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Comunicação do Risco Que alternativas? Prof. Ligia Rangel ISC/UFBA Botucatu, março de 2009.

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Apresentação em tema: "Comunicação do Risco Que alternativas? Prof. Ligia Rangel ISC/UFBA Botucatu, março de 2009."— Transcrição da apresentação:

1 Comunicação do Risco Que alternativas? Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009

2 Objetivos 1. Discutir a comunicação do risco na mídia. 2. Discutir o Planejamento da Comunicação de Risco.

3 Relato de um caso: isco à saúde do trabalhador e a comunicação da mídia impressa Comunicação do risco na mídia. Relato de um caso: Risco à saúde do trabalhador e a comunicação da mídia impressa

4 Morte de um médico e um operário foram casos - índice para investigação epidemiológica O Caso: Camaçari- Bahia Julho de 1990

5 Evidências da Epidemia  7.356 trabalhadores examinados;  850 suspeitos de leucopenia por exposição ao benzeno;  216 casos de benzenismo.  A avaliação ambiental revelou níveis acentuados de contaminação atmosférica.

6 No Polo de Camaçari seis indústrias integravam o ciclo do benzeno na época. No Polo de Camaçari seis indústrias integravam o ciclo do benzeno na época.

7 Atores envolvidos  Empresa Nitrocarbono  Ministério do Trabalho (DRT e FUNDACENTRO)  Secretaria Estadual da Saúde (CESAT)  Sindicato dos trabalhadores (SINDIQUÍMICA)  Mídia Impressa (4 jornais) Cada ator produziu discursos diferentes sobre a epidemia que circularam na região, gerando perplexidade e pânico entre os trabalhadores do COPEC e cidadãos.

8  Crise do setor petroquímico:  depressão dos preços no mercado internacional;  queda dos investimentos;  redução do ritmo de produção.  Perspectivas de privatização da Petrobrás.  Ameaças de desemprego.  Ameaça de greve geral (CUT). Contexto da epidemia

9 Que problemas de Comunicação do Risco?  O Estado não teve capacidade de coordenar a comunicação do risco junto aos trabalhadores.  Esta ficou ao encargo do sindicato e da mídia.  A empresa silenciou.  O Sindiquímica teve uma estratégia de comunicação contundente, mediante seu boletim informativo e divulgou amplamente o caso de modo permanente e persistente nas portas de fábrica.  A mídia impressa realizou ampla cobertura, com sentidos distintos e conflitantes sobre a epidemia.

10 NoticiasNoticiasNoticiasNoticias Epidemia na cobertura jornalística Gráfico 01 - Distribuição Temporal das Notícias 19901991

11 Argumentos e Sentidos  O laudo do INAMPS sobre a causa da morte do médico é contestável.  O sistema de controle ambiental da Nitrocarbono é o melhor do Polo.  A epidemia é uma invenção de grupos de interesses que articulam uma “guerra contra o Polo”.  Na Bahia não há equipamentos suficientes para confirmar que os casos de leucopenia sejam devido a intoxicação pelo benzeno. A empresa comprova que não há contaminação. A empresa comprova que não há contaminação. O governo não tem certeza suficiente (ou não tem poder) para tomar a decisão de interditar a empresa. O governo não tem certeza suficiente (ou não tem poder) para tomar a decisão de interditar a empresa. O Polo investirá em meio ambiente, apesar do relativo desconhecimento da natureza e magnitude do problema. O Polo investirá em meio ambiente, apesar do relativo desconhecimento da natureza e magnitude do problema. Evidencia conflitos entre trabalhadores, empresas e governo. A Tarde: Epidemia incerta

