Seminário de Bioeletricidade “A segunda revolução energética da cana de açúcar” INEE, Rio de Janeiro, 24-25/11/2005 Setor Sucroalcooleiro: Do PROALCOOL.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Ninguém é Líder por Acaso Alfred Szwarc
Advertisements

Perspectivas para novos produtos da cana de açúcar
A ENERGIA.
Curso sobre concorrência em transmissão, 10/2007
A matriz energética brasileira, o etanol e o gás natural veicular
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
TENDÊNCIAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
O QUADRO ENERGÉTICO Jim Wygand-Presidente Singular Strategies Ltda.
TRANSFORMAÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA PARTE I HISTÓRIA RECENTE
Programa de Produção e Uso do Biodiesel no Brasil
Suani Teixeira Coelho Rio de Janeiro, 25 de Novembro de 2005
Centro de Energias Renováveis CERBIO
9. TRANSGÊNICOS São organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, contêm materiais genéticos de outros organismos. A geração de transgênicos.
Aumento sistemático dos juros como única arma de combate à inflação -Círculo vicioso: investimentos em títulos do governo e não em atividades produtivas.
Matheus Fadini Oscar Guimarães Rayan Carretta Helder Ivo Pandolfi.
ESCOLA DE ENGENHARIA CIÊNCIAS TÉRMICAS I Profa Drª Sílvia Velázquez.
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Transporte Rodoviário Autor: Prof. Arildo Ano: 2007.
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Proposta dos Produtores de Cana-de-Açúcar
Mercado de Etanol Carros Flex, alto preço petróleo, Aquecimento global
MERCADO DE ÁLCOOL NO BRASIL Fórum Permanente de Energia
Carlos Alfredo Barreto Guedes Rio de Janeiro - Novembro 2008
Maria Olívia de Souza Ramos
CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL: ÁLCOOL E AÇÚCAR
SEMINÁRIO BM&F – MAPA – ABAG PERSPECTIVA PARA O AGRIBUSINESS
Área de Operações Indiretas
OS BIOCOMBUSTÍVEIS E A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
AGRONEGÓCIO.
A visão da Petrobras no Etanol, H-Bio e Biodiesel
Ministro Paulo Bernardo
AGRONEGÓCIO Fórum de Tendências Aliança do Brasil Amaryllis Romano
Balanço da Atuação do Governo
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA - SINICON
28 de Janeiro de 2010 O BNDES em 2009 e as Perspectivas de Investimento na Economia Brasileira.
O FUTURO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO NO BRASIL: PARA ONDE ESTAMOS INDO?
Ribeirão Preto, 9 de abril de 2013.
FÍSICA 3 ENEM 2007.
CLEALCO Açúcar e Álcool Unidade de Clementina Planejamento Estratégico
24 e 25 de Agosto de 2009.
Matriz de Incerteza Social - Incerteza + - Importância +
O Setor Sucroalcooleiro
Economia brasileira o ii pnd – fim de um ciclo – cap. 10
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Tributação da Exportação nas Empresas optantes pelo Simples Nacional
Entraves para o Setor Sucroalcooleiro Seminário Demarest Advogados Março de 2014.
Parte II: Determinantes do Produto
Seminário Cana de açúcar
Rio de Janeiro Pólo do Agronegócio Sustentável do Brasil.
Perspectivas da Indústria Brasileira
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil Comissão Nacional e Cana-de-Açúcar Rogério Avellar – Assessor Técnico Potencial de investimentos da cadeia.
28 de Janeiro de 2010 O BNDES em 2009 e as Perspectivas de Investimento na Economia Brasileira.
Programa de Planejamento Energético COPPE/UFRJ
Sustentabilidade no setor energético – a experiência sueca Semida Silveira Sustentabilidade na geração e uso de energia no Brasil: os próximos vinte.
Indústria e Energia no Brasil
Biocombustíveis 00/04499 – Danilo Alves Araujo 03/29967 – Luis Felipe C. Figueredo.
Etanol: do Proálcool ao Flex Fuel
‘NÃO VAMOS REINVENTAR A RODA’
Novos Modelos de Empresa
Mercado Mundial de Álcool e Flex Fuel Roberto Giannetti da Fonseca Fevereiro de 2004.
Novos Modelos de Empresa
MUDANÇAS NO CLIMA DO MUNDO
POTENCIAL A SER EXPLORADO
FONTES DE ENERGIA (BRASIL) - Início do Séc.XX: A lenha era utilizada no preparo de alimentos. -Década de 20: Carvão mineral devido ao industrialismo. -Após.
Meio Ambiente e Relações Internacionais 4°RI Bruno Juliana S. Maila Natalia A. Víktor Wilson.
FONTES DE ENERGIA (BRASIL) - Início do Séc.XX: A lenha era utilizada no preparo de alimentos. -Década de 20: Carvão mineral devido ao industrialismo. -Após.
Painel Bioenergia: Etanol e Biodiesel IEA-USP, Tecnologia para o etanol combustível: situação atual e perspectivas Isaias C Macedo – NIPE, UNICAMP.
PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA UMA MATRIZ ENERGÉTICA REGIONAL.
BENEFÍCIOS DA RENOVAÇÃO DA POLÍTICA PARA O GNV NO BRASIL Prof. Edmar de Almeida Instituto de Economia Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasília 2014.
Roberto Garcia Esteves Presidente 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - 3ª CNCTI Novembro 2005 Roberto Garcia Esteves Presidente.
INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL PROFESSOR LUCIANO HENRIQUE.
Transcrição da apresentação:

