Período Medieval ao Período Iluminista

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HISTÓRIA DA FILOSOFIA VI
Advertisements

OBJETO: O SIGNIFICADO DE CERTAS AFIRMATIVAS DE JESUS
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
SEITAS E HERESIAS À Luz da Bíblia Aula 3.
Unidade 1 O feudalismo na Europa.
Critérios de estudo e interpretação do Evangelho
Educação Moral e Religiosa Católica “EMRC”
PIBBG - Ministério de Educação Cristã
11: O Credo Apostólico, a regeneração e a conversão
Prof. Everton da Silva Correa
A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício.
O SACRAMENTO DA EUCARISTIA.
Cícero paulino dos santos costa
Somos Um Grupo Com JESUS quando
Cristo Ressuscitou. Aleluia!!!.
PRIMEIROS MÁRTIRES DE ROMA
Elogiar Maria como 'Arca da Aliança' evoca toda a tradição bíblica
Comemoramos também o dia do Papa
A EUCARISTIA EDIFICA A IGREJA
você tem uma vida nova em Cristo
Hebreus 7 A Aliança Superior
DEUS CRISTO HOMEM IGREJA CATOLICIDADE
“Eu Creio” - “Nós Cremos”
No mês de Setembro comemoramos o
Santíssima Trindade.
A eucaristia Começar.
Celebramos hoje o "Dia da Bíblia"... no último domingo de setembro,
Revª Irene Garcia Costa de Souza
Simplesmente Igreja.
O que é o Estado? Capítulo 16.
Pastor Washington Roberto Nascimento.  1. O Evangelho segundo Mateus apresenta Jesus como, o filho de Abraão e o filho de Davi, o Rei dos Judeus (Mateus.
Absolutismo Prof. Lucas Villar.
O PROFETA MIQUÉIAS PROFETIZA SOBRE O NASCIMENTO DE JESUS
ORAÇÃO EUCARÍSTICA VI - A
ORAÇÃO EUCARÍSTICA IV Pres.: O Senhor esteja convosco.
ORAÇÃO EUCARÍSTICA VI-C
Hebreus 1 A Revelação do Cristo e a sublime salvação
Ecumenismo e confissões cristãs.
ECUMENISMO FORMAÇÃO DE COORDENADORES CONCEITO
Catequese 2.
O Cristianismo E.B. 2/3 do Couto Mineiro Disciplina: E.M.R.C.
Cesar e Deus.
Hebreus 2 A Superioridade de Cristo a tudo e todos
Com razão acreditou sempre o povo fiel, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo o qual “reinará eternamente na casa.
A liturgia deste domingo procura definir o caminho para encontrar a vida eterna. É no amor a Deus e aos outros – dizem os textos que nos são propostos.
As Quatro Grandes Comissões
NASCIMENTO DE JESUS CRISTO
“Nos lábios do rei se acham decisões autorizadas; no julgar não transgrida, pois, a sua boca” (Provérbios 16:10) SLIDE ANTERIORPRÓXIMO SLIDE.
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS Docente: Wilma B. Borges de Macedo 2011
 A Bíblia inteira nos foi dada por inspiração de Deus, e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado em.
ORIGEM E DIFUSÃO DO CRISTIANISMO.
A Assunção de Nossa Senhora aos Céus.
™ ESTE POWER POINT E PROPRIEDADE EXCLUSIVA DE JESUS CRISTO
Cristianismo A face humana de Deus.
MATÉRIA:DOUTRINAS E DISTINTIVAS DA NOVA IGREJA BATISTA AULA: 1;2;3
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
Quem sou eu? Catequese 2.
Você tem o privilégio de ler agora um Importante texto bíblico: Leia antes os capítulos 5 e 6 Medite, Aplique à tua vida Envie aos teus amigos.
O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO
DESCUBRA A NOVA VIDA EM CRISTO
O Cristão é um cidadão como todos os outros: desfruta dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres. Os impostos, é obrigado a pagar? As Leituras bíblicas.
Introdução à Filosofia Aula 10
O juízo final ESTUDO 6. O juízo final ESTUDO 6.
1. As cerimônias do Santuário revelam três passos do juízo de Deus. F 2. A 1ª fase do juízo se realizaria no Céu; é o juízo investigativo. 3.
A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: ASCENSÃO e PENTECOSTES. As Leituras bíblicas refletem sobre os dois fatos: - A Ascensão: com.
LIGUE O SOM Natal... Nascimento de Jesus....
No grande Conflito, cada um deve seguir a um dos dois líderes em disputa. Seguir a Jesus nos faz «companheiros de armas», companheiros que lutam juntos.
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho
Somos a Igreja de Cristo parte 1
Jesus Cristo fundou a Igreja 18 Basílica de São Pedro Roma.
Transcrição da apresentação:

