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PublicouNicholas Alcântara Castilhos Alterado mais de 6 anos atrás
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Estratégias de Conservação Ex situ
CONBIO Estratégias de Conservação Ex situ Carla Morsello
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Plano de aula O que é a estratégia Ex situ? Onde ela é realizada?
Evolução na estratégia e sua orientação Importância e Aspectos Positivos Limitações e Aspectos Negativos Desafios
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Definição Conservação Ex situ refere-se à conservação de espécies ou partes destas (sementes, recursos genéticos) fora do hábitat natural de ocorrência (Manders & Byers, 2005) Ou manutenção artificial sob supervisão humana (Primack & Rodrigues, 2006) Envolve a remoção de indivíduos de seu hábitat natural para o cativeiro (pequena ou maior escala), com o objetivo de procriação ou para manutenção dos recursos genéticos De: Pimentel e Tinoco, 2009 (TCC). Para Maunder e Byers (2005), a melhor definição de conservação ex situ é a da Convenção da Diversidade Biológica que, segundo os autores, é a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seu ambiente natural. Primack e Rodrigues (2006), por sua vez, definem a conservação ex situ de maneira mais ampla, como a manutenção de indivíduos de determinada espécie, por meio de condições artificiais e sob supervisão humana. O objetivo principal da conservação ex situ, segundo a The World Zoo Conservation Strategy, é prover suporte para a sobrevivência das espécies em seu ambiente natural (in situ) (Hutchins; Conway, 1995), sendo, portanto, complementar à conservação in situ e dando suporte para a recuperação das espécies (Cochrane et al., 2007; MCT, 2001). É, portanto, uma estratégia de crise para recuperação das espécies que, no longo prazo, almeja restituir as espécies e seus indivíduos ao hábitat natural (Blanco et al., 2009). Além disso, no caso de algumas espécies em que o hábitat não existe mais a conservação ex situ é a única opção após a extinção de populações selvagens (Maunder et al. (2000).
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Objetivos principais Prover suporte para sobrevivência das espécies em ambiente natural complementar conservação in situ Estratégia de crise: restituir espécies e indivíduos ao hábitat natural Quando a espécie não existe mais em hábitat natural única opção é manter em estruturas ex situ De: Pimentel e Tinoco, 2009 (TCC). Para Maunder e Byers (2005), a melhor definição de conservação ex situ é a da Convenção da Diversidade Biológica que, segundo os autores, é a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seu ambiente natural. Primack e Rodrigues (2006), por sua vez, definem a conservação ex situ de maneira mais ampla, como a manutenção de indivíduos de determinada espécie, por meio de condições artificiais e sob supervisão humana. O objetivo principal da conservação ex situ, segundo a The World Zoo Conservation Strategy, é prover suporte para a sobrevivência das espécies em seu ambiente natural (in situ) (Hutchins; Conway, 1995), sendo, portanto, complementar à conservação in situ e dando suporte para a recuperação das espécies (Cochrane et al., 2007; MCT, 2001). É, portanto, uma estratégia de crise para recuperação das espécies que, no longo prazo, almeja restituir as espécies e seus indivíduos ao hábitat natural (Blanco et al., 2009). Além disso, no caso de algumas espécies em que o hábitat não existe mais a conservação ex situ é a única opção após a extinção de populações selvagens (Maunder et al. (2000). (Fontes: Cochrane et al., 2007; Conway, 1995; Hutchins; MCT, 2001; Maunder et al. 2000)
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Onde é realizada a Conservação Ex situ
Fauna: Zoológicos e aquários Criadouros científicos (universidades), comerciais e conservacionistas Fazendas de animais de caça: ex. África do Sul Museus: ex.: Smithsonian nos EUA Flora Jardins botânicos Arboretos Bancos de sementes Bancos de “germoplasma” Herbários (mortos) As instalações para a conservação ex situ compreendem, para a fauna, os zoológicos, aquários, programas de criação em cativeiro e as fazendas para a criação de animais de caça. Para a flora, compreendem os jardins botânicos, bancos de sementes e arboretos. Esses centros de conservação ex situ são importantes instrumentos para programas integrados e abrangentes de conservação. Segundo Tolbam (1992), em várias combinações, esses centros podem conservar estoques de animais silvestres ou domesticados, plantas, fungos e microorganismos.
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Por quem é realizada?
