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DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA

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Apresentação em tema: "DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA"— Transcrição da apresentação:

1 Doenças Infecciosas com Apresentação Multissistêmica (Febre Tifóide e Paratifóide)

2 DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
A febre tifóide e a paratifóide são um conjunto de doenças muito semelhantes, denominadas de febre entérica. Ambas com potencial risco de fatalidade se não forem diagnosticadas precocemente. Aliado a este risco, adiciona-se o risco dos pacientes se tornarem portadores crónicos perpetuando a infecção.

3 Cont. Nos primórdios dos anos 1900, foi identificada, nos Estados Unidos da América, a primeira mulher portadora assintomática. Mary Mallon, também conhecida como “Mary Tifóide”, pois ela como portadora e cozinheira, transmitia a infecção aos clientes do restaurante em que trabalhava. A epidemia acompanhava a “Mary Tifóide” de trabalho em trabalho.

4 Definição: A febre tifóide é uma doença bacteriana, multi-sistêmica, potencialmente fatal causada pela Salmonella typhi (serotipos A,B,C). A febre paratifoide, é uma doença semelhante e relacionada com à febre tifóide, mas muito mais rara, causada pela Salmonella paratyphi (serotipos A,B,C).

5 Epidemiologia Epidemiologia no Mundo e em Moçambique
A febre tifóide é rara nos países desenvolvidos, contudo é endémica em muitos países em vias de desenvolvimento, onde factores socioeconómicos contribuem para a sua difusão pelas precárias condições de saneamento do meio.

6 Cont, Em Moçambique, de Abril de 2009 até Maio de 2010, na província de Tete, no distrito de Tsangano, foram notificados 179 casos de febre tifóide, com 18 óbitos correspondendo a uma taxa de letalidade muito alta de 10%.

7 Reservatórios Tratando-se de doença exclusivamente humana, o único reservatório é o homem (doente ou portador). Até 10% dos pacientes com febre tifóide sem tratamento excretam S. typhi nas fezes por um período de até 3 meses, e 1 a 4% tornam-se portadores assintomáticos crónicos, eliminando a S. typhi pelas fezes ou urina por mais de 1 ano.

8 Cont. A situação de portador é mais frequente em mulheres, lactentes e indivíduos com anormalidades biliares (com ou sem litíase) – chamados “portadores biliares” ou infecção urinária concomitante por Schistossoma haematobium – chamados “portadores urinários”. Os portadores são especialmente perigosos quando ocupam determinadas profissões: cozinheiros, vendedores de mercados, trabalhadores de restaurantes

9 Transmissão A transmissão da febre tifóide e paratifóide pode ser directa ou indirecta A transmissão directa é feita por via feco-oral, a partir do paciente ou portador (doença das mãos sujas). A transmissão indirecta é a forma mais frequente e pode ser através de veículos ou raramente por vectores. Os veículos podem ser hídricos (água contaminada), ou alimentos contaminados (leite e seus derivados não pasteurizados, carnes e derivados, mariscos, verduras mal cozidos, produtos congelados e enlatados). Os vectores podem ser moscas (ao pousar em fezes e depois em alimentos), cães e gatos.

10 PATOGENIA E FISIOPATOLOGIA
A patogenia e fisiopatologia da febre entérica começa com a ingestão de microorganismos em água e alimentos contaminados, encontrando condições ideais de sobrevivência e difusão ao nível do trato gastrointestinal.

11 QUADRO CLÍNICO, COMPLICAÇÕES, EXAMES AUXILIARES E DIAGNÓSTICO, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O quadro clínico é relativamente inespecífico, e tem como principal sintoma a febre alta ( ºC) e prolongada, que sem tratamento pode durar até 4 semanas. Apresenta início insidioso com febre do tipo contínuo, cefaleia, mialgias, astenia, tosse seca e calafrios. Dor abdominal, náuseas, vómitos, diarreia que pode ou não ser sanguinolenta ou menos frequentemente obstipação

12 Cont. Epistaxis Sintomas neurológicos em 2 a 40% dos casos: meningismo, movimentos estereotipados das mãos (como alisamento contínuo da roupa da cama ou tentativa de apreender no ar objectos inexistentes)

13 O exame físico pode revelar:
Bradicardia relativa em desproporção com o grau da febre (dissociação pulso x temperatura) Abdómen distendido, hepatoesplenomegália Exantema maculopapular por volta do fim da primeira semana - “roséolas tíficas” - no tórax ou abdómen, que empalidecem à pressão Sinais neurológicos: rigidez da nuca, paralisia, fraqueza muscular Icterícia O curso da febre paratifoide tende a ser menor e com sintomas mais leves, mas pode ser clinicamente indistinguível.

14 Cont. Os casos registados em Tsangano – Tete em 2009 apresentavam-se com: febre, cefaleia, dores abdominais, rigidez de nuca, dificuldade em falar e caminhar.

15 Complicações As principais complicações são:
Perfuração intestinal com consequente peritonite Sangramento gastrointestinal (alto ou baixo) Ambas são complicações graves que colocam em risco a vida do doente e que devem ser prontamente controladas com hidratação, antibioterapia de largo espectro e cirurgia. Outras complicações digestivas: colecistite, ulceração do cólon, estomatites, parotidites, abcesso esplénico e hepático. Outras complicações incluem: meningite, osteomielite, colecistite, miocardite, nefrite.

