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Existencialismo Importante corrente francesa pós guerra (50-60). Exerceu grande influência na filosofia, literatura, teatro e cinema. Surge da época de.
Transcrição da apresentação:

Existencialismo Importante corrente francesa pós guerra (50-60). Exerceu grande influência na filosofia, literatura, teatro e cinema. Surge da época de crise posterior ao otimismo romântico do século XIX (noções de razão e progresso afirmadas por filosofias otimistas como o idealismo, positivismo, marxismo). O existencialismo considera o homem como ser finito, “lançado no mundo”, se interessa pelo homem em sua singularidade. Caravaggio

A existência é indedutível e a realidade não se identifica com, nem se reduz à racionalidade. Características do pensamento existencialista: A centralidade da existência como modo de ser do homem (finitude) A transcendência do ser (mundo, Deus) com o qual a existência se relaciona. A possibilidade como modo de ser da existência A existência é um modo de ser finito e é possibilidade (poder ser), não é essência (coisa dada por natureza, realidade pré-determinada). Diferente dos animais que são o que são e permanecem o que são, o homem será o que ele decidiu ser.

A existência é um poder ser sair para fora, mas em direção a quê?  correntes surgem : Deus, mundo, homem, liberdade, nada.

Sartre (1905 – 1980) Foi não somente um escritor brilhante, mas dramaturgo e romancista de fama. Em 1964 foi indicado ao Prêmio Nobel de literatura mas não o aceitou. Simone de Beauvoir, sua companheira foi a 1º autora feminista de fama internacional. Escreveu “O segundo sexo”, no qual pleiteia a abolição do mito do feminismo. Com Merleau Ponty Sartre fundou o jornal “Les temps Modernes”

O existencialismo de Sartre é um projeto ambicioso: a interpretação total do mundo. Baseado principalmente na fenomenologia de Husserl e em 'Ser e Tempo' de Heidegger, o existencialismo sartriano procura explicar todos os aspectos da experiência humana. A maior parte deste projeto está sistematizada em seus dois grandes livros filosóficos: "O ser e o nada" e "Crítica da razão dialética".

Sustenta a literatura como tarefa necessária: “Escrevo sempre. O que há de diferente para fazer? Nulla dies sinie linea. É o meu hábito e, ademais, é o meu ofício. Durante muito tempo, tomei a pena por uma espada; agora conheço a nossa impotência. Não importa: faço, farei livros – isso é necessário. E, apesar de tudo, serve. A cultura não salva nada nem ninguém, não justifica. Mas é um produto do homem: nela ele se projeta e se reconhece´; esse espelho crítico é o único a oferecer-lhe a sua imagem.”

Sartre iniciou sua atividade de pensador com a análise da psicologia fenomenológica. Retoma Husserl e a idéia de intencionalidade mas critica o solipsismo do sujeito transcendental, é preciso tirar as coisas da consciência. “Uma mesa não está na consciência, nem mesmo a título de representação. Uma mesa está no espaço, próxima à janela, etc. O primeiro passo que a filosofia tem de dar é precisamente o de expelir as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação com o mundo, isto é, de que a consciência é a consciência posicional do mundo.”

Alguns conceitos sartrianos: O Em-si: qualquer objeto existente no mundo e que possui uma essência definida. Uma caneta, por exemplo.Um ser Em-si não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. Os objetos do mundo apresentam-se à consciência humana através das suas manifestações físicas O Para-si: Consciência do homem. Para-si faz as relações temporais e funcionais entre os seres Em-si e ao fazer isso constrói um sentido para o mundo em que vive, não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré-existente. Como o existencialismo sartriano é ateu, ele não admite a existência de um criador que tenha predeterminado a essência e os fins de cada pessoa. É preciso que o Para-si exista e durante essa existência ele define, a cada momento o que é sua essência.

Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu. Tenho a liberdade de mudar minha vida deste momento em diante. Nada me compele a manter esta essência, que só é conhecida em retrospecto. Podemos afirmar que meu ser passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não é predeterminada. Ela só existe no passado. Por isso se diz no existencialismo que "a existência precede e governa a essência". Por esta mesma razão cada Para-si tem a liberdade de fazer de si o que quiser.