12 Jornal A Tarde, 13/08/91 POLO LIMPO

13 Jornal A Tarde, 31/10/90 Jornal A Tarde, 31/10/90 POLO LIMPO POLO LIMPO

14 Argumentos e Sentidos Tribuna da Bahia: Epidemia Real e Aterrorizante  INAMPS reconhece origem ocupacional da aplasia medular que matou médico.  Morte de médico é a ponta do iceberg de um problema maior, “um inimigo sempre à espreita” que “põe as garras de fora com ferocidade aterradora”.  Morte por leucemia ocupacional na mesma empresa.  DRT constata o comprometi- mento da saúde por exposição ao benzeno em mais 73 trabalhadores. Ameaça química no COPEC envolta em mistério. Ameaça química no COPEC envolta em mistério. Novos casos a cada dia e em várias empresas. Novos casos a cada dia e em várias empresas. Médico do Sindiquímica alerta para os riscos à saúde dos 442 empregados da Nitrocarbono. Médico do Sindiquímica alerta para os riscos à saúde dos 442 empregados da Nitrocarbono. DRT determina fiscalização rígida da empresa. DRT determina fiscalização rígida da empresa. Pânico instala-se na empresa, onde “Calar é a ordem”. Pânico instala-se na empresa, onde “Calar é a ordem”. Ministro da Saúde reconhece a epidemia. Ministro da Saúde reconhece a epidemia. Destaca conflitos entre trabalhadores, empresas e governo.

15 Tribuna da Bahia, 24/10/90 A morte paira no ar...

16 Tribuna da Bahia, 08/11/90 DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO Foto: arquivo

17 Argumentos e Sentidos Jornal da Bahia: Epidemia e Culpa  Sindicato dos trabalhadores incrimina a empresa e move ação judicial.  Empresa contesta laudo do INAMPS, mas não consegue comprovar que a morte não é de causa ocupacional.  Epidemia é criminosa e a empresa é culpada.  Crime é acompanhado de terror, ”matando os trabalhadores aos poucos”. rregularidades nas ações das empresas: demissões, sonegação de informações sobre operários doentes; corte da assistência médica e da complementação salarial. I rregularidades nas ações das empresas: demissões, sonegação de informações sobre operários doentes; corte da assistência médica e da complementação salarial. Empresa “esconde o jogo da contaminação”. Empresa “esconde o jogo da contaminação”. DRT interdita empresa. DRT interdita empresa. Evidencia conflitos entre Evidencia conflitos entre empresas e trabalhadores. empresas e trabalhadores.

18 Jornal da Bahia, 03/04/91 POLO SUJO POLO SUJO Foto: assinatura não identificada

19 Jornal da Bahia, 26/07/90 POLO SUJO POLO SUJO Foto: Valter Pontes

20 Argumentos e Sentidos Correio da Bahia: Epidemia Natural e Controlável  Laudo do INAMPS sobre morte de médico é uma incógnita.  Epidemia é esperada pois ocorreu em outros polos industriais de países do primeiro mundo.  Epidemia requer investigação das autoridades sanitárias.  Epidemia decorre do fracasso do sistema de controle tecnológico pelo desgaste “natural”dos equipamentos. Empresa e governo são co- responsáveis pelo controle da epidemia. Problema exige solução negociada. Problema exige solução negociada. Empresas investem em tecnologia de controle ambiental, para solucionar problema. Empresas investem em tecnologia de controle ambiental, para solucionar problema. Neutraliza conflitos em torno da epidemia e evita apontar culpados.

21 Correio da Bahia, 13/11/90 Foto: Márcia Raquel

22 Correio da Bahia, 13/11/90

23 Algumas conseqüências da (In) Comunicação do Risco  Confusão e incerteza sobre o acontecimento  Mensagens sensacionalistas alastraram o pânico entre trabalhadores  Acirramento das tensões entre empregadores e trabalhadores  Aumento do descrédito sobre as instituições públicas de regulação e controle dos riscos e das relações entre trabalho e capital.  Falta de confiança no conhecimento técnico- científico.

24 A percepçãode risco é variada A percepção de risco é variada As pessoas tendem a não confiar em fatos e dados empíricos, mas se apegam às construções simbólicas e próprias crenças e convicções.

25 As fontes de informação são múltiplas Quando as pessoas se percebem sob riscos, elas tendem a buscar informações em algum lugar: – na empresa onde trabalha, – nos sindicatos, – nos meios de comunicação, – nos serviços de saúde, – com os colegas, – vizinhos, etc. É preciso então saber quais são para elas as fontes confiáveis; que informações essas fontes propiciam em termos de qualidade, abrangência, atualidade; e qual o sentido que a informação tomará no contexto do cotidiano da vida dessas pessoas (Rangel, 2007).