16 Exames Auxiliares e Diagnóstico
O hemograma é variável, mostra geralmente leucopénia, embora no início da doença possa aparecer discreta leucocitose. Em caso de complicação (peritonite, perfuração intestinal) a leucopénia é substituída por leucocitose com neutrofilia. Culturas: a hemocultura é um bom método para confirmar o diagnóstico e apresenta alta sensibilidade na 1ª semana de infecção, nas semanas seguintes a sensibilidade reduz gradualmente. Associado a hemocultura, está a urocultura e a coprocultura. Teste de Widal – positivo. Lembre-se que este teste é para anticorpos contra salmonella e pode não indicar infecção activa. Também, é de pouca utilidade devido aos falsos-positivos que acontecem e os portadores crónicos

17 Diagnóstico Diferencial
Deve ser diferenciada de outros casos com febre:

18 Conduta A febre tifóide é uma doença infecto-contagiosa pelo que devem ser tomadas medidas de isolamento do paciente. Em caso de surtos epidémicos, deve-se criar enfermarias de isolamento (usar tendas em caso de necessidade) – centros de tratamento de doenças diarreicas (CTDD).

19 Medidas de isolamento CTDD vedado
Criar, sempre que possível, áreas no CTDD: área de triagem e observação, área de internamento, área de convalescência e área neutra A porta de entrada deve ser diferente da porta de saída, e deve conter soluções desinfectantes (hipoclorito) Os trabalhadores de saúde devem estar devidamente equipados com EPI (Equipamento de Protecção Individual) A lavagem obrigatória e frequente das mãos é uma regra de ouro

20 Cont. O tratamento dos produtos biológicos – sangue, fezes, urina, deve obedecer as normas de biossegurança Proibir a circulação, entrada de pessoas e acompanhantes exceptuando-se os acompanhantes de crianças menores Limitar a circulação de pessoas e bens dentro do CTDD Garantir que não entrem ou saíam alimentos, utensílios ou roupas pertencentes aos doentes durante a sua permanência no CTDD Garantir que os doentes não saiam antes de receberem alta

21 Antibioticoterapia A ciprofloxacina (nível de prescrição 3), é o fármaco de eleição, administrado na dose de 250 a 750 mg (geralmente 500 mg) de 12 em 12 horas, durante 6 dias. O Cloranfenicol é o fármaco de 1ª linha para o tratamento da febre tifóide. Nas formas ligeiras preferir tratamento ambulatório pela via oral. Nas formas moderadas a graves preferir a via EV.

22 Cont. Posologia: Cloranfenicol (fármaco alternativo) – adultos e crianças maiores de 2 meses: 50 a 100 mg/kg/dia em 4 tomas,6/6h (máximo 4 gramas/dia no adulto). Um esquema em adultos seria de cápsulas de 250 mg de 6 em 6 horas ou 500 mg de 6 em 6 horas. Nos casos graves usar o cloranfenicol succinato sódico EV 500 a 1000mg de 6 em 6 horas. Reduzir a dose logo que a situação melhore (recordar que o cloranfenicol pode induzir a aplasia medular que é dose-dependente ou dose-independente). A duração do tratamento é de 14 a 21 dias. A ceftriaxona (1 a 2 gramas/dia EV) é uma alternativa ao cloranfenicol, se não houver melhoria

23 Cont. Se estiver presente co-infecção schistossoma, é necessário tratar: Praziquantel 40mg/kg dose única

24 Terapia de suporte Manter o equilíbrio hidro-electrolítico: fluídoterapia oral (sais de rehidratação oral, água de coco, sumos) ou por via endovenosa nos estados mais graves (Lactacto de ringer ou soro fisiológico) Controlar a febre (arrefecimento corporal, anti-piréticos – paracetamol) Se anemia estiver presente, e dependendo da gravidade, usar suplementos de ferro e/ou transfusão de sangue

25 2 Prevenção A prevenção da febre tifóide consiste na adopção de medidas de saúde pública: Assegurando o aprovisionamento de água potável, a correcta eliminação das excretas e medidas de higiene pessoal. Educar a população para a construção de latrinas melhoradas, bem como a sua correcta utilização, incluindo a lavagem adequada das mãos após a sua utilização. A educação para lavagem das mãos antes da confecção dos alimentos e das refeições são medidas úteis para a prevenção da doença.

26 PONTOS-CHAVE A febre tifóide e paratifóide são um conjunto de doenças semelhantes denominadas de febre entérica com potencial risco de fatalidade se não forem diagnosticadas precocemente. Os agentes etiológicos da febre tifóide e paratifóide são as salmonelas typhi e paratyphi sorotipos A, B e C, respectivamente.

27 Cont. A febre tifóide é uma doença exclusiva do ser humano em que o único reservatório é o doente ou portador. Os portadores assintomáticos (biliares ou urinários) da febre tifóide perpetuam a doença na comunidade. A co-infecção com o Schistossoma determina o aparecimento da salmonelose septicémica prolongada. O diagnóstico da febre tifóide é confirmado pelas culturas de amostras biológicas (sangue, medula óssea, fezes, urina, manchas róseas) As principais complicações da febre tifóide são: perfuração intestinal com peritonite e enterorragia


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