Solidificação de metais e formação da estrutura interna de grãos

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FLUÊNCIA EM METAIS.
Advertisements

Curvas tempo temperatura transformação-T. T. T. e curvas C. C. T
Diagramas de equilíbrio binários
Diagramas de equilíbrio entre cerâmicas
Processos de Fundição do Alumínio
Professor: José Queiroz
Professor: José Queiroz
Forças intermoleculares, líquidos e sólidos
LIGAS DE NIÓBIO MATERIAIS SUPERCONDUTORES 1960  Nb-65Ti escolha para materiais supercondutores em substituição às ligas de NbZr. Vantagens: facilidade.
MCM – Tratamentos térmicos dos aços
Solidificação de metais e formação da estrutura interna de grãos
Imperfeições Estruturais e Movimentos Atômicos
TERMOLOGIA Revisão e cont.
Capítulo 7 Leis de Parede.
TMA Pressão -temperatura Temperatura constante 01 G P Liquido Sólido
As forças Intermoleculares
CONFORMAÇÃO MECÂNICA Conformação mecânica é qualquer operação durante a qual se aplicam esforços mecânicos em metais.
Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência
Propriedades Mecânicas dos Materiais
Processamento Térmico de Ligas Metálicas
Fundição Centrífuga Centrifugal Casting
A ELETROQUÍMICA E O PROCESSO DE CELULOSE E PAPEL
TERMOLOGIA IVAN SANTOS. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Temperatura: Medida da agitação molecular. Calor: Energia térmica em trânsito. Equilíbrio térmico: temperaturas.
Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência
Aulas 10 Processos de Conformação Mecânica EXTRUSÃO
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Disc. : Processos de Fabricação II Prof
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Disc. : Processos de Fabricação II Prof
Aula 6 Fundição de Precisão Cera Perdida e Molde Metálico
Aula 2 Processos de Fundição
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS METAIS
Aula 7 Processos de Conformação Mecânica EXTRUSÃO e TREFILAÇÃO
Ciências da Natureza Enem 2012
Transformação de Fases
Diagrama de fases São diagramas que mostram regiões de estabilidade das fases, através de gráficos que representam as relações entre temperatura, pressão.
Imperfeições cristalinas
Capítulo 11: Forças intermoleculares, líquidos e sólidos
Solidificação.
TERMOLOGIA.
Origem e Multiplicação de Discordâncias
Introdução à Cristalografia e Defeitos Cristalinos – Parte 2
Diagramas de Fase 1o semestre 2005.
Forças Intermoleculares Sólidos e Líquidos
Carvão para fins elétricos
Difusão.
Matérias primas: pós metálicos.
MOVIMENTO.
Aula 5 Fundição de Precisão Cera Perdida e Molde Metálico
Mecanismos de Endurecimento de Metais e Ligas
Princípios e propriedades da interfaces
MATERIAIS METALICOS.
Diagrama de Fases – Parte 3
Disciplina : Ciência dos Materiais LOM 3013 – 2015M1
L - calor latente da substância
Tratamentos térmicos dos aços e ferros fundidos
PROPRIEDADES DOS METAIS DEFORMADOS PLASTICAMENTE
Difusão Como os átomos se movem através dos sólidos:
Avanços na tecnologia de produção de pós cerâmicos
HIDRODINÂMICA Conceitos iniciais
ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA
PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS
TIXOFUNDIÇÃO 253.
Equilíbrio Termodinâmico: Estado e Fase
CIÊNCIA E ENG MATERIAIS
CIÊNCIA E ENG MATERIAIS
Prof. Silvio Professor Silvio.
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS PROPREDADES MECÂNICAS Deformação elástica e plástica Mecanismos da deformação plástica Deformação dos metais policristalinos.
Processamento e Manufatura de Metais 1 Prof. Dr. Lucas Freitas Berti Engenharia de Materiais - UTFPR 1.
Para ter acesso a esse material acesse:
Temperatura e Dilatação Cap. 19 Lilian R. Rios 03/05/16 03/05/16.
Solidificação de metais e formação da estrutura interna de grãos
Transcrição da apresentação:

Solidificação de metais e formação da estrutura interna de grãos

Fabricação de metais e ligas Metais/ ligas Forma final Fundição Forma semifinal Confor-mação* Forma final *Forjamento, laminação, extrusão, trefilação

Visão termodinâmica A transformação do estado líquido para o sólido (e vice versa) ocorre devido a transformação da matéria para uma condição mais estável com menor energia livre. Para que o processo de solidificação aconteça deve haver uma redução de energia livre. Desta forma no ponto de equilíbrio nada acontece, pois as energias dos dois estados são iguais. A solidificação somente ocorrerá se o metal for resfriado abaixo da temperatura de equilíbrio Essa diferença entre a temperatura de equilíbrio e a temperatura onde a solidificação efetivamente acontece chama-se grau de super resfriamento. Quanto maior a taxa de resfriamento maior o grau de super resfriamento.

