CASO CLÍNICO IDENTIFICAÇÃO M.J.P. Sexo feminino 69 anos de idade

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Advertisements

SINUSITE.
Caso clínico Identificação: M.N.L., 06 anos, sexo feminino, residente em Salvador-Ba, data de nascimento 26/12/2003, peso: 24kg. História da doença atual:
Colecistite Aguda: Manejo em Fevereiro de 2007
ABORDAGEM ENDOSCÓPICA DA LITÍASE DE COLÉDOCO
Caso Clínico Seção de Cirurgia Abdômino-Pélvica
Discussão Casos Clinicos Clínica Médica
Caso da Semana Dr Timotheos Wu Dr Murilo Rebechi
CONGRESSO MINEIRO DE NEFROLOGIA APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
Caso clínico 3  Identificação:
Caso clínico 2 Identificação:
SEMINÁRIO CIRURGIA 4º ANO Regente: Prof. Doutor M. Cardoso de Oliveira
HOSPITAL S. JOÃO SU 23 de Outubro de 2005
DOR ABDOMINAL Fisiopatologia Epidemiologia Clínica.
Homem de 37 anos, caucasiano
Caso 01 Paciente feminino, 11 anos de idade realizou exames radiográficos para iniciar tratamento ortodôntico Cisto ósseo traumatico Paciente femenino.
Gabriella Elia Mayra Nakano
Caso Clínico Fígado e Vias Biliares
Semiologia do Abdome israel figueiredo junior.
Colangiocarcinoma Bruno R Fonseca Gabriel F Neves Karen M Bobato
Colelitíase e colecistectomia
Dr. Renato Ferreira Estrella R1 _Medicina Esportiva
RETENÇÃO PROLONGADA DE VIDEOCÁPSULA RETENÇÃO PROLONGADA DE VIDEOCÁPSULA A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO XXVIII Reunião Anual NGHD Leitão C., Santos A.,
UMA CAUSA RARA DE COLESTASE HEPÁTICA
Caso Clínico: Icterícia a esclarecer
Colopatia por AINES XVIII Reunião Anual do NGHD
SÍNDROME DA PINÇA MESENTÉRICA SUPERIOR: A propósito de um caso clínico
Reunião Anatomoendoscópica
LINFOMA NÃO HODGKIN B MANTO GASTRINTESTINAL: Um diagnóstico raro
Radiologia Abdominal Obstrução Intestinal
Sessão anátomo-clínica
PAPEL DA ECOGRAFIA DE INTERVENÇÃO NO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DE UMA COLEÇÃO HEPÁTICA SERVIÇO DE GASTRENTEROLOGIA, HOSPITAL AMATO LUSITANO, ULS CASTELO.
Tratamento Endoscópico das Doenças Biliares e Pancreáticas
HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
Pseudoquistos pancreáticos: complicações raras e desfechos inusitados
ASCITE DE “NOVO” NA CIRROSE
UMA CAUSA POUCO FREQUENTE DE ABCESSO HEPATICO
Rodrigues J.; Barreiro P.; Chapim I.; Chagas C.. Espinha com 35 mm totalmente penetrada na parede gástrica removida endoscopicamente Serviço de Gastrenterologia,
Instantâneo Endoscópico
HEPATITE COLESTÁTICA - UM DESAFIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO –
Reativação de hepatite B - uma ameaça silenciosa -
Colangiografia Ecoendoscópica Terapêutica E quando o rendezvous falha?
VESÍCULA BILIAR A vesícula biliar é um saco membranoso, em forma de pêra, situado na face inferior do fígado (lado direito). É um órgão muscular no qual.
APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA
Caso Clínico.
Barbeiro S., Canhoto M., Martins C., Gonçalves C., Cotrim I., Arroja B., Silva F. e Vasconcelos H. Serviço de Gastrenterologia - Centro Hospitalar de Leiria.
Atelectasia Derrame pleural Área focal com aumento de densidade
AULA TEÓRICO-PRÁTICA/ SUPRA-RENAL
Diagnóstico Sinais e sintomas clínicos – colúria, acolia fecal, prurido cutâneo intenso Início súbito ou insidioso, febre (colangite), uso de drogas com.
PSEUDOCISTO DE PÂNCREAS
ICTERICIAS OBSTRUTIVAS
DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO
Saulo da Costa Pereira Fontoura R2 Clínica Médica
Departamento de Clínica Médica CASO CLÍNICO
Diagnóstico de Diferencial das Cefaléias e Algias Cranianas
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA ICTERÍCIA FEBRIL
COLECISTITE CLÍNICA E CIRURGIA.
SÍNDROMES COLESTÁTICAS
Gastroenterologia Clínica
Icterícia Obstrutiva Aline Bertoni Cecília Vidal Flávia Cappelli
Patologia das Vias Biliares
Doenças que podem ser evitadas pelo simples hábito de lavar as mãos
Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica Disciplina de Mecanismos Gerais da Doença 2º Módulo: O estudo da Doença 2013/14.
Caso Clínico Hospital das Clínicas – Clín UFPE
PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES
PATOLOGIA NASOSINUSAL
Seminário de Cirurgia Geral Alunos: Eduardo Assad Paulo Phillipe Moreira.
Nome: Anita Mendes Costa DIH: Diagnóstico: tumor cístico de pâncreas a/e Profissão: Procedência: Recife-PE P: 59,2kgAlt: 1,44 mIMC: 29 D2.
Transcrição da apresentação:

CASO CLÍNICO IDENTIFICAÇÃO M.J.P. Sexo feminino 69 anos de idade Caucasiana Residente em Rio Tinto ANTECEDENTES PESSOAIS HTA Patologia osteo-articular Angina pectoris?