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Alguns Exemplos
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Zoológicos e centros provisórios
Zoo de São Paulo: reprodução em cativeiro de mico-leão preto: prioridade Colaboração com UFSCar e IPÊ 1º em novembro de 2015: Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Zoo Unir esforços com conservação In situ e Ex situ Dados da natureza (FLONA Capão Bonito) para auxiliar viabilidade de Ex situ Fonte: Projeto de Conservação do Mico-leão-preto Garantir o futuro do mico-leão-preto é uma das prioridades da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. A espécie endêmica da Mata Atlântica do Estado de São Paulo é classificada como criticamente em perigo na natureza. Sua população total está estimada em cerca de a indivíduos, distribuídos em sete áreas de ocorrência. A situação da espécie em cativeiro também é preocupante. Além de serem poucos exemplares, os micos-leões-pretos em zoológicos não se reproduzem facilmente, sendo a maior taxa de sucesso reprodutivo encontrada na população mantida pelo Zoológico de São Paulo. Em parceria com a Universidade Federal de São Carlos e o Instituto de Pesquisas Ecológicas, a Fundação desenvolve um projeto para a conservação do mico-leão-preto na Floresta Nacional de Capão Bonito, no interior de São Paulo, uma das áreas de ocorrência da espécie. Com o objetivo de estabelecer bases científicas para um programa de conservação de longo prazo, unindo esforços de ações in situ e ex situ em favor das populações remanescentes de mico-leão-preto, técnicos do Zoológico e pesquisadores realizam expedições para coletar dados sobre a área de vida, alimentação, genética e comportamento dos indivíduos que habitam essa floresta, no intuito de contribuir para a continuidade da espécie. Ver, falando dos programas de reintrodução de micos-leãohttp://galileu.globo.com/edic/98/nossa_terra2.htm Desde que passaram a ser reproduzidos em cativeiro, 125 micos-leões-da-cara-dourada nasceram no Zôo de São Paulo. Qua, 27/01/16 - 21h14Nasce o 1º mico-leão-preto do Centro de Conservação de Fauna Silvestre Zoológico de SP apresenta Kako, o primata recém-nascido que é símbolo da fauna ameaçada do Estado O esforço deu resultado. O nascimento de Kako, um mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), no dia 11 de novembro de 2015, vai ficar marcado na história do Centro de Conservação de Fauna Silvestre (CECFAU) do Estado de São Paulo. O pequeno primata foi o primeiro a nascer no espaço inaugurado em junho, no município de Araçoiaba da Serra. A espécie foi considerada extinta por mais de 60 anos pelo seu declínio populacional até ter sido redescoberta na década de 1970, quando foi estabelecida a primeira colônia ex situ com sete indivíduos do Parque Estadual do Morro do Diabo/SP, no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). Em 1985, com a construção da hidroelétrica de Rosana, mais oito animais foram resgatados e enviados ao CPRJ e, deste grupo, seis machos e oito fêmeas foram transferidos para a Fundação Parque Zoológico de São Paulo, em 1986. Após diversos estudos realizados nas décadas de 1980 e 1990 a espécie foi incluída na Lista Nacional das Espécies Brasileiras Ameaçada de Extinção (Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº 3, de 27 de maio de 2003) e no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, na categoria "Criticamente em Perigo". Um ano antes da inauguração do Centro de Conservação de Fauna Silvestre, em 2014, o governo de São Paulo declarou o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) como Patrimônio Ambiental do Estado, determinando assim que todos os órgãos da administração pública, em especial à Secretaria do Meio Ambiente, o desenvolvimento dos esforços necessários à proteção e recuperação dessa espécie na natureza. Do Portal do Governo do Estado Mico-leão preto (Kako), Leontopithecus chrysopygus
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Criadouros: autorizados ( Ibama)
Comerciais: Fauna comercializável: aves e outros animais de estimação Conservacionistas: Fundações Indivíduos ou famílias Criadouros são pouco funcionais. Exemplo, em SP, resultado de levantamento dos criadouros “conservacionistas” (Pimentel & Tinoco, 2009): De 41 entidades listadas: 41% ausentes ou falecidos •39% não atenderam a chamada 7% o responsável havia se mudado • 2% recusaram-se a responder 2% desativado e • 2% 1 criadouro respondeu. De: Pimentel & Tinoco, 2009 Criadouro científico para fins de conservação: todo empreendimento autorizado pelo IBAMA, pessoa física ou jurídica, vinculado a Planos de Manejos reconhecidos, coordenados ou autorizados pelo órgão ambiental competente, com finalidade de: criar, recriar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre nativa em cativeiro para fins de realizar e subsidiar programas de conservação. [1] Segundo o Artigo 3º da Instrução Normativa nº 169, de 20 de fevereiro de 2008 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que tem por finalidade “instituir e normatizar as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro em território brasileiro, visando atender às finalidades socioculturais, de pesquisa científica, de conservação, de exposição, de manutenção, de criação, de reprodução, de comercialização, de abate e de beneficiamento de produtos e subprodutos, constantes do Cadastro Técnico Federal (CTF) de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Naturais”.
