SENADO FEDERAL - BRASÍLIA / DF, 30/09/2009

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Transcrição da apresentação:

SENADO FEDERAL - BRASÍLIA / DF, 30/09/2009 V SEMINÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE NO BRASIL: CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO SENADO FEDERAL - BRASÍLIA / DF, 30/09/2009 Palestras e Debates Jófilo Moreira Lima Júnior Diretor Técnico da FUNDACENTRO V SEMINÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE NO BRASIL CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO SENADO FEDERAL, BRASÍLIA - DF (06/12/07) Apoio: Patrocínio:

SENADO FEDERAL - BRASÍLIA / DF, 30/09/2009 V SEMINÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE NO BRASIL: CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO SENADO FEDERAL - BRASÍLIA / DF, 30/09/2009 Gostaria inicialmente de cumprimentar os membros da mesa e o “Programa Ação Responsável” do Governo Federal, bem como à entidade patrocinadora, PETROBRÁS, com o apoio do Congresso Nacional, Ministério da Saúde, INCA, OPAS, PNUD, OIT E Interlegis, responsável pela realização do “V Seminário Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente no Brasil – Câncer Relacionado ao Trabalho”.

Missão: Produção de conhecimentos que contribuam para a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores, visando ao desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, eqüidade social e proteção do meio ambiente A FUNDACENTRO, entidade que presidimos, é uma Instituição vinculada ao MTE, que tem como missão a produção de conhecimentos que contribuam para a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores, visando ao desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, eqüidade social e proteção do meio ambiente.

Tripartismo: GOVERNO EMPRESÁRIOS TRABALHADORES Foi criada em 1966 e atua dentro dos princípios do tripartismo, tendo conselho curador como sua instância máxima estando nele representados, além do governo, trabalhadores e empresários por meio de suas entidades representativas. Datam da fase inicial da Entidade, os primeiros estudos e pesquisas realizados no país sobre a bissinose, exposição de trabalhadores que operam marteletes pneumáticos, a ruídos e vibrações, exposição ocupacional ao chumbo e sobre a exposição de trabalhadores à sílica nos ambiente de trabalho da indústria cerâmica. Graças a um laudo emitido pela FUNDACENTRO, que pela primeira vez, um caso de câncer ocupacional (por exposição ao benzeno) foi reconhecido no país pela Previdência Social. TRABALHADORES

Causas determinantes: Tabagismo; Consumo; Excessivo de álcool; Obesidade; Exposições ambientais/ocupacionais; E outros. Estima-se que 2/3 dos casos de câncer têm nos fatores ambientais, a principal causa determinante, como por exemplo o tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, exposições ambientais/ocupacionais e outros. Isoladamente, o tabagismo e o excesso de peso aparentam ser as principais causas ambientais de câncer. Entretanto, mesmo sendo o tabagismo o principal fator ambiental isolado, ele não se correlaciona com o aumento na incidência de alguns tipos de câncer que ocorreram recentemente, tais como o melanoma, linfomas, câncer de testículo, cérebro e da medula óssea.

International Agency for the Research of Câncer (IARC) programa de classificação de substâncias 89 substâncias foram classificadas como cancerígenas (Grupo 1), 64 como prováveis (Grupo 2A) 264 como possíveis (Grupo 2B). A International Agency for the Research of Câncer (IARC), tem um programa de classificação de substâncias, misturas de substâncias e indústrias em que há evidências de aumento do risco de câncer. Até o ano de 2003, 89 substâncias foram classificadas como cancerígenas (Grupo 1), 64 como prováveis (Grupo 2A) e 264 como possíveis (Grupo 2B). Dentre estas, muitas delas são agentes tipicamente ocupacionais, ou, que podem ser encontrados com freqüência no ambiente de trabalho. A Tabela 1 trás uma comparação destes achados:   ano de 2003

