Por: Cangela, A., Bandeira, R.R., Ribeiro A.I. e Ribeiro, N.S. Conservation Science in Mozambique Maputo, 21 e 22 de Abril de 2014 Mapeamento do Regime de Queimadas na Reserva Nacional de Niassa (RNN) entre 2000 a 2012 Por: Cangela, A., Bandeira, R.R., Ribeiro A.I. e Ribeiro, N.S.
Sequência da Apresentação Introdução Área de Estudo Problema & Objectivos de Estudo Material e Métodos Resultados Conclusão Recomendações Prioridades de Investigação Agradecimentos
1. Introdução Queimadas vs Áreas de Conservação em Moçambique: As áreas de conservação representam 22% dos cerca de 40.1 milhões de hectares cobertos por florestas em todo o país Todas as áreas de conservação anualmente são sujeitas às queimadas antropogénicas. Entre 6 a 10 milhões de hectares de florestas e 9 a 15 milhões de outras formações de vegetação são queimados anualmente em todo o País; A alteração do Regime de queimadas ameaça a tolerância e a resiliência de espécies ao fogo;
2. Área de Estudo Superfície total: 42000 Km2 TMA: 20-26 oC. PMA= 600-1400mm Altitude: 100-1400m Unid. Maneio=15 Vegt: Miombo (70%) Fig1. Localização da RNN
2.1. Biodiversidade da RNN A RNN é a maior área de conservação de Moçambique -800 Espécies de plantas, ½ Endémicas Fauna: - Leões,Leopardo, cão selvagem africano - 400 espécies de Pássaros Craig (2009) & NNR Website http://www.mfaucher.com/files/SouthAfrica12/675dpi/DSC_6674.jpg http://www.fredhoogervorst.com/photo/00393ddb/ http://www.twma.co.tz/wma/mbarangandu
3. Problema de Estudo Queimadas descontroladas 40.000 habitantes Fig1: Extensão da Area Queimada Extracção dos recursos Caça Furtiva http://www.twma.co.tz/wma/mbarangandu
3.1 Justificação de Estudo Em 2008: Ribeiro (2007) estudou o regime de 2000-2005 93% RNN foi queimada Em 2009: SGDRN iniciou 1programa de Gestão comunitária de Queimadas e constatou que: Insuficiência de estudos de Regime de queimadas na RNN; O único estudo só cobre 5 anos sendo insuficiente para compreender o regime de queimadas na RNN; Este estudo visa: Alargar a base de conhecimento sobre o regime de queimadas para a definição de áreas prioritárias para a gestão das queimadas. -13% (anualmente); -25 (3 a 4 vezes) -20% (2 vezes)
3.2 Objectivos de Estudo Geral: Específicos: Estudar o regime de queimadas do ecossistema de miombo da Reserva Nacional de Niassa como base para a elaboração do plano de maneio de queimadas. Específicos: Mapear o regime das queimadas na RNN através de técnicas de teledetecção. Caracterizar o regime das queimadas na RNN através de técnicas de teledetecção. Analisar os factores que determinam a ocorrência de queimadas na região de estudo.
4. Materiais e Métodos
4.1. Caracterização do regime de queimadas Input Processamento Output Mapas & Graficos _Frequência _Int. de Retorno _Extensão da Área Queimada _Densidade _Intensidade Dados Teledetec. -Terra_Aqua -Modis .MCD14M-1km (>80% conf) MCD45A1- 500m Erdas: _Image Processing & ArcGis 9.3 _GIS Processing Intersecção pixéis de Focos e de áreas queimadas usando dias julianos
4.2.Caracterização do Regime de Queimadas Parâmetros usados: 1- Intervalo de Retorno das Queimadas: (Eq1) Onde : A = 42 000 Km2 a = área queimada; T = 12 anos 1- Frequência de Queimadas: (Eq2) (Eq3) 4-Intensidade das Queimadas = (KW/m) 5-Extensão da área queimada = (Km2) 6- Sazonalidade das queimadas
Regressão Logística_Sas.9.0 Análise dos factores determinantes da ocorrência de queimadas Inputs: Processam Output Mapas Mapa Freq Queim (MCD45A1) Uso e Cob. (Marzoli, 2007) Dns. Elef. (Craig, 2009 ) T oC (Hijmans et al, 2005) Prec (Hijmans et al, 2005) Altitude (CENACARTA) Dens Pop (INE, 2007) Dist Euclid. Ruas (CENACARTA) Dados MODIS + Superfíciais + Clima Arcgis. 9.3 Regressão Logística_Sas.9.0 R2 Factores que determinam a ocorrência de queimadas
4.4. Recolha de dados de Campo 108 parcelas geo-referenciadas e associadas à frequência de queimadas. Fig 2. Alocação das Parcelas ao longo do Transecto de 500m Levantamentos de sinais de danos causadas pelo fogo sobre a vegetação. Tabela 1: Classes de frequência usadas na recolha de dados de campo Classe Freq. de Queim. No de Transectos No de Parcelas 1 6 18 2 1-2 3 2-3 4 3-5 5 5-8 8-12 Total 36 108 Transecto 500 m Parcela: R=15m Dist=250m
5. Resultados
5.1 Frequência de Queimadas Frequência média = 0.36 vezes/ano Aumento Fig3. Frequência de queimadas na RNN 2000 -2012.
5.2. Intervalo de Retorno de Queimadas IRQ (Anos) 5.2. Intervalo de Retorno de Queimadas - 43% da RNN queimou-se em cada 1-2 anos -IMRQ indica que o fogo retorna a um sitio particular a cada 3.29 anos Aumento Fig4. Intervalo de Retorno e Extensão da área Queimada na RNN 2000 -2012.