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Jardins Botânicos Cerca de 1500 no mundo; 33 no Brasil
Brasil: São Paulo e Rio Kew Gardens, Inglaterra (+ importante?)
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Bancos de Sementes Utilizadas para guardar a variedade de plantas (em especial, cultivares) Brasil: Embrapa Freqüentemente = bancos de germoplasma Ex.: Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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Banco de Germoplasma In vivo Unidades para conservar material genético de uso imediato ou com potencial de uso futuro: in vivo, in vitro Sem descarte do que não interessa comercialmente Manter diversidade/ variabilidade genética para uso futuro Há muitos. Exs.: Públicos: IF, Esalq, Embrapa Privados: Coopersucar Bancos de Germoplasma são unidades conservadoras de material genético de uso imediato ou com potencial de uso futuro, onde não ocorre o descarte de acessos, o que os diferencia das "coleções de trabalho", que são aquelas em que se elimina o que não interessa ao melhoramento genético. Podem ser classificados em "bancos de base" ou em "bancos ativos". Os primeiros são aqueles em que se conserva o germoplasma em câmaras frias (conservação de 1ºC até -20ºC), in vitro (conservação de partes vegetais em meio de cultura de crescimento) ou em criopreservação (conservação em nitrogênio líquido a -196ºC), por longos prazos, podendo até mesmo ficar longe do local de trabalho do melhorista genético. São considerados "ativos" aqueles que estão próximos ao pesquisador, nos quais ocorre o intercâmbio de germoplasma e plantios freqüentes para caracterização, o que proporciona a conservação apenas a curto e mediano prazos. In vitro
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Banco de germoplasma do Futuro!! Svalbard Seed Vault
Guardar variabilidade de produtos agrícolas para nos resguardar de ameaças das mudanças climáticas Necessidade: vários bancos em diversos países foram destruídos (incêndios, guerras etc) Ilha na Noruega, 1000 km do Polo Norte 160 m de profundidade Manterá o material seco, mesmo que haja derretimento Da Science: antigo (quando estavam planejando) A "Doomsday" SEED vault, designed to preserve the world's agricultural diversity, will be built to survive the worst scenarios of global warming for at least 2 centuries, according to architectural plans released last week. The $4.8 million Svalbard Global SEED Vault will be located on a Norwegian island just 1000 kilometers from the North Pole (Science, 23 June 2006, p. 1730). The plans call for two chambers dug deep into a mountainside 130 meters above sea level--more than high enough to stay dry even if all the ice in Greenland and Antarctica melts. The chambers will be connected to the outside via a 120-meter-long tunnel. "This design takes us one step closer to guaranteeing the safety of the world's most important natural resource," says Cary Fowler of the Global Crop Diversity Trust, which will help fund the operation and coordinate the acquisition of SEEDs. Construction should begin next month and be finished by September. The architects designed an entrance with lighting so that it will "gleam like a gem in the midnight sun." (Fonte: Science, v. 315, Fev. 2007, p. 917)
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Evolução histórica da Conservação Ex situ
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Mudanças na orientação de zoológicos (mas tb Jd. Botânicos)
Centro Conservacionista Séc. XXI Foco: ecossistemas, Temas: ecossistemas e sobrevivência das espécies; Preocupações: conservação, redes; Exibição: imersão Parque Zoológico Coleção de animais exóticos Séc. XX De: Tinoco, 2009 “Os centros mais antigos, como zoológicos, não foram fundados com finalidade conservacionista, mas sim de lazer. É apenas a partir da década de 70, que algumas destas instalações passaram a incorporar os novos objetivos conservacionistas, sendo atualmente “um importante elemento das redes de conservação da biodiversidade” (Tolbam, 1992, p.137). Foco foi alterado ao longo do tempo, até aquele atual mais conservacionista. Foco ecológico, Temas: hábitats e comportamento; Preocupações: manejo de espécies cooperativo, desenvolvimento profissional; Exibição: “dioramas” (pequenas reproduções do hábitat) Séc. XIX Foco taxonômico, objetivo de lazer. Temas: diversidade e adaptações; Preocupações: cuidados e propagação de espécies; Exibição: gaiolas (Fontes: Rabb & Saunders, 2005)
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Mudança de postura Zoológicos vistos como ameaça à conservação por ambientalistas ralo populacional Iniciativa pioneira do zoológico de Frankfurt na África (conservação local também) Mais tarde: Smithsonian Institution: projetos e formação New York Botanical Garden: projetos, pesquisa conservacionista Hoje, zoológicos são conservacionistas, parceiros, levantam fundos adote a espécie etc No Brasil, muitíssimo recente (e incipiente): Sorocaba e SP lembrar do caso do mico-leão preto (há outros exemplos)