Seminário de Bioeletricidade “A segunda revolução energética da cana de açúcar” INEE, Rio de Janeiro, 24-25/11/2005 Setor Sucroalcooleiro: Do PROALCOOL à atualidade

O Proalcool: fundamentos Os preços do petróleo evoluíram de $2,5/b (1973) para $10,5 (1974) e $ 34,4 (1981) Nestes anos, os desembolsos com importações foram de $ 0,6; 2,6 e 10,6 bilhões, respectivamente As iniciativas adotadas foram: Elevação do preço interno da gasolina no país Elevação das exportações de bens e serviços Políticas externas com países produtores de petróleo, para garantir o suprimento e ampliar o mercado para as exportações brasileiras; Elevação da produção nacional do petróleo; Produção de álcool para substituir a gasolina

Experiência anterior na produção de álcool 1931 – mistura obrigatória de 5% de na gasolina; normas técnicas para produção de álcool anidro; 2ª Guerra - Região Norte/Nordeste: mistura chegou a 40%, além de suprir o estado de São Paulo 1941 – 44 destilarias funcionando; 76,6 M litros / ano

Implantação do programa 1ª Fase - 1975 Utilização da infraestrutura existente; implantação de destilarias anexas às usinas Produção de álcool anidro e adição de 20% à gasolina (Decreto 76.595 – 14/11/1975, Presidente Geisel) 2ª Fase - 1979 Implantação de grande número de destilarias autonômas, com expansão da produção para áreas novas (Revisão da 1ª Fase, com envolvimento da industria automobilística: 20% de carros a alcool; novos empresários, zoneamento edafo-climático para a produção, início de grandes programas tecnológicos).

Entre 1985 e 1990 a produção de cana, açúcar e etanol ficou estabilizada (com o “anti-choque “ do petróleo). Esta situação marcou o final do “Proalcool”, como concebido inicialmente. Na década seguinte, o setor foi totalmente desregulamentado (com a eliminação dos controles de produção e comercialização, e garantias de preços). Esta década foi caracterizada por um forte aumento da exportação de açúcar, que continua. A partir de 2000, volta a crescer a produção de etanol; a tendência é muito acentuada a partir da introdução dos carros “flex-fuel”.

Durante o Proalcool algumas vantagens adicionais (à maior independência energética e economia de divisas) começaram a ser evidenciadas: Redução das disparidades regionais e individuais de renda, e crescimento dos empregos e da renda interna; Expansão de produção nacional de bens de capital; Melhoria das condições ambientais com a substituição do chumbo tetraetila; Maior flexibilidade na produção de açúcar, e ganhos de escala

Mais tarde, nos anos 90, outros fatores ficaram importantes: Os grandes ganhos na redução de GEE com o uso do etanol A possibilidade de competir diretamente com a gasolina no mercado internacional Hoje, além destes, as perspectivas de aumentar muito a participação do setor na produção de energia (elétrica e combustíveis líquidos) e na produção de materiais de alto valor agregado (a partir da sucroquímica) são muito promissoras.

