História Medieval Cultural Medieval

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
Advertisements

BAIXA IDADE MÉDIA AULAS 9 E 10 Cruzadas: Movimentos de caráter social, político, econômico e religioso. (sécs. XI - XIII) Luta X infiel (muçulmano) Avanço.
CRISE do SÉCULO XIV e XV A economia feudal não foi capaz de enfrentar as transformações que se intensificavam desde as Cruzadas.
Os grandes espaços religiosos
Europa Século XI (1001 – 1100) Século XII (1101 – 1200)
RENASCIMENTO.
Unidade 1 O feudalismo na Europa.
A baixa Idade Média e a crise do feudalismo
INES FACULDADE BILÍNGUE DE PEDAGOGIA
MUDANÇAS NO FEUDALISMO Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG.
Historia Geral Periodização da História
As transformações geradas com o Renascimento Urbano e Comercial
IGREJA, COMUNIDADE TERAPÊUTICA. CUIDADO DOM A INFECÇÃO HOSPITALAR!
Passagem da Antiguidade para o Feudalismo
O livro dos Atos dos Apóstolos
Escolas de interpretação
(:Castelos medievais:)
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
A Revolução Industrial
Anna Lavínia Mirella Larissa
Capítulo 4 Baixa Idade Média
Fernando frente 01 módulo 01 dividindo o tempo
Pensamento Medieval A cultura medieval se caracterizava pela religiosidade. A Igreja Católica, como vimos, controlava as manifestações culturais e dava.
Colégio Integrado de Campo Mourão
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
IDADE MÉDIA História – Ângela – 7º.
Prof. Everton da Silva Correa
O FEUDALISMO.
TEMPO LITURGICO. TEMPO LITURGICO Ano litúrgico ou calendário litúrgico é o ciclo das celebrações litúrgicas durante o ano da igreja cristã que determina.
REVISÃO PARA O TESTE I UNIDADE Professora: Cláudia Luz Saraiva.
Por Moisés Sampaio.
FEUDALISMO.
A PASSAGEM DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA:
Aula 9 Teoria do Conhecimento Profa. MSc. Daniela Ferreira Suarez.
Profa. Dra. Suzana L. S. Ribeiro
Conceito de Idade Média
Nossa Senhora das Dores
PhotoDisc/Royalty Free
Introdução ao estudo da História
COMO SURGIRAM OS DIAS, OS MESES, OS ANOS E OS CALENDÁRIOS?
HUMANISMO
LIGAR O SOM E DEIXAR CAMINHAR SOZINHO...
O Cristianismo E.B. 2/3 do Couto Mineiro Disciplina: E.M.R.C.
7 de outubro, Nossa Senhora do Rosário
O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
A origem do Natal e seus aspectos históricos Como surgiu o Natal?
Nossa Senhora do Rosário.
Mês de sol e de flores..., mês de Maria, coroando o tempo Pascal. O nosso pensamento vinha seguindo Jesus desde o Advento; Agora que a paz, que é conseqüência.
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Aula 3 – Filosofia Cristã na Antiguidade e na Idade Média.
O Rosário.
LIÇÃO 13 O TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL
Professora Selma Ap. Cesarin 2011
BAIXA IDADE MÉDIA (XI-XV)
O TROVADORISMO MARCO INICIAL: A RIBEIRINHA, 1189/1198 Autor: Paio Soares de Taveirós Gênero: Cantigas (poesia) e novelas de cavalaria.
Aula 1 Grupo 1 Capítulo 1/2 A origem do universo e a evolução do homem/Introdução aos estudos históricos.
Baixa Idade Média.
O TEMPO EM HISTÓRIA.
Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro
Introdução à História Medieval
Projeto “Páscoa do Amor”
Projeto “Páscoa do Amor”
Um novo Dia.
LIÇÃO 2 SINAIS QUE ANTECEDEM A VOLTA DE CRISTO
Revisão dos conteúdos abordados no 1ºEM
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho
HISTÓRIA MITOS – LENDAS – CULTURA - DOCUMENTOS. História – Ciência Humana  Necessidade de documentos históricos: eles comprovam os fatos;  Utiliza dados.
IDADE MÉDIA CRISE DO FEUDALISMO
Declínio do modelo feudal
Lição 7 Marcos. Lição 7 Marcos Alvo da lição Saber Distinguir as principais características do Evangelho de Marcos e seus ensinamentos sobre Jesus.
Capítulo 1: Tempo e história Professora: Arluce Dantas Bezerra.
Transcrição da apresentação:

História Medieval Cultural Medieval Prof. Paulo Christian M.M da Cruz

Cultura medieval Tempo: plasma da História, da dinâmica social. “A Idade Média marca o surgimento da linearidade do tempo que opõem-se a circularidade infinita do mundo antigo. O tempo começa com a criação e é creditada a terminar com sua segunda vinda.” (BLOCH, 1949).

