Professor Edley www.professoredley.com.br

Mercantilismo e Sistema Colonial

Mercantilismo

Mercantilismo Política Econômica do Estado Moderno O termo Mercantilismo é utilizado por alguns Economistas e historiadores para designar o conjunto de práticas econômicas que vigoraram em países da Europa Ocidental de meados do Século XV a meados do Século XVIII. Essas práticas variavam de país para país, mas tinham em comum o Objetivo de Fortalecer o Estado, em aliança com os Setores Comerciais.

Mercantilismo Práticas Mercantilistas Vejamos, então, algumas Práticas do Mercantilismo nas quais se pode observar essa tendência de Fortalecer o Papel do Estado na Economia. – Metalismo Enquanto, no Feudalismo, a Terra constituía o principal bem, no início da Idade Moderna a Riqueza de um Estado passou a ser medida pela quantidade de Metais Preciosos – Ouro e Prata – que ele possuía dentro de suas fronteiras. Assim, aumentar a quantidade de Metais Preciosos Internamente tornou-se um dos objetivos fundamentais dos Governos Mercantilistas e o Primeiro Princípio do Mercantilismo. – Balança Comercial Favorável Um dos principais meios utilizados pelo Estado para Acumular Riquezas (metais preciosos) era procurar manter uma Balança Comercial Favorável, isto é, as Exportações deviam Superar as Importações – Gerando Superávit.

Mercantilismo – Protecionismo Para conseguir que a Balança Comercial fosse Favorável, o Estado devia adotar uma série de Medias Protecionistas, como incentivar a produção interna de artigos (principalmente manufaturados, pois tinham maior valor) que pudessem concorrer vantajosamente no Exterior. O Estado devia também, dificultar a entrada de produtos concorrentes, a fim de resguardar o seu Mercado Interno e o de suas Colônias (as Terras em outros continentes Conquistadas pelo País Europeu em questão). O Protecionismo se fazia por meio da Política Alfandegária (aumento ou redução dos Tributos sobre Importação ou Exportação). – Intervencionismo Estatal Para poder concretizar os princípios citados anteriormente, o Estado tinha que Intervir na Economia, tanto na Fixação das Tarifas Alfandegárias como no Estímulo às Empresas Manufatureiras e ao Industrialismo, no Controle dos Preços e da Quantidade de Mercadorias Comercializadas, entre outras medidas.

A Palavra Mercantilismo O termo Mercantilismo foi cunhado por seus críticos no Século XVIII, ou seja, muito tempo depois de aparecer como prática econômica. Consta que a palavra teria sido usada pela primeira vez pelo economista escocês Adam Smith (1723-1790) para refletir, de maneira depreciativa, às Políticas Econômicas Intervencionistas dos Governos de sua época e propor, em seu lugar, Políticas Liberais.

Mercantilismo Tipos de Mercantilismo Ao ser praticado pelos Governos dos Países Europeus, o Mercantilismo foi adquirindo características específicas em cada um deles, conforme a ênfase dada a um ou outro princípio econômico. Vejamos, então, uma classificação dos Três Tipos de Mercantilismo praticados nesse período em Três Países Distintos: – Metalismo Centrado na obtenção direta de Metais Preciosos, para enriquecer o Estado – também é chamado de Bulionismo. Foi aplicado por países que exploravam Minas de Ouro e Prata de suas Colônias, tendo a Espanha como principal exemplo. Bulionismo Termo de origem Inglesa (bullion = lingote de ouro, prata) que se aplica à situação econômica na qual a riqueza de um país está respaldada em Metais Preciosos, principalmente Ouro e Prata.

Mercantilismo Devido à grande quantidade de Ouro e Prata que obtinham de suas Colônias na América, os Espanhóis não procuraram tanto desenvolver manufaturas em condições de fornecer Produtos para o Mercado Europeu. Donos de expressivos tesouros, acabavam Importando de outras Nações, por altos preços, os produtos manufaturados de que necessitavam. – Industrialismo Centrado no desenvolvimento da Produção Manufatureira, utilizava matérias-primas das Colônias para conseguir uma Balança Comercial Favorável. Originou-se na França, sendo também denominado Colbertismo (termo derivado do sobrenome do Ministro das Finanças Jean-Baptiste Colbert).

Mercantilismo – Comercialismo Centrado no fortalecimento do Comércio como estratégia de enriquecimento do Estado. Foi a política desenvolvida inicialmente na Inglaterra,que privilegiou o controle do transporte marítimo dos produtos que saíam dos portos ingleses ou lá entravam. Com uma Marinha poderosa, os Ingleses passaram a dominar o Comércio Internacional. Posteriormente, no entanto, os Governos da Inglaterra adotaram também Políticas de Desenvolvimento da Indústria, ou seja, Mercantilismo Industrialista.

