Uso não agrícola do lodo das ETEs

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Transcrição da apresentação:

Uso não agrícola do lodo das ETEs Nome : Guilherme Piegas Henrique Venzke Fernando Moraes Ricardo Tura

O aproveitamento dos lodos de estações de tratamento de esgotos para uso como material alternativo, inclusive incorporação em materiais de construção civil, não é novo e tem dado certo em vários países do Primeiro Mundo.  

A prática da reciclagem através da utilização de resíduos industriais como principal componente na fabricação de materiais de construção civil, pode trazer inúmeros benefícios ambientais, pois, substitui a utilização de recursos naturais por resíduos reciclados. Estima-se que o setor da construção civil é responsável pelo consumo de até 75% dos nossos recursos naturais, o que a torna uma consumidora em potencial de grande parte dos resíduos gerados nos diferentes setores industriais.

Uso não agrícola - Cobertura de aterros sanitários(EUA) - Cimenteira (EUA, Japão, Alemanha, Inglaterra) - Revestimento cerâmico (Japão, Espanha) - Siderurgia (Holanda) - Cerâmica Vermelha (EUA, China, Espanha, Inglaterra, Índia, Portugal, Holanda, Brasil) - Recuperação de áreas degradadas, áreas de mineração (EUA, Austrália)

Leitos de secagem do lodo

Uso na construção civil A utilização de lodos de estações de tratamento de esgotos como matéria-prima na indústria cerâmica é uma prática que vem sendo adotada em vários países (Alemanha, Espanha, EUA e Japão, dentre outros). Apresenta uma série de vantagens em relação a outros tipos de uso, pois as operações inerentes à industria cerâmica (fornos com altas temperaturas) fazem com que os riscos sanitários se reduzam ao mínimo. 

Como principais vantagens do uso de lodos como matéria prima da indústria cerâmica cabe destacar: destinação ambientalmente segura para resíduos potencialmente perigosos (lodos); menor gasto de energia, transporte e fabricação e menor utilização dos recursos naturais. Assim, o uso de lodo na industria cerâmica pode ser uma solução economicamente viável para aqueles lodos que não apresentem tratamento sanitário adequado para outros tipos de uso.

Experiências européias levaram à elaboração do Ecobrickò, um novo material cerâmico utilizável em construção, a partir de uma mistura de lodos de estações de tratamento de esgoto e argila. Nesses estudos comprovou-se que a fração de matéria orgânica presente nos lodos desaparece nos processos de fabricação da cerâmica, criando uma porosidade que pode melhorar as propriedades do material.

ESTUDO DE CASO UTILIZAÇÃO DE LODO DE ETE NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS COMPOSTOS CERÂMICOS Universidade Federal do Paraná – Centro Politécnico – Laboratório de Tecnologia Ambiental

RESUMO Este trabalho visa o desenvolvimento de cerâmica vermelha a partir de resíduos industriais como alternativa de reciclagem para as empresas geradoras. Os resíduos industrias que neste trabalho foram utilizados como matéria prima foram: lodo de ETE, micro esferas de vidro de jateamento, sais de neutralização de ácidos de baterias e argila.

A cerâmica elaborada com a concentração máxima de resíduos (80%), destes, utilizando 50% de lodo de ETE apresentou uma resistência máxima a flexão de 10,8 MPa a 1000°C, com o aumento da temperatura para 1050°C houve um decréscimo da resistência para 9,6 MPa. As amostras das cerâmicas foram submetidas à análise de raios-X difratometria e verificou-se a formação de novas estruturas minerais que não constavam nas matérias primas iniciais. A nova cerâmica apresentou um alto valor de resistência mecânica, o que torna possível e viável a utilização destes resíduos para a produção de cerâmica vermelha.  

Materiais e Métodos A pesquisa experimental deste trabalho foi realizada em três etapas: caracterização das matérias primas (lodo de ETE, sais de neutralização, micro esferas de vidro e argila); preparação e estudo dos melhores corpos de prova, com diferentes proporções dos resíduos em diferentes temperaturas de queima; e, por último, caracterização e avaliação das propriedades mecânicas do novo composto cerâmico.  

Os corpos de prova foram elaborados com diferentes proporções dos resíduos (80%,75% e 65%), homogeneizados manualmente, umedecidos no nível de 10% e compactados com força de 23 MPa por 45 segundos, secos em estufa à temperatura de 100°C até atingirem seus pesos constantes e queimados em diferentes temperaturas entre 900° e 1050°C durante seis horas. Estas amostras foram submetidas posteriormente a diversos ensaios para determinar: resistência mecânica à flexão, retração linear e absorção de água.

Resultado do Experimento Após caracterizar todos os componentes e com base no conhecimento teórico sobre os processos de formação de estruturas de materiais cerâmicos foi preparada uma série de corpos-de-prova com diferentes percentagens, variando a concentração total de resíduos de 65% a 80%, destes, foram selecionados os corpos de prova que apresentaram melhor resistência mecânica nas distintas temperaturas de queima. A cerâmica elaborada com 80% de resíduos, destes, utilizando 50% de lodo de ETE apresentou uma resistência crescente entre 900°, 950° e 1000°C, onde apresentou uma resistência máxima a flexão de 10,8 MPa. Com o aumento da temperatura para 1050°C houve um decréscimo da resistência de 1,2MPa.

CONCLUSÕES A nova cerâmica apresentou um alto valor de resistência mecânica, o que torna possível e viável a utilização destes resíduos para a produção de cerâmica; A utilização de resíduos na fabricação de cerâmica fará com que haja uma redução do consumo de matérias primas naturais e também redução dos custos de recomposição de áreas com vegetação nativa. Quanto aos aspectos microbiológicos, estes não implicam em riscos sanitários quanto a utilização dos lodos como matéria prima da indústria cerâmica, visto que as operações inerentes à atividade e as altas temperaturas dos fornos, minimizam os riscos oriundos do reúso.