Identificar o papel da Igreja Católica no contexto autoritário. Objetivo da aula 1/12.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
25 de Abril de 1974.
Advertisements

Golpe Militar de 1964 A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência.
Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985.
DISCIPULADO E GRUPOS FAMILIARES
REPÚBLICA VELHA ( ).
O governo João Goulart Prof. Ms. Wladmir Coelho
Participante do Programa de Iniciação Científica - PIIC – CUFSA 2009
A QUESTÃO AGRARIA DURANTE O REGIME MILITAR
BRASIL NO SÉCULO XIX CRISE DA MONARQUIA.
Dom Helder Câmara . “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.” Dom Helder.
Curso Direito à Memória e à Verdade
ERA VARGAS (1930 – 1945) PROFESSORA: ROSA MÁRCIA SIMONÁGIO GRANA
DITADURA MILITAR (1964 – 1985) HISTÓRIA ROSA MÁRCIA SIMONÁGIO GRANA.
GENERAL EURICO GASPAR DUTRA
Curso Direito à Memória e à Verdade
Curso Direito à Memória e à Verdade
Governos JK, Jânio Quadros e Jango
O PROTESTO SOCIAL URBANO NOS ANOS 70 E 80
Curso Direito à Memória e à Verdade
Curso Direito à Memória e à Verdade
Alunos=Renê,João,LucasNº=39, 23, 33.SÈRIE=3º A. 18 de novembro de 2009 Nossas Lutas e Conquistas Neste material, estão disponíveis informações e dados.
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
A DITADURA MILITAR DE 1964 Características gerais: centralização do poder política, legislação autoritária, hipertrofia do Poder Executivo, e uso frequente.
JOÃO GOULART – 1961 a 1964 Crise política: os militares e político udenistas não queriam deixar Jango assumir a presidência, acusando-o de ligações com.
REVOLUÇÃO MEXICANA História Prof. Lisiane.
4º Bimestre Avaliação Mensal : 9º A. B : 31/10 9º C: 31/10
Oferecer elementos que induzam à reflexão sobre a crise institucional de 1964 e a ruptura da ordem constitucional. Objetivo da aula 1/11.
Curso Direito à Memória e à Verdade
Identificar os antecedentes políticos e jurídicos que levaram ao estabelecimento da lei da Anistia. Objetivo da aula 1/12.
Identificar o ordenamento jurídico que deu suporte à repressão e violência política. Objetivo da aula 1/14.
Diferenciar as diversas posições dos atores sociais em torno do golpe de Estado. Objetivo da aula 1/12.
FIM DA REPÚBLICA VELHA.
Mobilizando as lideranças religiosas de seu bairro ou comunidade  Faça um levantamento das lideranças religiosas no bairro e na comunidade: os padres,
Alunos:Carine Miranda, Lara Cristina,Patricck Willian e Saore Bispo
POLÍTICAS DE MASSAS E REFORMAS SOCIAIS. COLÔMBIA.
O Primeiro Reinado / foi um período da História do Brasil marcado por sérios conflitos de interesses. De um lado os que desejavam preservar.
ATUALIDADES GOLPE DE 1964.
Faça o teste dos 35 anos do golpe militar no Chile Teste seus conhecimentos sobre esse fato que marcou a história latino-americana. Entrar.
(1) A presidência Constitucional de Getúlio Vargas; (2) A esquerda e a direita vão à luta; (3) O Golpe de 1937: voltamos à ditadura;
Pioneiro: WILLIAM BUCK BAGBY ( )
DITADURA MILITAR NO BRASIL
O Papa e as sua atuação O que mais chama a atenção no Papa é que ele parece não ter medo de tocar em assuntos tradicionalmente polêmicos para a instituição.
DITADURA MILITAR NO BRASIL HISTÓRIA – PROFESSORA LISIANE 8ª SÉRIE
TEXTO 1: A história da formação do pensamento sociológico brasileiro
Brasil: o que foram os anos de chumbo? (1964 – 1985) Avaliação Mensal 24/10 9º A/B/C Capítulos: 16 e 17.
Sociologia-2ª SÉRIE Professor Breno Cunha
REDEMOCRATIZAÇÃO Introdução
A experiência democrática no Brasil ( )
Política:Direita? Esquerda? Liberal? Conservador?
Tem causa A causa de Marina Silva é a causa do planeta, da qualidade de vida tanto hoje quanto no futuro. É a nossa causa, dos nossos filhos, dos nossos.
BRASIL REPÚBLICA Os Presidentes Generais ( )
A Revolução Islâmica no Irã
Destacar os casos emblemáticos como expressão da arbitrariedade e da violência política no contexto autoritário no Brasil. Objetivo da aula 1/13.
DITADURA MILITAR 1964 / 1985 – 50 ANOS
Curso Direito à Memória e à Verdade
o interregno democrático e o golpe de 1964
História do Brasil republicano
REGIME MILITAR NO BRASIL
ATO PÚBLICO CHEGA DE CORRUPÇÃO Se você quer um país melhor, junte-se a nós. Ao final de cada slide, click apenas uma vez para avançar. Repasse essa.
O regime militar e a questão da resistência: memória e história
Repressão e fechamento político
Da queda da monarquia à formação da URSS.
A DITADURA NO BRASIL (1964 – 1985) 31/03/1964: Deposição de João Goulart: Golpe x Revolução? Golpe civil-militar! Repressões começam no dia 02 de.
HISTÓRIA DO SINDICALISMO
Entre a Democracia e a Ditadura História do Brasil 5ºAno.
HISTÓRIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DAS DIVINA PROVIDÊNCIA
Primeiro Reinado Crise Econômica O Brasil possuía uma estrutura de “plantation” Nenhum produto encaixava-se nesta estrutura; A crise dura de.
Democratização da Gestão do SUAS e vínculo SUAS Presidente do COEGEMAS/MS Sérgio Wanderly Silva Secretário Assistência Social.
Domingo Sangrento. Introdução Um país: Rússia Aspetos Políticos: Monarquia absoluta A Rússia no início do século XX estendia-se desde a Europa de Leste.
Ditadura Militar no Brasil a 1985
Transcrição da apresentação:

Identificar o papel da Igreja Católica no contexto autoritário. Objetivo da aula 1/12

2/12 A Marcha da Família com Deus pela Liberdade” Algumas semanas prévias ao golpe de Estado, a Igreja, temerosa do "perigo comunista" apóia a Campanha da Mulher pela Democracia - CAMDE na organização do movimento “A Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, em resposta aos comícios de Goulart. Marcha da Família com Deus pela Liberdade, no Rio de Janeiro Foto: CPDOC/FGV/ R251 Fatos e Fotos Gente, vol.04, n.167/167, abr 1964 Após o golpe de Estado quando a repressão se impôs, a Igreja Católica representou o único centro de oposição institucional. Após dezembro de 1968, as lutas decorreram dos esforços que a Igreja fazia para defender os membros do clero ou do laicato em desavença com as forças de segurança.

3/12 Na região amazônica, onde havia a construção da Rodovia Transamazônica, a criação de gado em larga escala promovida pelo governo e as promessas de distribuição de terras que resultaram em uma guerra aberta. O clero tomava partido dos posseiros e dos pequenos agricultores que vinham sendo pressionados muitas vezes com violência. O clero, que nunca fizera política, ficava cada vez mais indignado, e persuadia os bispos de que estavam sendo praticadas graves injustiças sociais. Foto: n.i.uol.com.br/ultnot/0903/medici.jpg Presidente Médici inaugura Pedra Fundamental da rodovia Transamazônica, em Altamira, Pará, em 1970 A radicalização do pensamento do clero católico desenvolveu-se em três regiões do país: 1