Sistema Colonial

Sistema Colonial A Dominação das Metrópoles Sobre as Colônias Seguindo as concepções Mercantilistas, diversos Estados Europeus, conforme acabamos dever, passaram a Acumular Metais Preciosos e a Proteger seus produtos para obter uma Balança de Comércio Favorável. Como decorrência, podemos deduzir que houve um choque de interesses econômicos entre eles, pois começaram a disputar entre si Mercados para vender seus produtos. Era o Problema da Concorrência... Para essa questão, os Estados com Possessões Coloniais como Portugal e Espanha, encontraram uma saída: Passara a exercer um domínio sobre suas colônias de modo que pudessem obter vantagens econômicas, se possível, exclusivas.

Sistema Colonial Características Gerais Assim, ao longo do processo de colonização, essas Metrópoles foram implantando uma série de instrumentos que,no fundo, buscavam controlar o Comércio Colonial, impondo Preços e Produtos e, com isso, alcançar Maiores Lucros. Segundo a interpretação do historiador Fernando A. Novais, foi no contexto do Mercantilismo que se desenvolveu, como Peça Fundamental, o chamado Sistema de Exploração Colonial. Características Gerais O Colonialismo Mercantilista baseava-se no relacionamento entre uma metrópole e a região por ela Dominada, a Colônia. A Relação Político-Econômica da Metrópole sobre a Colônia seguia certas Linhas Gerais: – Produção Complementar A economia da Colônia era organizada em função da Metrópole, de tal maneira que a Colônia deveria atender ou complementar a produção, ou satisfazer os interesses da Metrópole.

Sistema Colonial Formação dos Impérios Coloniais – Monopólio Comercial A Metrópole impunha o “Direito Exclusivo” de fazer comércio com a região colonizada, Comprando os Produtos dela pelo Preço Mais Baixo e Vendendo-lhe as Mercadorias pelo Valor Mais Alto. Esse Monopólio foi instrumento relevante para que a Metrópole controlasse a vida econômica da Colônia. Formação dos Impérios Coloniais Com as Práticas Mercantilistas e o estabelecimento do Sistema de Exploração Colonial, diversas Nações Européias foram verdadeiros Impérios Coloniais. Primeiro, foram Portugal e Espanha; depois, França, Inglaterra e Holanda. Observe os mapas a seguir.

Sistema Colonial

Sistema Colonial

Colônias de Exploração e Colônias de Povoamento O processo de Colonização da América, iniciado no Século XVI,não foi igual em todas as partes do Continente. Nesse sentido, alguns historiadores costumam traçar o seguinte esboço geral: – Regiões de Clima Tropical Nas regiões de Clima Quente, as Metrópoles Européias estabeleceram um Rígido Sistema de Exploração Colonial, pois obtinham de suas Colônias Produtos Tropicais (cana-de-açúcar, algodão, tabaco) que não podiam se cultivados em Solo Europeu, devido ao clima temperado. Esses produtos eram depois Vendidos a Preços Elevados na Europa, onde eram escassos, garantindo Grandes Lucros. – Regiões de Clima Temperado Nas regiões de Clima Temperado (semelhante ao Europeu), o Sistema Colonial foi mais flexível, ou quase inexistiu pois nelas os Colonos só podiam desenvolver Culturas Semelhantes às que existiam na Metrópole.

Colônias de Exploração e Colônias de Povoamento Por isso, nessas áreas, acabou-se desenvolvendo um Tipo de Colonização mais voltado ao Povoamento. Assim, podemos dizer que se estabeleceram Dois Tipos Básicos de Colonização no continente americano, que costumavam ser designados pelas seguintes expressões: Colônias de Povoamento e Colônias de Exploração. Nas Colônias de Povoamento, destacava-se uma produção econômica mais voltada para o Consumo Interno da Colônia (embora houvesse também Produção para Exportação), havendo a predominância das Pequenas Propriedades Rurais. Nas Colônias de Exploração, destacava-se uma produção mais voltada para o Mercado Externo (embora também se produzisse para o Mercado Interno), vinculada à existência de Grandes Propriedades Escravistas.

Colônias de Exploração e Colônias de Povoamento Em resumo: – Colônias de Exploração Tipicamente enquadradas na estrutura do Sistema Colonial Mercantilista. Exemplos: Brasil e regiões da América colonizadas pela Espanha. – Colônias de Povoamento Não se enquadram na estrutura do Sistema Colonial Mercantilista. Exemplos: Norte e Centro do litoral atlântico dos atuais Estados Unidos, colonizados por Imigrantes Ingleses.

Referência Bibliográfica COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 1 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010. VAINFAS, Ronaldo. Mercantilismo: Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808) – Rio de Janeiro, Objetiva, 2000. JAGUARIBE, Hélio. Um Estudo Crítico da História – São Paulo, Paz e Terra, 2001. SILVA, Janice Theodoro da. Descobrimentos e Renascimento – São Paulo, Contexto, 1991. Wikipedia.org

Professor Edley www.professoredley.com.br