Nº de agentes cancerígenos classificados pelo IARC   International Agency for the Research of Câncer (IARC)    Grupos Nº de agentes cancerígenos classificados pelo IARC Nº de agentes considerados como Ocupacionais (Siemiatycki et al, 2004) 1 89 28 2A 64 27 2B 264 113 Tabela 1. Número de agentes cancerígenos classificados pelo IARC até 2003 e número dos mesmos considerados como ocupacionais.    Número de agentes cancerígenos classificados pelo IARCNúmero de agentes considerados como Ocupacionais (Siemiatycki et al, 2004)Grupo18928Grupo 2A6427Grupo 2B264113  Os principais agentes cancerígenos ocupacionais estão listados abaixo (Tabela 2)  

Principais cancerígenos ocupacionais Agente Câncer Agentes Físicos Radiações ionizantes Radiação solar   Ósseo, pulmão, outros Pele Poeiras e Fibras Asbesto Sílica Poeiras de madeira Pulmão, Pleura, Peritôneo, Pericárdio, Laringe Pulmão Seios da face Metais Cromo Berílio Cádmio Níquel Combustíveis fósseis Benzeno Xisto Medula óssea Monômeros Cloreto de Vinila Fígado Pesticidas Óxido de etileno Dioxina Linfomas Outros Ácidos fortes Laringe Tabela 2. Principais cancerígenos ocupacionais (lista resumida)   Agente: Agentes Físicos, Radiações ionizantes e Radiação solar Câncer: Ósseo, pulmão, Pele e outros Agente: Poeiras e Fibras Asbesto Sílica Poeiras de madeira   Câncer: Pulmão, Pleura, Peritôneo, Pericárdio, Laringe e Seios da face Agente: Metais, Cromo, Berílio, Cádmio e Níquel  Câncer: Pulmão Agente: Combustíveis fósseis, Benzeno e Xisto Câncer:  Medula óssea, Pele Agente: Monômeros, Cloreto de Vinila.   Câncer: Fígado Agente: Pesticidas Óxido de etileno Dioxina    Câncer: Linfomas Outros Agente: Ácidos fortes   Câncer: Laringe

Indústrias e Ocupações (algumas) avaliadas pelo IARC como Grupo 1 Indústria ou Ocupação Substância suspeita Câncer Produção de Alumínio Aminas aromáticas Pulmão, Bexiga Ind. De Calçados Poeira de couro,Benzeno Leucemia, seios da face Gaseificação de carvão Solvente aromático, alcatrão Pele, Pulmões, Bexiga Móveis Poeira de madeira Nasal e Seios da Face Fundição de ferro e Aço Solventes aromáticos, Fumos metálicos Pulmão Ind. da Borracha Aminas aromáticas, solventes Bexiga, Laringe, estomago, leucemia, pulmão Pintores Várias Pulmão, bexiga, estomago   Esta terceira tabela traz grupos de indústrias/ocupações com evidências de aumento de risco de câncer  avaliadas pelo IARC como Grupo 1     Indústria ou Ocupação Substância suspeita Câncer Produção de Alumínio Aminas aromáticas Pulmão, Bexiga Ind. De Calçados Poeira de couro,Benzeno Leucemia, seios da face Gaseificação de carvão Solvente aromático, alcatrão Pele, Pulmões, Bexiga Móveis Poeira de madeira Nasal e Seios da Face Fundição de ferro e Aço Solventes aromáticos, Fumos metálicos Pulmão Ind. da Borracha Aminas aromáticas, solventes Bexiga, Laringe, estomago, leucemia, pulmão Pintores Várias Pulmão, bexiga, estomago

Dados sobre câncer e ocupação no Brasil estudo caso-controle sobre riscos ocupacionais e câncer de pulmão aumento de risco significativo para trabalhadores de produção de máquinas industriais (metalurgia) trabalhadores da indústria cerâmica e têxtil Dados sobre câncer e ocupação no Brasil são escassos. Em 1998, Wunsch e cols publicaram um estudo caso-controle sobre riscos ocupacionais e câncer de pulmão, demonstrando um aumento de risco significativo para trabalhadores de produção de máquinas industriais (metalurgia) e para trabalhadores da indústria cerâmica e têxtil. Nestas últimas, o excesso só era significativo para trabalhadores com mais de 10 anos de atividade nas respectivas indústrias.   Em 1998, Wunsch e cols

