ONDE COMEÇA A PAZ? Profa. Dra. Denise Gimenez Ramos Professora titular da PUCSP Membro Analista da Soc.Bras. de Psicologia Analítica Membro da Academia Paulista de Psicologia Cadeira No. 27
A Sombra Arquetípica
A Sombra Coletiva e os Complexos Culturais
A Sombra Pessoal e os Complexos
O MUNDO DAS ILUSÕES “ O errado é o outro, porque o que EU VEJO é a REALIDADE”
O MUNDO DAS ILUSÕES “Eu sempre percebo tudo, nada me escapa”.
O que interfere com minha percepção da realidade? A Sombra e os Complexos no Processo de Individuação Sombra
A Persona
A Sombra
A Sombra é parte da personalidade que foi reprimida em benefício do ego ideal. A criança é educada para só mostrar o que é bonito e adequado. E assim, aprende a projetar o “errado”, os sentimentos “feios” e “inferiores” no outro. A sombra é o impulso de buscar o bode expiatório, de buscar alguém para censurar e atacar a fim de nos vingarmos e nos justificarmos. É a experiência do inimigo. Na medida em que é preciso ser bom, ela ou eles tornam-se os receptáculos de todo o mal que deixo de reconhecer dentro de mim mesmo. Perigo: Nos tornamos os “fazedores do bem”. A polaridade do altruísta é o egoísta. Diz São Paulo: “ Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero.” (Romanos 7:19)
Os complexos O “mal”, os aspectos reprimidos ficam no inconsciente , formam os complexos, fonte de sintomas, sofrimentos e mal estar. Complexo de inferioridade Sintomas mais evidentes: rivalidade, inveja, competição, ciúmes.
O Processo de Individuação A Persona A Sombra
C.G.Jung: “ O indivíduo não se torna iluminado ao imaginar formas luminosas, mas sim ao tornar consciente a escuridão. Entretanto esse procedimento é impopular e desagradável.”
Como descobrir nossa Sombra: 1. Pedir que os outros nos digam como nos vêem: - A opinião dos amigos - A opinião dos inimigos
2. Descobrir o conteúdo de nossa projeções A sombra está naquilo que mais nos incomoda A sombra está muitas vezes onde gastamos mais tempo improdutivo.
3. Examinar nossos lapsos verbais e de comportamento e investigar o que realmente acontece quando somos vistos de modo diferente do que pretendíamos.
4. Estudar nossos sonhos, devaneios e fantasias
5. Analisar nosso senso de humor e nossa identificações ( fantasias de grandiosidade) É preciso coragem para reconhecer nosso lado inferior. O reconhecimento da nossa sombra leva também ao aumento da tolerância com nossos enganos e desacertos. Com bom humor, podemos relativizar e perdoar nossos erros e como isso nos tornamos mais humanos, menos julgadores.
A Sombra Coletiva e Arquetípica A Sombra é a base do preconceito e da discriminação social, racial e nacional. Toda minoria carrega a projeção da sombra da maioria. Já que a sombra é o arquétipo do inimigo, é provável que sua projeção nos envolva nas mais sangrentas guerras. O inimigo e o conflito com o inimigo são fatores arquetípicos, projeções de nossa cisão interior e não podem ser legislados ou simplesmente eliminados pela vontade. Só é possível lidar com eles confrontando a nossa sombra e curando nossa cisão individual.
Paz não é beatitude George Washington "Ninguém deve ser elogiado pela sua bondade quando não tem forças para ser mau”. Paz é um esforço constante da consciência em segurar os polos contrários, os conflitos e as frustrações – sem jogar ressentimentos, sem culpar o outro pelas nossas mazelas. A ética com o outro começa com a ética comigo mesmo. A Paz interior é a base da Paz social e coletiva.
“ Não existe luz sem sombra e nenhuma totalidade psíquica sem imperfeição. Não é da perfeição que a vida necessita para se desabrochar, mas sim da plenitude”. C. G. Jung