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais Tempo e espaço são fatos sociais e no medievo encontram um ritmo específico. Grande variedade de formas de se contar o tempo nos primeiros séculos: Baseados na vida dos santos Na vida de imperadores romanos Nas festividades pagãs

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais Em 525 um monge oriental de nome Dionísio, o Pequeno, elabora o Tratado de Dionísio, o primeiro escrito que propõe a contagem do tempo baseado no nascimento de cristo. Beda, o Venerável (672-735), com suas obras Da Medida do Tempo (725) e História Eclesiástica do povo Inglês (731), marca a ampliação do uso da Cronologia da Encarnação. Nos séculos XI e XII, aparece o costume de marcação Ab Incarnatione Domini.

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais Surge a semana, calcada sobre o modelo bíblico da criação do mundo em sete dias: seis dias de trabalho e um dia de descanso: dies dominicus, o dia do senhor. Onde deve ser resguardado o dia ao culto, a sociabilidade e a interdição das atividades guerreiras Em fins da Idade Média, as representações do “Cristo de Domingo” mostram Jesus ferido pelas ferramentas dos camponeses e artesãos, que as utilizam ilicitamente, para mostrar que o trabalho no documento assemelha-se a uma ofensa direta.

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais O tempo é de controle de uma elite. A grande massa camponesa tem seu horário controlado pelos sinos, que marcam a hora de acordar, trabalhar e retornar aos aposentos. Grande antagonismo entre dia e noite: o dia marca o trabalho, o caminho iluminado, as batalhas em campos abertos, as sociabilidades. A noite é marcada pelo perigo do desconhecido, pela morte à espreita, pela luta contra o diabo.

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais O calendário é marcado por datas religiosas e balizadas pelas mesmas: Advento, Semana Santa, Dia de Ramos, Ressurreição, Ascensão, Pentecostes, etc. Les très riches heures du duc de Berry (As mui ricas horas do duque de Berry) (ver imagem do mês de Outubro). É um livro contendo as orações necessárias a cada hora canônica do dia, além de um calendário lunar e sacional.

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais O ano Mil (1998) de Robert Lacey e Danny Danziger, é uma obra que baseada em um Calendário de Trabalho de um ano, trabalham os doze meses do ano de maneira a evidenciar os meses da colheita, da guerra, da fome, da peste.

Tempo da Igreja e Tempo do Mercador O tempo da cidade introduz distanciamentos marcantes em relação aos do campo, dos senhores e da terra. Em relação ao trabalho artesanal e comercial, que não depende diretamente das estações - atividades propriamente urbanas -, serve-se do relógio público que aparece por volta de 1270-80, e é seguido pelo aparecimento dos modelos particulares na segunda metade do século XIV.

Unidade de Diversidade dos Tempos Sociais O tempo é controlado em especial pelas guildas, com o objetivo muitas vezes de enganar seus jornaleiros e aprendizes. Jacques Le Goff no capítulo O Tempo da Igreja e o Tempo do Mercador da obra “Mercadores e Banqueiros da Idade Média”, trabalha a idéia de um conflito velado entre os dois “tempos”, o da Igreja e o dos comerciantes, mais laicizado, atestando como conclusão uma lenta transição da Idade Média Central à fins da Idade Média.

Rio das Eras O homem medieval, ao pensar a relação entre passado, presente e futuro, indica o passado como a Era Perfeita, era da comunhão com Cristo, do Império, da tradição. A Queda do Império e o tempos que seguem, marcam o Medium Aevum (Idade Média), período de purgação dos pecados, dos perigos modernos (moderni). Toda modificação do presente, então, significa uma tentativa de reestruturação, de busca do passado. O exemplo mais contundente do período é o Império Carolíngio e sua ideal de renovação e não de inovação (renovatio imperii).

Escatologia O futuro é eminente assim como o fim e a noção das últimas coisas: do grego Echatas. A noção escatológica (as últimas coisas, o advir), permeia o pensamento medieval, em especial por volta do ano 1000, uma vez que o acréscimo de uma dezena assusta os medievais e marca a possibilidade de um julgamento final eminente (milenarismo). Outra data de importância é o ano de 1033, o milênio da morte de Cristo, o que resulta em um surto escatológico ainda maior, levando milhões de pessoas a migrarem para o Oriente, uma das conjunturas das futuras cruzadas.

Referências BASCHET, Jérôme. A Civilização Feudal: do ano mil a Colonização da América. Trad. Marcelo Rede. São Paulo: Globo, 2006. LANCEY, Robert, DANGIZER, Danny. O Ano Mil: a vida no início do primeiro milênio. Trad. Alfredo Barcellos Pinheiros de Lemos. Rio de Janeiro: Campus, 1999. LE GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. Lisboa: Gradiva, 1958.