26 Que Alternativas para a Comunicação de Risco? Conhecer e Planejar

27 Planejar a ç ões de comunica ç ão: pressupostos Planejamento não é uma técnica ou conjunto de técnicas, mas um processo que parte da tomada de decisões, dependente do modelo econômico de desenvolvimento. O Planejamento Estratégico e Situacional é uma boa referência para planejar em comunicação:  reconhece a complexidade do social, o jogo de forças sociais internas e externas aos sistemas e serviços de saúde com seus múltiplos interesses.  O ator que planeja é o Estado.  O PES permite reconhecer os interesses múltiplos em conflito, e identificar as múltiplas vozes que informam a sociedade sobre o tema.  O PES permite realizar uma análise das fortalezas e fragilidades das possíveis estratégias de comunicação que podem contribuir com o programa de controle de problemas de saúde.

28 Um Modo Prático de Planejamento e Programação em Saúde (Teixeira, 1993) I - Análise da situação de saúde: –Identifica: grupos populacionais e problemas; –Descreve prioriza e explica problemas –Identifica e seleciona intervenções necessárias II- Definição da Imagem Objetivo: Identifica cenários possíveis Identifica tendências das variáveis dos cenários possíveis Elabora objetivos específicos Analisa a coerência interna e externa dos objetivos. III - Desenho de Estratégias: Define proposta de intervenção Analisa a direcionalidade Analisa a viabilidade Elabora projetos dinamizadores IV - Gerência Tático - Operativa: Monta um sistema de direção local Faz a programação operativa Estabelece indicadores para o acompanhamento e avaliação.

29 Epidemiologia Situação de Saúde (riscos, danos e agravos) Política de Saúde Políticas Planos Programas Contexto sócio- cultural Crenças Valores Atitudes e comportamentos Contexto Comunicacional Linguagem Redes Meios Acesso e uso Estratégias de Comunicação em Saúde Atores Meios Linguagem Mensagens Dimensões do contexto

30 Estratégias de Comunicação em Saúde Atores Meios Linguagem Mensagens Contexto cultural Mudanças em práticas de saúde Situação de Saúde Mudanças nos indicadores de saúde Dimensões do contexto

31 Como planejar ações de comunicação em saúde? 1.Conhecer o risco à saúde a que se refere a ação de comunicação de risco: –Conhecer magnitude, gravidade e grupos afetados. –Realizar a análise das respostas sociais dadas ao problema (Estado, empresas, mídia, outros). –Conhecer os fundamentos das ações de controle dos riscos : base científica, atualidade, avaliação de custo-efetividade da tecnologia de controle a ser utilizada.

32 Como planejar ações de comunicação ? 2. Conhecer os modos de comunicação dos trabalhadores: –Conhecimentos/percepções e práticas circulantes sobre o risco e possíveis pontos de tensão/contradição/ ambigüidades com o conhecimento que fundamenta a ação. –Meios preferenciais de comunicação utilizados. –Atores envolvidos nos processos de comunicação do risco ocupacional? (empresas, governo, sindicatos, políticos, associações, outros). –Principais interlocutores dos profissionais de saúde para fazer circular a informação (fontes e meios). –Características sócio-culturais e comunicacionais dos públicos (linguagem profissional e popular). –Fontes e meios de comunicação que fazem a comunicação no território. –Dificuldades e facilidades dos processos de comunicação.

33 Como planejar ações de comunicação em saúde? 3. Definir os obstáculos a serem superados 4. Definir as ações capazes de superar os obstáculos 5. Definir os objetivos das ações 6. Analisar a coerência entre problema,objetivos e ações. 7. Selecionar ações prioritárias. 8. Analisar viablidade técnica e política para realizar as ações prioritárias selecionadas. 9. Definir indicadores de avaliação do controle do risco. 10. Analisar o recursos disponíveis para enfrentá-los. 11. Analisar aspectos éticos que envolvem as ações. 12. Elaborar um Plano de Comunicação: ações; objetivos, atividades, metodologia, acompanhamento e avaliação.

34 Plano: desenho do caminho onde queremos chegar O planejamento estratégico contribui para articular interesses e acumulações e valorizar as rotas de circulação da informação, bem como os circuitos específicos de grupos.

35 Obrigada! Ligia Rangel lirangel@ufba.br


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