Na obra A náusea Sartre fala da angústia da existência Na obra A náusea Sartre fala da angústia da existência. A contingência essencial, o absurdo do real e a gratuidade dessa situação (vida desprovida de sentido) . “Tudo é gratuito: este jardim, esta cidade e eu próprio. E quando acontece de nos darmos conta disso, revolta-se-nos o estômago e tudo se põe a flutuar...eis a Náusea.” Assim como a náusea é a experiência metafísica que revela a gratuidade e o absurdo das coisas, a angústia é a experiência metafísica do nada (liberdade) junto a responsabilidade Todas as atitudes se equivalem pois estão condenadas à falência. Ex: bêbado e condutor de povos. “A liberdade consiste na escolha do próprio ser. E essa escolha é absurda.”

A consciência é vazia de ser, é possibilidade, liberdade A consciência é vazia de ser, é possibilidade, liberdade. “A liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, isto é o seu nada ser.” Uma vez lançado à vida, o homem é responsável por tudo que faz do projeto, sem desculpas (se falirmos foi pq escolhemos a falência). Procurar por desculpas significa estar de má-fé, a má-fé apresenta o desejável como necessidade inevitável. As pessoas fogem da angústia pela má-fé, fingindo que estão presas a regras e normas já existentes Ex: guerra. O homem pode escolher, sua liberdade é absoluta, mas ele está condenado a liberdade.

Ser para os outros: o homem para si é também ser para os outros Ser para os outros: o homem para si é também ser para os outros. O outro é aquele que invade a minha subjetividade e, de sujeito, passo a objeto do seu mundo. O outro não é aquele que é visto por mim, mas aquele que me vê, me torna presente sob a opressão do seu olhar. Mas Sartre não defende o solipsismo. O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma pessoa não pode se perceber por inteiro. "O ser "Para-si só é Para-si através do outro“.

Cada pessoa, embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm de igual. E cada um precisa desse reconhecimento. Por mim mesmo não tenho acesso à minha essência, sou um eterno "tornar-me", um "vir-a-ser" que nunca se completa. Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência, ainda que temporária. Só a convivência é capaz de me dar a certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. Heitor dos Prazeres Caravaggio

Minha experiência se modifica, por um projeto que não me pertence Minha experiência se modifica, por um projeto que não me pertence. O olhar alheio me fixa, me paralisa (perco a liberdade). Qdo aparece o outro nasce o conflito. “Minha queda original é a existência do outro”. “O inferno são os outros.” EX: vergonha e amor. Embora sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar sua convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria sentido. Lasar Segall

Na Crítica da Razão dialética Sartre começa a repensar a liberdade total do sujeito e adota uma perspectiva marxista. Se questiona sobre a possibilidade de um método que combinasse existencialismo e marxismo. “O marxismo é a filosofia inevitável do nosso tempo.” Torna-se militante.

Bibliografia sugerida: ABBAGNANO, Nicola. Introdução ao Existencialismo. São Paulo: Martins Editora, 2006. BEAUFRET, Jean. Introdução às filosofias da existência. Duas Cidades, 1976. BORHEIM. Gerd. Sartre: Metafísica e Existencialismo. Coleção Debates. São Paulo: Perspectiva, 2000. NUNES, Benedito. No Tempo do Niilismo. São Paulo, 1993. Editora Ática. COLETTE, Jacques. Existencialismo. São Paulo: L&PM Editores, 2014. REYNOLDS, Jack. Existencialismo. Petrópolis: Vozes, 2013. Literatura: Kafka e Camus.

SARTRE, Jean-Paul. O Ser e O Nada. Tradução e notas de Paulo Perdigão SARTRE, Jean-Paul. O Ser e O Nada. Tradução e notas de Paulo Perdigão. Petrópolis, 2001. 10ª edição. Vozes. _______, Que é a Literatura? Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo, 1989. Ed. Ática. _______, O Imaginário: psicologia fenomenológica da imaginação. Tradução de Duda Machado. São Paulo, 1996. Editora Ática. _______, O existencialismo é humanismo. Os Pensadores. São Paulo, 1973. Editora Abril, S. A. KIERKEGAARD, S. B. O desespero humano. In: Os pensadores. Tradução de Carlos Grifo; Maria José Marinho; Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1979. KIERKEGAARD, S. B. O conceito de angústia. Petrópolis: Vozes, 2011. Entrevista: Franklin Leopoldo da Silva: http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/17/artigo69946-1.asp Vídeo Paradigmas do Séc XXI: https://www.youtube.com/watch?v=ct1FfOGvBkY