Controle Neural do Movimento

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
SISTEMA NERVOSO / POTENCIAL DE REPOUSO E POTENCIAL DE AÇÃO
Advertisements

Treinamento de velocidade, flexibilidade e coordenação
Potenciais de membrana e potenciais de ação
Sistema Nervoso Função: integrar todas as mensagens que são recebidas pelo corpo e coordenar as funções ou ações do corpo. Divide-se em Sistema Nervoso.
Sistema Nervoso.
Sistema Nervoso.
Sistema Neuromuscular
O Envelhecimento do Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso.
SISTEMA NERVOSO.
SISTEMA NERVOSO.
SISTEMA NERVOSO Células do Tec. Nervoso Morfologia do Neurônio
SISTEMA NERVOSO.
TECIDO NERVOSO TECIDO NERVOSO anabeatriz3.
O SISTEMA NERVOSO Centro de controle.
Controle da Motricidade I MEDULA Arco reflexos medulares
Sistema Nervoso CIÊNCIAS 2011
 RACIOCÍNIO FISIOLÓGICO APLICADO
Estrutura do Sistema Nervoso
O Organismo Humano… …em Equilíbrio
Estrutura e Função Muscular
Edilene , Carol e Ana Laura
Potenciais de Membrana Sinapse
SISTEMA NERVOSO.
SISTEMA NERVOSO.
Prof. Regis Romero.
Centro de comando corporal
Fisiologia Humana Sistema Nervoso.
ASPECTOS BIOMECÂNICOS DO TECIDO MUSCULAR
Edilene , Janaina e Ana Laura
fisiologia celular junção neuromuscular fisiologia muscular
SISTEMA NERVOSO.
SISTEMA NERVOSO.
Como se denomina a alteração brusca na carga elétrica das superfícies interna e externa da membrana plasmática, causada por um estímulo de natureza.
FILOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO
Morfofuncional V.
SISTEMA NERVOSO Prof. Víctor Pessoa.
Controle Neural do Movimento
Neurônios e células da glia
Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP)
FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR
Sistema Nervoso.
Aula 5: Receptores Sensoriais
CLASSES DE MOVIMENTOS ATOS REFLEXOS - considerados involuntários, simples (poucos músculos), estereotipados, em geral ocorrem automaticamente em resposta.
Bioeletrogênese.
NEUROFISIOLOGIA IV - Sensibilidade.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Fisiologia do Sistema Neuromuscular -Contração do músculo esquelético-
INTRODUÇÃO AO SISTEMA SENSORIAL
Junção neuromuscular Acoplamento eletro-mecânico
Colégio Maria Imaculada
INTRODUÇÃO AO SISTEMA SENSORIAL
Sistema Nervoso.
SISTEMA NERVOSO.
SINAPSE Profa. Dra. Cláudia Herrera Tambeli.
Prof. Claudinei Sousa Lima
ATUALIZAÇÃO EM NEUROFISIOLOGIA
SISTEMA NERVOSO Fisiologia Humana Curso de Nutrição
Tronco e Medula Profa. Mirelle Saes
Miologia.
Sistema Nervoso Aula Tema: Sistema Nervoso.
SISTEMA NERVOSO SENSORIAL
CONTROLE DA MOTRICIDADE
Sistemas Sensoriais.
Sistemas Sensoriais.
Sistema Nervoso.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Fisiologia da contração muscular
Sistema Nervoso BALA 2011.
Transcrição da apresentação:

Controle Neural do Movimento Gilberto Cunha – Setembro/2011 Orientador: Ft Cássio Siqueira

Introdução Unidade motora: motoneurônio anterior + fibras musculares inervadas por ele. 420000 motoneurônios inervam 250 mi de fibras musculares esqueléticas. Quanto mais refinada a função, menor o n° de fibras As diferenças individuais na proporção entre fibras musculares e unidades motoras contribui significativamente no desempenho esportivo em termos de habilidade.

Os MTN-alfa recebem influxo de 3 fontes primárias: Células ganglionares da raiz dorsal com axônios que inervam os fusos musculares Motoneurônios superiores (principalmente no giro pré-central); Interneurônios medulares excitatórios e inibitórios (o maior influxo) A JNM representa a interface entre a extremidade de um MTN e uma fibra muscular.

