Prof. Unaí Tupinambás Faculdade de Medicina Serviço DIP – HC/UFMG

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Transcrição da apresentação:

Prof. Unaí Tupinambás Faculdade de Medicina Serviço DIP – HC/UFMG Diante da pandemia de influenza desencadeada pela circulação, entre seres humanos. Do novo vírus da influenza A(H1N1) e com base no conhecimento atual sobre a disseminação mundial deste novo vírus, o Ministério da Sáude vem elaborando protocolos de atendimento e enfrentamento desta nova doença. A situação epidemiológica atual (julho-09) no Brasil e no mundo, caracteriza-se por uma pandemia com predominância de casos clinicamente leves e com e com baixa letalidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a pandemia para nível 6(veremos slide mais adiante). Recentemente (dia 16/07) o governo brasileiro através pronunciamento do Ministro da Saúde (MS) declarou que o Brasil apresentava perfil de epidemia sustentada, ou seja, o vírus circulava livremente no país, notadamente em Sao Paulo e no Rio Grande do Sul. Diante deste cenário o MS, de acordo com as orientações da OMS, vem adotando medidas para prevenir a ocorrência das formas graves da infecção e o óbito. Lembramos que a grnde maioria dos casos sào leves, muuito semelhantes aso casos de uma gripe comum. Prof. Unaí Tupinambás Faculdade de Medicina Serviço DIP – HC/UFMG

09 de março: Misteriosa doença « influenza-simili » teria acometido 60% dos 3.000 habitantes de La Gloria (Veracruz), no México, com dois óbitos. 02 de abril: Possível papel da fazenda de porcos « Granjas Carroll » na epidemia. 21 de abril: Relato feito pelo Morbidity and Mortality Weekly Report  dois casos na Califórnia de infecção humana por um novo vírus influenza A de origem suína (H1N1). 22 e 24 abril: Vários casos do mesmo vírus confirmados no México. 24 e 25 de abril: OMS notifica países membros, e declara situação de emergência para a saúde pública mundial Este diapositivo mostra o dinamismo desta nova doença. Desde o relato do primeiro caso até a declaração de uma pandemia passaram-se apenas 3 meses. Os vírus influenza são compostos de RNA de hélice única, da família dos Ortomixovírus e subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade antigênica. Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus influenza A. As principais características do processo de transmissão da influenza são: alta transmissibilidade, principalmente em relação à influenza A; maior gravidade entre os idosos, as crianças, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas;  rápida variação antigênica do vírus influenza A, o que favorece a rápida reposição do estoque de susceptíveis na população; apresenta-se como zoonose entre aves selvagens e domésticas, suínos, focas e eqüinos que, desse modo, também constituem-se em reservatórios dos vírus. Outras informações podem ser encontradas no Guia de Vigilância Epidemiológica da Influenza/Ministério da Saúde. 27 de abril: Primeiros casos suspeitos no HC-UFMG 3 meses 11 de junho: Pandemia (OMS)

Khan K et al. N Engl J Med 2009;10.1056/NEJMc0904559

As seis regiões da OMS Fase 5 Surto sustentado em dois ou mais países de uma região da OMS. Demais áreas com casos « importados » Fase 6 Achados da fase 5, mais acometimento de pelo menos um país de outra região da OMS.

Características de uma pandemia de influenza (cenário sem vacina eficaz) Mudança antigênica do vírus 25% da população é acometida (mortalidade variável) - Predomínio de doença grave em jovens (50% óbitos-1918) Ondas sucessivas Progride entre estações - Transmissibilidade elevada - Impacto variável em diferentes regiões do mundo Metade dos 50 milhões de óbitos em 1918-1919 ocorreu em jovens

Lições das pandemias passadas Subtipo Período Letalidade Mortes (milhões) 1. Gripe Espanhola H1N1 1918-1919 2%-3% 20-50 2. Gripe Asiática H2N2 1957-1963 <0,2% 1-4 3. Gripe de Hong Kong H3N2 1968-1970 <0,2% 1-4 4. Gripe A (H1N1) H1N1 2009-? 0,48 12.799-? Na influenza sazonal, 5% a 15% da população é acometida. Na pandemia 25% pode ser acometida. As três pandemias conhecidas parecem ter sido causadas por vírus resultante da combinação de influenza humano e aviário. Elas se deram ao longo de 6 a 9 meses. A atual ocorreu em praticamente 3 meses! Todos esperavam que a pandemia de gripe viesse da Asia… Waves: adaptation of the virus to its new host, demographic or geographic variation, seasonality, and the overall immunity of the population Reproductive cases: em 1918 era 2 and 5, as compared with the average of 1.3 for seasonal influenza. BMJ, 26 de maio: Anne Schuchat, director of the National Center for Immunization and Respiratory Diseases, said that the official figure for the US was probably the “tip of the iceberg” and estimated that more than 100 000 people in the US were now infected with the virus. Letalidade da influenza A H1N1 (13.06) Geral: 0,48% (29.669 casos e 145 mortes) México: 1,73% (6.241 casos e 108 mortes) Geral, sem o México: 0,15%.

Taxa de mortalidade e distribuição de óbitos confirmados laboratorialmente em 2009

Situação no Brasil

+ - O mundo mais bem preparado? Transporte mundial Rede comunicação Mobilização inédita - Resposta científica - Aprendizado outras pandemias Produção vacina Transporte mundial Urbanização Densidade demográfica - População vulnerável Distribuição renda + - O CDC nos EUA desenvolveram um teste de biologia molecular – real time PCR para detectar a influenza sazonal A, B, H1, H3 e H5 aviario. Foi aprovado pelo FDA e distribuido para a Agencia de Saude dos EUA e para a OMS (rede de pesquisa para influenza). Novos primers destes testes foram desenvolvidos para detectar a nova cepa do virus ifluenza A H1N1. O OMS tem uma rede com mais de 120 centros nacionais em 90 países para monitorar e isolar o virus da influenza em cada região do globo. O Problemas potenciais se a pandemia se tormar grave e disseminada: nao teremos tempo para produção de vacina em larga escala. Potencial para produção de vacinas para a primeira onda é muito limitado.

Ambulatório H1N1 – HC- UFMG data início: 26/06

Obrigado!