O Mundo do Rei Artur Antonio L. Furtado

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O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
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Transcrição da apresentação:

O Mundo do Rei Artur - 5 - Antonio L. Furtado

Ementa Introdução: Rei Artur - história, lenda, ficção? 1. Primeira fase: crônicas pseudo-históricas - Geoffrey of Monmouth 1.1. Bretões, saxões e normandos 1.2. História dos Reis da Bretanha 1.3. Vida de Merlim 2. Segunda fase: romances de cavalaria - Chrétien de Troyes 2.1. Cavalaria e amor cortês 2.2. Erec e Enide 2.3. Cligés 2.4. Lancelote 2.5. Yvain 2.6. Persival - ou o Conto do Graal 3. Terceira fase: estórias exemplares - Robert de Boron 3.1. Cruzadas e cavalaria sacra 3.2. Joseph ou O Romance da Estória do Graal 3.3. Vulgata Arturiana ou Lancelote-Graal 3.4. A Demanda do Santo Graal Conclusão: rei que foi, rei que será

5a. Apresentação Segunda fase: romances de cavalaria 27/01/2011 - Persival - ou o Conto do Graal

Persival - O Conto do Graal (Prólogo) Dedicatória a Felipe da Alsácia, conde de Flandres "Que vale mais do que Alexandre / Aquele que dizem que foi tão bom" A "largesse" de Felipe, inspirada na caridade cristã Assim sendo, age muito bem Chrétien, que se esforça e pena, Por encomenda do conde, A rimar o melhor conto Jamais contado em corte real: É o conto do graal Do qual o conde lhe deu o livro. Agora escutai como ele o faz.

“graal” – em letra minúscula Mario Roques. Le Nom du Graal, in Les Romans du Graal dans la littérature des XIIe et XIIIe siècles, ed. J. Fourquet. Centre National de la Recherche Scientifique, 1956 – prato grande, travessa, escudela Helinand – “Gradalis autem vel gradale gallice dicitur scutella lata et aliquantulum profunda” Alberic de Briançon et al. The Medieval French Roman d’Alexandre. ed. Edward C. Armstrong et al., 7 vols. Princeton University Press, 1937–76.

A palavra “graal” no Roman d’Alexandre Li seneschaus conut ben lo meschin E dist au rei sempres en son latin: "Per ma fei, sire, ça vei un pelerin, Il but erser a ma copa d'or fin, Se li donai e pain e char e vin; De mon ostal se leva oi matin (...)“ Li proz Sanson conut lo seneschal. "Sire, dist il, Deus te porgart de mal. Ot tei manchai erser a ton graal E oi matin esi de ton ostal (...)" Ele bebeu ontem à noite de minha taça de ouro fino Contigo comi ontem de teu graal

Persival - O Conto do Graal Floresta solitária Donzela da Tenda Na corte do rei Artur Com Gornemant de Gohort Em Belrepaire O castelo do Graal Com a prima Orgulhoso da Landa Gotas de sangue na neve Donzela Feia Gawain e a Donzela das Mangas Pequenas Em Escavalon Persival e o Ermitão Gawain e a Donzela Má Castelo das Rainhas Guiromelant

Floresta solitária O jovem galês ingênuo e sua mãe Anjos -- ou cavaleiros? Perguntando tudo sobre armas e cavalaria O rei que faz cavaleiros Revelação sobre o pai e os irmãos Rudes roupas de Gales, "chaceor", venábulo Conselhos maternos Partida - mãe desfalece (na verdade morre)

Donzela da Tenda Tenda -- ou igreja? Donzela deitada Beijo com doçura O anel no dedo Pastéis e vinho O cavaleiro - desconfiança e ciúme Em marcha forçada (cf. Erec)

Na corte do rei Artur Artur feliz - vitória sobre o rei Rion (noir) e triste Desafio do Cavaleiro Vermelho (vermeil) Chega Persival, e não desmonta "Faça-me depressa cavaleiro, e cavaleiro vermelho" Primeiro sorriso da donzela, o melhor cavaleiro Kay fere a donzela e o anão Kay autoriza Persival a tomar as armas vermelhas O Cavaleiro Vermelho bate em Persival, que o mata lançando o venábulo Vestindo as armas -- com a roupa galesa por baixo

Com Gornemant de Gohort No castelo do "vavasour" e "preudom" Ensinando a montar e portar armas Quem é bem nascido aprende rápido Trocando as roupas galesas por roupas finas Persival é armado cavaleiro - Gornemant lhe coloca a espora direita Conselhos de Gornemant Que daí em diante não falasse: "é como minha mãe dizia"

