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PublicouMaria do Mar Almeida Minho Alterado mais de 6 anos atrás
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O BEM O E MAL A GÊNESE – MÓDULO IV – AULA 03 75 slides
A GÊNESE – MÓDULO IV – AULA 03 75 slides
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O BEM E O MAL
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OBJETIVOS Trazer à luz do conhecimento, as revelações dos Espíritos superiores sobre a Criação do Universo, os milagres de Jesus e as predições do Evangelho, segundo o Espiritismo.
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ABORDAGENS Conceito de Bem e de Mal; Conceitos Filosóficos de Bem e de Mal; Conceitos Espíritas de Bem e de Mal; A Origem do Bem e do Mal; O Instinto e a Inteligência; A Destruição dos Seres Vivos uns pelos outros.
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CONCEITO DE BEM E DE MAL Bem é […] aquilo que enseja as condições ideais ao equilíbrio, à manutenção, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma coletividade. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, p. 275. Mal é tudo […] o que é prejudicial ou fere; o que concorre para o dano ou a; ruína de alguém ou algo; o que é nocivo para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, p.1219.
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Para os Espíritos da Codificação Espírita:
O […] bem é tudo o que é conforme à lei de Deus, e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringir essa lei. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos. Questão 630. […] As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal.
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Muitas vezes o homem comete faltas que, embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. É por isso que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpado aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos.
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O conceito de bem e de mal existe desde as épocas imemoriais, mas nem sempre delineado de forma precisa nas sociedades primitivas. Alguns filósofos antigos expressavam opiniões sobre o bem, como o fazia Aristóteles, mas foi somente com ideias do filósofo alemão Immanuel Kant † ( ), que o bem passou a ser reconhecido como um conjunto de valores imprescindíveis à melhoria do ser humano.
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Meta a ser alcançada, sempre atuando integrada com o intelecto, o sentimento e a vontade.
O conceito de mal está sempre correlacionado ao bem, seja no sentido de lhe fazer oposição, seja como aptidão negativa do ser humano. Segundo o dicionário: Bem “[…] é aquilo que enseja as condições ideais de equilíbrio, à manutenção, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de um empreendimento humano ou de uma coletividade.”
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Indica também “[…] conjunto de princípios fundamentais de determinada sociedade propícios ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento moral, quer dos indivíduos, quer da comunidade.” Em outro sentido, mal é algo irregular; “[…] diversamente do que convém ou do que se desejaria; modo ruim; de maneira imperfeita, incompleta; insuficientemente; de maneira insatisfatória, que não corresponde às expectativas; de modo incorreto; erradamente; de modo pouco adequado defeituosamente.[…]”.
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CONCEITOS FILOSÓFICOS DE BEM E DE MAL
O Bem, segundo a Filosofia, expressa “[…] tudo o que possui valor, preço, dignidade, a qualquer título.” É uma palavra que traz o significado implícito de moralidade, significando, portanto, beleza de caráter ou virtude humana. O mal é tudo o que faz oposição ao bem, e representa característica dualista marcante do ser humano (ser e não ser mau). Mas o mal poderia subjetivamente ser considerado como uma aptidão negativa ou juízo negativo.
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Para os filósofos neoplatônicos, a presença do mal estimularia ações no bem, “[…] de tal modo que, p. ex., não haveria justiça se não houvesse ofensas, não haveria trabalho se não houvesse indolência, não haveria verdade se não houvesse mentira. […]”. Para os filósofos cristãos, como Agostinho de Hipona † ( ), o mal não se identifica com o bem, pois nenhuma natureza é má e todas as coisas são boas.
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A palavra “mal” refere-se, apenas, à privação do bem em dadas circunstâncias, afirma esse teólogo católico, mais conhecido como Santo Agostinho, que participou mais tarde da plêiade dos instrutores da Codificação Espírita. O outro sentido de mal, amplamente estudado pelos filósofos de diferentes épocas, consiste em considerá-lo como algo inerente à personalidade humana.