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Parque Zoológico de São Paulo: Centro de Conservação - CECFAU
Criado em 2015, Araçoaiaba da Serra Objetivo: integrar conservação in situ e ex situ Educação ambiental: “conscientização” Vários projetos de conservação em campo também (Fonte: FPZ ) Informações sobre o Centro: Outros projetos de conservação do Zoológico: Arara-azul de lear Anodorhynchus leari
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Para a Flora, mudanças são equivalentes
Jardins Botânicos têm mudanças semelhantes hoje conservação Ex.: Estratégia Global para proteção de plantas: Meta para 2010 (!!) era: 60% das espécies ameaçadas conservadas em coleções ex situ (país de origem) Ao menos 10% incluídas em programas de recuperação e restauração Meta para 2020 é: 75% ex situ (país de origem) 20% disponíveis para restauração 2010 Fonte: Estratégia total, inclui in situ e ex situ). The targets Objective I: Plant diversity is well understood, documented and recognized Target 1: An online flora of all known plants. Target 2: An assessment of the conservation status of all known plant species, as far as possible, to guide conservation action. Target 3: Information, research and associated outputs, and methods necessary to implement the Strategy developed and shared. Objective II: Plant diversity is urgently and effectively conserved Target 4: At least 15 per cent of each ecological region or vegetation type secured through effective management and/or restoration. Target 5: At least 75 per cent of the most important areas for plant diversity of each ecological region protected with effective management in place for conserving plants and their genetic diversity. Target 6: At least 75 per cent of production lands in each sector managed sustainably, consistent with the conservation of plant diversity. Target 7: At least 75 per cent of known threatened plant species conserved in situ. Target 8: At least 75 per cent of threatened plant species in ex situ collections, preferably in the country of origin, and at least 20 per cent available for recovery and restoration programmes. Target 9: 70 per cent of the genetic diversity of crops including their wild relatives and other socio-economically valuable plant species conserved, while respecting, preserving and maintaining associated indigenous and local knowledge. Target 10: Effective management plans in place to prevent new biological invasions and to manage important areas for plant diversity that are invaded. Objective III: Plant diversity is used in a sustainable and equitable manner Target 11: No species of wild flora endangered by international trade. Target 12: All wild harvested plant-based products sourced sustainably. Target 13: Indigenous and local knowledge innovations and practices associated with plant resources maintained or increased, as appropriate, to support customary use, sustainable livelihoods, local food security and health care. Objective IV: Education and awareness about plant diversity, its role in sustainable livelihoods and importance to all life on earth is promoted Target 14: The importance of plant diversity and the need for its conservation incorporated into communication, education and public awareness programmes. Objective V: The capacities and public engagement necessary to implement the Strategy have been developed Target 15: The number of trained people working with appropriate facilities sufficient according to national needs, to achieve the targets of this Strategy. Target 16: Institutions, networks and partnerships for plant conservation established or strengthened at national, regional and international levels to achieve the targets of this Strategy. 2020 (Fonte: CBD, 2015)
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Importância e aspectos positivos da Estratégia Ex situ
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Importância ou Aspectos Positivos da conservação Ex situ (1)
Permite manter espécies em estado crítico ou extintas localmente. Segundo World Conservation Monitoring Centre, sobrevivem somente em cativeiro no mundo ao menos (Hunter, 2002 – um pouco antigo o dado) : 17 plantas e 34 animais
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Exemplos de espécies que sobrevivem apenas em cativeiro no Brasil
