Ensaios de Impacto Alfeu Saraiva Ramos Maio

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Fadiga em Metais.
Advertisements

FLUÊNCIA EM METAIS.
ENSAIOS MECÂNICOS Ensaio de tração Ricson Rocha de Souza
Tratamentos térmicos em aços
ENSAIOS MECÂNICOS Ensaio de tração Ricson Rocha de Souza
Avaliação do comportamento mecânico
Flávia Spitale Jacques Poggiali
Flávia Spitale Jacques Poggiali
ENSAIO DE DUREZA BRINELL
Aula 05.
MCM – Tratamentos térmicos dos aços
ENSAIOS DE COMPRESSÃO, DOBRAMENTO E FLEXÃO
INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS MECÂNICOS
MONTAGEM-TORQUE Tendo visto que o pré-carregamento é desejado em uniões importantes, deve-se agora considerar os meios de assegurar que o pré-carregamento.
Hipótese do Contínuo Propriedades Básicas dos Fluidos: continuação
Comportamento em Corrosão Sob Tensão AISI 304 sob Deformação a frio
EFEITO DE ENVELHECIMENTO A 550ºC NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA LIGA CUPRONÍQUEL Cu14Ni COM DIÇÕES DE ALUMÍNIO E FERRO RAFAEL NOBRE –
ENSAIO DE TRAÇÃO.
Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência
Propriedades Mecânicas dos Materiais
Processamento Térmico de Ligas Metálicas
Propriedades Mecânicas dos Materiais
Propriedades Mecânicas dos Materiais
Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAIS
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Disc. : Processos de Fabricação II Prof
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Disc. : Processos de Fabricação II Prof
CALORIMETRIA.
Transformações de Fases em Metais
Propriedades Mecânicas: O Ensaio de Tração Uniaxial
FADIGA.
Tecnologia Mecânica Tratamentos Térmicos.
Ensaio de Fratura por Impacto
TRATAMENTO TÉRMICO Tratamento Térmico:
Transformação de Fases
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS POLÍMEROS
FADIGA DOS MATERIAIS METÁLICOS
Mecânica da Fratura PMM Alfeu Saraiva Ramos Novembro / 2010
PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
ENSAIO DE FLEXÃO Departamento de Materiais e Tecnologia Maio
Introdução a tecnologia dos materiais
Aço na Construção Civil
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Ensaios Mecânicos de Polímeros
ORIGEM DO TESTE DE IMPACTO
Grupo: Bruno Menezes Caio Simões Eduardo Watanabe Fernando Brandão
Mecanismos de Endurecimento de Metais e Ligas
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
MATERIAIS METALICOS.
Propriedades dos materiais
5- FALHA OU RUPTURA NOS METAIS
8- FALHA OU RUPTURA NOS METAIS
Tratamentos térmicos dos aços e ferros fundidos
RESISTÊNCIA AO CHOQUE OU AO IMPACTO
Fratura O processo de fratura é normalmente súbito e catastrófico, podendo gerar grandes acidentes. Envolve duas etapas: formação de trinca e propagação.
Professor: Marivaldo Mendonça
Fratura Assistida pelo Meio
PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
CIÊNCIA E ENG MATERIAIS
Para ter acesso a esse material acesse:
Tratamento térmico no latão
Soldagem MIG / MAG Fundamentos Introdução ao assunto
Curso Técnico Eletromecânica Soldagem Básica
A energia e sua conservação
Aula 10 – Aços carbono e baixa liga
Para ter acesso a esse material acesse:
Comportamento mecânico dos materiais
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
Aula 05 – Ensaio de tração Para ter acesso a esse material acesse:
Transcrição da apresentação:

Ensaios de Impacto Alfeu Saraiva Ramos Maio - 2009 Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Alfeu Saraiva Ramos Maio - 2009

SUMÁRIO DA AULA Breve Revisão Sobre Fratura Ensaios de Impacto Departamento de Materiais e Tecnologia SUMÁRIO DA AULA Breve Revisão Sobre Fratura Ensaios de Impacto

FRATURA Por que falham os materias? Departamento de Materiais e Tecnologia FRATURA Por que falham os materias? Projeto inadequado; Fratura dúctil X frágil. Importância dos Princípios da mecânica da fratura

Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura É a separação de um corpo sólido em duas ou mais partes devida à uma tensão aplicada. Etapas da fratura: Nucleação de trincas Propagação de trincas Ruptura do cdp

Fratura Dois modos de fratura: dúctil e frágil  Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura Dois modos de fratura: dúctil e frágil  depende da capacidade do material em absorver energia até a ruptura, podendo este experimentar deformação plástica.

Fratura - Materiais Metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais Metálicos Ocorre normalmente de maneira dúctil há um aviso do material antes do rompimento É caracterizada pela ocorrência de deformação plástica significativa, antes e durante a propagação das trincas. superfícies de fratura apresentam aspecto fibroso (dúctl) ou granular (frágil).