Com Gornemant de Gohort Bom irmão, se entrares em combate com qualquer cavaleiro, peço-te uma coisa: se estiveres vencendo e o outro não puder mais defender-se, deves outorgar-lhe mercê, ao invés de matá-lo. E não queiras falar em demasia. O tagarela bem cedo percebe que disse algo censurável; o homem prudente afirma: "quem fala demais se dá mal." E te peço ainda, se encontrares donzela ou dama desaconselhada, trata de aconselhá-la se souberes como e fores capaz. E não desprezes esta outra lição: vai de bom grado à igreja suplicar àquele que fez todas as coisas que tenha piedade de tua alma, e te guarde como verdadeiro cristão nesta vida terrena.

Em Belrepaire Uma pobre acolhida no castelo forte, defensores enfraquecidos pela fome e longas vigílias A bela Blancheflor, sobrinha de Gornemant Junto ao leito de Persival, acorda-o com suas lágrimas Conta sobre o assédio de Engigeron e seu senescal Clamadeu; e afirma: Engigeron só a terá morta! Persival promete defender o castelo Que bouche a bouche, bras a bras, Dormirent tant qu'il ajorna. Vitória do herói, parte em busca da mãe, promete voltar

O castelo do Graal Durante o dia todo o jovem cavaleiro continuou em seu caminho sem encontrar nenhuma criatura terrena. Avistou um rio junto à encosta de um outeiro. Olhando a água torrencial e profunda, não ousou meter-se nela. Nesse instante, viu passar descendo o rio um barco. Havia dois homens a bordo. O que estava na frente pescava com linha. Ele, que não sabia o que fazer nem em que ponto achar passagem, saudou-os e perguntou: - Informai-me, senhor, falou ele, se há neste rio alguma ponte. Aquele que pescava (*) lhe respondeu: - Absolutamente nenhuma, irmão. Por vinte léguas rio acima ou abaixo não se pode atravessar a cavalo, pois não há balsa, nem ponte, nem vau. - Então indicai-me, ele insistiu, por Deus, onde poderei encontrar pousada. - Eu vos albergarei esta noite. Galgai por aquela fraga formada na rocha e, quando chegardes em cima, vereis diante de vós em um vale a casa em que eu habito, perto do rio e do bosque. (*) o Rico Rei Pescador

O castelo do Graal Foi então que viu adiante, em um vale, aparecer o cimo de uma torre. Não se acharia até Beirute nenhuma tão bonita nem tão bem assentada. Era quadrada, de pedra cinzenta, ladeada por duas torrelas. A sala se situava na frente da torre e as galerias diante da sala. Ele ficou nas galerias até que chegou o momento de apresentar-se ao senhor, que expediu dois servidores para chamá-lo. Bem no centro da sala, viu sentado sobre um leito um belo gentil-homem de cabelo grisalho, tendo na cabeça um chapéu de zibelina negra como amora, com a copa envolta em pano púrpura; e a roupa toda era de igual feitura. Apoiava-se sobre o cotovelo. Ardia diante dele o clarão de um fogaréu de lenha seca, aceso entre quatro colunas. Ao vê-lo aproximar-se, o senhor o saudou prontamente, dizendo: - Amigo, não seja para vós motivo de agravo que eu não me levante a vosso encontro, pois não estou apto a fazê-lo.

O Pescador e o Gênio (As 1001 Noites) Tentando resolver o mistério do lago surgido magicamente no país ao qual um pescador o guiara, um Rei atravessa terreno deserto, avistando afinal um edifício de pedra negra. Entrando, encontra um jovem suntuosamente vestido, sentado em seu leito, o qual se excusa por não poder levantar-se para saudá-lo. O jovem, que era o rei das Ilhas Negras, conta que ele e seu reino haviam sido encantados pela mulher com quem se casara, e que ele surpreendera com um amante. O jovem ferira o amante a ponto de deixá-lo semi-morto. Então, para vingar-se, a rainha convertera o corpo do jovem em pedra da cintura para baixo, e transformara o reino em um lago com os habitantes metamorfoseados em peixes, cada um colorido com uma dentre quatro cores diferentes conforme a religião. Diariamente ela açoitava o jovem marido e entrava no quarto secreto em que estava confinado o amante, levando-lhe um copo de vinho e uma tijela de caldo. Depois de fazê-la cessar os encantamentos, o Rei mata os dois amantes. O pescador, que servira de guia, é recompensado pelos dois reis, vindo a tornar-se o homem mais rico de seu tempo.

