Pré-Modernismo 1902-1922.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Quem quer que sejas, onde quer que estejas Diz-me se é este o mundo que desejas
Advertisements

PRÉ-MODERNISMO BRASILEIRO ( )
Augusto dos Anjos (1884 – 1914).
O Romance Experimental
Os sertões Euclides da Cunha.
Oswald de Andrade.
Memórias de um Sargento de Milícias
Pré-Modernismo O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu.
Pré-Modernismo Período de abrangência: 1902 a 1922.
Pré-Modernismo Profª. Mara Magaña.
Pré-Modernismo EE CORONEL CALHAU.
Textos narrativos ficcionais e textos poéticos. Michele Picolo
AUGUSTO DOS ANJOS “À primeira vista, parece que o homem é doido, mas não é!” Osório D. Estrada CLICAR.
Pré-Modernismo.
REDAÇÃO Em primeiro lugar (...), pode-se realmente “viver a vida” sem conhecer a felicidade de encontrar num amigo os mesmos sentimentos? Que haverá de.
Chiara Lubich – Abril de 2010
Criação: Marlos Urquiza Cavalcanti
Pré-modernismo.
Pré-Modernismo Vanguardas europeias
PRÉ- MODERNISMO.
A música nativa gaúcha está repleta de
Monteiro Lobato (1882 – 1948) Principal obra: Urupês (1918)
Augusto dos Anjos (1884 – 1914).
Os sertões Euclides da Cunha
AUTORES EM BUSCA DE UM PAÍS
Características Gerais:
A transição literária do século xx
A transição literária do século xx
Teses e Argumentos CASDVest 2014.
PRÉ - MODERNISMO INÍCIO DO SÉC. XX.
PRÉ-MODERNISMO.
Senhor é bom estarmos aqui!
PRÉ-MODERNISMO daniele leite.
O PRÉ-MODERNISMO Profª Vivian Trombini.
Uma Carta De Amor Uma Carta de Amor.
Literatura PRÉ-MODERNISMO
Literatura Brasileira
PRÉ-MODERNISMO Uma introdução Daniele Leite de Morais
Movimento Modernista Literatura - Harriet.
Lima Barreto ( ).
E.E. Leontino A. Oliveira ALUNOS: Bruna, Caroline, Izadora e Lucas
SALMO 35 Tu livras o fraco dos inimigos fortes demais para ele!
Hebreus 2 A Superioridade de Cristo a tudo e todos
DEZ TOQUES PARA A SABEDORIA
Luiza Monteiro.
REALISMO.
Pré-modernismo no Brasil
Literatura Pré-modernismo.
Os sertões Euclides da Cunha.
Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria. Salmo NVI
TEXTO 1: A história da formação do pensamento sociológico brasileiro
 A Bíblia inteira nos foi dada por inspiração de Deus, e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado em.
Os sertões Euclides da Cunha
Prof. Fernando Pucharelli
Pré-Modernismo Literatura.
Capitães da Areia Jorge Amado.
GRAÇA ARANHA, AUGUSTO DOS ANJOS E lima barreto
PRÉ-MODERNISMO.
O BRASIL ANTES DA SEMANA DE ARTE MODERNA.
Augusto dos anjos “EU”.
O Pré-Modernismo No início do século XX, a literatura brasileira atravessava um período de transição. De um lado, ainda era forte a influência das tendências.
Prof. Ms. Chico Arruda. Carnaval na Avenida Central, atual Av. Rio Branco, Rio de Janeiro, 1907.
MOVIMENTO PRÉ-MODERNISTA – 1902
 PERÍODO HETEROGÊNEO  CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL  LUTA E INSATISFAÇÃO  TRAÇO INDIVIDUAL, MAS...  MARGINALIZADOS E EXCLUÍDOS  Antecipa eventos da.
Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. Decálogo: "Êxodo", cap. XX, v. 12.
Teófilo Leite Beviláqua
DE SERTÕES E SERTANEJOS Leitura obrigatória: Walnice Nogueira Galvão, “Euclides da Cunha, Os sertões”, em Introdução ao Brasil. Um banquete no trópico,
Honrai a vosso pai e a vossa mãe
Pré-Modernismo.
Transcrição da apresentação:

Pré-Modernismo 1902-1922

Pré-Modernismo Período de abrangência: 1902 a 1922 (da publicação de Canaã, de Graça Aranha, e de Os sertões, de Euclides da Cunha, até a realização da Semana de Arte Moderna) Período eclético: mistura de várias tendências do século XIX e relativa antecipação de técnicas típicas do século XX. grupo passadista (parnasianos e simbolistas retardatários) grupo renovador (sob variadas linguagens, com predomínio da prosa neo-realista, um conjunto de escritores – sem um projeto comum – tenta olhar para o país de uma forma mais ou menos crítica.

1. Euclides da Cunha – Os sertões Relato sobre a guerra de Canudos travada entre sertanejos fanáticos e soldados do exército; A base fatual do relato são as reportagens que E.C. enviou para o jornal durante o confronto. A obra se divide – de acordo com as teses deterministas que a delimitam (Taine: meio, raça e momento) em A terra – O homem – A luta.