Período Medieval ao Período Iluminista FILOSOFIA POLÍTICA Período Medieval ao Período Iluminista

A herança da política medieval: As duas tradições que o cristianismo recebe como herança e sobre as quais elaborará suas próprias idéias: a Hebraica e a Romana.

Os hebreus conheceram várias modalidades de governo; o poder está no caráter teocrático; O poder pleno e verdadeiro pertence exclusivamente a Deus e que este, por meio dos anjos e dos profetas, elege o dirigente ou os dirigentes. O poder (Kratós) pertence a Deus (Théos), donde teocracia, cuja expressão mais clara encontra-se numa passagem do Livro dos Provérbios, onde se lê que Deus disse: "Por mim reinam os reis e os príncipes governam".

Os hebreus se fizeram conhecer não só como Povo de Deus, mas também como Povo da Lei (a lei divina dada primeiro a Noé como lei moral e, depois, completada e doada a Moisés como lei religiosa, política e moral e codificada por escrito). A legalidade era algo tão profundo que, quando o cristianismo se constitui como nova religião, fala-se na Antiga Lei (a aliança de Deus com o povo, prometida a Noé e a Abraão e dada a Moisés) e na Nova Lei (a nova aliança de Deus com o povo, através do messias Jesus).

Os romanos O cristianismo se expande e se encontra em via de se tornar religião oficial do Império Romano, o príncipe romano já se encontra investido de novos poderes. Sendo Roma senhora do Universo, o príncipe não é apenas, como seu nome indica, "o primeiro cidadão (Princeps), mas é imperador romano e tenderá a ser visto como senhor do Universo, ocupando o topo da hierarquia do mundo, em cujo centro está Roma, que o poeta Virgilio chamou de Cidade Eterna.

Ao imperador - ou ao césar - cabe manter a harmonia e a concórdia no mundo, a paz romana garantida pela força das armas. Todos os poderes estão nas mãos do príncipe, que antes cabiam ao Senado e Povo Romano, e foi sendo sacralizado (tornado sagrado), à maneira do déspota oriental, até ser considerado divino, sendo-lhe atribuídos poderes que pertenciam a Júpiter: fundador do povo, restaurador da ordem universal e salvador do Universo.

Para cumprir suas tarefas, o poder imperial centralizado e hierarquizado desenvolve um complexo sistema estatal em que prevalece o poderio dos funcionários imperiais, que se estende como uma rede intrincada de pequenos poderes por todo o território do Império Romano. A elaboração da teoria política cristã como teologia política resultará da apropriação dessa dupla herança pelo poder eclesiástico.

A Instituição Eclesiástica Separado da ordem política estatal, o cristianismo será organizado de maneira semelhante a outras crenças religiosas não oficiais: tomará a forma de uma seita religiosa. A seita cristã é uma comunidade cujos membros formam o povo de Deus sob a lei de Deus. Comunidade é feita de iguais - os filhos de Deus redimidos pelo Filho -, que recebem em conjunto a Palavra Sagrada e, pelo batismo e pela eucaristia, participam da nova lei - a aliança do Pai com seu povo pela mediação do Filho. A comunidade é a ekklesia, a assembléia dos fiéis a Igreja. E esta é designada como Reino de Deus.