Proalcool: foram atingidos seus objetivos iniciais? Entre 1976 e 2005 foram usados como combustível 275 bilhões de litros de álcool; equivalentes a 240,8 bilhões de litros de gasolina (1,51 bilhão de barris) → 11.6% das reservas provadas de petróleo e condensados do Brasil. A economia de divisas (pelo preço da gasolina no mercado mundial) foi de: 69,1 bilhões de USD em importações evitadas. 126,4 bilhões de USD, quando considerados os juros da dívida externa evitada, (prime-rate mais 2% ao ano). Estes números são muito expressivos para um País que apresenta reservas de divisas de 58 bilhões de USD, e um PIB de 715 bilhões de USD, em 2004. Fonte: Nastari / Datagro

Tecnologia e custos: 1975-2000 -1- Alguns fatos mais relevantes: 1980/ Introdução de variedades de cana desenvolvidas 1990 para o Brasil Sistema de moagem “4 rolos” e componentes Microbiologia e fermentações “abertas” de grande porte Sinergia açúcar / etanol e flexibilização Utilização da vinhaça Controles biológicos Aumento da geração de energia Operações agrícolas (otimização)

Tecnologia e custos: 1975-2000 -2- 1990/ Início da venda de energia 2000 Gerenciamento técnico (agrícola e industrial) Otimização de sistemas para corte, carregamento e transporte da cana Avanços em automação industrial Técnicas de cultivo e preparo do solo; mecanização No período, em S Paulo, observou-se: + 33% t cana/ha + 8% pol%cana + 14% conversão: (sacarose na cana) para etanol + 130% produtiv. fermentação: m3 etanol /(m3 reator.dia)

PRODUTIVIDADE - BRASIL lts de álcool/tc tc/hectare m3 /hectare 85,00 7,50 80,00 7,00 6,50 75,00 6,00 70,00 tc e lts/hectare 5,50 65,00 5,00 m3/hectare 60,00 4,50 55,00 4,00 50,00 3,50 3,00 % a.a 45,00 1,90 % a.a 3,00 5,66% a.a 1,83 % a.a 2,33 % a.a 40,00 2,50 75/76 80 90 97/98 00 04/05

Um caso especial: a produção de excedentes de energia O grande potencial de uso do bagaço e palha na extensão da co-geração não foi aproveitado; pelas incertezas quanto ao futuro do setor, os relativamente grandes investimentos na geração adicional e pela falta de uma política sustentada para introdução desta energia no sistema elétrico

Competitividade A expansão da produção em curso deve-se ao nível de competitividade atingido (açúcar e álcool, mercados interno e externo). Para a etanol, o mercado interno deve continuar a crescer; também os mercados externos, com custo médio de etanol em USD 0,87/galão e preços de gasolina entre USD 1,50-2,20/galão. O Brasil é o maior produtor mundial de cana, açúcar e álcool (% da produção mundial – 2004/05): Cana: 33,9% Açúcar: 18,5% Álcool: 36,4% É também o maior exportador mundial de açúcar e álcool (% do mercado livre mundial – 2004/05): Açúcar: 37,4% Álcool: 50,4% Fonte: Nastari / Datagro

Tecnologia: novas reduções de custo Próximos anos: implementação de tecnologias comerciais (expansão do uso) Tecnologias novas (agricultura de precisão, processos de separação, processos integrados para CCT, automação industrial) Sub-produtos: energia excedente (já iniciado); etanol de bagaço e palha Produtos derivados da sacarose (nesta década) Perspectivas a médio – longo prazo de modificações genéticas da cana de açúcar

Demanda: 2013 Com hipóteses conservadoras para o crescimento dos mercados interno e externo para açúcar e etanol, os grupos de trabalho (incluindo o MAPA) indicam: Açúcar: 39,8 M t (27,0 exportação) Álcool: 30,9 M m3 (5,9 exportação) → cana necessária: 673 M t A produção atual (405 M t) somada à capacidade de novos projetos em implantação → ~ 510 M t.

Desafios Açúcar Abertura dos mercados protegidos (EU, Japão, EUA) Saúde: associação açúcar/obesidade Etanol Mercado Interno: tributação do flex-fuel; racionalização do ICMS; revisão do PIS-COFINS; combate à adulteração Mercado externo: desenvolvimento dos mercados Questões estruturais Estoques de passagem e reguladores Infra-estrutura; financiamento da expansão Definições (governo) em energia: co-geração, combustíveis