O castelo do Graal Persival ganha uma espada do rei - Se ele estoit bien emploie / La ou ele sera donee. Um valete veio de um quarto, empunhando uma lança branca, segura pelo meio; passou assim entre o fogo e os que se sentavam no leito. E todos ali viam a lança branca e o ferro branco; uma gota de sangue saía da ponta do ferro da lança e essa gota vermelha escorria até a mão do valete. O rapaz recém-chegado ali nessa noite viu essa maravilha, mas se absteve de perguntar como tal coisa acontecia, porque se lembrava da advertência daquele que o fizera cavaleiro, que lhe havia ensinado e instruído para que se guardasse de falar demais. E temia que, se perguntasse, iriam levar a mal. Eis porque nada perguntou. Então vieram dois outros valetes que carregavam nas mãos candelabros de ouro fino, trabalhado em nigela. Em cada candelabro ardiam pelo menos dez velas. Uma donzela que vinha com os valetes, bela, gentil e bem ataviada, sustentava entre as duas mãos um graal. Quando ela entrou segurando o graal, surgiu uma tão grande claridade que as velas perderam o brilho, assim como sucede com as estrelas quando se ergue o sol ou a lua. Em seguida a ela, veio outra, segurando um trincho de prata. O graal que ia adiante era de fino ouro esmerilhado (esmeré); era cravejado de pedras preciosas de diversas espécies, as mais ricas e mais caras que existem no mar e na terra.

Com a prima - Ah! senhor, vós vos deitastes portanto na casa do rico Rei Pescador. Rei ele é, bem vos posso dizer; mas foi ferido e mutilado de fato em uma batalha, de modo que desde então não se pôde valer, pois foi trespassado por um dardo através de ambas as coxas, e isso ainda o angustia tanto que não pode montar a cavalo. Mas quando quer exercitar-se ou entreter-se com alguma recreação, faz com que o metam em um barco e sai a pescar com anzol. Por isso tem o nome de Rei Pescador. E assim se distrai porque outro divertimento não poderia por nada suportar. E agora dizei-me se vistes, enquanto estivestes sentado com ele, a lança cuja ponta sangra, embora nela não haja nem carne nem veia. - Se a vi? Sim, por minha fé. - E perguntastes por que ela sangrava? - Não falei nunca, que Deus me ajude. - Pois sabei agora que agistes muito mal. E vistes o graal? - Sim, vi bem.

Com a prima - Perguntastes àquela gente a que parte iam assim? - Nunca me saiu nada da boca. - Ajude-me Deus, vai de mal a pior. Qual é vosso nome, amigo? E aquele que não sabia seu nome adivinhou e disse que seu nome era Persival o Galês. Não sabia se dizia ou não a verdade, mas dizia sim, e não o soube. Quando a donzela o escutou, pôs-se de pé à sua frente e lhe disse zangada: - Teu nome mudou, belo amigo. - Como? - Persival o Desditoso! Ah! infortunado Persival, quão malaventurado foste por tudo que não perguntaste! Porque tanto terias socorrido o bom rei que está paralítico que ele logo recobraria o uso de seus membros e governaria sua terra, e assim grandes bens te resultariam! Mas fica agora sabendo que muitos males advirão a ti e a outros. Isso te ocorreu, deverás saber, pelo pecado que cometeste contra tua mãe, pois ela morreu de tristeza por ti. Conheço-te melhor do que tu a mim, que não sabes quem sou. Fui criada junto contigo, em casa de tua mãe, por longo tempo: sou tua prima irmã e tu és meu primo irmão.

Orgulhoso da Landa Gotas de sangue na neve A prima permanece no lugar, abraçada ao corpo de um cavaleiro morto Seguindo viagem, Persival vence o Orgulhoso da Landa, amante da donzela da tenda Contemplando gotas de sangue na neve, pensa no branco e vermelho da face da mulher que mais amava Sagremor e Kay tentam levá-lo à força até Artur, são derrubados e Kay sofre fratura -- a donzela do sorriso e o anão estão vingados Gawain o aborda com cortesia, e os dois vão juntos a Artur

