TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 5 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 15/03/2004.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Progresso tecnológico, salários e desemprego
Advertisements

ECONOMIA I - MICROECONOMIA Unidade 3: OFERTA E DEMANDA Introdução
DEMANDA AGREGADA: CURVAS DE CURTO E LONGO PRAZO
OFERTA E DEMANDA II: COMO OS MERCADOS FUNCIONAM
Empresas em Mercados Competitivos
Equilíbrio no mercado monetário:
4. Flutuações Económicas
Sumário, aula 8 Alterações da procura
Preços variáveis: o modelo AS-AD
Moeda e mercado cambial
Mercados de Bens e Financeiros: O Modelo IS-LM
Mercados de Bens e Financeiros: O Modelo IS-LM
Moeda e mercado cambial
Oferta Agregada e Procura Agregada
Política Macroeconómica com câmbios flexíveis
Preços e produto numa economia aberta
DEMANDA AGREGADA: CURVAS DE CURTO E LONGO PRAZO
A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips
O mercado de bens e a relação IS
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 21 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Regimes Cambiais.
Fundamentos de Economia
Ciclos Reais de Negócios
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 15 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 03/05/07.
Agregando Todos os Mercados: O Modelo AS-AD
Capítulo 13 A Função Oferta de Moeda
Oferta e Demanda A Curva de Oferta
Demanda e Oferta Agregadas
Teoria Econômica AULA 4 Profª Karine R. de Souza.
Parte II: Determinantes do Produto
Economia Internacional Exercícios - IS-LM-BP
CURVA IS EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIADA UCG
Macroeconomia Teorias de Inflação
A Influência das Políticas Monetária e Fiscal Sobre a Demanda Agregada
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 4 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 10/03/2005.
Economia Monetária Carvalho et al (2007)
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 2 – 1/03/2006 Professores: Márcio Garcia Márcio Janot.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 25 Professores: Márcio Garcia Márcio Janot 21/06/07.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 8 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 27/03/2007.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 12 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 15/04/2004.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 6 Professor: Márcio Gomes Pinto Garcia 9 de Setembro de 2003.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 15 Professores: Dionísio Dias Carneiro Márcio Gomes Pinto Garcia 28/04/05.
Flutuações Económicas
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 14 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 26/04/07.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 19 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 12/05/05.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 3 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 08/03/2004.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 6 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 20/03/2007.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 23 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 01/06/05.
Introdução às Políticas Fiscal e Monetária Equilíbrio real e monetário Situações de desequilíbrio Demanda agregada da economia Política fiscal Política.
Introdução Análise IS-LM: Visão geral
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aulas 26 e 27 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Fernanda Feitosa Nechio 22/06/04.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 7 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 22/03/2005.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 6 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 17/03/2005.
Inflação, Atividade Econômica e Expansão Monetária
Introdução à Macroeconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida 27/5/2003.
Introdução à Macroeconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida 6/5/2003.
Fundamentos de Macroeconomia. Parte 2 - O Curto Prazo O Mercado de Bens.
ECONOMIA ABERTA As transações internacionais permitem uma série de ganhos de eficiência, como: Especialização na produção/ vantagens comparativas Diversificação.
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 4 – 01/03/2007 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Mário Janot Referência básica (Capítulo 7 – O . Blanchard)
A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips
Demanda por moeda 4.1 Conceitos:
Introdução – Origens Em 1958 A. W. Phillips apresentou um gráfico que mostrava a taxa de inflação vis s vis a taxa de desemprego no Reino Unido entre.
Um giro pelo mercado de trabalho
O Modelo OA - DA 7.1 Este modelo agrega todos os mercados, isto é, usa as condições de equilíbrio dos mercados de bens, financeiro e de trabalho para derivar.
Produto, desemprego e inflação
O Tradeoff entre Inflação e Desemprego no Curto Prazo
Aula Teórica nº 21 Bibliografia: Obrigatória: Frank e Bernanke (2003), cap. 27 Sumário: Perturbações da procura e da oferta.
Aula Teórica nº 20 Bibliografia: Obrigatória: Frank e Bernanke (2003), cap. 27 Sumário: 10. Procura e Oferta Agregadas Curva da procura agregada.
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 7 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Agregando Todos.
Transcrição da apresentação:

TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 5 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 15/03/2004

Na aula passada, vimos o arcabouço OA-DA que nos mostrou a dinâmica diferenciada da economia no curto prazo e no médio prazo. No curto prazo, o produto pode tanto estar acima quanto abaixo de seu nível natural. Mudanças em qualquer das variáveis que entram na relação de oferta ou na relação de demanda agregada levam a mudanças no produto e no nível de preços. No médio prazo, entretanto, o produto acaba retornando para o seu nível natural. Quando o produto está acima de seu nível natural, o nível de preços aumenta. Preços maiores diminuem a demanda e o produto. Quando o produto se situa abaixo de seu nível natural, os preços caem, aumentando a demanda e o produto.

Vamos agora usar o modelo para investigar os efeitos dinâmicos de mudanças causadas pelas políticas macroeconômicas. Veremos três políticas: Operação de Mercado Aberto Redução no déficit fiscal Aumento no preço do petróleo

EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA Quais os efeitos no curto prazo e no médio prazo de um aumento no estoque nominal de moeda de M para M’? O AJUSTE DINÂMICO Para um dado nível de preços P t, o aumento em M eleva M/ P t, levando a um aumento no produto (Y). No médio prazo, temos o efeito das expectativas inflacionárias. Vendo que P , os trabalhadores pedem W . Isto deflagra novos aumentos de P. Conquanto Y > Y n, este processo continua. O equilíbrio no médio prazo é em A’’, com Y = Y n e P t+j > P to.

EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA Vejamos o que está ocorrendo com o modelo IS-LM subjacente:

NEUTRALIDADE DA MOEDA Em suma, vimos que: No curto prazo, uma expansão monetária leva a um aumento no produto, e a um aumento no nível de preços. Qual a repartição entre o efeito sobre preços e o efeito sobre o produto dependerá da inclinação da curva AS (OA). Quando se estudou inicialmente o IS-LM, assumiu-se preços fixos, isto é, uma OA horizontal. Isto é uma simplificação, mas a evidência empírica indica que o efeito inicial de  Y em P é pequeno. A medida que o tempo passa os preços aumentam e os efeitos da expansão monetária sobre o produto e a taxa de juros desaparecem. No médio prazo, o efeito da expansão monetária se reflete em aumento dos preços. Não há qualuqer efeito sobre o produto ou sobre a taxa de juros. A ausência de efeitos de médio prazo sobre o produto ou juros de uma variação de M é conhecida como a Neutralidade da moeda no médio prazo. Portanto, para fins de política econômica, pode-se usar a política monetária no curto prazo para, por exemplo, incentivar a economia. Não obstante, é ocioso tentar manter a economia permamentemente super aquecida (Y > Yn) via aumentos em M.

QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE  M? Uma forma de responder esta pergunta é recorrer a grandes modelos macroeconométricos que são usados ara gerar previsões eestudar efeitos de políticas alternativas. A figura a seguir mostra o efeito de um aumento em 3% da oferta monetária ao longo do tempo, no modelo construído por John Taylor – Stanford University. O aumento da moeda ocorre durante 4 trimestres (0.1%, 0.6%, 1.2% e 1.1%, respectivamente). O produto cresce e atinge um pico após os 4 períodos. O preço vai aumentando ao longo dos anos. Após 4 anos, o preço aumentou 2.5% enquanto o produto retornou ao nível natural.

Expansão Monetária no Modelo Taylor

QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE  M? Esses modelos macroeconométricos requerem decisões sobre diversas variáveis e inclusões de equações. Um método mais simples seria olhar para a resposta do produto em relação a mudanças na moeda, utilizando Econometria. Problema: A moeda pode estar afetando o produto ou o produto pode estar afetando a política monetária. Em seu trabalho, Mishkin separa os movimentos na oferta monetária entre antecipados e não antecipados. E observa a resposta do produto em relação aos dois tipos de movimentos. Apesar dos resultados serem diferentes, apresentam as mesmas propriedades. Ambos os exercícios confirmam que o efeito da política monetária sobre o produto não pode ser sustentado no longo prazo.

