TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 4 – 01/03/2007 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Mário Janot Referência básica (Capítulo 7 – O . Blanchard)

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TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 4 – 01/03/2007 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Mário Janot Referência básica (Capítulo 7 – O . Blanchard)

O objetivo da aula é explorar os efeitos da correção dos preços sobre o nível de atividade Fatores a serem explorados: surpresas para cima do nível de preços (P-Pe)>0 fazem com que haja, a curto prazo, mais emprego do que seria justificado pelo salário real resultante do estado da demanda por bens e por mão de obra.

MODELO OA – DA: JUNTANDO TODOS OS MERCADOS Diferença entre a determinação do produto e do emprego no curto prazo e no médio prazo resulta em possíveis inconsistências entre as variáveis. Para podermos examinar a causa dessas inconsistências e o que pode resultar das correções, vamos agregar todos os mercados através de duas relações: 1) Oferta Agregada (OA): equilíbrio no mercado de trabalho 2) Demanda Agregada (DA): equilíbrio nos mercados de bens e de moeda (financeiro).

A OFERTA AGREGADA (OA) A relação de oferta agregada captura o efeito do nível de produto sobre o nível de preços. O ponto de partida de sua derivação foi o equilíbrio no mercado de trabalho. Revendo a derivação da OA a partir da determinação de salários e preços, W = Pe.F(u,z) P = (1 + µ )W Obtivemos P = Pe.(1 + µ ).F(u,z) (7.1) O nível de preços é uma função do nível esperado de preços e da taxa de desemprego (nível de atividade), dados o mark-up e os fatores estruturais que reduzem o custo do desemprego para o trabalhador.

A OFERTA AGREGADA (OA) Para conveniência, vamos trocar a taxa de desemprego pelo nível de produto, seguindo a relação: u  U = 1 – N = 1 – Y L L L Assim, a relação de oferta agregada expressa em termos de produto é: P = Pe.(1 + µ ).F(1 – Y/L , z) (7.2) Observe-se na equação acima que: 1) Pe   P na mesma proporção. Como funciona? Se as firmas e trabalhadores (wage setters) esperam preços maiores, o resultado é aumento de salários nominais pretendidos. Este reajuste, por sua vez, leva a um aumento de preços: Pe   W   P

A OFERTA AGREGADA (OA) Observe-se na equação acima que: 1) Pe   P na mesma proporção. Como funciona? Se as firmas e trabalhadores (wage setters) esperam preços maiores, o resultado é aumento de salários nominais pretendidos. Este reajuste, por sua vez, leva a um aumento de preços: Pe   W   P Ou seja ocorre uma profecia auto-realizável

A OFERTA AGREGADA (OA) 2) Um aumento no produto requer um aumento no nível de preços: Y   P  Como funciona? Y   N   u   W   P  P OA A Pe Yn Y

CARACTERÍSTICAS DA OA É monotonicamente crescente (para um dado preço esperado, um aumento de produto leva a um aumento do nível de preços), ou seja, P/  Y > 0. Passa pelo ponto A, no qual Y = Yn e P = Pe. Portanto, se não houver surpresa na realização dos preços esperados, P = Pe. o emprego é compatível com o produto ao seu nível natural Yn.. Esta conclusão é consequência da definição de un taxa de desemprego que prevalece quando P = Pe e da definição de Yn como o produto correspondente a un.

CARACTERÍSTICAS DA OA Tais características implicam: 1) Quando Y >Yn  P > Pe : trata-se de um movimento sobre a curva de oferta agregada OA, ou seja, reações da oferta a deslocamentos da demanda.. 2) Um aumento em Pe desloca a curva OA: Pe OA P OA P Pe Yn Y Y P OA` Pe` OA Pe Yn Y

DEMANDA AGREGADA (DA) A demanda agregada captura o efeito do nível de preços no produto. É derivada, como foi visto em Macro I, a partir do equilíbrio no mercado de bens e nos mercados financeiros: Mercado de Bens: IS  Y = C(Y – T) + I(Y,i) + G Mercado Financeiro: LM  M/P = Y. L( i ) LM` i LM A` i` A i IS Y` Y P A` P` A P DA Y` Y Y

Lembrar: Movimentos ao longo da curva de demanda agregada refletem, assim, os efeitos contracionistas de aumentos do nível geral de preços. A queda da liquidez real, ou seja excesso de demanda por moeda que contrai a LM, aumentando a taxa de juros requerida para equilibrar, a cada nível de produto, o mercado financeiro.

Fatores de deslocamento da DEMANDA AGREGADA (DA) Deslocamento da demanda agregada. Por exemplo aumento do índice de confiança do consumidor, ou do investimento autônomo, resultam no deslocamento da curva IS para direita LM` i i` A` A i IS’ IS Y` Y P A` P A DA Y Y´ Y

Outro exemplo de deslocamento de (DA) Uma operação contracionista de open-market. LM` i i` A` LM A i IS Y` Y P A` P A DA Y Y´ Y

A DA pode ser descrita algebricamente por: DEMANDA AGREGADA (DA) A DA pode ser descrita algebricamente por: Y = Y( M, G, T) P com Y / (M/P) > 0,  Y /  G > 0,  Y /  T < 0.