Donzela Feia Três dias de festa na corte, pela chegada de Persival Chega a Donzela Feia, montada numa mula Propõe várias aventuras aos cavaleiros; a Persival censura por deixar inacabada a aventura do graal Guingambresil desafia Gawain Cavaleiros partem em busca das aventuras, Gawain para Escavalon, e Persival para não se sabe aonde

Gawain e a Donzela das Mangas Pequenas Gawain chega a Tintagel, onde há um torneio opondo Meliant de Liz e seu futuro sogro Fica assistindo, porque não pode arriscar-se devido ao compromisso em Escavalon Falam mal dele: é comerciante! (trazia vários escudos e cavalos) A amada de Meliant e sua irmã - Donzela das Mangas Pequenas - brigam: haveria melhor cavaleiro que Meliant? A donzela pede a Gawain que lute por ela no torneio, levando uma prenda sua (manga longa de seda vermelha) Derrubado, fica Meliant a "jambeter et gesir tot plat"

Em Escavalon Um cavaleiro convida Gawain a hospedar-se onde mora; manda recado a sua irmã que o receba bem Gawain e a donzela falam de amor, pois falar de outra coisa seria perda de tempo; Gawain pede que o ame e ela não recusa Um "vavasour" entra, reconhece Gawain como um inimigo, vê os dois aos beijos, acusa a donzela, e dá alarme; ela arma Gawain e coloca-se a seu lado O povo cerca a torre e a tenta demolir. Gawain mata vários homens, entram o rei e Guingambresil, uma trégua é combinada -- Gawain deve voltar no prazo de um ano, durante o qual irá em busca da lança que sangra "E está escrito que haverá uma hora em que todo o reino de Logres, que outrora foi a terra dos ogros, será destruído por essa lança."

Cena de amor na casa do inimigo (Gawain em Escavalon, Sharr Kan nas 1001 Noites) Um outro e logo outro mais foram-se sucedendo, até que 50 acabaram mordendo o pó, servindo de joguete à lâmina terrível que os ceifava. Firme como um rochedo, ele os triturou como grãos em um moinho, e os fez todos soltar o último alento. A princesa mandou então suas servas ver se sobrava alguém. -Ninguém, a não ser os porteiros. Mas havia ainda alguns, encondidos. Ela saiu por um instante e reapareceu com uma espessa cota de malha e um sabre de aço da Índia. -Pelo Messias, ninguém dirá que não assumi em pessoa a defesa de meu hóspede, ainda que sofra para sempre o desprezo de meus compatriotas. Mas sir Gawain, o porteiro, com a espada na mão fez o primeiro que entrou pagar tão caro que os outros se apavoraram e nenhum ousava avançar. Cada um cuidou de si, porque temiam expor a cabeça. Nenhum era bravo o bastante para se aproximar, porque todos tinham medo do porteiro: ninguém ousava levantar a mão contra ele ou dar um só passo adiante. A donzela segurou as peças de xadrez que estavam no chão de pedra e as atirou furiosamente contra a multidão. Puxava os cabelos, agitava-se e jurava em sua fúria que os destruiria a todos, se pudesse, antes de morrer.

A lança de Longino como estandarte (segundo o arcebispo Guilherme de Tiro) Nas lutas entre cristãos e muçulmanos pela posse de Antióquia, durante as cruzadas, um clérigo ignorante, Pedro Bartolomeu, disse ter ouvido de S. André, em uma visão, que a lança de Longino estaria enterrada numa igreja dedicada a S. Pedro Um ferro é encontrado no local Acreditando ser a verdadeira lança, os cruzados decidem adotá-la como estandarte, à frente do exército Empreendem uma sortida com ela nas mãos, e vencem as tropas que sitiavam Antióquia Depois de algum tempo, homens do povo e barões começam a ter dúvidas sobre a autenticidade da lança

A lança de Longino (segundo o arcebispo Guilherme de Tiro) Aquele que achara a lança ouviu sobre esses boatos e rumores. Dirigiu-se ousadamente aos barões e falou: "Senhores, não duvideis! Para vos mostrar que eu disse a verdade, peço-vos mandar acender uma grande fogueira, e eu entrarei nela com a lança na mão; vou entrar e vou sair sem queimadura." Era uma sexta-feira santa, dia em que Cristo foi ferido pela lança. O exército todo reuniu-se em volta do fogo. Pedro chegou e se ajoelhou. Terminando suas preces, tomou da lança e entrou na fogueira, passou de ponta a ponta e nada sofreu que se pudesse notar. Quando o povo viu isso, todos correram a tocar nele e rejubilar-se.