5.3. Extensão e Sazonalidade das queimadas Início Época seca: Maio-Julho; Pico da Época seca: Agosto-Novembro ; Época chuvosa: Dezembro-Abril Fig5 Distribuição intra-anual dos focos e extensão da área queimada na RNN 2000 -2012.
5.4. Densidade e Intensidade de Queimadas Fig6 Relação Densidade e Intensidade de queimadas na RNN 2000 -2012.
5.5. Avaliação da Acurácia KAPPA 45.5% Ajustamento Moderado Fig7 Abundância de árvores e arbustos com sinais de queimadas por cada classe de frequência
5.6. Factores que influenciam o Regime de Queimadas na RNN Tabela2: significância da participação individual das variávis sobre a ocorrência de queimadas (teste chi-wald e odd ratios) Parâmetro Abrev DF β Stand Error Wald Chi_sq P-value (Pr>Chi_sq) Odd Ratio Intervalo de Conf (Odd Ratios) Intercept - 1 -35.46 1.1062 1027.59 < .0001 Tipo de uso e cobertura da Terra Veg 5 5729.77 Densidade de Elefantes DE 1.564 0.0806 1128.99 4.779 4.081 5.597 Precipitação Prec 0.010 0.0003 837.17 1.010 1.009 1.011 Temperatura Temp 0.099 0.0032 281.23 1.104 1.097 1.111 Distânia em relação as Ruas DR 0.009 0.0005 277.07 1.008 Dens_Pop DPop -0.021 0.0035 38.44 0.979 0.972 0.986
5.7. Factores que influenciam o Regime de Queimadas na RNN Tabela3: Chances de ocorrência de queimadas entre as áreas de prática de agricultura itinerante e as zonas com outro tipo de uso e cobertura da terra. ID Tipo de Uso e Cobertura da Terra Código β Stand Error Odd Ratio Intervalo de Confiança (Odd Ratios) 1 Floresta Aberta decidua 2WD 0.5605 0.0491 3.763 2.955 4.794 2 Floresta Sempre verde 2FE -0.5988 0.0367 1.181 0.963 1.448 3 Floresta densa decídua 2FD 1.0261 0.0427 5.995 4.784 7.513 4 Dambos(Pradaria inundada) 2GL -0.6488 0.0440 1.123 0.888 1.420 5 Vegetação Ribeirinha 2FEG 0.4258 0.0326 3.289 2.639 4.099 6 Agricultura Intinerante* 2FXC - * Referência
5.8. Outros Factores que influenciam o Regime de Queimadas na RNN Exploração Ilegal da Madeira A C Extração do mel B D Caça Furtiva Fonte: SNGRNN
6. Conclusão Cerca de 43% da RNN queima-se em cada 1 a 2 anos principalmente durante a época seca com pico entre Agosto-Novembro Em média, na RNN o fogo retorna a um sito particular em cada 3.29 anos correspondendo a uma frequência de 0.36 vezes/ano. As regiões Central-Norte e Este da RNN, registaram queimadas frequentes, chegando a registar entre 10 a 15 queimadas em 12 anos ;
6. Conclusão As queimadas coincidem com a distribuição da precipitação; A ocorrência de queimadas é favorecida pelo tipo de cobertura da terra, densidade de elefantes e temperatura, enquanto, a densidade da população concorre para a redução da ocorrência das queimadas. Contudo, existem outros factores como por exemplo, a caça furtiva, extracção do mel e a exploração ilegal da madeira, entre outros, que são determinantes da ocorrência de queimadas na RNN .
7. Recomendações Outros factores como por exemplo, a caça furtiva e extracção do mel devem ser analisados para verificar a sua influência sobre o regime de queimadas na RNN. As actividades de maneio de queimadas devem concentrar-se nas área com intervalo de retorno abaixo de 2 anos. Queimadas frias no início da época seca (Maio - Julho) devem ser feitas nestas zonas.
8. Prioridades de Investigação Testagem de tecnicas de maneio de queimadas em areas de elevada frequencia de queimadas; Padroes de vegetacao em locais com elevada frequencia de queimadas; Impacto das mudanças climáticas sobre as alteração do regime de queimadas nos ecossistemas florestais. Impacto da alteração do regime de queimadas nos ecossistemas florestais sobre a capacidade de adaptação e resiliência das famílias rurais aos eventos resultantes das alterações climáticas.
9. Agradecimentos
oBRIGADO