4/12 Na região Nordeste, onde a injustiça social vinha de uma estrutura econômica velha de séculos e que perpetuara as mais brutais desigualdades sócio-econômicas do Brasil. Os bispos, como os da Amazônia, denunciaram a totalidade do sistema econômico como injusto. Em São Paulo, onde o arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, estava denunciando a repressão que atingira ativistas da Igreja, organizadores sindicais, estudantes e jornalistas com violência maior do que em qualquer outro lugar. 2 3 Foto: Arquivo/O Cruzeiro/EM Dom Paulo Evaristo Arns

5/12 Dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, conseguiu que o clero moderado por conta das políticas repressivas do governo apoiassem uma posição agressivamente antigovernamental. Os militares de linha-dura acusavam o clero de ajudar os revolucionários armados e em 1969 armaram uma emboscada policial, sete frades dominicanos foram presos torturados e acusados de lhe terem dado ajuda. A CNBB rejeitou a acusação. Dom Helder Câmara representava a ala “progressista” da igreja. Foto: Centenário Dom Helder Em julho de 1968 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB divulgou um documento de trabalho denunciando a doutrina da “Segurança Nacional” como “fascista”.

6/12 Em1969 a violência aumentou contra os religiosos. A polícia fazia batidas regularmente em conventos e escolas. A violência política contra a Igreja Prisões periódicas de padres alternavam-se com denúncias dos bispos progressistas sobre atos de tortura praticados pelo governo. Ativistas católicos mobilizavam seus contatos no exterior – no Vaticano, no seio do clero e do laicato da Europa e dos Estados Unidos, e de outros ativistas dos direitos humanos, gerando assim protestos na imprensa estrangeira. A Igreja tornou-se o opositora do estado autoritário brasileiro. Passou a defender agressivamente sacerdotes e leigos contra a tortura.

7 A igreja estava organizada internamente. Um exemplo são as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs. Você tem conhecimento do papel representado pelas CEBs?

8/12 As Comunidades Eclesiais de Base - CEBs foram constituídas por células de estudos leigos. Em 1974, seu número já era de aproximadamente espalhadas em todo o Brasil, dando uma grande contribuição à redemocratização do Brasil. As CEBs contribuíram para o surgimento de muitos movimentos sociais e ainda hoje são atuantes.

Foto: Arquivo Agência Estado 9/12 As forças de segurança de São Paulo deram resposta invadindo a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo destruindo equipamentos e espancando estudantes e professores que não conseguiram escapar a tempo. Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi torturado e assassinado no quartel do Segundo Exército em São Paulo, a Igreja, promoveu um ato ecumênico na catedral que foi um desafio direto ao governo. Vladimir Herzog Mais de 700 estudantes foram presos. Foi um dos mais violentos ataques a uma instituição acadêmica no Brasil desde 1964.

10 Em setembro, bandidos não identificados sequestraram Dom Adriano Hypólito, bispo de Nova Iguaçu - Rio de Janeiro, espancaram- no, despiram-no e o lançaram à beira da estrada. Para dar mais ênfase à sua mensagem, os sequestradores dirigiram o carro até a sede da CNBB, onde o explodiram. No ano de 1976, outro surto de violência direta se dirigiu contra o clero.

11/12 Nessa evolução e transformação da igreja católica brasileira, esta era a única instituição que podia elevar a voz contra o regime militar e ao mesmo tempo mobilizar seus membros espalhados por todo o país. Era também considerada a Igreja Católica mais progressista do mundo, reputação que conquistou como defensora dos direitos humanos e das reformas radicais para ajudar os pobres. A Igreja fizera uma “opção pelos pobres”, isto é, adotou uma orientação deliberadamente voltada para os que se encontravam no plano mais baixo da escala social.

Chegamos ao final desta aula. Guarde na memória! A Igreja Católica, com toda a sua importância e grandeza no país, mudou sua postura de apoio ao golpe, logo quando notou as ações do governo, levando consigo seus fiéis, os quais aumentaram ainda mais em número e em papel engajado com a criação das CEBs. 12/12 A Igreja lutava abertamente contra a supressão dos direitos democráticos, defendo em especial os mais pobres. Em represália a tudo isso, não podia ser mais violenta a resposta dada pelo governo nos diversos acontecimentos implicando membros e seguidores da instituição.