Metais dúcteis à temp. ambiente A = (Au, Pb) B é o modo mais comum Departamento de Materiais e Tecnologia Metais dúcteis à temp. ambiente A = (Au, Pb) B é o modo mais comum A B C Fratura tipo cone em Al Fratura frágil em aço

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos O rompimento de um material metálico pode ocorrer de maneira dúctil por meio de fratura: - transgranular (crescimento plástico-fratura em taça ou cone) - intergranular (presença de vazios nos contornos de grão) - formação de um pescoço (deformação plástica) - cisalhamento

Dimples esféricos Dimples Parabólicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura taça-cone Pescoço Coalescimento de Trincas microcavidades Fratura final por cisalhamento Fibras arrancadas indicando deformação plástica. Propagação de trincas Dimples esféricos Dimples Parabólicos Carregamento-Tração Carregamento-Cisalhamento

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos A fratura frágil é caracterizada pela rápida propagação da trinca, sem deformação plástica aparente. Se ocorrer de maneira frágil (geralmente T muito baixas): - clivagem - intergranular

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos A fratura frágil acontece sem aviso prévio e as conseqüências podem ser desastrosas. A tendência para ocorrência de fratura frágil aumenta com: - diminuição da temperatura - aumento da taxa de deformação - estado triaxial de tensão (entalhe)

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos Dúctil: extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca que está avançando Frágil: ocorre sem qualquer deformação apreciável através de uma rápida propagação da trinca Fractografias: fornecem informações como o modo da fratura, estado de tensão e ponto de início da trinca

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos Microestrutura de um aço inoxidável: corrosão no contorno de grão provocando a fratura intergranular pelo excesso da temperatura no tratamento térmico em aço inoxidável 316L.

Fratura - Materiais metálicos Departamento de Materiais e Tecnologia Fratura - Materiais metálicos Superfície de fratura por clivagem de aço carbono em uma válvula de alívio de pressão. A fratura foi atribuída à corrosão sob tensão (~250X)

Superfície de Fratura Frágil Departamento de Materiais e Tecnologia Superfície de Fratura Frágil Origem da trinca Marcas de sargento em forma de V Origem da trinca Nervuras radiais em formato de leque

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Charpy Izod

Ensaios de Impacto INFORMAÇÕES OBTIDAS: Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto INFORMAÇÕES OBTIDAS: Energia Absorvida: medida diretamente pela máquina Contração Lateral: quantidade de contração em cada lado do corpo de prova fraturado Aparência da fratura: determinação da porcentagem de fratura frágil

Ensaios de Impacto CHARPY Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto CHARPY é o método mais apropriado e versátil devido à facilidade de posicionamento do corpo-de-prova na máquina. o corpo de prova deve ser mantido na temperatura desejada por pelo menos 5 min, no caso de meios de aquecimento líquidos, e 30 min para o caso de meios gasosos. o ensaio deve ser realizado em tempos inferiores a 5 s.

Ensaios de Impacto CHARPY Hq = S . (1 – cos b) hr = S . (1 – cos a) Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto CHARPY Hq = S . (1 – cos b) - função do ângulo de queda hr = S . (1 – cos a) - função do ângulo de rebote S = distância do centro de peso até a extremidade do pêndulo (m) b = ângulo de queda (rad) a = ângulo de rebote (rad)

Ensaios de Impacto CHARPY cálculo da velocidade de impacto Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto CHARPY cálculo da velocidade de impacto cálculo da energia de impacto Epotencial = Ecinética Eimpacto = Epq - Epr M. g. Hq = M . V2/2 V = (2 . g . Hq)0,5 Eimpacto = M . g . (Hq – hr) E = energia (J) V = velocidade do pêndulo no instante do impacto (m/s) g = aceleração da gravidade (m/s2) Epq = energia potencial do pêndulo na altura de queda (J) Epq = energia potencial do pêndulo na altura de rebote (J)

Ensaios de Impacto UTILIZADOS PARA: Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto UTILIZADOS PARA: Estimativa da temperatura de transição dúctil-frágil Verificação da fragilidade em tratamentos térmicos Verificação da fragilidade por hidrogênio Validação de lotes produtivos OBS. Não é um método para a obtenção de valores quantitativos

Ensaios de Impacto TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO Temperatura característica onde ocorre a transição dúctil- frágil dos materiais trinca se propaga mais velozmente que os mecanismos de deformação plástica  Baixas temperaturas pouca energia é absorvida  Temperaturas elevadas fratura é precedida de uma deformação que consome energia

Ensaios de Impacto FATORES QUE REDUZEM ENERGIA DE IMPACTO: Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto FATORES QUE REDUZEM ENERGIA DE IMPACTO: - ESTADO TRIAXIAL DE TENSÃO - ELEVADAS TAXAS DE DEFORMAÇÃO - BAIXAS TEMPERATURAS