Atualmente extinto na natureza devido à destruição de hábitat (cana-de-açúcar) e caça (carne é apreciada) Últimos registros na natureza em 1978, 1984 e 1987 Todos descendem de 1♂ e 2♀ capturados nos anos 1970 (problemas genéticos) População em cativeiro: , 1979 (5), 60 (1986); 34 (1993); >186 (2012), 220(2017) 2 criadouros particulares Hibridização com mutum-cavalo (parte pura avaliação genética) Reintrodução em 2017 (RPPNs) Situação do mutum do Nordeste. Ver: (reista Fapesp. Vídeo para projeto de reintrodução: De Wikiaves: Atualmente encontra-se extinto na natureza, em conseqüência do desmatamento e da caça predatória. Trata-se de um dos primeiros casos de extinção de uma ave em nosso País devido à intervenção humana. Restaram apenas alguns exemplares em um único aviário localizado no Rio de Janeiro (criatório Nardelli), os quais foram capturados em Alagoas, de 1976 em diante. Em 1979 a espécie chegou a contar com apenas cinco exemplares em cativeiro. Graças a um trabalho de reprodução desenvolvido pelo zoobotânico Mário Nardelli, no Rio de Janeiro, o número de indivíduos aumentou para 44. Em agosto de 1999, o criatório de Nardelli fechou por dificuldades financeiras e 24 exemplares que viviam ali foram enviados, com a autorização do Ibama, à Crax – Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre, localizada em Contagem, MG. Neste momento os esforços da ONG a transformaram em uma das grandes responsáveis pela perpetuação da espécie. Hoje já existem cerca de 100 aves na Crax. A única chance de evitar sua definitiva extinção é reproduzi-lo em cativeiro e reintroduzi-lo na natureza, em áreas protegidas. Infelizmente em sua área de ocorrência ( Mata Atlântica de Alagoas e Pernambuco) existem poucos remanescentes de mata e estes poucos trechos sofrem ainda grande pressão de caça pelos moradores da região. Outra grande ameaça a essa espécie é a consanguinidade, pois os exemplares restantes são parentes próximos. Artigo de JAN 2017 sobre a conservação em cativeiro e reintrodução da ave: Fonte: Artigo Liana John (prêmio de Reportagem). Ver em: “O mutum-do-nordeste (Mitu mitu) não existe mais na natureza. Em cativeiro, a população total da espécie restringe-se a 132 indivíduos, 95 perto de Belo Horizonte e 37 em Poços de Caldas. Talvez nasçam mais alguns nesta primavera (em 2008), nos dois criadouros conservacionistas de Minas Gerais, que só existem por teimosia de seus donos, apaixonados por aves, respectivamente Roberto Azeredo, de 59 anos, e Moacyr de Carvalho Dias, de 80 anos. Todos os mutuns-do-nordeste vivos são descendentes de um macho e duas fêmeas capturados no final dos anos 1970 por um outro criador amador, Pedro Nardelli, de quem Roberto e Moacyr herdaram o plantel. Isso pode ser considerado um ‘requinte’ de fragilidade genética para essa espécie de população tão reduzida. Como se não bastasse, os mutuns-do-nordeste não têm mais onde morar. Os poucos fragmentos de Mata Atlântica remanescentes em Alagoas e Pernambuco, onde originalmente ocorriam, hoje não têm tamanho ou segurança para receber os indivíduos nascidos em cativeiro. Eles são, portanto, verdadeiros sem-floresta.” “ Mutum-do-nordeste ou alagoas (Pauxi mitu) (Fonte: John, s-data; Birdlife Int. S-data; ICMBio, 2012; Wikiaves, 2018; Pivetta, s-data)
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Mutum do nordeste: Vídeo
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Importância ou Aspectos Positivos da conservação Ex situ (2)
Permite recuperar populações, sob condições controladas Ex situ foi responsável por salvar várias espécies da extinção Exemplos no mundo e no Brasil de recuperação populacional por Ex situ
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Exemplo de recuperação populacional no Brasil: mico-leão-dourado
Vive na área de baixada da Mata Atlântica do RJ Original Remanescente Mico-leão-dourado Leontopithecus rosalia
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Exemplo de recuperação populacional: mico-leão-dourado
Histórico: 1960: 200 indivíduos na natureza sobreviviam em fragmentos pequenos e degradados de 4 municípios (área de 105 km2):562 indivíduos em 109 grupos Em 2001 atingiu o milésimo indivíduo: Estratégia AMLD ( e Studbook Reprodução em cativeiro: iniciativa mundial 1/3 população natural é resultado da reintrodução Ballou: “agência de matrimônios” genéticos Translocação de grupos isolados Proteção e recuperação de hábitat: Mosaico de reservas públicas e particulares (áreas baixas); restauração de MA; suplementação alimentar (bananas) Passou de criticamente ameaçado para ameaçado em 2003 2012: 1700; 2017: 3200 indivíduos (Fontes: Oliveira et al., 2003; WWF, 2003) Para vídeo, ver: Mico-leão-dourado Leontopithecus rosalia
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Mico-leão dourado: vídeo
Vídeo mostra estratégias de conservação e restauração Replantio de espécies alimentares (ingá), Criação de corredores entre fragmentos, agroflorestas em pequenas propriedades Vejam, são fofinhos!!!
