Esta catequese quer levar-nos, pela mão de Nossa Senhora, à pedagogia sagrada da adoração.

1. O que é adorar Adorar é contemplar Deus. É receber mensagens de Deus É abrir-se a Deus num tu-a-tu perdendo tudo e tudo recebendo

A verdadeira adoração acaba por perder a dimensão do tempo, para se transformar numa presença amorosa.

Pequenas frases brotarão com naturalidade “Senhor Tu és tudo e eu não sou nada”, Santa Teresa “meu Senhor e meu Deus” Tomé “afasta-te de mim pois sou um homem pecador”... Pedro

Tudo termina num tempo de silêncio, de escuta e de interiorização.

Era Inverno. Sentado numa sala bem iluminada, eu olhava pela janela; devido à luz interior, não via nada do que havia lá fora. Só me via a mim mesmo e às outras pessoas, refletidos nos vidros da sala. A dado momento, apagaram as luzes da sala. Então tudo ficou claro lá fora: a neve, os campos, as casas iluminadas, a noite estrelada... Jacques Loew

- O que precede a palavra - O que interrompe a palavra - O que prolonga a palavra. (Vocabulário de Teologia Bíblica, X. León-Dufour)

Jo 1,1 Antes ainda de o homem ouvir a palavra, «a palavra estava em Deus». Existia, no principio, a palavra e o silêncio. 2.1.O silêncio de Deus

Rom 16,25 Depois o silêncio foi quebrado e deu-se «a revelação do mistério envolvido em silêncio desde a eternidade». Mistério guardado no segredo.

Jer 1,5 “Antes de saírem do seio materno”, antes de saberem falar, antes de Deus lhes ter falado, ou de eles poderem falar com Deus.

Sab 18,14-15 O silêncio precede a palavra: “Quando um silêncio profundo envolvia todas as coisas e a noite mediava o seu rápido percurso, a tua Palavra omnipotente lançou-se do trono real dos céus.”

Mt 26, 63 Também "ouviram, o silêncio de Jesus. «Mas Jesus continuava calado».

Sl 83,2 Os salmistas também se queixam: «Ó Deus, não fiques em silêncio, não fiques mudo nem impassível».

2.2. O silêncio do homem Ecl 3,7 Sábio pensamento: «há tempo de calar e tempo de falar».

At 18,9 Certa noite, o Senhor disse a Paulo: “Não temas, continua a falar, porque Eu estou contigo.»

Lc 2,19 Maria é uma testemunha excepcional do silêncio. - «Maria conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração» (ver 2ª Catequese mariana)

Associação de Nossa Senhora Auxiliadora (ADMA) tem como finalidade o culto ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia e a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora. (Reg. ADMA, 2)

3. A bênção e a visita ao Santíssimo Sacramento

S. João Bosco deixou na vida salesiana dois gestos mais frequentes de fé e amor com que rodeamos Jesus Eucarístico: a “Bênção” e a “Visita”. É um convite para todos os Associados de Nossa Senhora Auxiliadora (ADMA)

Diz a Igreja: “Lembrem-se os fiéis quando veneram Cristo presente no Sacramento, que esta presença deriva do Sacrifício da Missa e leva à Comunhão, a um tempo sacramental e espiritual”.

A devoção que leva os fiéis a prostrarem-se diante da Santíssima Eucaristia convida-os a participarem plenamente do mistério pascal e a corresponderem com gratidão ao dom daquele que por sua humanidade infunde continuamente a vida divina nos membros do seu Corpo (Eucharistichum mysterium, 50)

Exposição da eucaristia para adoração (Bênção) A acentuação principal deve ser dada ao tempo de adoração com leitura da palavra de Deus, cantos, preces e oração em silêncio. Cabem também uma homilia ou breves exortações que conduzam a uma melhor apreciação do Mistério Eucarístico. Não cabem práticas de piedade que não estejam centradas em Cristo.

Visita ao Santíssimo Sacramento O Evangelho permanece sempre o livro da adoração, e será sempre o inspirador das nossas conversas com Cristo.

Indicamos nesta catequese uma lista de textos bíblicos. 4. Textos para a Adoração Rm 8,31-39: Jesus dá a sua vida por nós Mt 26,26-29: narrativa da última ceia 1Cor 10; Rm 12; 1Cor 12: Eucaristia: comunhão com Cristo e com os irmãos. Jo 6: Eucaristia como promessa de Ressurreição Fil 3: por Ele tudo deixamos

Outros textos Jo 13, 12-17: Cristo lava os pés aos apóstolos. Serviço aos irmãos. Jo 15, 1-17: Cristo é a videira e nós somos os ramos. Rm 6, 3-11: Com Cristo morremos para o nosso egoísmo; com Cristo ressuscitamos para uma vida de amor. Cl 3,1-17: Em Cristo Ressuscitado, somos também nós homens novos. Jo 17, 9-26: oração de Cristo ao Pai pela unidade e comunhão.

1Jo 13, 11-18: Cristo deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos. 1Jo 4, 7-21: Se Deus tanto nos amou, também nós devemos amar-nos uns aos outros: e esse amor vem de Deus. Jo 19, 31-37:o coração traspassado de Cristo, sinal de salvação. Jo 3, 14-21: o Coração traspassado de Cristo, sinal do amor de Deus Pai por nós. Jo 15, 9-14: o coração traspassado de Cristo, única fonte de amor em plenitude.

Senhora do Santíssimo Sacramento Deixemo-nos tocar, encantar, enamorar, ferir... pela Beleza que nos vem de Jesus Sacramentado...

Aqui estou, parábola do tempo Olhos nos olhos sem Te ver. Procuro-Te, Senhor, com a candeia Nas abadias, montes e serranias. Em sacrários perdidos, solitários... A meu lado, aqui estás, Mãe, Maria.

Como o veado, a terra árida, o deserto.. Procuras a fonte, o rio, o oceano... (Sl 41; Sl 62) Na sede de Te dares minuto a minuto, Nesse dourado tabernáculo meio escuro... Mas ao sentir-Te finjo que não estás. Olho desejando-Te vendo-me tão longe!...

Ó minha terra, ó minha aldeia, Campanários que o lavrador despertais. Acordai, acordai este meu povo, Minha gente boa e generosa, Dizei-lhes que o “amor não é amado” (S.ta Teresa de Jesus) Correi com alegria e cantai, cantai.

Virgem Imaculada, de Rainha vestida, Senhora do Santíssimo Sacramento. Dobrai meus joelhos para venerar Abri meus olhos para amar, e colocai Minha mente a perder-se no infinito Sem horizonte nem tempo... a contemplar.

“Quem me livrará deste corpo de morte?” (Rm7,24) Uma silenciosa alegria é a resposta do Espírito. (Rm 8,2) “Não sei de onde vem e para onde vai”. (Hino da Liturgia) Só sei que a abadia é toda luz, fulgor! “Rumores de águas caudalosas” estou a ouvir. (Ez 47,1-12) Vindas de Jesus Sacramentado, do Seu profundo amor.

Pequenino, voltei a ser criança, ó Senhor. Nos teus braços, outra vez, sou embalado. Voltei a ser o que para Ti sempre fui: Procura, espera, aparição, meu bem-amado, Parábola do tempo, no templo De Jesus Sacramentado. (J. Rocha Monteiro, in “poemas marianos”)