As teses cientificistas de E. C As teses cientificistas de E. C. estão mais presentes nas duas primeiras partes da obra. Em O homem, o sertanejo é apresentado, simultaneamente, como uma "sub-raça", "raça degenerescida" e como um "forte", um "titã de cobre". A luta – parte mais importante – é uma mescla de texto científico, resgate histórico, reportagem jornalística, narrativa romanesca, análise da guerra, denúncia da chacina dos sertanejos e uma profunda interpretação do Brasil. A percepção da guerra como tradução da existência de dois Brasis – um civilizado e moderno e outro arcaico e primitivo – dois Brasis sem unidade, sem um núcleo comum, constitui a grande colaboração de E. C. para a consciência dos brasileiros da época a respeito do seu próprio país. Não esqueça: A linguagem – extraordinariamente elaborada, ornamental, difícil, poética, barroca em suas antíteses, em suas metáforas e em seus paradoxos – é o que confere caráter literário ao texto.

Os sertões "O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário(...). É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasimodo (...) é o homem permanentemente fatigado (...) Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude (...) No revés o homem transfigura-se . (...) e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias."

2. Lima Barreto Relatos neo-realistas, de estilo simples, mais ou menos desleixados na linguagem. Valorização da vida suburbana e das camadas pobres do Rio de Janeiro Caricatura dirigida aos poderosos da época (políticos e letrados, em especial) Ironia corrosiva ao nacionalismo ufanista Denúncia dos preconceitos sociais e de cor (o autor era mulato)

Lima Barreto - Triste fim de Policarpo Quaresma Relato centrado em um burocrata visionário, dominado por formulações de nacionalismo ufanista e que, por isso, crê piamente na grandezas convencionais da nação. A narrativa é a da perda progressiva de seus ideais, perseguidos e destroçados pela realidade, como, por exemplo, a sua fracassada experiência agrícola e a sua consciência da brutalidade das elites, após o episódio da Revolta da Armada (1893). Por protestar contra a violência do próprio governo que ajudara a defender, Policarpo Quaresma será preso e fuzilado.

Triste fim de Policarpo Quaresma "Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se vêem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma -- usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani, como língua oficial e nacional do povo brasileiro.

O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam em favor de sua idéia, pede vênia para lembrar que a língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a emancipação política do país requer como complemento e consequência a sua emancipação idiomática.

Demais, Senhores Congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima, aglutinante, é verdade, mas a que o polissintetismo dá múltiplas feições de riqueza, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da organização fisiológica e psicológica para que tendemos, evitando-se dessa forma as estéreis controvérsias gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma língua de outra região à nossa organização cerebral e ao nosso aparelho vocal -- controvérsias que tanto empecem o progresso da nossa cultura literária, científica e filosófica. Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida e cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade P. e E. deferimento".

3. Augusto dos Anjos - Eu Poesia com traços parnasianos, simbolistas e pré-modernistas. Os aspectos pré-modernistas estão presentes em alguns versos de extremo coloquialismo e na incorporação da temática da "sujeira da vida" e do grotesco, muito comuns na poesia moderna. Utilização freqüente de termos científicos da medicina e da biologia, de acordo com as tendências naturalistas/evolucionistas vindas do século XIX.

AUGUSTO DOS ANJOS Apresenta uma obsessão pela morte, nas formas mais degradadas que ela pode apresentar: podridão da carne, cadáveres fétidos, corpos decompostos, vermes famintos e fedor de cemitérios. Dominada pelo pessimismo schopenhauriano niilismo, a poesia de Augusto dos Anjos questiona a falta de sentido da existência e verte um nojo amargo e desesperado pelo fim inglório a que a natureza nos condena. A angústia diante da morte transforma-se numa espécie de metafísica do horror: o homem não passa de matéria que acaba, que entra em putrefação e que depois desaparece.

Psicologia de um Vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme - este operário das ruínas - Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

Versos Íntimos Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!

Budismo Moderno Tome, Dr., esta tesoura, e... corte Minha singularíssima pessoa. Que importa a mim que a bicharia roa Todo o meu coração, depois da morte?! Ah! Um urubu pousou na minha sorte! Também, das diatomáceas da lagoa A criptograma cápsula se esbroa Ao contato de bronca destra forte! Dissolva-se, portanto, minha vida Igualmente a uma célula caída Na aberração de um óvulo infecundo; Mas o agregado abstrato das saudades Fique batendo nas perpétuas grades Do último verso que eu fizer no mundo!

Idealização da humanidade futura Rugia nos meus centros cerebrais A multidão dos séculos futuros — Homens que a herança de ímpetos impuros Tornara etnicamente irracionais! — Não sei que livro, em letras garrafais, Meus olhos liam! No húmus dos monturos, Realizavam-se os partos mais obscuros, Dentre as genealogias animais! Como quem esmigalha protozoários Meti todos os dedos mercenários Na consciência daquela multidão... E, em vez de achar a luz que os Céus inflama, Somente achei moléculas de lama E a mosca alegre da putrefação!

4. Monteiro Lobato Literatura geral (adulta): Urupês, Cidades mortas, Negrinha. contos com ênfase em soluções patéticas, macabras ou anedóticas estrutura do conto e de linguagem presa ao modelo realista tradicional registro da zona cafeicultura decadente do interior paulista (Cidades mortas) criação da figura do caboclo brasileiro (o caipira) – Jeca Tatu

Literatura infanto-juvenil: O sítio do pica-pau amarelo. mescla de fantasia, realidade e informação; presença de um cenário típico do interior brasileiro (o sítio)

5. Graça Aranha Canaã: Romance de tese (ou de idéias ou ainda romance-ensaio), centrado no debate ideológico entre dois imigrantes alemães, Milkau e Lentz, recém chegados ao Espírito Santo. Há uma discussão sobre o futuro da sociedade brasileira, discussão esta centrada nas idéias de clima e de raça. A linguagem da obra tem certos acentos impressionistas. Simpatizou com o grupo Modernista de São Paulo e apadrinhou a Semana de Arte Moderna.