Em termos de metalurgia física A fusão ocorre quando a energia de vibração dos átomos por conta do aumento da temperatura supera a energia envolvida na ligação química entre os átomos. No estado líquido não há ordem a longa distância (não há sistema cristalino) e as ligações entre os átomos é fraca do tipo Van der Waals

Curva esquemática de resfriamento

Curvas de resfriamento em três velocidades diferentes.

Efeito do super-resfriamento sobre o raio critico

Raio crítico: cobre

Raio crítico e subresfriamento onde r*: raio crítico do núcleo : energia livre superficial Tm: temperatura de fusão/solidificação Hs : calor latente de solidificação T : graus de subresfriamento r*= -2Tm HsT

Solidificação de alguns metais Metal Temperatura de solidifi-cação (°C) Calor de solidificação (J/cm3) Energia superficial (J/cm210-7) T de sub-resfriamento máximo (°C) Pb 327 -280 33.3 80 Al 660 -1066 93 130 Ag 962 -1097 126 227 Cu 1083 -1826 177 236 Ni 1453 -2660 255 319 Fe 1535 -2098 204 295 Pt 1772 -2160 240 332

Mecanismos de nucleação Nucleação homogênea Próprio metal fornece átomos para formar núcleos Subresfriamento usualmente de centenas de graus Celsius Nucleação heterogênea Presenca de agentes nucleantes: superfície do recipiente, impurezas insolúveis, ou material estrutural Prática industrial: subresfriamento de 0,1 a 10°C

Processo de nucleação e crescimento Contornos de grão Líquido Líquido Núcleos Grãos Cristais que formarão grãos

Diagramas esquemáticos das várias etapas da solidificação de um material policristalino: Os pequenos quadrados representam células unitárias em uma escala bidimensional

Processo de solidificação-Formação dos grãos a partir das paredes do molde

Processo de solidificação-Formação dos grãos Os grãos são formados no início do processo de solidificação a partir de pequenos agrupamentos de átomos chamados de núcleos. Cada núcleo da origem à um grão com crescimento cristalográfico em direção diferente de seus vizinhos. Quando resta pouco líquido e os diferentes grãos começam a se encontrar,formam o contorno de grão. O contorno de grão é uma região de 2 a 10Ǻ, desordenada, sem uma estrutura cristalina definida, sendo portanto uma região de maior energia que a do interior do grão.

Conceito de raio crítico Núcleos de grande variedade de tamanhos surgem no líquido mas nem todos crescem A interface que aparece entre o sólido e o líquido faz aumentar a energia livre F (tensão superficial x área da superfície) a medida que o raio do núcleo aumenta A passagem de líquido para sólido, no entanto, faz reduzir o valor da energia livre F a medida que o núcleo cresce. A soma dessas duas variações passa por um máximo. Espontaneamente somente ocorrem os fenômenos acompanhados de redução no valor de F. Desta forma somente os núcleos com raio maior que um determinado valor podem crescer. Esse valor se chama RAIO CRÍTICO

INFLUÊNCIA DO VALOR DO RAIO CRÍTICO Assim, núcleos de R < Rc desaparecem E núcleos de R ≥ Rc crescem se constituindo em grãos no final da solidificação Quanto maior a velocidade de resfriamento maior a redução em F pela passagem Liq-Sol, desta forma menor o valor de Rc Quanto menor o valor de Rc mais grãos podem crescer, solidificando um material com menor tamanho de grão e em maior número. Industrialmente usa-se a adição de pequenas partículas com ponto de fusão levemente superior ao da liga para atuar como nucleantes e fabricar componentes com grãos pequenos – Inoculação

Estruturas de grão Grãos equiaxiais Grãos colunares Crescimento de cristais aproximadamente igual em todas as direções Solidificação rápida Usualmente adjacentes a parede fria do molde, (zona Chill, ou coquilhada) mas podem aparecer no centro do lingote também dependendo do tamanho do molde e da velocidade de resfriamento Grãos colunares Longos, finos, grosseiros Solidificação relativamente lenta em gradiente de temperatura Perpendiculares à parede fria do molde

Estruturas de grão

Grãos colunares em um lingote de alumínio fundido:reativo de Tucker

Frente de solidificação com crescimento dendrítico

Aspecto das dendritas

Formação do vazio após a solidificação: Em geral os sólidos apresentam menor volume que os líquidos, ocorrendo uma contração durante a solidificação

Efeito da segregação em uma barra de aço fundida: O soluto, em geral, é mais solúvel no líquido que no sólido. As últimas partes a solidificar tendem a ficar mais impuras. Regiões interdendríticas e o centro do lingote

Localização esquemática da segregação