PRODUTO DE EQUILÍBRIO NO CURTO PRAZO Examinemos agora o efeito conjunto de oferta e demanda agregada: A CURTO PRAZO, DADO Pe. OA : P = Pe.(1 + µ ).F(1 –Y/L, z) DA : Y = Y(M/P, G, T) Produto Efetivo e o Nível de Preços será determinado pelo equilíbrio conjunto dos três mercados: P OA A P DA Pe B Y Yn Y

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Assim, no curto prazo, o produto pode diferir do produto natural. No curto prazo, não há porque Y ser igual a Yn. A expectativa do nível de preços pode ser diferente do nível de preços realizado, o que significa que o salário real que estava por trás dos contratos celebrados com salários nominais pode não se realizar.Mas o que ocorre ao longo do tempo, do curto para o médio prazo? Vamos supor que o produto esteja maior que o seu nível natural e que as demais variáveis exógenas permaneçam constantes. Para estudar a dinâmica de Y e P, precisamos analisar como as expectativas se comportam. Pe pode variar ao longo do tempo. Se o nível de preços do período anterior não correspondeu à expectativa, este erro deve ser levado em consideração ao se formular as expectativas para o período corrente. Vamos pressupor que Pe = Pt-1.

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Logo, teremos: Oferta Agregada Demanda Agregada Yt = Y(M, G, T) Pt Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z) L

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Supondo que no período t tenhamos Y>Yn. Sob nossa hipótese sobre os preços, Pet=Pt-1.Então, no ponto B, temos (Yn, Pt-1), e no ponto A, (Yt, Pt). No período t+1, a curva OA deve se deslocar para cima, pois teremos o novo nível Pet+1= Pt. A curva se desloca para cima e atingimos os pontos B´ (Yn, Pet+1 = Pt), e A (Yt+1, Pt+1).

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Observe que a demanda agregada não se desloca, apenas há um deslocamento ao longo desta curva. Como Pt+1 é maior que Pt e Yt+1 é menor que Yt, A´ está mais próximo do produto natural. P OA’ P OA A’ Pt+1 Pt A Pet+1 B’ A Pe B DA B DA Yn Y Y Yn

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Mas o que ocorre entre t e t+1? Como em t o produto está acima do nível natural, o nível de preços está acima do esperado. No ano t+1, o preço esperado é maior, o que eleva o preço em t+1. Um preço maior reduz o estoque de moeda real o que aumenta o nível de juros e reduz a demanda por bens em t+1. Em t+2, ainda temos Y>Yn, assim, Pet+2=Pt+1. A OA se desloca para cima novamente e temos o mesmo processo que anteriormente. Enquanto o produto corrente for maior que o natural, o nível de preços continua crescendo e o produto continua decrescendo até que Y alcance Yn, e não há mais pressão sobre os preços. A economia se estabiliza em (Yn, Pn).

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço

Modelo OA – DA Dinâmica do Produto e do Preço Conclusão: No curto prazo, o produto pode estar acima ou abaixo do produto natural, mas no médio prazo, o produto retorna para seu nível natural. O ajuste é feito via preços. Se o produto estiver acima do natural, os preços aumentam até que o produto alcance o nível natural.

Características do ajuste via OA Dado que a variável de ajuste que vai fazer o nível de emprego se ajustar é o nível de preços, a direção do ajuste será dada pelo que acontece com o salário real no processo. Se emprego em A for maior do que o natural, por exemplo, preços superiores fazem cair o salário real, e assim diminuem a oferta de emprego, deslocando a oferta global.

Uma descrição do ciclo econômico neste modelo Expansão: suponhamos um choque de demanda (expansão temporária de M, por exemplo) – deslocamentos de preços e quantidades ao longo da curva de oferta, aumento temporário de emprego, com preços esperados constantes. Propagação expansionista se esgota quando os preços convergem de volta para o valor esperado (ancorado, por exemplo em uma tradição de estabilidade de preços). Choques com média zero gerariam oscilações em torno da taxa natural.

Tentativa de Recuperação do emprego via política monetária expansionista. Com preços esperados constantes, pode-se explicar uma oscilação da economia em torno da taxa natural de desemprego. Com preços esperados influenciados pelos erros, pode-se gerar espiral de salários e preços.

Com correção das expectativas Como podem ser corrigidas? Com mecanismos de correção a partir dos erros passados (adaptativas). A partir de projeções quanto aos efeitos finais esperados das mudanças no ambiente .Novas trajetórias de equilíbrio podem resultar de expectativas que são formadas olhando-se para o futuro (“forward-looking”)

Correções de expectativas Correções de expectativas poderiam ocorrer, por exemplo como resultado da tentativa de sustentação da expansão monetária, o que converteria um choque temporário de demanda em permanente. A curva de oferta move-se para a esquerda, via correção de expectativas, a taxa natural a médio prazo permanece constante (neutralidade da moeda) e o nível de preços subiria de forma permanente. Salários e preços subiriam provocados pela tentativa de usar o estímulo monetário para alterar a taxa natural de desemprego.

Exemplos de choques Efeitos de uma redução permanente do déficit – deslocamento temporário recessivo do produto, pela queda da demanda; propagação expansionista da oferta global por queda dos preços, que permitem aumento da oferta do emprego por aumento dos salários reais. Choques de oferta positivos – melhorias na produtividade (modelar via quedas do mark-up)

Efeitos de Curto vs Médio Prazos Comparar: Expansão monetária, Redução de déficit e choque de petróleo Ciclos – movimentos primários versus mecanismos de propagação Movimentos Corretivos de Preços versus espirais de preços e salários

Qual o efeito das correções sobre a demanda agregada? Foi suposto no mecanismo acima que as decisões que afetam a demanda agregada, por exemplo, a demanda por moeda, não são alteradas por mudanças no nível esperado de preços que, de fato alteram a inflação esperada Portanto, é a convergência de preços para preços esperados que opera os movimentos da oferta. Manter a curva de demanda agregada intacta é um resultado típico de um ambiente de preços estáveis. (Alternativa: economia inflacionária – próxima aula)