As Dificuldades da oração

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Transcrição da apresentação:

As Dificuldades da oração CAPITULO V As Dificuldades da oração

l.º Quais são as principais dificuldades que se encontram na oração? Como a oração consiste em elevar o espírito para Deus, noutros termos, em ocupar-se d’Ele com o pensamento e o afeto, as dificuldades da oração surgem de tudo quanto impede ou torna mais árdua esta dupla aplicação do espírito. Em relação ao conhecimento são as distrações, em relação ao afeto, a aridez.

2.° Que se entende por distrações? Por distração entendermos a intrusão de pensamentos incompatíveis com o exercício da oração. Podem estas distrações levar-nos a ocupar o pensamento em coisas várias. Este assalto de ideias estranhas e mesmo contrárias ao recolhimento da inteligência em Deus, pode dar-se de duas maneiras: voluntariamente e involuntariamente. Há uma grande diferença entre uma e outra.

3.° Em que consiste distração voluntária? A distração voluntária consiste em introduzir por querer ou por consentir algum pensamento que faça desviar a nossa inteligência do objetivo divino de que se ocupava. Ao distrair-se voluntariamente a alma suspende ou pelo menos interrompe a oração. Se o faz sem um motivo suficiente torna-se também culpada de irreverencia para com o Senhor. Portanto, mais ainda do que uma dificuldade, a distração voluntária é uma infidelidade a Deus. Pelo contrário se o pensamento importuno que se apresenta ao espirito não é aceite, a distração chama- se involuntária.

4º Quais são as causas das distrações involuntárias? Devemos reconhecer uma dupla causa: a primeira ocasional, a segunda natural. A primeira é produzida pelas impressões dos sentidos; a segunda pelas tendências íntimas da nossa natureza que geram espontaneamente em nós imagens e pensamentos. Segundo a respetiva origem podemos portanto distinguir as distrações exteriores das distrações interiores.

5.° Poderá evitar-se as distrações involuntárias? Evidentemente que as distrações exteriores podem, em grande parte, ser evitadas na oração pela cautelosa vigilância dos sentidos e sobretudo pela escolha de um lugar retirado para orar, como o aconselha N. S. Jesus Cristo no Evangelho. Assim, afastam-se muitas distrações causadas pelos olhos conservando-os fechados ou fixando-os num objeto religioso, ou num livro de meditação. Por outro lado é muito mais difícil evitar as distrações interiores,

6.º Donde vem esta especial dificuldade? A dificuldade particular em evitar as distrações interiores provém da espontaneidade das tendências naturais que residem no fundo íntimo do nosso ser. Manifestam-se pela afluência de imagens e de pensamentos relacionados com as coisas que amamos ou que tememos. Quando temos a atenção fixa sobre o objeto da nossa consideração, este mundo interior ligado a estas tendências espontâneas permanece mais ou menos obscuro, mas logo que a força da atenção diminui, esse mundo tenta manifestar-se. então aparecem na nossa consciência pensamentos e lembranças que podem até estar em contraste flagrante com o ato de oração que estamos praticando.

7.° Pode impedir-se as distrações interiores? Sim, pelo menos numa certa medida podem ser remediadas, quer direta, quer indiretamente. A maneira de resistir diretamente a estas distrações consiste em voltar a atenção para o ponto religioso que estávamos considerando ou simplesmente para Deus, fazendo um ato de fé e de amor. A tática indireta consiste em intensificar a nossa vida espiritual, a qual tornando-se mais profunda, adquire uma nova energia que reforçava tendência do nosso espírito para Deus contrariando as tendências naturais que nos distraem. Compreende-se que tal resultado não se obtém imediatamente, mas é fruto de longa aplicação à vida interior.

8.° Serão as distrações inferiores, por vezes, «inevitáveis»? Sina, justamente por causa da sua espontaneidade. Sobretudo quando uma alma acha dificuldade em fixar a atenção distrações interiores podem ser muito impetuosas, insistentes e incómodas. Esta dificuldade em fixar a atenção deriva por vezes duma causa acidental. Pode também ser proveniente duma disposição habitual como no caso de certos temperamentos pouco estáveis. Contudo, se a alma continua a sentir desgosto por ver- se distraída e faz quanto pode para estar atenta a Deus, estas distrações dolorosas, longe de a prejudicarem, transformam-se rara ela em instrumento de purificação moral e têm mérito sobrenatural.

