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VESTÍGIOS DA PASSAGEM DE UM MISSIONÁRIO EM ALENQUER

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Apresentação em tema: "VESTÍGIOS DA PASSAGEM DE UM MISSIONÁRIO EM ALENQUER"— Transcrição da apresentação:

1 VESTÍGIOS DA PASSAGEM DE UM MISSIONÁRIO EM ALENQUER
PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXVI EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO MISSÃO FRANCISCANA NA AMAZÔNIA VESTÍGIOS DA PASSAGEM DE UM MISSIONÁRIO EM ALENQUER

2 LEMBRANÇA TRISTE DE UM PASSADO ALEGRE Dom Martinho Lammers *
Na idade avançada, surgem lembranças de muitos acontecimentos, momentos alegres ou tristes. Sr. Lídio, Deus o tenha, ía chamar tudo isso de “Lembrança triste de um passado alegre”. O Vigário de Santo Antônio, Pe. Manuel, pediu que eu escrevesse uns momentos da nossa pastoral que mostram o trabalho do missionário e refletem o carinho do povo ximango. Com muita gratidão lembro, até hoje, muitos momentos típicos para nossa pastoral, nesta querida Amazônia. Vou tentar apresentar alguns.

3 ESCOVA COMUNITÁRIA Na primeira viagem pela colônia de Alenquer, pernoitei numa casa, onde fui tratado com muita atenção. Cedo de manhã, quando eu ainda estava sentado na rede, apareceu o dono da casa, numa mão um caneco com água e, na outra, uma escova dental com pasta. Ainda tentei escapar, mas não deu certo. Tive que escovar meus dentes com a escova comunitária, da família. Pensei: opção de viver com os pobres é assim...

4 A LÍNGUA DOS PREGUIÇOSOS
Quando cheguei, de barco, na comunidade do Curicaca, tinha de seguir viagem para o Laguinho, cerca de duas horas, de pés. Dona Anísia estava no porto do Curicaca e me ofereceu carona, na carroça dela, puxada por dois bois. Na viagem, aprendi como tratar boi de carroça: Cipó nas costas dos animais e palavrão que dá medo. Pensei: Dona Anísia, uma boa amiga até hoje, me ensinou mais uma língua, aquele de falar com os preguiçosos.

5 SANTO GRANDE Numa bela manhã, na caminhada para a comunidade do Porão, antes de chegar na capela, atolei até a barriga numa lama sumidoura. O jeito foi procurar o igarapé, tomar banho e lavar a roupa. Coloquei a roupa no sol para enxugar e vesti a túnica. Assim, já vestido para a missa, fui tomar café, na casa, perto da capela. Pensei e disse ao pessoal: Em dia de santo muito grande, o padre toma o café da manhã, já de túnica.

6 INCULTURAÇÃO XIMANGA Na comunidade do Apolinário, ainda se cantava a ladainha em latim. Quando eu estava cantando com o povo, estranhei a língua latina das cantoras. Em vez de cantarem “Miserere nobis”, que em português significa: “Tende Piedade de nós”, cantavam a “A misere é nossa”. Aí pensei: “Até a ladainha já está inculturada...”

7 CABA DA IGREJA Na capela de São Pedro, no Paraná, tive o primeiro contato com as tais cabas da igreja. Nesta capela tinha vários ninhos desta cabas. Na minha primeira visita nesta comunidade, tive contato íntimo com estes bichinhos, pois me ferraram. A catequista da comunidade, Dona Analices, me mostrou como tratar esses bichinhos; foi à sacristia buscar uma tesoura, se aproximou com toda calma dos ninhos e cortou com toda calma os bichinhos pelo meio. Pensei: Vivendo e aprendendo.

8 MANOEL, DEUS CONOSCO Certo dia, ao chegar na comunidade de Cucuí, me pediram para batizar uma criança recém-nascida que estava para morrer. O carpinteiro já estava lá para fazer a urna. A criança tinha as perninhas e os bracinhos duros de câimbras. Eu sabia que esta doença chamava-se tétano ou mal de sete dias, que não tem cura. Por isso nem se discutiu sobre um nome para a criança. Batizei com o nome de Manoel. Pronto. Agora, 25 anos depois, me apresentaram, em Alenquer, um digno Senhor, como o nome de Manoel. Era esta tal criança. Pensei: Manoel quer dizer, em português, Deus conosco...

