SEMINÁRIO FUTURO DOS JOVENS AGRICULTORES NO QUADRO DA PAC PÓS 2013

Marco Nunes 34 anos Licenciado em Engenharia Agrária Ribatejo

2005: Início de Actividade Projecto Agro Medida 1, para a produção de horto-industriais: Tomate de indústria (30ha); Brócolo (10 ha); Beterraba (10 ha); Milho (10 ha); Cevada (10 ha).

O Projecto foi iniciado por minha conta e risco, mas ao fim de 6 meses, soube que tinha sido recusado por uma falha técnica - o dono da terra tinha-se enganado na numeração de um parcelário. Recorri da decisão, mas foi novamente recusado. Não desisti e recorri outra vez, porque tinha todas as condições para ter sucesso. Veio a resposta e… mais uma recusa. Motivo: Já tinha sido recusado uma vez. Como não fiquei satisfeito com a resposta e, como tinha sido um engano de terceiros, decidi recorrer pela 3ª vez, marcando uma reunião com o gestor do programa Agro, para explicar a situação. Ao fim de ano e meio, vi reconhecido o meu esforço, numa altura em que já estava numa má situação económica.

A partir de 2007: Aposta na cultura do tomate Produção Média/ ha Preço Médio/ ha Rendimento/ haCusto/ haLucro/ ha 2007/08/09 90 t 85 €/t 7650€6000€1650€ t 71 €/t 7384€6300€1084€

2009: Aposta na cultura da vinha Projecto Vitis, para implantar 8 ha; Projecto Vitis, para implantar 8 ha; Previsão de 3 castas tintas e uma branca; Previsão de 3 castas tintas e uma branca; Projecto foi aceite «à primeira». Projecto foi aceite «à primeira». Resultados: Março de 2009: Plantação Setembro de 2010: Obtenção de 11 t. de média

Presentemente… Tomate: 150 hectares Brócolo: 20 hectares Milho: 30 hectares Cevada: 7 hectares Vinha: 8 hectares Total da Exploração: 215 hectares

Balanço Pessoal: Não me posso queixar dos meus resultados, mas também não posso esquecer as horas e o esforço de todos os dias, sem excepção… Ouvindo, tantas vezes o apelo aos jovens para se dedicarem à agricultura, acho estranho não haver o reconhecimento digno desta actividade.

No meu ponto de vista, para atrair os jovens à agricultura, há que: - mudar mentalidades; - dar crédito para o investimento; - facilitar o acesso aos projectos; - pagar o justo valor pelo trabalho feito e pelos produtos obtidos; - demonstrar ao consumidor que os alguns produtos estrangeiros, à venda nos supermercados, são mais baratos, mas não cumprem as mesmas regras de fitossanidade que os nossos.

Concluindo… Considero que não é fácil ser JOVEM AGRICULTOR, hoje. Temos que inovar e trabalhar mais, em conjunto, para que a agricultura nacional tenha mais qualidade. Oxalá que o FUTURO DOS JOVENS AGRICULTORES NO QUADRO DA PAC PÓS 2013 nos traga boas «colheitas»!