TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA POLÌTICA

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Transcrição da apresentação:

TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA POLÌTICA CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE GEOGRAFIA TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA POLÌTICA ALEXANDRE DA SILVA CHAVES

BREVE NOÇÃO DETERRITÓRIO. O território como um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. Quem domina ou influencia e como domina ou influencia esse espaço?  Quem domina ou influencia quem nesse espaço, e como?  O território é essencialmente um instrumento de poder.

TERRITÓRIO. Ratzel : povo e solo – ambos se tornam um só e não podem ser pensados separadamente. É uma territorialidade prenhe de história, tradição e ideologia e naturalizada. A ideologia é cultura nacional, e se daria entre todo um povo e seu Estado. A palavra que Ratzel utiliza não é território, mas solo, como se território fosse sempre sinônimo de território de um Estado.

NOMES FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um GEgeógrafo e etnólogo alemão, notável por ter criado o termo LEBENSRAUM(espaço vital) e por ser considerado um determinista, apesar de deixar bem claro no início da sua obra Antropogeografia que é contra o determinismo simplista e vários autores já apontaram esse equívoco de interpretação nas leituras ratzelianas, porém esses erros persistem em obras pouco apuradas.

Definição de geopolítica: SANCHEZ (1992), diz que esse conceito surgiu em 1913 introduzido por Kjellén em sua obra “O Estado como forma de vida”. Diferença entre geografia política e geopolítica: A geografia política consistiria em propostas teóricas e conceituais, enquanto que a geopolítica seria uma geografia política aplicada.

Definição de geopolítica: BECKER (2004), “trata-se de um campo de conhecimento que analisa relações entre poder e espaço geográfico”. Inicialmente: Estado entendido como única fonte de poder. Atualmente: Outros agentes que influenciam as tomadas de decisões do Estado sobre os usos dos territórios são fundamentais.

Crítica da geografia política. POR UMA GEOGRAFIA DO PODER Crítica da geografia política. Segundo RAFFESTIN o fundador da geografia política foi Ratzel, em 1897. Todo o projeto ratzeliano é sustentado por uma concepção nomotética, e pouco importa, nesta fase da análise, saber se ela foi ou não bem-sucedida. A obra de Ratzel é um "momento epistemológico", quer se trate de sua Antropogeografia ou de sua Geografia política.

Crítica da geografia política. POR UMA GEOGRAFIA DO PODER Crítica da geografia política. Para Ratzel, o elemento fundador, formador do Estado, foi o enraizamento no solo de comunidades que exploraram as potencialidades territoriais. A análise ratzeliana se desenvolveu tanto sincrônica como diacronicamente, vindo daí o recurso a historiadores. Ratzel viu muito bem o papel e a influência que poderiam desempenhar as representações geográficas, assim como as ideias religiosas e nacionais na evolução do Estado. Mas, sem dúvida, ele concentrou os seus esforços nos conceitos espaciais e, em par­ticular, na posição, que é um dos conceitos fundamentais da geografia política.

Crítica da geografia política. POR UMA GEOGRAFIA DO PODER Crítica da geografia política. Uma verdadeira geografia só pode ser uma geografia do poder ou dos poderes. Para nós, a expressão geografia do poder é bem mais adequada e nós a utilizaremos daqui para a frente. Se dissermos, seguindo Lefebvre, que só existe o poder político, isto significa, levando-se em consideração o que precedeu, que o fato político não está inteiramente refugiado no Estado. .

Crítica da geografia política. POR UMA GEOGRAFIA DO PODER Crítica da geografia política. A linguagem da geografia do Estado O Estado, neste caso, é o Estado-nação, o mesmo que a cisão política da Revolução Francesa fez emergir. Em suma trata-se portanto de um fenómeno recente, que não tem mais que dois sé­culos. Mas nem todos os Estados são Estados-nação. Mesmo que o Estado seja tomado como a expressão política da nação, é o Estado na"qualidade de ser político que é, de início definido. Se há um conceito sobre o qual os geógrafos concordam é com certeza o da definição de Estado: "O Estado existe quando uma popula­ção instalada num território exerce a própria soberania". Por tanto, três sinais são mobilizados para caracterizar o Estado: a população, o território e a autoridade. Toda a geografia do Estado deriva dessa tríade.

POR UMA GEOGRAFIA DO PODER Michel Foucault faz algumas proposições sobre poder: 1. O poder não se adquire; é exercido a partir de inumerá­veis pontos; 2. As relações de poder não estão em posição de exteriorida­de no que diz respeito a outros tipos de relações (econômi­cas, sociais etc.), mas são imanentes a elas; 3. O poder vem de baixo; não há uma oposição binária e global entre dominador e dominados; 4. As relações de poder são, concomitantemente, intencionais e não subjetivas; 5. Onde há poder há resistência e no entanto, ou por isso mesmo, esta jamais está em posição de exterioridade em rela­ção ao poder.

POR UMA GEOGRAFIA DO PODER O poder visa o controle e a dominação sobre os homens e sobre as coisas. Pode-se retomar aqui a divisão tripartida em uso na geografia política: a população, o território e os recursos. Considerando o que foi dito sobre a natureza do poder , será fácil com­preender por que colocamos a população em primeiro lugar: simplesmente porque ela está na origem de todo o poder. Nela residem as capacidades virtuais de transformação; ela constitui o elemento dinâmico de onde procede a ação. O território não é menos indispensável vez que é a cena do poder e o lugar de todas ás relações, mas sem a população, se resume a apenas uma potencialidade, um dado estático a organizar e a integrar numa es­tratégia. Os recursos, enfim, determinam os horizontes possíveis da ação. Os recursos cõhdicionam o alcance dá ação.

RATZEL