História da doença Recurso ao S.U. em 13-Outubro-04 Há cerca de uma semana apercebera-se que a pele estava escurecida Desde há algumas semanas, vinha sentindo diminuição do apetite e astenia Esporadicamente, alguma dor epigástrica com irradiação para ambos os lados. Na apresentação no S.U., negava qualquer queixa álgica Desde o aparecimento da icterícia, começara a notar escurecimento acentuado da cor da urina e diminuição da cor das fezes, associado a prurido intenso, generalizado, particularmente a nível das palmas das mãos Ausência de febre

Exame físico Acentuada icterícia da pele e mucosas Múltiplas lesões de coceira dispersas por toda a pele Ausência de dor à palpação abdominal Sem ascite Vesícula biliar palpável e indolor

Exame físico Acentuada icterícia da pele e mucosas Múltiplas lesões de coceira dispersas por toda a pele Ausência de dor à palpação abdominal Sem ascite Vesícula biliar palpável e indolor (Curvoisier-Terrier)

Exames complementares de diagnóstico Estudo analítico Ecografia abdominal Tac abdominal CPRE (“colangiopancreatografia retrógrada endoscópica”) Coledocoscopia RMN abdominal Colangio-ressonância Ecoendoscopia Rx abdominal simples PTC (“percutaneous trans-hepatic colangiography”) Cintigrafia com HIDA

Exames complementares de diagnóstico Estudo analítico Ecografia abdominal Tac abdominal CPRE (“colangiopancreatografia retrógrada endoscópica”) Coledocoscopia RMN abdominal Colangio-ressonância Ecoendoscopia Rx abdominal simples PTC (“percutaneous trans-hepatic colangiography”) Cintigrafia com HIDA

Serviço de Urgência Ecografia abdominal: Dilatação das vias biliares intra-hepáticas e da via biliar principal em toda a sua extensão, atingindo 15,5 mm de calibre, sem contudo se observar uma causa obstrutiva endoluminal Proeminência do canal de Wirsung, com 2,5 mm de diâmetro Vesícula biliar muito distendida, com paredes finas, e sem imagens endoluminais anómalas Pâncreas de ecostrutura algo heterogénea, sem contudo serem aparentes imagens de massa, nomeadamente a nível cefálico Baço sem alterações Ausência de líquido livre intra-abdominal

Gamaglutamil transferase Serviço de Urgência Analiticamente Hgb 12.8 g/dl 12.0-16.0 Leucócitos 7.26 x 109/L 4.0-11.0 Neutrófilos 75.7 % 53.8-69.8 Glicose 3.16 g/L 0.70-1.10 Proteína C reactiva 30.4 mg/L <3.0 Bilirrubina total 50.5 mg/L 2.0-13.0 Bilirrubina directa 33.4 mg/L 0-3 AST 291 UI/L 15-37 ALT 667 UI/L 30-65 Fosfatase alcalina 1123 UI/L 50-136 Gamaglutamil transferase 1771 UI/L 5-55

Marcadores tumorais Antigénio carcino-embrionário (CEA) 2.5 ng/mL 0.0-3.0 CA 19.9 MEIA 74 U/mL 0-37 CA 19.9 ICMA 173 U/mL Antigénio CA 125 4 U/mL 0-35

TAC abdominal Nódulo cefalopancreático com 25 mm, condicionando colestase Sem evidência de lesões secundárias, a nível ganglionar Sem alterações nos restantes orgãos parenquimatosos Sem outras massas, líquido livre ou derrame pleural Relação da massa com estruturas adjacentes, nomeadamente: Veia cava Veia porta Vasos mesentéricos superiores Estômago Características da via biliar principal e do canal de Wirsung

TAC abdominal

TAC abdominal

TAC abdominal

CPRE Fazer ou não ?

CPRE Papila polipóide com sugestão de “invasão” peripapilar de D II Ducto pancreático peripapilar irregular Estenose filiforme da porção pancreática da via biliar principal Efectuada esfincterotomia e colocação de prótese biliar recta de 10 Fr/ 7 cm

CPRE

CPRE

CPRE

CPRE

Biópsia Fazer ou não ?

Decisão Problemas Procedimentos Ressecabilidade Curabilidade Obstrução biliar Obstrução digestiva Risco cirúrgico Procedimentos Necessidade de drenagem biliar, com colocação de “stent” Plástico Metálico Necessidade de anastomose digestiva Exploração cirúrgica Duodenopancreatectomia Derivações Biliar Digestiva

Submetida a exploração cirúrgica 9 Novembro 2004 Submetida a exploração cirúrgica Achados operatórios: Massa cefalopancreática com dimensões aproximadas de 5 cm, de consistência dura Múltiplas adenomegalias peri-pancreáticas, nomeadamente peri-duodenais e do hilo hepático Ausência de lesões secundárias identificáveis a nível peritoneal e do parênquima hepático Aparentes planos de clivagem entre a neoplasia e os grandes vasos, nomeadamente veias cava e porta e vasos mesentéricos superiores

9 Novembro 2004 Procedimentos: Punção biópsia aspirativa da massa cefalopancreática (exame extemporâneo) ↣ Adenocarcinoma Exame extemporâneo de duas adenomegalias (periduodenal e do hilo hepático) ↣ Ausência de envolvimento por células neoplásicas Duodenopancreatectomia cefálica

Resumo Icterícia colestática, sem dor Prurido intenso a dominar o quadro Vesícula de Curvoisier Imagem de “dupla dilatação” (colédoco e Wirsung) A ecoendoscopia é o exame de eleição A drenagem pré-operatória deve ser excepcional Biópsia normalmente só intra-operatória