A liberação de ACh na fenda sináptica excita a membrana pós-sináptica, modificando sua permeabilidade Um PA será gerado se a modificação no potencial de membrana alcançar o limiar de excitação. O termo potencial excitatório pós-sináptico (PEPS) descreve essa modificação no potencial de membrana na junção entre 2 neuronios. A chegada de um PEPS inferior ao limiar não acarreta despolarização. O influxo de íons aumenta, diminuindo o potencial de membrana de repouso- tendência em disparar

“Somação temporal”: impulsos excitatórios inferiores ao limiar chegam em sucessão rápida e o potencial de membrana de repouso é reduzido “Somação espacial” : estimulação simultânea dos terminais pré-sinápticos do mesmo neurônio, induzindo um PA pela soma dos efeitos individuais *O fenômeno da facilitação neural (o potencial de membrana está mais perto do limiar de disparo que o habitual) afeta mais os neurônios a nível de SNC que os eventos eletroquímicos na JNM pois essa não libera neurotransmissores inibitórios

3 fatores produzem a facilitação neuronal: < sensibilidade do MTN aos neurotransmissores inibitórios quantidade reduzida desses neurotransmissores efeito combinado de ambos A facilitação neuronal exerce importante influência em condições especiais. Nas atividades de força e potência, desinibição + ativação máxima de todos os MTN simultaneamente é crucial para atingir desempenho de alta performance

Uma substância neurotransmissora inibitória eleva a permeabilidade da membrana pós- sináptica para efluxo de K+ e Cl-, aumentando o potencial de repouso da membrana | \|/ Potencial inibitório pós-sináptico (PIPS). O PIPS hiperpolariza o neurônio, dificultando seu disparo. Um PIPS grande impede o início de um PA quando um MTN recebe estimulação tanto excitatória quanto inibitória O neurotransmissor que provoca um PIPS é incerto. A inibição exerce funções protetoras que reduzem o influxo de estímulos indesejáveis, de forma a produzir uma resposta uniforme e intencional.

Características funcionais da unidade motora A unidade motora contém apenas um tipo específico de fibra muscular (tipo I ou tipo II) ou uma subdivisão do tipo II com o mesmo perfil metabólico Produção de força Veloc de contração Resistencia à fadiga _______________________________________________________________________ Tipo I Baixa Lenta alta Tipo IIa Moderada Rápida moderada Tipo IIx Alta Rápida baixa

Treinamento específico modifica as características da fibra *Treinamento específico modifica as características da fibra. Com treinamento aeróbio prolongado, fibras de contração rápída tornam-se tão resistentes à fadiga qto as de contração lenta *Os MTN exercem efeito trófico sobre as fibras, modulando a resposta adaptativa aos estímulos: Inervação cirúrgica de fibras rápidas com um MTN de uma UM de contraçao lenta altera suas características contráteis

“Princípio do tudo ou nada” - Um estímulo intenso o suficiente p/ desencadear um PA no MTN ativa todas as fibras que compõem a UM fazendo com que se contraiam sincronicamente (o impulso provoca ou não a contração) A gradação da força varia graças ao > n° de UM recrutadas ou > frequência de disparo das UM. Estímulos repetitivos no músculo antes deste relaxar-se também elevam a tensão total. Combinação de recrutamento das UM com modificação de seu ritmo de disparo permite obter padrões ideais de descarga neural tornando possivel ampla variedade de contrações gradativas

-Pelo “principio do tamanho” (MTN com axônios cada vez maiores), as UM de contração lenta e limiar de ativação mais baixo são recrutadas seletivamente durante esforço leve/moderado. -Movimentos mais vigorosos/rápidos ativam progressivamente UM de contraçao rápida resistentes a fadiga (IIa) até ser necessário recorrer às UM fatigáveis de contração rápida (IIx) para produção de força máxima. O controle diferencial dos padrões de ativação das UM representa o principal fator que distingue desempenhos com e sem perícia

Informação sensorial *Fusos musculares Receptor proprioceptivo composto de fibras musculares modificadas, paralelas às fibras musculares extrafusais, inervado por 2 fibras aferentes sensoriais e 1 fibra eferente motora. Proporcionam informação mecanosensorial sobre modificações no comprimento e na tensão das fibras musculares. Através de uma resposta reflexa iniciam contração muscular mais vigorosa para contrabalancear o estiramento do músculo

3 componentes principais compõem o reflexo de estiramento: o fuso muscular que responde a distensão uma fibra nervosa aferente que conduz o impulso sensorial do fuso para a medula um MTN medular eferente que ativa as fibras musculares distendidas Esse reflexo atua como compensação autoreguladora e permite ao músculo ajustar-se automaticamente às diferenças na carga e comprimento, sem necessitar de processamento imediato pelos centros superiores do SNC. Isso proporciona importante função reguladora para o movimento e manutenção da postura

Órgãos Tendinosos de Golgi -Detectam diferenças mais na tensão gerada pelo músculo ativo que no comprimento emitindo impulsos durante a tensão gerada no encurtamento ou distensão passiva. -Mudança excessiva na tensão muscular faz aumentar a descarga dos OTG inibindo a atividade dos MTN e reduzindo a produção de força --> mecanismo protetor Permanecem relativamente inativos e exercem pouca influência quando a ação muscular produz pouca tensão.