Persival e o Ermitão Persival erra cinco anos, praticando feitos de armas e esquecido de Deus Numa sexta-feira santa encontra 3 cavaleiros com 10 damas, tendo as cabeças cobertas de capuzes, todos a pé, em hábitos de estamenha e descalços Vinham de um santo eremita, a quem pediram conselho e se confessaram Na sexta-feira santa não se deve portar armas -- Persival despe a armadura e vai também ele, com humildade, procurar o ermitão

Persival e o Ermitão (tio de Persival) - Irmão, muito te foi nocivo um pecado de que nada sabes: foi a dor que tua mãe sentiu por tua causa quando te separaste dela, e caiu por terra desmaiada na extremidade da ponte em frente ao portão, e dessa dor ela foi morta. Foi pelo pecado em que incorreste por isso que vieste a não perguntar nada da lança nem do graal, e assim te sucederam muitos males. Nem terias sobrevivido tanto, é bom que o saibas, se ela não te houvesse encomendado a Nosso Senhor. O pecado te travou a língua quando viste diante de ti o ferro em que o sangue nunca estancou e não indagaste o motivo. E foste acometido de insensatez, não apurando a quem serviam o graal. Aquele a quem o servem é meu irmão, tua mãe era irmã dele e minha. E, quanto ao rico Pescador, podes crer que ele é filho daquele rei que se faz servir desse graal. Mas não cuides que lhe tragam lúcio, lampréia nem salmão; de uma só hóstia o servem, que lhe é levada nesse graal e sua vida sustenta e conforta  tão santa coisa é o graal. E ele, que é espiritual a ponto de que para sua vida nada precisa afora a hóstia que vem no graal, tem estado assim por doze anos, sem sair do quarto em que viste o graal entrar. (obs.: Persival primo do Rei Pescador)

Persival e o Ermitão - Agora te peço que fiques aqui comigo dois dias inteiros, e que, como penitência, comas da mesma comida que eu. Persival lhe outorgou tudo. E o ermitão lhe segredou no ouvido uma oração, insistindo até que ele a decorasse. Nessa oração havia numerosos nomes de Nosso Senhor, pois ali estavam os nomes supremos, que não devem ser expressos por boca humana a não ser sob ameaça de morte. Quando acabou de ensinar-lhe a oração, proibiu-lhe que de modo algum os pronunciasse, salvo em grande perigo. - Não o farei, senhor, prometeu ele. Assim deixou-se ficar, e ouviu o serviço da missa e se regozijou. Depois do serviço, adorou a cruz e chorou seus pecados. Naquela noite, teve para comer o que aprouve ao santo ermitão. Não teve senão beterrabas, cerefólio, alface e agrião, milho, e pão de cevada e de aveia e água clara da fonte. E seu cavalo teve uma bacia cheia de palha e cevada. Foi assim que Persival reconheceu que Deus recebeu a morte na sexta-feira ao ser crucificado. Na Páscoa, Persival comungou muito dignamente.

Como Persival se veste (Persival como um "romance de educação") Roupas galesas rudes - menino ingênuo na floresta com a mãe Armadura, com as roupas galesas por baixo - logo após a primeira visita à corte de Artur, achando que já é cavaleiro Armadura, sobre roupas finas - aprende as regras da cavalaria com Gornemant Despe a armadura - desarma-se, aprende sobre a vida espiritual com o eremita (preparado para o graal?) lembrar: Excalibur, conceito de persona em Jung

Gawain e a Donzela Má Gawain cavalga ao lado de uma donzela que não cessa de zombar dele Cuida de um ferido, Greoreas, e este lhe rouba o cavalo Greoreas raptara uma donzela, contra as tréguas do reino de Artur, e Gawain o deixara a comer com os cães Montado em um rocim, Gawain luta com um sobrinho de Greoreas e retoma o cavalo Cruza um rio em companhia de um rico barqueiro O barqueiro o leva a um palácio de que é servidor -- nas mais de 500 janelas abertas, damas e donzelas se debruçam

Castelo das Rainhas Atravessando a água com o barqueiro, chega ao Castelo das Rainhas (também chamado Palácio das Maravilhas) Atreve-se a sentar no perigoso Lit de la Merveille Tal era o leito que se conta / Que nunca, nem para rei nem conde, / Coisa assim foi feita e não será jamais Quando Gawain se senta, soam campainhas, setas são disparadas por mãos invisíveis, e depois um leão o ataca Lembrar: Gawain jurara em Escavalon buscar a lança que sangra Num palácio do imperador em Constantinopla, ao qual os mais nobres vinham por água, eram guardadas relíquias da Paixão, incluindo parte da cruz, os pregos, a esponja, a coroa de espinhos, um sudário, sandálias -- e também a lança! E o ato de sentar no trono era cercado de efeitos mecânicos teatrais, para intimidar os visitantes