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto FATORES QUE INFLUENCIAM A TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO DE METAIS E LIGAS: - Características do Entalhe (estados de tensão) - Taxa de Deformação - Anisotropia e Deformação Plástica - Composição Química - Microestrutura

Ensaios de Impacto CARACTERÍSTICAS DO ENTALHE: Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto CARACTERÍSTICAS DO ENTALHE:

Ensaios de Impacto ANISOTROPIA E DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto ANISOTROPIA E DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto COMPOSIÇÃO QUÍMICA : efeito do teor de carbono para aços P, Cr, Mo, O, Si, N : aumentam temp. transição Ni : aumenta temp. transição

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto COMPOSIÇÃO QUÍMICA : energia absorvida para diferentes materiais

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto COMPOSIÇÃO QUÍMICA: energia absorvida para diferentes materiais:

Ensaios de Impacto MICROESTRUTURA: Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto MICROESTRUTURA:

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto EFEITO DA MICROESTRUTURA NA TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO Causa: aumento da temperatura transição numa junta de solda devido ao crescimento de grão Grãos grossos Grãos finos

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Nanotecnologias e nanoestruturas: redução da temperatura de transição Grãos grossos Grãos finos

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Critérios para Projeto em função da temperatura de transição Fratura Dúctil

Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Critérios para Projeto em função da temperatura de transição T1 – Temperatura a partir da qual ocorre 100% de fratura dúctil (fibrosa) T2 – Temperatura em que ocorre 50% de fratura frágil T3 – Temperatura que representa a média entre T1 e T5 T4 – Temperatura correspondente a um certo valor adotado de energia absorvida (ou porcentagem de fratura frágil). Para aços de baixa resistência, esse valor é de 20J) T5 – Temperatura a partir da qual ocorre 100% de fratura frágil.

Ensaios de Impacto Exercício Departamento de Materiais e Tecnologia Ensaios de Impacto Exercício Os seguintes dados foram obtidos em experimentos do tipo Charpy: massa do pêndulo = 1,0 kg g = 9,8 m/s2 ângulo de queda = 60º ângulo de rebote = 30º distância ao centro do pêndulo (S) = 0,5 m Calcule as alturas de queda e de rebote, a velocidade do impacto e a energia absorvida pelo material. (1 kgf.m=10J)

LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Departamento de Materiais e Tecnologia LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Objetivos: (a) avaliar a influência da temperatura no comportamento frágil de um aço de médio teor de carbono (ABNT 1045), com entalhe em V. (b) determinar as energias absorvidas para a ruptura dos corpos de provas em diferentes temperaturas (c) determinar a faixa de temperatura em que ocorre a transição dúctil-frágil Detalhes dos cdp: 50mm x 10mm x 10mm; entalhe em V (2 mm de profundidade e raio de curvatura de 45º),

LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Departamento de Materiais e Tecnologia LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Procedimento Experimental: (1) elevar o pêndulo da máquina de ensaio Charpy até que a altura inicial pré-estabelecida e travá-lo nesta posição; (2) posicionar o ponteiro no disco graduado para capacidade máxima de energia potencial da máquina (30 kgf.m); (3) em seguida, soltar o pêndulo da altura inicial, para conferir e ajustar o “ponto zero” da escala e freá-lo após o ensaio; (4) repetir este procedimento para cada corpo de prova

LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Departamento de Materiais e Tecnologia LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Quadro 1 – Temperaturas de ensaio e respectivas energias médias de impacto. Temp. (oC) Energia de Impacto Cdp 1 Cdp 2 Média 190 -20 25 100 200

LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Departamento de Materiais e Tecnologia LAB 6 - Ensaio de Impacto CHARPY Determinar a partir do gráfico Temperatura versus Energia Absorvida: (a) a temperatura de transição do aço ABNT 1045, utilizando os critérios: Equivalente a 20 Joules (2,0 kgf.m). Para 40% da energia máxima absorvida no impacto. Para a Temperatura T3, que é a média dos valores dos patamares superior e inferior. (b) Comparar com resultados da literatura para este material (busca em Handbooks). (c) Discutir sobre o efeito da temperatura nas características da superfície de fratura, na energia absorvida, explicando sobre os possíveis mecanismos microestruturais.

LABORATÓRIOS DA DISCIPLINA PPM Departamento de Materiais e Tecnologia LABORATÓRIOS DA DISCIPLINA PPM ASPECTOS DE SEGURANÇA PARA EXPERIMENTOS QUE ENVOLVEM TEMPERATURAS ELEVADAS: (1) USAR CALÇA COMPRIDA E SAPATOS FECHADOS (DE PREFERÊNCIA DE COURO) (2) PEGAR MATERIAIS APENAS COM PINÇAS/GARRAS METÁLICAS, COM O AUXÍLIO DE LUVAS TÉRMICAS (3) ESTAR CONCENTRADO NAS ATIVIDADES