crescimento dos casos de mesotelioma; Casos de câncer de pulmão e mesotelioma pleural associados ao asbesto já foram descritos na literatura nacional. crescimento dos casos de mesotelioma; pico epidêmico de mesoteliomas deva ocorrer entre os anos 2020-2030.   Casos de câncer de pulmão e mesotelioma pleural associados ao asbesto já foram descritos na literatura nacional. Nos últimos anos há um crescimento dos casos de mesotelioma e, pelo padrão de consumo de asbesto no Brasil prevê-se que o pico epidêmico de mesoteliomas deva ocorrer entre os anos 2020-2030.   Relacionamos as questões que consideramos relevantes para discussão referente ao câncer ocupacional no Brasil:

Implantação de um serviço de vigilância epidemiológica. Implementação da Convenção 139 da OIT (Câncer Ocupacional) já ratificada pelo Brasil;   Ampla divulgação; Implantação de um serviço de vigilância epidemiológica. Implementação da Convenção 139 da OIT (Câncer Ocupacional) já ratificada pelo Brasil; Ampla divulgação; Implantação de um serviço de vigilância epidemiológica, pelos órgãos competentes;  

Eliminação do asbesto Em toda sua cadeia (mineração, beneficiamento, transformação, consumo e resíduos, assim como a sua exportação para outros países) Eliminação do asbesto em toda sua cadeia (mineração, beneficiamento, transformação, consumo e resíduos, assim como a sua exportação para outros países)

Prevenção da exposição à sílica: As atividades desenvolvidas até o momento visam melhorar a prevenção primária da exposição à sílica, o que certamente contribuirá para a diminuição do risco de câncer na população exposta. Prevenção da exposição à sílica: As atividades desenvolvidas até o momento visam melhorar a prevenção primária da exposição à sílica, o que certamente contribuirá para a diminuição do risco de câncer na população exposta.

Em 2002, o Brasil aderiu ao Programa Global de Eliminação da Silicose da OIT / OMS. de silicose.  Atualmente, a FUNDACENTRO desenvolve um programa nacional de controle de exposições ocupacionais à sílica em grande número de atividades em que ela pode ser causadora Em 2002, o Brasil aderiu ao Programa Global de Eliminação da Silicose da OIT / OMS. Atualmente, a FUNDACENTRO desenvolve um programa nacional de controle de exposições ocupacionais à sílica em grande número de atividades em que ela pode ser causadora de silicose.  

Benzeno: leucemia mieloide aguda, Leucemias linfoma não Hodkin pulmão, etc.   Benzeno: O principal tipo de câncer relacionado ao benzeno é a leucemia mieloide aguda, mas há vários outros para os quais já existem estudos epidemiológicos indicando correlação: outros tipos de leucemias, linfoma não Hodkin, pulmão, etc. Desde o início da década de 80 vários sindicatos vêm se mobilizando pelo controle da exposição ocupacional a este agente químico, o que redundou em 1995 em um acordo coletivo nacional e nova legislação que proíbe o uso do benzeno em produtos acabados, sendo permitido a partir de 1 de dezembro de 2007 apenas 0,1% do agente na forma de impureza e estabelece critérios rigorosos para o controle da exposição nas indústrias químicas, petroquímicas e siderúrgicas onde não há condição para seu banimento.   Critérios rigorosos para o controle da exposição nas indústrias químicas, petroquímicas e siderúrgicas onde não há condição para seu banimento

Radiação Solar Tabagismo Radiação Solar: Deve ser feita campanha bem dirigida para a prevenção da exposição excessiva à radiação solar em atividades urbanas e rurais.   Tabagismo: Apoio às iniciativas de cessação do tabagismo e ampliação para o campo ocupacional A associação do fumo com a exposição ao asbesto é um fator de grande risco de câncer do pulmão.    

Muito Obrigado! A Fundacentro com o apoio do Ministro Carlos Lupi, vem cumprindo o seu papel, através dos seus estudos e pesquisas contribuindo significativamente com a prevenção do câncer relacionado ao trabalho no Brasil . Muito obrigado!