No palácio maravilhoso Bispo Liudprand de Cremona em Constantinopla – “Quando eu entrei, os leões começaram a rugir e as aves a chilrear, conforme a natureza de cada um, mas eu não fui tomado nem pelo medo nem pelo assombro . . . Depois de homenagear o Imperador, prostrando-me três vezes, ergui a cabeça, e vejam só! aquele que eu vira sentado a pouca distância do chão sentava-se agora, de vestes trocadas, na altura do teto da sala”.

Guiromelant Gawain é saudado pela Rainha das Brancas Tranças, por sua filha também rainha, e pela filha desta A primeira é a mãe de Artur ("ele é criança, não terá mais de 100 anos"), a segunda é a mãe de Gawain, a terceira é Clarissant, sua irmã A rainha lhe dá permissão para sair - prometendo voltar Guiromelant - ama sua irmã, pede que leve um seu anel para ela, mas odeia Gawain de morte e o desafia Gawain transpõe de um salto o Vau Perigoso, e a Donzela Má agora se curva diante dele Volta ao castelo em companhia da donzela

Guiromelant Guiromelant havia combinado com Gawain que os dois se enfrentariam na presença de Artur e de sua gente - Gawain envia um escudeiro à corte de Artur para convidá-lo A rainha manda encher 500 tinas de água quente, todos os escudeiros se banham, e Gawain os arma - tem agora a companhia de 500 novos cavaleiros O emissário de Gawain chega à corte, reunida em Orcanie; estão todos chorosos, pois de há muito não tinham notícias de Gawain A dama Lore ouve os lamentos, desce até Guinevere -- e a narrativa se interrompe no meio da frase… (morte do autor? de Felipe?) As quatro Continuações: anônimo, Wauchier de Denain, Gerbert, Manessier - da ordem de 60.000 versos ( o Persival tem 9.034) Respostas sobre o graal, morte de Partinal, o Rei Pescador fica são, Persival rei em seu lugar, casa-se (ou não) com Blancheflor

Felipe de Flandres, patrono de Chrétien Consagração da Collégiale Saint Pierre em Aire A relíquia da cidade de Arras -- cabeça de Saint Jacques (São Tiago) Roubo da relíquia, ameaça de interdito papal, solução salomônica de Hughes abade de Saint Amand Partida para as cruzadas Na volta, encomenda a Chrétien que escreva um romance baseado no livro que lhe passa (?)

Roubo da Relíquia de St. Jacques

Roubo da Relíquia de St. Jacques (detalhe)

O conde Felipe nas cruzadas Balduíno IV - o Rei Leproso - do Reino de Jerusalém Sibila, irmã de Balduíno, viúva recente Felipe era primo irmão dos dois - lembrar: Rei Pescador, a prima de Persival (com um cavaleiro morto, na saída do castelo) Balduíno recebe Felipe com muita honra; espera que ele se torne regente e comande o exército Felipe não quer; propõe apenas casar Sibila com um vassalo seu Tem participação vergonhosa, criticada pelo arcebispo Guilherme de Tiro, autor de uma crônica sobre as cruzadas (Historia dos Feitos nas Terras de Além-Mar) Retorna à Terra Santa, morre em Acre numa epidemia

O Sacro Catino (de Cesaréia para a catedral de Gênova) esmeralda: "esmeraude" ------ lembrar do "or esmeré"

O Sacro Catino (de Cesaréia para a catedral de Gênova) Arcebispo de Gênova Jacopo da Varagine (*), Crônica da Cidade de Gênova (final do século XIII) Tal como diante da luz do sol todas as luzes do céu empalidecem, na presença desta pedra todas as outras gemas preciosas perdem o brilho … Não se pode deixar de mencionar como em certos livros dos ingleses lê-se que, quando Nicodemo baixou da cruz o corpo de Cristo, recolheu seu sangue, ainda fresco e a derramar-se vergonhosamente, no vaso de esmeralda por ele preparado mediante inspiração divina. E os ingleses em seus livros chamam esse vaso de Sangraal. (*) autor também da Legenda Áurea