O Brasil e a Armadilha do Lento Crescimento

Apresentação em tema: "O Brasil e a Armadilha do Lento Crescimento"— Transcrição da apresentação:

1 O Brasil e a Armadilha do Lento Crescimento
Regis Bonelli IBRE – Instituto Brasileiro de Economia / FGV Rio de Janeiro Seminário em homenagem aos 75 anos de Edmar Bacha Casa das Garças, 17 de fevereiro de 2017

2 Roteiro Desaceleração do crescimento do PIB no longo prazo — mas com flutuações significativas em subperíodos Flutuações da produtividade acompanham as do PIB e estão associadas às variações no Termos de Troca (TdT) e se TdT não melhorarem? Conclusão pessimista Para especular sobre o futuro, entender como vêm mudando determinados parâmetros macro (produtividades, taxa de investimento, etc.) Evolução recente da produtividade do trabalho — terreno negativo Muito associada à queda na PTF A qual, em abordagem complementar, reflete tanto quedas na produtividade do trabalho quanto na do capital — o que explica? E para o futuro? Dois modelos (algoritmos) PTF exógena PTF endógena (associada ao PIB; causa e consequência) Conclusão: perspectivas pioraram em relação às que tínhamos há não muito tempo Demografia, ineficiência na produção (má alocação), ambiente de negócios ruim, falta educação / treinamento...

3 Visão de longo prazo: PIB e PIB per capita, 1950-2018 (% a.a.)

4 Flutuações por subperíodos: PIB, produtividade do trabalho (em hs trabalhadas) e produtividade total dos fatores (PTF),

5 Sincronia PIB, produtividade do trabalho e PTF (% a.a. 1990-2016, MM4)

6 Flutuações de crescimento do PIB estão associadas às variações dos termos de troca; vínculo passa pela produtividade

7 Conclusão até aqui não é otimista
Possível implicação dos resultados: Brasil só voltará a crescer mais rapidamente se for novamente beneficiado pela loteria das commodities? Não necessariamente Importante entender como se chegou onde estamos e o que pode ocorrer após a fase de débil crescimento em que ingressamos

8 Decomposições do crescimento da produtividade do trabalho
Resultados: Variações da produtividade do trabalho muito associadas às da PTF Mais do que ao aprofundamento do capital Produtividade do capital flutua pouco Mais recentemente: a produtividade do capital também caiu, e substancialmente, além da do trabalho

9 As produtividades do trabalho e do capital caem depois de 2013: por quê?
Composição setorial do PIB: mais serviços (produtividade menor) Desempenho setorial da produtividade do trabalho medíocre na maior parte dos setores nas duas últimas décadas Exceções: agropecuária, a extrativa mineral, os serviços industriais de utilidade pública e a intermediação financeira Queda mais aguda da produtividade nos últimos anos está relacionada com a recessão e perda de produto e se deve à perda de eficiência do sistema econômico Em que medida a recessão longa afetou o potencial de crescimento?

10 Queda da Produtividade do Capital: Especulações
Estaleiros paralisados Unidades de geração de energia elétrica que ficaram prontas, mas não foram interligadas às redes de transmissão Refinarias cuja construção foi interrompida, mas onde despesas de capital foram efetuadas (Maranhão e Pernambuco) Obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Itaboraí); Atrasos em projetos de infraestrutura ou projetos inacabados (hidroelétricas) ....

11 O que esperar para o futuro
O que esperar para o futuro? (a partir do desempenho dos parâmetros de crescimento do passado e da sua possível evolução) Dois modelos simples 1. Produtividade (PTF) exógena Transição demográfica e as menores taxas de crescimento futuras das variáveis demográficas a ela associadas (PIA, PEA e PO) implicam taxas substancialmente menores para o crescimento do PIB potencial PTF’ (%) Y’ (%) yt’(%) Taxa de FBCF (% do PIB) 0,8 15% 0,5 1,7 0,9 17% 1,0 2,6 1,8 19% 1,5 3,5 2,7 21%

12 2. Produtividade endógena (varia com o nível de atividade)

13 Comentários finais (1) A recessão de ? piorou ainda mais o fraco desempenho de longo prazo que vinha de antes com a exceção da fase de boom dos preços de commodities — fase “esticada” no Brasil com estímulos de política econômica à demanda por consumo e investimento que se revelaram insustentáveis Para piorar o quadro, a rápida transição demográfica torna o crescimento do PIB nos próximos anos cada vez mais dependente da elevação da produtividade do trabalhador, pelas restrições que impõe ao crescimento da oferta de trabalho no longo prazo

14 Comentários finais (2) Poucas alternativas para escapar da limitação imposta pela demografia Esperar que a difusão da educação se encarregue de elevar a taxa de participação (especialmente feminina, atualmente ainda inferior à masculina) e se transmita à produtividade Recorrer à imigração Cálculos preliminares indicam que o volume de imigrantes teria que ser substancial para fazer diferença perceptível na oferta de trabalho Outro ciclo de bonança externa ? No médio prazo, existência de capacidade ociosa vai ajudar na retomada No longo prazo as perspectivas pelo lado da oferta apontam para a dificuldade de reduzir o hiato que nos separa até mesmo dos países de renda média bem sucedidos ― a menos de ganhos substanciais de produtividade