Resultados e Discussão

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Transcrição da apresentação:

Resultados e Discussão Características do Fluxo de CO2 no Manguezal Paraense. Bruno Takeshi Tanaka Portela – brunotakeshi@gmail.com Paulo Jorge de Oliveira – paulo.oliveira@ufra.edu.br Júlia Clarinda Paiva Cohen – jcpcohen@ufpa.br Edson José Paulino da Rocha – eprocha@ufpa.br João Batista Miranda Ribeiro – jbmr@ufpa.br Igor Silvestre da Silva – iss@ufpa.br Universidade Federal do Pará –CG/DM ID: 67 Neste sistema foram instalados um Anemômetro Sônico 3D (Solent R-3, Gill instruments, Lymington, UK) e um Analisador de gás infravermelho LiCor 6262 (LICOR, Lincoln, Nebraska, USA), instrumentos necessários para a medição dos fluxos de CO2, através da técnica de correlação de turbilhões. Este método baseia-se no conceito de que o fluxo turbulento de uma determinada grandeza à superfície, pode ser calculado através da covariância entre esta grandeza e a componente vertical da velocidade do escoamento (Rocha et al., 1999). A análise das médias e dos totais do fluxo de CO2 foi feita usando o período de Janeiro à Agosto de 2003. No processo das análises, houve apenas a utilização de dias completos (24 horas) para a obtenção dos resultados. Nestas análises, foi determinado como período diurno o intervalo de medidas realizadas entre as 06 e 18 horas, e o período noturno como sendo entre as 18:30 de um dia, e às 05:30 do dia seguinte. Resultados e Discussão De acordo com as análises, os valores médios das curvas de resposta dos fluxos em relação à radiação PAR ficaram em –10,155 μmol.m-2.s-1 para o período seco e –14,27 μmol.m-2.s-1 para o período chuvoso, sendo que esses valores podem ser explicados devido um aumento considerável na nebulosidade entre as duas estações. Resumo Medidas do fluxo de CO2 foram efetuadas em uma área de manguezal em Bragança-PA (lat. 00°50’31” S e long. 046°38’56” W), entre Janeiro a Agosto de 2003, com um analisador de gás infravermelho LiCor6262 instalado em uma torre de 27m, utilizando o método da correlação de turbilhões para a estimativa dos fluxos médios de CO2. As análises mostraram que os valores médios das curvas de resposta dos fluxos em relação à radiação fotossinteticamente ativa ficaram em –10,155 μmol.m-2.s-1 no período seco e –14,27 μmol. m-2.s-1 no período chuvoso. O pico médio da fotossíntese foi maior no período chuvoso (-15,25 μmol.m-2.s-1) do que na estação seca (-11,99 μmol.m-2.s-1). O fluxo médio horário de CO2 durante o período diurno foi de -6,82 μmol.m-2.s-1 e durante o período noturno foi 4,79 μmol.m-2.s-1, chegando a uma média diária de –2,02 μmol. m-2.s-1 . Para o período total do estudo, encontrou-se um valor médio total de –35,37 Kg. C. há-1.dia-1 no período diurno e um valor total de 24,82 Kg.C. há-1.dia-1 no período noturno, chegando a um valor médio de absorção de -10,55 Kg. C há-1.dia-1, ou seja, o mangue funcionou como um sumidouro de carbono, com uma taxa média de -1,7 T C.ha-1.ano-1. Introdução Com o processo de desenvolvimento da região amazônica, faz-se necessário estudar fatores ecológicos, climatológicos e hidrológicos que interfiram nesse desenvolvimento. Dentre esses fatores encontra-se o fluxo de carbono (CO2), em que a técnica que mais favorece o seu estudo é o método de correlação dos turbilhões, visto que sua metodologia tem sido empregada com sucesso no Brasil em áreas de Florestas (Malhi et al., 1998), Cana-de-Açúcar (Rocha et al., 1999) e cerrado (Miranda et al., 1996). Durante o dia, a planta absorve CO2 e libera O2 através da fotossíntese, mas durante a noite esse processo se inverte, e parte do CO2 volta diretamente à atmosfera pela respiração das plantas. O resultado final desse balanço depende de outros processos, que controlam a produção e a absorção de CO2 e O2. Pode-se afirmar que existe uma relação diretamente proporcional entre o consumo de CO2 pelas plantas através da fotossíntese e a energia utilizada pela planta na realização deste processo bioquímico. A energia necessária para a realização da fotossíntese é disponibilizada pela PAR (radiação fotossinteticamente ativa), e em conjunto com a disponibilidade hídrica, controlam o fluxo e o refluxo de CO2 para a atmosfera. Logo, pode-se deduzir que, quando há um aumento na quantidade de energia necessária para a realização da fotossíntese, automaticamente haverá um maior consumo de CO2. Este trabalho teve por objetivo estudar o fluxo de CO2 em áreas de mangue utilizando a técnica de correlação dos turbilhões. Materiais e Métodos O Manguezal Nordeste do Estado do Pará abrange o estuário do rio Caeté, em cuja margem localiza-se o município de Bragança. Os dados provêm de um sítio experimental, situado a 00º50’31”S; 46º38’56”W; 30m, coletados entre Janeiro e Agosto de 2003, por um sistema de aquisição instalado a 27m de altura. O pico máximo médio de fotossíntese foi maior no período chuvoso, com um valor de -15,25μmol.m-2.s-1, enquanto na estação seca obteve-se um valor de -11,99 μmol.m-2.s-1. Os valores médios do fluxo de CO2, encontrados em μmol.m-2.s-1 foram: Tabela 1: Valores Médios Mensais para o fluxo de CO2 em μmol.m-2.s-1. A partir desses resultados, foi possível determinar o fluxo médio horário de CO2, mostrando uma assimilação de CO2 (valores negativos) durante o período diurno com uma média de -6,82 μmol.m-2.s-1, podendo ser explicado pelo aumento da radiação fotossinteticamente ativa beneficiando a fotossíntese das plantas. Percebe-se, então, que o Manguezal funciona como um sumidouro de carbono. Após o pôr-do-sol, houve liberação de CO2 para a atmosfera no decorrer do período noturno, onde ocorreu uma média de liberação de 4,79 μmol.m-2.s-1, chegando a uma média diária de –2,02 μmol.m-2.s-1. Para o período total do estudo, encontrou-se um valor médio total de –35,37 Kg. C/ ha.dia no período diurno e um valor total de 24,82 Kg. C/ ha.dia para o período noturno, chegando a um valor médio de absorção de 10,55 Kg. C/ ha.dia.De acordo com estes resultados, chega-se a uma taxa média de absorção de 1,7 T C.há-1.ano-1, lembrando que este resultado pode variar sazonalmente. É importante ressaltar que este resultado não se refere ao ano todo. Agradecimentos Esta pesquisa vem sendo realizada com o apoio do PPG7, FINEP e MCT. Agradecemos CNPq pela concessão da bolsa através do Projeto LBA. Figura 1- Localização Geográfica do ecossistema Figura 3. Ciclo médio diário do fluxo de CO2 em Bragança-PA Figura 5 –Fluxo total de CO2 em Bragança-PA(Kg.C. há-1.dia-1) Figura 2: Curva de resposta à Luz (Período Seco) (c) Figura 3. Curva de resposta à luz (Período Chuvoso)