História da Música II Aula 4 Introdução ao Renascimento Contexto Prof. Diósnio Machado Neto.

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1 História da Música II Aula 4 Introdução ao Renascimento Contexto Prof. Diósnio Machado Neto

2 O renascimento: a era do humanismo Eventos políticos – O início do Renascimento é marcado pelo fim da Guerra dos cem anos – O Sacro Império Romano perde gradualmente sua habilidade para unir e assegurar homogeneidade na Europa Ocidental. Reforma (1517) Contra-Reforma e a criação da Companhia de Jesus – Estabelecimento de monarquias nacionais apoiadas pelas grandes casas comerciais. Padronização jurídica e monetária – Formação de um mercado nacional que implicava em uma equiparação de preços e salários. O Estado como mediador. Ruptura do sistema de defesa individual dos interesses. Era do acumulo de capital: lucros incalculáveis tornam as casas comerciais em patronas do Estado A educação passa a ser o elemento diferenciador para a realização do sistema de concorrências entre as casas comerciais – avanço da tecnologia

3 O conhecimento como o fator decisivo Os humanistas e o foco sobre a capacidade criativa do homem. – Em um momento histórico de expansão (física, comercial, filosófica etc) do mundo ocidental, a capacidade criativa (compreensão e domínio da natureza) se torna a principal tecnologia. Período de grande inventiva técnica – Técnicas de exploração agrícola e mineral; de fundição e metalurgia; construção naval e navegação; imprensa – Concorrência entre as empresas estimulou a tecnologia militar. » Galileu e Leonardo da Vinci trabalharam nesse sentido » Observação atenta e metódica da natureza por meio de experimentos » Consolidação da matemática como linguagem de domínio dos fenômenos naturais: algarismos arábicos, álgebra islâmica e a geometria clássica (heliocentrismo). » Cosmografia de Galileu impulsiona a descoberta de Colombo » Avanço da cartografia. Matematização da sociedade – Espacial - cartografia – Temporal – o relógio

4 O humanismo Humanistas: indivíduos que desde o século XIV vinham se esforçando para modificar e renovar o padrão dos estudos tradicionais da Universidade – Antes dominada pela Igreja (medicina, direito e teologia) – Studia humanitatis Renovação das áreas do interesse universitário: Poesia, História, Filosofia, Matemática e Eloqüência (Filosofia + Matemática) – Para o desenvolvimento dessas áreas era fundamental o estudo das línguas clássicas Redescoberta dos textos da Antiguidade. Desenvolvimento dos estudos filológicos Para os humanistas a cultura mais perfeita era a Clássica Reinterpretação dos valores cristãos à luz do pensamento clássico. O interesse pelo pensamento grego impulsiona a imigração de inúmeros intelectuais orientais. Antropocentrismo: o homem como fonte das energias criativas inesgotáveis

5 Atitude crítica A atividade crítica, voltada para a percepção da mudança, foi uma das características mais notáveis do movimento humanista – Transformação dos costumes, das línguas e da própria civilização. – Contradição religiosa: submissão x expansão A administração do Estado Pontifico não descartava o novo contexto, cercou-se de intelectuais progressistas – Intelectuais humanistas associavam-se a príncipes e monarcas, universidades, municipalidades ricas e às grandes famílias burguesas. Atuação educativa – Não poucas vezes a proximidade do poder com a renovação estrutural promovida pelos humanistas resultou em cruéis persiguições

6 Diversidade de pensamentos Diversidade de pensamentos dentro do humanismo – Platonismo de Florença e a busca do ideal da beleza – Tudo que é belo é divino A criação do belo através da arte é o ato mais sublime do que é capaz o homem A arte não é a imitação da natureza e sim a superação no sentido da perfeição absoluta – Tal atitude levou a um conhecimento das leis e propriedades das representações (na música, as propriedades do afeto – Tinctoris) – Aristotelismo de Pádua Racionalismo naturalista – estuda e observação da natureza – Copérnico e Galilei O naturalismo dos paduanos acreditava na supremacia da razão, negando a criação, a imortalidade da alma e os milagres Atitude científica era inerente

7 Mudanças na realização musical Compositores desfrutam uma maior liberdade criativa. – O patronato ainda é o principal meio de sustento dos músicos, mas o desenvolvimento do patronato secular (principalmente na Itália) passa a rivalizar com o sagrado em importância. Desenvolvimento pleno das capelas de música fora das igrejas. Médicis – Floerença Este – Ferrara Sforza – Milão Gonzaga – Mântua Como resultado, compositores e intérpretes ganham prestígio e status social. – Incremento da prática musical de amadores Aparecem manuais de instruções para amadores Novo repertório apropriado para os não especialistas A renascença marca definitivamente a postura do hedonismo sonoro. Isso é definido pela influência cada vez maior da burguesia, que passa a não só ser consumidora mas praticante da arte.

8 Surgimento da impressão musical Marcos da impressão musical – A tipificação móvel de Gutenberg (1450) – Primeiro livro de canto (1473) – Petrucci publica a primeira coleção de música polifônica (1501) Em 1501, Ottaviano Petrucci publica Harmonice musices Odhecaton, onde se encontram composições de Comperè, Agricola, Obrecht, Isaac, Busnois, etc. Em 1502, um exemplar com missas de Josquin, mais tarde com o mesmo gênero de Obrecht e Isaac. Em 1507, saiu publicada uma tablatura para alaúde. Permite de certo modo a popularização mais eficaz da música. – A burguesia se torna alfabetizada musicalmente – Música se torna uma mercadoria – Cria-se uma classe sócio-musical

9 Harmonice musices Odhecaton