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Ou seja, o homem, encontra-se em permanente conflito consigo mesmo porque convive com duas forças antagônicas: o bem e o mal. Esta da dualidade foi (e é) amplamente defendida pelos metafísicos. Conceitos Filosóficos de Bem e de Mal. Bíblia do Caminho. Estudos Espíritas. Encontrado em:
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CONCEITOS ESPÍRITAS DE BEM E DE MAL
Os conceitos de bem e de mal existentes nas obras espíritas são muito claros. São de abrangência universal e atemporal, além de não produzirem dúvidas ou interpretações equivocadas, pois estão destinados a todas as pessoas, independentemente do nível evolutivo em que se encontram. Para os Espíritos da Codificação Espírita, por exemplo, o “[…] bem é tudo o que é conforme à lei de Deus, e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringir essa lei.
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O bem está relacionado à moral:
“[…] A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.” A prática do bem se resume no Amor: “O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito.
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Em sua origem, o homem só tem instintos; quanto mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. […].”
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O bem está relacionado à virtude:
“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. […].” Conceitos Espíritas de Bem e de Mal. Bíblia do Caminho. Estudos Espíritas. Encontrado em:
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A ORIGEM DO BEM E DO MAL A moral é a regra de bem proceder, isto é, distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus. Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade, todo justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto.
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O mal que observamos não pode ter nele a sua origem
O mal que observamos não pode ter nele a sua origem. O Espírito é criado simples e ignorante, nem boa nem má, mas suscetível, em virtude do seu livre arbítrio, de escolher entre o caminho do bem e do mal. Podendo observar ou infringir as leis de Deus, conforme seja a encarnação de um Espírito adiantado ou atrasado. Deus em sua justiça e sabedoria, deixa que o homem escolha o caminho que deseja seguir, porém, caso faça escolhas equivocadas, mais longa e penosa será a sua peregrinação.
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A origem do mal sobre a Terra resulta da imperfeição dos Espíritos que aí estão encarnados.
A predominância do mal decorre de que, sendo a Terra um mundo inferior, a maioria dos Espíritos que a habitam são, eles mesmos, inferiores, ou progrediram pouco. Entretanto, o mal existe e tem uma causa. Os males de toda espécie, físicos ou morais, que afligem a Humanidade, formam duas categorias que importa distinguir:
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A dos males que o homem pode evitar e a dos que lhe independem da vontade. Entre os primeiros, cumpre se incluam os flagelos naturais. O homem recebeu em partilha uma inteligência com cujo auxílio lhe é possível conjurar, ou, pelo menos, atenuar os efeitos de todos os flagelos naturais. Quanto mais saber ele adquire e mais se adianta em civilização, tanto menos desastrosos se tornam os flagelos.
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Com uma organização sábia e previdente, chegará mesmo a lhes neutralizar as consequências, quando não possam ser inteiramente evitados. Assim, com referência, até, aos flagelos que têm certa utilidade para a ordem geral da Natureza e para o futuro, mas que, no presente, causam danos, facultou Deus ao homem os meios de lhes paralisar os efeitos.
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Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto são um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los. Se ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso.
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Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, do seu desejo, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissenções, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades.
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Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem. Em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para cumpri-las. A consciência lhe traça a rota, a lei divina lhe está gravada no coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte.
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Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem
Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas, tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre que o queira.
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Decorrendo, o mal, das imperfeições do homem e tendo sido este criado por Deus, dir-se-á, Deus não deixa de ter criado, se não o mal, pelo menos, a causa do mal; se houvesse criado perfeito o homem, o mal não existiria. Se fora criado perfeito, o homem fatalmente penderia para o bem. Ora, em virtude do seu livre-arbítrio, ele não pende fatalmente nem para o bem, nem para o mal.
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Quis Deus que ele ficasse sujeito à lei do progresso e que o progresso resulte do seu trabalho, a fim de que lhe pertença o fruto deste, da mesma maneira que lhe cabe a responsabilidade do mal que por sua vontade pratique. A questão, pois, consiste em saber-se qual é, no homem, a origem da sua propensão para o mal. O Espírito tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras fases da sua existência corpórea, somente a exigências materiais lhe cumpre satisfazer e;
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Para tal, o exercício das paixões constitui uma necessidade para o efeito da conservação da espécie e dos indivíduos, materialmente falando. Mas, uma vez saído desse período, outras necessidades se lhe apresentam, a princípio semimorais e semimateriais, depois exclusivamente morais. É então que o Espírito exerce domínio sobre a matéria, sacode-lhe o jugo, avança pela senda providencial que se lhe acha traçada e se aproxima do seu destino final.