Efeitos de uma expansão monetária de 1% sobre o produto (%) Trimestres Mudança Antecipada na moeda Mudança não antecipada na moeda

REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL Vimos o que ocorre com a Política Monetária (LM). Vejamos agora a política fiscal (IS): OA’

REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL Resumindo os efeitos da política fiscal: Y = C(Y – T) + I(Y, i) + G No curto prazo, G  (mantendo M constante) leva a Y , e talvez a I . No médio prazo, Y volta a Yn, e i cai permanentemente. Desse modo, I aumenta inequivocamente. Se considerássemos os efeitos de longo prazo, G   I  e Y 

Mudanças nos Preços do Petróleo Em 1970 o preço do petróleo subiu drasticamente. A formação da OPEC fez com que a oferta de petróleo fosse reduzida aumentando seu preço. Este preço quase triplicou entre 1970 e 1982 em relação ao PPI. Mas, como se espera de um jogo de coalizão, as quotas de produção foram sendo abandonadas e a oferta de petróleo foi crescendo causando uma redução no preço. Observe que o petróleo não entra nem na oferta nem na demanda agregada, já que assumimos que o único fator de produção é o trabalho. Poderíamos incluir diretamente a energia como fator de produção. Mas vale a pena manter o nosso modelo e considerar que o choque do petróleo correspondeu a um aumento no markup, µ.

Mudanças nos Preços do Petróleo Do capítulo 6, tínhamos que o mercado de trabalho era dado pelo gráfico abaixo. Um aumento no markup faz com que a curva de salário real (determinação de preços) se desloque para baixo o que aumenta a taxa de desemprego natural de equilíbrio. W P A´ A unun un´un´ PS PS’ WS

Mudanças nos Preços do Petróleo O aumento da taxa de desemprego natural leva a uma queda do produto natural, ou seja, o aumento do preço do petróleo leva a uma queda do produto natural. Vamos então supor que inicialmente a economia está num ponto como A tal que temos (Y n, P t =P t-1 ). Um aumento no preço do petróleo leva a uma queda em Yn para Yn´. Pela oferta agregada, um aumento no markup aumenta P t para um dado nível de Y t, ou seja, a oferta se desloca para cima, no curto prazo. P t = P t-1 (1 + µ) F( 1 – Y t, z) L

Mudanças nos Preços do Petróleo Após o aumento no preço do petróleo, a nova curva de oferta passa pelo ponto B onde temos (Yn´, P t-1 ). Assim, a nova oferta é dada por OA`. No curto prazo a economia se desloca para A´. O aumento do preço do petróleo aumenta os preços que as firmas cobram em seus produtos, o que reduz a demanda e o produto. Observe que a demanda não se desloca neste modelo. Vários efeitos poderiam induzir um deslocamento da demanda, mas vamos considerar que esses efeitos se cancelam. Vale ressaltar que num choque de demanda, tínhamos como resultado um produto menor e um nível de preços menor. Num choque de oferta, o produto é menor e o preço é maior.

Mudanças nos Preços do Petróleo Ao longo do tempo, no ponto A´ a economia ainda está acima de Yn´, então os preços aumentam até que a economia alcance o novo equilíbrio em A´´. Yn´Yn DA OA OA` OA´´ A A´ A´´ B P t-1

Resumo

Choques e Mecanismos de Propagação As flutuações do produto (às vezes chamadas de ciclos econômicos) são variações do produto em torno de sua tendência. A economia é constantemente afetada por choques na oferta agregada, na demanda agregada ou em ambas. Cada choque tem efeitos dinâmicos sobre o produto e seus componentes. Esses efeitos são chamados de mecanismo de propagação do choque.