9º Que se entende por aridez? A aridez é a supressão do reconforto que a alma muitas vezes sente na vida espiritual sobretudo nos primeiros tempos que seguem a conversão a uma vida melhor. A alma que compreende ter urna vida espiritual mais intensa sente certo gosto nisso porque é uma lei psicológica que todo o homem se regozija ao ver-se de posse de qualquer bem. Contudo a vida espiritual intensa não consiste na consolação e nem sequer a exige. Pelo contrário pode existir e crescer longe de toda a consolação, pois a devoção verdadeira está apenas na prontidão da vontade ao serviço de Deus.

10. Será a aridez um mal? A qualidade moral da aridez depende da causa que a produz. Se o reconforto desaparece da alma, mas subsiste na vontade a resolução de plena entrega ao Senhor, a aridez, longe de ser um mal, poderá ser ocasião de bem. Pelo contrário, se a aridez provém do enfraquecimento da vontade, denota um retrocesso na vida espiritual.

11º Haverá aridez culposa? Certamente; alguma aridez tem origens na nossa infidelidade, a qual pode ser maior ou menor. A alma chamada por Deus a uma vida generosa e mortificada que depois de ter correspondido algum tempo à graça, começa a buscar pequeninas satisfações humanas não é já fiel ao convite do Senhor, mas perde o fervor primitivo e fica com a vontade enfraquecida. Mais infiel ainda é a alma que cai na tibieza cometendo deliberadamente pecados veniais. É natural que uma alma que cai neste estado não possa expressar com energia o seu amor ao Senhor, precisamente porque perdeu o vigor. Cai então na tibieza e a única maneira de corrigir-se é o regresso à primitiva generosidade.

12.° Haverá causas de aridez independentes da nossa vontade? Certamente que há; até as circunstâncias em que decorre a vida humana podem muitas vezes causar aridez provocando em nós um sentimento de mal- estar que nos priva de todo o conforto nos exercícios espirituais; cansaço físico e sonolência, indisposições psicológicas, preocupações árduas e absorventes, pequenos atritos e incompreensões, tudo, isto significa para nós outras tantas causas de pesadume, de nervosinho, de opressão, que põe o espirito num estado doloroso desaparecendo toda a alegria pacífica e tranquila. Nesta forma de aridez a alma deve armar-se de paciência, sabendo que ao suportá-la por amor de Deus, Lhe oferece um sacrifício grandemente agradável e que prova a realidade do amor que Lhe tem.

13.° Poderá também a aridez provir de Deus? Muito certamente, e até no caso citado acima devemos afirmar que é causada por Deus visto que todas as circunstâncias da vida são regidas pela Providência. Mas por vezes a supressão do reconforto que a alma sente na oração é mais diretamente obra de Deus e precisamente quando põe alma na impossibilidade meditar com a ajuda da imaginação exercitando-se como fazia anteriormente em atos sentidos de amor. É um fenómeno muito comum nas almas interiores após algum tempo de Fervorosa aplicação à vidade oração. S. João da Cruz ensina que por esta qualidade de aridez convida o Senhor as almas a uma forma mais simples de oração a que chamam contemplação inicial.

14º Como é que a alma se deve comportar nesta aridez? A alma que assim está não deve persistir em querer continuar, a meditação como muitas vezes se julga obrigada a fazer; pelo contrário deve muito simplesmente omiti-la e aplicar-se a permanecer tranquila na presença de Deus, com a atenção posta n’Ele por meio dum simples olhar de fé e desejando agradar-Lhe a todo custo. Pouco a pouco este olhar de fé torna-se mais fácil e mais amoroso e a alma passará gradualmente dum estado difícil de aridez a um pacífico repouso em Deus.

15º O Como é que a alma pode saber que a sua aridez vem de Deus? Um sinal de que a aridez vem de Deus é a perseverança da alma no exercício das virtudes e no da oração ainda que neles não sinta senão tédio. Como a aplicação à virtude é muito mais difícil nestas circunstâncias, a alma terá menos sucesso mas os seus esforços repetidos mostram que a vontade permaneceu firme. Uma tal aridez não procede portanto duma fraqueza culpável do querer, mas é obra do Senhor.

16º Qual é a intenção de Deus mandando o aridez à alma? Com esta prova Deus tem em vista libertar a alma das ninharias da sensibilidade para transportá-la ao terreno mais sólido e mais puro da vontade. Não achando já alimento para a sua vida espiritual nas belas representações e doces emoções de outros (quando tudo corria bem) a alma vê-se obrigada agarra-se pela vontade aos exercícios de fé e amor. E como este é o desejo divino, a obra da graça conjuga-se com o esforço da alma. Infalivelmente fará grandes progressos na vida espiritual. A aridez mandada pelo Senhor, é, além duma prova, uma graça preciosíssima a qual a alma, longe de desanimar, deve procurar corresponder com generosidade.

CAPÍTULO VI A presença de Deus