Corpúsculos de Pacini Receptores localizadas perto dos OTG encravadas numa única fibra nervosa desmielinizada que respondem ao movimento rápido e a pressão profunda. A deformação/compressão de sua cápsula transmite a pressão até as terminações nervosas em sua parte central afim de mudar seu potencial elétrico. Se esse potencial atingir magnitude suficiente, um sinal propaga-se ao longo do axônio mielinizado que deixa o corpúsculo e penetra na medula.

Reflexos Arco reflexo é a via nervosa do receptor ao SNC e do SNC de volta ao órgão efetor através da via motora. A contração reflexa do músculo esquelético pode ocorrer em resposta a um estímulo sensorial e não depende da ativação dos centros cerebrais superiores. O objetivo é oferecer uma forma inconsciente e rápida de reação. O grupo muscular antagonista é simultaneamente inibido através de PIPS (inibição recíproca).

SNC *Cérebro -O córtex é responsável por 3 funções motoras importantes: organização de movimentos complexos, armazenamento de experiências aprendidas e recepção de informações sensoriais. O córtex motor é o ponto final de processamento para onde estímulos subcorticais estão voltados. -Após processar os estímulos, o planejamento do movimento final é formulado e os comandos motores são enviados à medula, podendo ser modificados pelos centros subcorticais ou medulares

*Tronco encefálico -A formação reticular é percorrida por vários sinais de interconexão e os integra (oriundos da distensão de sensores das articulações e músculos, nociceptores da pele, sinais visuais e auditivos) -Uma vez ativada, produz efeito inibitório ou facilitatório sobre os outros neurônios -Os circuitos neuronais do tronco são responsáveis pelo controle do tônus muscular, equilíbrio, suporte contra gravidade e reflexos especiais. Um dos papeis mais importantes no controle da locomoção é a manutenção do tonus postural.

*Cerebelo -Importante papel na coordenação e monitoração dos movimentos complexos, por meio de conexões com o córtex motor, tronco e medula. -Seu papel principal é auxiliar no controle do movimento em resposta ao feedback dos proprioceptores. Principal centro de comparação, avaliação e integração para ajustes posturais, locomoção, equilíbrio, percepção de velocidade de movimento e outros reflexos. -Em essência, proporciona uma sintonia fina para todas as formas de atividade muscular

*Medula -Principal centro de processamento e distribuição para o controle motor, preparando os centros medulares para a realização do movimento desejado. -O mecanismo medular pelo qual um movimento voluntário é traduzido na ação muscular adequada é denominado sintonia medular Embora o padrão geral do movimento antecipado seja controlado pelos centros superiores, seu refinamento adicional ocorre pela interação complexa com neurônios medulares.

Controle das funções motoras -Realizar uma função motora (ex: arremesso) envolve interações complexas dos centros cerebrais superiores com os reflexos medulares, numa sincronia precisa. -Acreditava-se que o córtex motor controlava o movimento voluntário com pequenos estímulos das áreas subcorticais. -Entretanto evidências sugerem que o córtex é o executor final dos planos de movimento, não fornecendo seus estímulos iniciais.

-O primeiro passo na execução de um movimento voluntário ocorre nas áreas motivacionais subcorticais e corticais, que possuem papel fundamental na consciência. -O impulso primário consciente envia sinais às áreas associativas do córtex, que criam um esboço grosseiro do movimento planejado à partir de sub-rotinas armazenadas. -A informação sobre o plano do movimento é entao enviada ao cerebelo e aos gânglios da base, que colaboram para converter esse esboço num programa preciso de excitação temporal e espacial

-Possivelmente o cerebelo é mais importante na realização de movimentos rápidos, enquanto os gânglios da base são mais responsáveis pelos movimentos lentos. -O feedback ao SNC dos receptores musculares e proprioceptores permite a modificação do programa motor, caso seja necessário corrigir erros no plano original.