas submicrométricas. Um analisador de mobilidade elétrica (DMA – Differential Mobility Analyzer) é utilizado para selecionar partículas de uma determinada faixa de tamanho (10-500 nm). Acoplado a ele está um contador CPC que conta o numero total de partículas em função do tamanho.

A medida do espalhamento ótico com Nefelômetro - TSI O nefelômetro mede o espalhamento de luz dos aerossóis.

A medida da absorção de aerossóis com o MAAP (Multi Angle Absorption Photometer) Mede, em tempo real, a concentração de black carbon equivalente, que é uma componente de partículas de aerossol que absorve toda a radiação na faixa do visível. O alto poder de absorção da radiação pelo black carbon torna possível determinar a sua concentração através da medida de atenuação de um feixe de luz transmitido através de um filtro de partículas.

Amostrador de Particulado Fino e Grosso (AFG) - Nuclepore Dois filtros de 47 mm de diâmetro, dispostos em série, coletam o material particulado em dois estágios. O primeiro retém as partículas da fração grossa por meio de um filtro com poros de 8 μm de diâmetro. No segundo estágio, um filtro com poros de 0,4 μm de diâmetro detém as partículas da fração fina. A massa dos aerossóis coletados nos filtros do AFG é determinada através da análise gravimétrica, cujo princípio resume-se a medir a massa do filtro antes e após a amostragem em uma balança analítica de alta precisão e sensibilidade.

Metodologia de análise PMF: Deconvolução dos fatores constituintes do aerossol orgânico. Regressão linear múltipla e análise de correlação: estudo do relacionamento estatístico entre as componentes químicas dos aerossóis e os parâmetros físicos, tais como distribuição de tamanho, espalhamento ótico, e absorção (MatLab e SPSS).

Modelo receptor - análise de fatores Análise estatística por Fatorização de Matriz Positiva (PMF – Positive Matrix Factorization) Modelo receptor - análise de fatores Permite identificar as fontes do aerossol O fator não pode ter uma contribuição negativa 𝑋 (𝑚 𝑥 𝑛) = 𝐺 𝑚 𝑥 𝑝 . 𝐹 (𝑝 𝑥 𝑛) +E M = elementos N = amostras P = fontes (grupos) E = matriz de resíduos (contribuição das fontes não explicada) Eu já tenho o X!!!!!

Resultados Preliminares Dados de Julho a Dezembro de 2013 na ZF2: Predominância da fração orgânica Estação seca Estação chuvosa Amônia alta – vamos olhar com mais cuidado (tipo aplicar calibração…) Nitrato – possível fonte orgânica Falar sobre o sal marinho (transporte) Variabilidade grande (1.83) devido a eventos (variabilidade de fontes). Proporcionalmente, a variabilidade é grande nos dois períodos Dados de Fevereiro a Março de 2014 no ATTO, para comparação (o instrumento foi retirado da ZF2 e instalado no ATTO

Resultados Preliminares Estação chuvosa Dados de Julho a Dezembro de 2013 na ZF2: Valores oscilando entre 1 e 6 É um valor alto! Estação seca Dados de Fevereiro e Março no ATTO, para comparação

Resultados Preliminares Instrumentos idênticos e simultâneos na ZF2 e no ATTO: Forte correlação Fenômenos de larga escala (distância entre os sítios = 100 km). Absorção - BCe Concentração de black carbon (o gráfico de fato é isso) Leve discussão sobre os valores observados Espalhamento

Resultados Preliminares SMPS Dados de massa do SMPS – boa correlação com o ACSM As medidas do SMPS deverão sempre ser mais altas do que aquelas do ACSM, pois inclui a fração refratária De 1 a 8 CPC Contagem de partículas de 1000 a 3000

Resultados Preliminares Diâmetro médio medido pelo SMPS 100 nm – modo de acumulação Ponto ótimo de tamanho entre residência na atmosfera (muito grande deposita, muito pequeno pega vapores organicos e cresce) Esperado para a época do ano, corrobora medidas anteriores

Cronograma