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Importância ou Aspectos Positivos da conservação Ex situ (3)
Promove a educação ambiental, a sensibilização (mudança de atitudes) criação de vínculos afetivos com a natureza e com os problemas de conservação : “Biophilia”: Segundo E. O. Wilson, natualmente gostamos, mas precisa ser estimulado Experiência com natureza quando criança é maior determinante de carreira conservacionista Maior participação da comunidade em programas de conservação Única possibilidade de contato para populações urbanas (Fonte: Rabb & Saunders, 2005)
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Importância ou Aspectos Positivos da conservação Ex situ (4)
Permite levantar fundos a serem reinvestidos em conservação in situ: nos EUA, zoológicos e aquários recebem mais visitantes que futebol americano, baseball e basquete juntos!! Exemplos de estratégias de financiamento (Fontes: Rabb & Saunders, 2005)
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Ex situ financiando in situ: Ex. Madagascar
Varecia variegata rubra Microcebus lehilahytsara Daubentonia madagascariensis Madagascar: um dos mais importantes hotspots do mundo (Lemures) Iniciativa conjunta de: Zoológico de Zurich, Wildlife Conservation Society (ONG) e Malagasy Parks Service (Madagascar) (ANGAP) Contribuições voluntárias de visitantes; associação na Suiça para levantar fundos para conservação in situ (Fonte: WASA,-s-data)
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Limitações e aspectos negativos da Estratégia Ex situ
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Limitações ou Aspectos Negativos das Estratégias Ex situ (1)
Zoos ainda dependem de populações selvagens (ralo populacional?) Foco em espécies carismáticas e importantes economicamente: - Exemplo em São Paulo dos Psitacídeos (papagaios, araras: coloridos) : são grande parte do plantel de aves em instalações ex situ (não necessariamente associado ao nível de ameaça) Porcentagem atual de espécies ameaçadas nas coleções é pequeno (De: Pimentel e Tinoco, 2009 –TCC) Existem, contudo, problemas que podem torná-los ineficazes, como dificuldades para a estabilização de populações ex situ; epidemias de doenças que podem se alastrar nessas instalações, perda da diversidade genética, entre outros (Wisely et al., 2005). Além disso, o enfoque em espécies carismáticas ocorre frequentemente, pois espécies com este caráter atraem favoravelmente a opinião pública e, sendo assim, favorecem, ao menos teoricamente, a proteção de outras espécies. (Fontes: Balmford et al., 1996; Pimentel e Tinoco, 2009)
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Abrangência da conservação ex situ
(Fonte: Conde et al., 2011) Cerca de 1 em cada 7 espécies ameaçadas estão abrigadas em Zoológicos Carisma é importante poucos anfíbios
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Limitações ou Aspectos Negativos das Estratégias Ex situ (2)
Capacidade de todos os locais é limitada: 6000 espécies listadas como ameaçadas (fauna) estimativa daquelas que podem ser mantidas em instalações ex situ (fauna) Poucas espécies são adequadas para reprodução em cativeiro (ex. aspectos comportamentais) Pequena variabilidade genética vulnerabilidade: Aleatoriedade de todos os tipos Em especial, problemas associados a populações pequenas: depressão exogâmica e endogâmica Obs: faltou a fonte do dado (procurar) – seria conde?
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Limitações ou Aspectos Negativos das Estratégias Ex situ (3)
Muitas espécies não têm mais hábitat reintroduções não são possíveis ou muito custosas (restauração) Custo de manutenção é alto e necessita de fluxo contínuo de $, mas fundos praticamente não existem (Pritchard et al., 2011) Espécies concentradas em local único suscetíveis a desastres; guerras e instabilidade política de países Obs.: esta linha é minha a partir de muitos textos.