9 PERDEU O RUMO? OLHA PARA CIMA
Na região da Vila Curuá, meu companheiro de viagem era o Sr. Lino, o sineiro da capela. Numa das nossas caminhadas, do Macurá para o Centrinho, resolvemos encurtar a viagem, aproveitando uma vereda pela mata. Topamos com uma castanheira caída e, nesta, perdemos o rumo. Quando notei que estávamos rodando na mata, resolvi deitar-me no chão e observar a direção das nuvens. Foi bom. Pois não custou meia hora, para chegar no roçado do Manduquinha de Castro, já perto da capela. Pensei: para não perder o rumo, olha para cima...

10 O ENFERMO, A SURUCUCU E O TEMPORAL
Numa outra visita, naquela região, experimentamos a força dos nossos pés. De manhã cedo, saímos da Vila Curuá para o Cá-te-espero, onde passamos a manhã no serviço religioso. À tarde, caminhamos para o Centrinho, onde teve a missa na boca da noite. Após a missa, veio um senhor do Igarapé-Açu, pedindo a nossa presença naquela comunidade, para dar a unção dos enfermos ao Sr. João Venâncio que estava para morrer. Não podíamos negar. Pegamos a estrada em direção à casa do moribundo, onde administramos os sacramentos dos enfermos. Ficamos lá até perto das dez horas da noite. No caminho de volta ao Curuá, que leva um pouco mais de duas horas, ainda pulei por cima de uma surucucu de fogo! Quando cheguei à sacristia, já depois da meia noite, arriou um temporal que não foi brincadeira. Pensei: Deus dá o frio conforme o cobertor....

11 CABEÇA CABOCLA Nestes dias, encontrei um senhor que me perguntou: “Ainda se lembra de uma crisma na comunidade Santa Helena, onde rezamos três horas, debaixo da mangueira?” Retruquei: “E o senhor se lembra qual foi a leitura?” A resposta dele: “Foi a leitura do segundo quilômetro, pois está escrito: Se alguém te pedir para andar um quilômetro com ele, ande dois.” Me admirei da cabeça boa deste caboclo que ainda se lembra, depois de 15 anos. Pensei: cabeça não é só para segurar o chapéu...

12 FREI BONITÃO Lembro ainda uma viagem para o Apolinário, com Sr. Sandoia, que Deus o tenha, e Sr. Isaac, no barquinho do Sandoia, o Boa Nova. As crianças, na recepção do padre, cantaram um canto com o refrãos: “Frei Martinho, bonitão”. Aí, meus companheiros arderam em ciúme e, o resto da semana, foi cheio de comentários a respeito do padre bonitão. Pensei: questão de beleza, é questão de gosto. As crianças têm bom gosto...

13 O PADROEIRO DOS XIMANGOS
Escolhi estas poucas coisas porque me fazem lembrar o esforço missionário e, o mesmo tempo, o carinho que senti sempre, do povo ximango. Que a festa do Padroeiro, Santo Antônio, seja também neste ano, uma bênção para todos nós. Viva Santo Antônio!

14 (*) DOM MARTINHO LAMMERS - Bispo Auxiliar da Prelazia de Óbidos-Pará, que abrange os municípios de Alenquer, Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti, Terra Santa e Faro, no Estado do Pará, Amazônia do Brasil. É da Ordem Franciscana Menor (OFM) Natural da Alemanha. Chegou à Amazônia na década de 70. Foi pároco em Alenquer, a seguir ordenado bispo em Óbidos. Tem 32 anos de ordenação episcopal. Um homem de Deus sempre sorridente, como a expressar a felicidade de sua alma. O texto deste trabalho foi pinçado do Programa da Festa de Santo Antônio de Alenquer 2011. Formatação: Eliezer de Oliveira Martins, Diácono da Arquidiocese de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, Amazônia do Brasil - Fundo musical: Yo Vendo Unos Ojos Negros, D.P.


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