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O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO ( )

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Apresentação em tema: "O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO ( )"— Transcrição da apresentação:

1 O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO (1768-1836)

2 Ordem e convencionalismo
Havia, na Grécia Antiga, uma parte central do Peloponeso denominada Arcádia. De relevo montanhoso, essa região era habitada por pastores e vista como um lugar especial, quase mítico, em que os habitantes associavam o trabalho à poesia, cantando o paraíso rústico em que viviam. No século XVIII, o termo Arcádia passou a identificar as academias ou agremiações de poetas que se reuniam para restaurar o estilo dos poetas clássico-renascentistas, com o objetivo declarado de combater o rebuscamento barroco.

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4 A IDEALIZAÇÃO DA VIDA NO CAMPO
A estética desenvolvida nessas academias de poetas passou a ser chamada Arcadismo. Tinha como característica principal a idealização da vida no campo. O desejo de seguir as regras da poesia clássica fez com que essa estética também fosse conhecida como Neoclassicismo.

5 Marília de Dirceu: LIRA XIX
Enquanto pasta alegre o manso gado, Minha bela Marília, nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos Na regular beleza, Que em tudo quanto vive nos descobre A sábia Natureza (Tomás Antônio Gonzaga)

6 (Tomás Antônio Gonzaga)
O bucolismo Marília de Dirceu: Lira XIII Num sítio ameno, Cheio de rosas De Brancos lírios, Murtas viçosas, Dos seus amores Na companhia, Dirceu passava Alegre o dia. (Tomás Antônio Gonzaga) O adjetivo bucólico faz referência a tudo aquilo que é relativo a pastores e seus rebanhos, à vida e aos costumes do campo.

7 O pastoralismo Um dos aspectos mais artificiais da estética árcade é o fato de os poetas e de suas musas serem identificados como pastores e pastoras. Sou pastor, não te nego; os meus montados São esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a selva florescente A doce companhia dos meus gados; (Soneto IV - Cláudio Manuel da Costa)

8 Linguagem: simplicidade acima de tudo
O Arcadismo adota como missão combater a artificialidade verbal (rebuscamento) dos poetas barrocos. Por isso, elege a simplicidade como norma para a criação literária. Enquanto pasta alegre o manso gado, Minha bela Marília, nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos Na regular beleza, Que em tudo quanto vive nos descobre A sábia Natureza (Tomás Antônio Gonzaga) Marília de Dirceu: LIRA XIX

9 IMITAÇÃO DOS CLÁSSICOS
Processa-se um retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação anti-barroca do movimento. O escritor árcade está preocupado em ser simples, racional, inteligível. E para atingir esses requisitos exige-se a imitação dos autores consagrados da Antiguidade, preferencialmente os pastoris. Diz um árcade português: O poeta que não seguir os antigos, perderá de todo o caminho, e não poderá jamais alcançar aquela força, energia e majestade com quem nos retratam o formoso e angélico semblante da natureza. Pintam, Marília, os poetas a um menino vendado, com uma aljava de setas, arco empunhado na mão; ligeiras asas nos ombros, o terno corpo despido, e de Amor ou de Cupido são os nomes que lhe dão.

10 O resgate de temas clássicos
fugere urbem: fuga da cidade; afirmação das qualidades da vida no campo. aurea mediocritas: valorização das coisas cotidianas, simples, focalizadas pela razão e pelo bom senso. locus amoenus: caracterização de um lugar ameno, onde os amantes se encontram para desfrutar dos prazeres da natureza. inutilia truncat: eliminação dos excessos, evitando qualquer uso mais elaborado da linguagem. carpe diem: cantar o dia; trata da passagem do tempo como algo que traz a velhice, a fragilidade e a morte, tornando imperativo aproveitar o momento presente de modo intenso.

11 Trecho de Marília de Dirceu - Lira XIV
Ornemos nossas testas com as flores. E façamos de feno um brando leito, Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. (...) Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça. (Tomás Antônio Gonzaga)

12 Trecho do soneto LXII, de Cláudio Manuel da Costa
Torno a ver-vos, ò montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes oiteiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. (...) Aqui descanse a louca fantasia, E o que té agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria.

13 Poesia Épica O esforço neoclássico do século XVIII leva alguns autores a sonhar com a possibilidade de um retorno ao sentido épico do mundo antigo. No entanto, numa era onde as concepções burguesas, o racionalismo e o Iluminismo triunfam, o heroísmo guerreiro ou aventureiro parecem irremediavelmente fora de moda. A epopeia ressurge, é verdade, mas quase como farsa.

14 Compare-se, por exemplo, a grandeza do assunto de Os Lusíadas - os notáveis descobrimentos de Vasco da Gama - com o mesquinho tema de O Uraguai - a tomada das Missões jesuíticas do Rio Grande do Sul pela expedição punitiva de Gomes Freire de Andrade, em para se ter uma ideia das diferenças que separam as duas obras. Representada por Basílio da Gama e Santa Rita Durão, por meio de, respectivamente, URAGUAI e CARAMURU. Marca a introdução do Indianismo como tema literário, ganhando o índio papel de guerreiro em ação, tomado como personagem.

15 Poesia Lírica Oscilando dos resíduos Barrocos às antecipações do Romantismo. Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, em proporções variáveis dentro de suas obras, reproduzem aqui as formas e temas do Neoclassicismo europeu.

16 Poesia Satírica Refletindo a insatisfação com os desmandos dos prepostos da Coroa Portuguesa no Brasil, AS CARTAS CHILENAS, de Tomás Antônio Gonzaga, atestam o inconformismo dos habitantes da colônia em relação à administração portuguesa e aos seus agentes.

17 O ARCADISMO E A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
A descoberta do ouro nas Minas Gerais deslocou para o sudeste o desenvolvimento urbano brasileiro no século XVIII. A produção cultural, que no século anterior acontecia principalmente na Bahia e em Pernambuco, passa a se concentrar na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), a mais próspera da região

18 Vila Rica (atual Ouro Preto)

19 O ARCADISMO E A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
A opressão administrativa portuguesa, o declínio da produção do ouro, a convivência com as idéias liberais de Rousseau, Montesquieu, John Locke e a revolução na América do Norte foram os principais fatores que contribuíram para o início de um movimento revolucionário em Vila Rica.

20 Libertas quae sera tamen
Os inconfidentes pretendiam proclamar a a República e tornar o Brasil independente de Portugal. A bandeira escolhida estamparia o lema dos inconfidentes, extraído de um verso de Virgílio: Libertas quae sera tamen (liberdade ainda que tardia).

21 O FIM: TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Em sua denúncia, Joaquim Silvério dos Reis, um dos financistas do grupo dos inconfidentes, nomeou Tomás Antônio Gonzaga como “Primeira cabeça da inconfidência”. Ele e os demais líderes foram presos pela coroa portuguesa. Chegava a um triste fim o primeiro movimento para tornar o Brasil livre da exploração econômica da metrópole. Gonzaga foi deportado para Moçambique, onde reconstituiu a vida. Lá faleceu em 1810.

22 O fim: Cláudio Manuel da Costa
Foi denunciado e preso. Enforcou-se, em 1789, na cela da prisão em que aguardava julgamento, localizada na Casa dos Contos.


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