EKKLESIA - organiza-se a partir de uma autoridade constituída pelo próprio Cristo quando, na última ceia, autoriza os apóstolos a celebrar a eucaristia (o pão e o vinho como símbolos do corpo e sangue do messias) e, no dia de Pentecostes, ordena-lhes que preguem ao mundo inteiro a nova lei e a Boa Nova (o Evangelho). A autoridade apostólica não se limita a batismo, eucaristia e evangelização. - Jesus deu aos apóstolos o poder de ligar os homens a Deus e Dele desligá-los, quando lhes disse, através de Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.

Essa instituição eclesiástica conseguirá converter ao cristianismo o imperador Constantino, que transformará uma seita em religião oficial do Império Romano. Com isso, a Igreja irá institucionalizar-se repetindo ou imitando em sua organização interna a estrutura militar e burocrática do Império (organização que perdura até os dias de hoje).  

O poder eclesiástico A Igreja detém três poderes crescentes, à medida que o Império Romano decai: - o poder religioso de ligar os homens a Deus e Dele desligá-los; - o poder econômico decorrente de grandes propriedades fundiárias acumuladas no correr de vários séculos, seja por doações dos nobres do Império convertidos, seja por recompensa de serviços prestados aos imperadores; - o poder intelectual, porque a Igreja se toma guardiã e intérprete única dos textos sagrados - a Bíblia - e de todos os textos produzidos pela cultura greco-romana. Saber ler e escrever tomou-se privilégio exclusivo da instituição eclesiástica.  

As teorias teológico-políticas   teologia política: três fontes principais: a Bíblia traduzida para o latim; os códigos de leis dos imperadores romanos e as idéias retiradas das obras de Platão, Aristóteles e sobretudo Cícero. Platão: ideia da comunidade justa, organizada hierarquicamente e governada por sábios legisladores. Aristóteles: ideia de que a finalidade do poder era a justiça como bem supremo da comunidade. Cícero: ideia do Bom Governo do príncipe virtuoso, espelho para a comunidade. De todos eles, a idéia de que a política era resultado da natureza e da razão.

Dupla investidura Dois conflitos atravessam toda a Idade Média: o conflito entre o papa e o imperador, de um lado, e entre o imperador e as assembléias dos barões, de outro. O conflito papa-imperador é consequência da concepção teocrática do poder: Quem Deus escolhe para representá-lo; - O imperador é investido no poder temporal pelo papa que o unge e o coroa; o papa recebe do imperador a investidura da espada, isto é, jura defender e proteger a Igreja, sob a condição de que esta nunca interfira nos assuntos administrativos e militares do império;

- O conflito entre o imperador e as assembléias dos barões e reis diz respeito à escolha do imperador. Esse conflito revela o problema de uma política fundada em duas fontes antagônicas. Barões e reis invocam a chamada Lei Régia Romana, segundo a qual o governante recebe do povo o poder, sendo, portanto, ocupante eleito do poder. Como essa mesma lei romana afirma que só pode tirar alguma coisa de alguém aquele que tem o poder de dá-Ia porque a possui, conclui-se que, se reis e barões elegem o imperador, têm o poder para dar-lhe poder e também o poder para depô-la. O imperador, porém, invoca a Bíblia e a origem teocrática do poder, afirmando que seu poder não vem dos barões e reis, mas de Deus.

A solução será trazida pela teoria que distingue entre eleição e unção A solução será trazida pela teoria que distingue entre eleição e unção. O imperador, de fato, é eleito pelos pares para o cargo, mas só terá o poder por meio da unção com óleos santos - afirma-se que é ungido com o mesmo óleo que ungiu Davi e Salomão - e quem unge o imperador é a Igreja, isto é, o papa.