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Desafios Futuros da Estratégia Ex situ
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Desafios da Conservação Ex situ (1)
Movimento por direitos e bem-estar dos animais cada vez mais forte contra cativeiro: efeitos negativos Alienação cada vez maior das pessoas com a natureza menor apoio, menos visitas e, portanto, menos $ Problemas institucionais dificultam atividades de instalações ex situ: CITES, CBD e Direitos de propriedade Trocas e capturas dificultadas (Fontes: Rabb & Saunders, 2005)
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Desafios da Conservação Ex situ (2) Mais importante
Necessidade de coordenar cada vez mais: in situ e ex situ Vários autores sugerem a necessidade de aumento na cooperação entre organizações conservacionistas e estruturas Ex situ Outros sugerem que forma intermediária será cada vez mais necessária: ex situ próximo a in situ (Pritchard, 2011) From Pritchard et al, 2011: We believe, however, that ex situ conservation has a more important role to play, especially in the face of the evidence of increasing extinction rates, exacerbated by climate change. We wish to stimulate discussions about the need to revise the contributions that ex situ approaches can make to conservation. Integrated conservation management approaches hold much potential but we must recognize the significance of institutional factors, not just the science, that have hitherto constrained the development of direct conservation contributions from ex situ and integrated techniques. We question the continued validity of the in situ / ex situ distinction.
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Desafios da Conservação Ex situ (3)
Cada vez menos hábitat e maior número de espécies ameaçadas em estado crítico Poucas espécies podem ser mantidas em cativeiro Quais espécies focar? Como decidir que tamanho populacional exige estratégias Ex situ (Fontes: Rabb & Saunders, 2005)
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1. Quais espécies devem ser o foco da conservação Ex situ?
Foco deve existir para maximizar resultados de conservação com recursos e condições limitadas Alternativas: Espécies e grupos que têm maior apoio a projetos in situ, por ex. Grandes vertebrados? Espécies com: Maior probabilidade de sucesso na reprodução Maior probabilidade de reintrodução Menor custo (portanto, menor tamanho) Cujo hábitat ainda existe e, portanto, reintroduções são possíveis Existe uma discussão na literatura sobre os dois aspectos. Um grupo argumenta que grande parte da importância da conservação ex situ e do apoio financeiro vem de abrigar espécies carismáticas que, portanto, devem ser mantidas. Há estudos empíricos, no entanto, que não comprovam o fato que as pessoas visitam os zoológicos, por exemplo, atraídas apenas pelas espécies de maior porte como, por exemplo, grande felinos. E que, devido ao fato dos recursos serem limitados e as estruturas ex situ não serem capazes de abrigar todas as espécies ameaçadas, é necessário focar naquelas com as características de: (i) maior probabilidade de sucesso na reprodução; (ii) maior probabilidade de reintrodução; (iii) menor custo; (iv) Portanto, menor tamanho; com hábitat mantido (Fontes: Balmford et al., 1996)
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Guia da IUCN para decidir quando e como ex situ deve ser utilizada
(Fontes: McGowan et al, 2017) IUCN em 2017 elaborou um guia para a tomada decisão sobre o assunto. Há outros estudos que buscam fazer o mesmo.
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2. Como saber quando a população exige Ex situ?
Estratégia mais comum é avaliar se a população é igual ou maior à “População Mínima Viável (PVA)” PVA É a menor população de uma determinada população/espécie em determinada localidade ISOLADA, que tem a probabilidade de 99% de continuar existindo por 1000 anos, apesar dos possíveis efeitos da: Aleatoriedade genética, demográfica e ambiental (catástrofes naturais) Shaffer, M.L. (1981). Minimum population sizes for species conservation. BioScience 31, 131–134 (Fonte: Shaffer, 1981)
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2. Como saber quando a população exige Ex situ
População mínima viável Em outras palavras: É o tamanho mínimo para uma espécie se manter num “longo” período de tempo e sobreviver a problemas determinísticos (ex. Caça) ou aleatórios (ex. Catástrofes, problemas genéticos) com uma “certa” probabilidade alta Para informações detalhadas sobre o assunto e acesso a textos, ver o link: MINIMUM VIABLE POPULATIONS Shaffer, M.L. (1981). Minimum population sizes for species conservation. BioScience 31, 131–134 Small and isolated populations are particularly vulnerable to extinction through random variation in birth and death rates, variation in resource or habitat availability, predation, competitive interactions and single-event catastrophes, and inbreeding. Enter the concept of the Minimum Viable Population (MVP) size, which was originally defined as the smallest number of individuals required for an isolated population to persist (at some predefined ‘high’ probability) for some ‘long’ time into the future. In other words, the MVP size is the number of individuals in the population that is needed to withstand normal (expected) variation in all the things that affect individual persistence through time. Drop below your MVP size, and suddenly your population’s risk of extinction sky-rockets. In some ways, MVP size can be considered the threshold dividing the ‘small’ and ‘declining’ population paradigms (see Caughley 1994), so that different management strategies can be applied to populations depending on their relative distance to (population-specific) MVP size. This wonderfully simply, yet fundamental concept of extinction dynamics provides the target for species recovery, minimum reserve size and sustainable harvest if calculated correctly. Indeed, it is a concept underlying threatened species lists worldwide, including the most well-known (IUCN Red List of Threatened Species). While there are a host of methods issues, genetic considerations and policy implementation problems, Shaffer’s original paper spawned an entire generation of research and mathematical techniques in conservation biology, and set the stage for tangible, mathematically based conservation targets. Want more information? We have published some papers and articles on the subject that elaborate more on the methods, expected ranges, subtleties and implications of the MVP concept that you can access below. Traill, LW, CJA Bradshaw, BW Brook Minimum viable population size. In: Encyclopedia of Earth. Eds. Cutler J. Cleveland (Washington, D.C.: Environmental Information Coalition, National Council for Science and the Environment) Traill, LW, CJA Bradshaw, BW Brook Minimum viable population size: a meta-analysis of 30 years of published estimates. Biological Conservation 139: Brook, BW, LW Traill, CJA Bradshaw Minimum viable population size and global extinction risk are unrelated. Ecology Letters 9:
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Histórico do conceito Franklin (1980) e Soulé (1980), a partir de estudos com criação de animais, propuseram: Tamanho efetivo populacional: Ne ≥ 50 => sobrevivência a curto prazo Ne ≥ 500 =>sobrevivência a longo prazo Regra dos 50/500: adotada para manejo Conceito (PMV) criado por Shafer em 1981 População mínima determinada para manter a perda de variabilidade genética média em 1% a cada geração Ainda adotada quando não há conhecimento algum
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Análise de Viabilidade Populacional hoje
Análise dos fatores que afetam a sobrevivência da população/ espécie e avaliação da probabilidade de se recuperar em determinado período de tempo Baseada em modelos de Dinâmica Populacional produzidos por softwares como: Vortex ( - grátis RAMAS ( - $
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Análise de Viabilidade Populacional
Baseados em dados demográficos (censos de ocorrência) Análises são variadas e incorporam dados diferentes dependendo do modelo (ex.: Vortex e Ramas) Aspectos demográficos, genéticos Desastres de diferentes tipos São utilizados especialmente para comparações de cenários do que para resultados absolutos (extinção/não extinção) E, em resposta a questões específicas: Ex. O que ocorrerá se.... (simulações)
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Exemplo Vortex (1) Características da espécie analisada
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Exemplo Vortex (2) Simulação de Catástrofres (aleatoriedade ambiental)
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Exemplo Vortex (3) Resultado de Variação Populacional no tempo
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Referências: Balmford, A.; Mace, G. M.; Leader-Williamns, N Designing the Ark: Setting Priorities for Captive Breeding. Conservation Biology, v. 10, n.3, p Conde, et al Na emerging role of zoos to conserve biodiversity. Science, v. 331. FPZ, Disponível em: Acesso: 9/11/2008. IUCN IUCN technical Guidelines Management Ex situ Populations for Conservation. Disponível em:? Acesso: 5/11/2008. John, L Por um triz. Revista Terra da Gente. Disponível em: McGowan, P. J., Traylor‐Holzer, K., & Leus, K. (2017). IUCN Guidelines for determining when and how ex situ management should be used in species Conservation. Conservation Letters, 10(3), Oliveira, P. P.; Kierluff, M. C. M.; Veruli, V. P.; et al Translocaçõ como técnica de manejo para a conservação do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) RJ. Anais.... CONGRESSO BRASILEIRO DE ECOLOGIA, Fortaleza, p Primack, 2006. Pritchard, D. J.; Fa, J. E ., Oldfield, S.; Harrop, S. R Bring the captive closer to the wild: redefining the role of ex situ conservation. Oryx, in press. Rabb, G. B.; Saunders, C. D The future of zoos and aquariuns: conservation and caring. International Zoological Yearbook, v.39. p Zeng, Y.; Jiang, Z.; Li, C Genetic variability in relocated Père David’s deer ( Elaphurus davidianus ) populations—Implications to reintroduction program. Conservation Genetics, v. 8, n.5, p WASA,-s-data. Disponível em: ICMBIO Plano de Ação para a Conservação da Ararinha-azul Cyanopsitta spixii. Brasília: ICMBIO, 145p. Lista está incompleta. Completar.
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