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Se, ao contrário, ele se deixa dominar pela matéria, atrasa-se e se identifica com o bruto.
Nessa situação, o que era outrora um bem, porque era uma necessidade da sua natureza, transforma-se num mal, não só porque já não constitui uma necessidade, como porque se torna prejudicial à espiritualização do ser. Muita coisa, que é qualidade na criança, torna-se defeito no adulto. O mal é, pois, relativo e a responsabilidade é proporcionada ao grau de adiantamento.
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Todas as paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, visto que, a não ser assim, Deus teria feito coisas inúteis e, até, nocivas. No abuso é que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu livre-arbítrio. Mais tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse, livremente escolhe entre o bem e o mal. O Bem e o Mal na Visão Espírita. – Luz da Visão – Artigos Espíritas – Encontrado em:
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Porque existe o mal no Mundo.
“[…] Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa ao homem a escolha do caminho. Tanto pior para ele, se toma o mau caminho: Sua peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas, o homem não compreenderia que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros.
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É preciso que o Espírito adquira experiência e, para isso, é necessário que conheça o bem e o mal. Eis por que existe a união do Espírito e do corpo.” Disse Jesus: Ai do mundo por causa dos escândalos! É necessário que haja escândalos, mas ai do homem pelo qual o escândalo vem! (Mateus, Bíblia de Jerusalém).
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“É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque os homens, em razão de sua imperfeição, se mostram inclinados a praticar o mal, e porque as más árvores dão maus frutos. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, obrigação de praticá-lo.”
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É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contato de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender. Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal, buscarão o remédio no bem. A reação desses vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para outros.
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É assim que do mal Deus faz emergir o bem e que os próprios homens utilizam as coisas más - ou sem valor.” “Mas, ai daquele por quem venha o escândalo. Quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento à justiça divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados, nem por isso deixou de praticar o mal e de merecer punição. […].”
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Como Fazer Distinção entre o Bem e o Mal.
“[…] Deus nos deu a inteligência para distinguir entre o bem e o mal. Jesus vos disse: vede o que gostaríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.” “[…] Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática desta sentença:
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Não façais aos outros o que não gostaríeis que os outros vos fizessem; fazei, ao contrário, todo o bem que puderdes fazer-lhes. […].” “[…] À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, pouco a pouco se esclarece e se despoja de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa vontade que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio.
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Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se torna para ela uma ocasião de adiantar-se, porque o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, caso se apresente ocasião de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória. […].”
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“[…] Em resumo: Naquele que nem sequer concebe a ideia do mal, já há progresso realizado; Naquele em quem surge essa ideia, mas a repele, há progresso em vias de realizar-se; Naquele, finalmente, que pensa no mal e nele se compraz, o mal ainda existe em toda a sua plenitude.
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Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se.
Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.” O Bem e o Mal – A Bíblia do Caminho. Estudos Espíritas. Encontrado em:
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O INSTINTO E A INTELIGÊNCIA
É à alma que o homem deve sua inteligência e racionalidade. A inteligência é o atributo essencial do Espírito, em razão do qual toma ele conhecimento de sua própria existência e exerce atividades voluntárias e livres. Quando o Espírito atinge o grau de humanização, sua inteligência adquire desenvolvimento superior, como o surgimento da razão e do senso moral, que lhe facultam a capacidade de conceber e reconhecer a existência de Deus.
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Realizando múltiplos atos livres e voluntários, apresentando finalidade nítida e obedecendo a juízos e raciocínios bem elaborados, o homem é um ser que revela dupla natureza: material e espiritual. Não nos esqueçamos de que há uma alma unida ao corpo do homem e somente a ela deve ele sua inteligência e racionalidade, seus conhecimentos e sentimentos, bem como sua vontade e liberdade.
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Existem, entretanto, seres que realizam atos em que se revela também nítida finalidade, mas que parecem obedecer antes a automatismos que a impulsos decorrentes da livre vontade. Tais atos visam sobretudo à conservação do indivíduo e da espécie, objetivando as funções de nutrição e de reprodução, provendo ao crescimento, ao desenvolvimento e à propagação, enfim, da plena realização da vida.
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Esses atos são devidos ao instinto – são os chamados atos instintivos
Esses atos são devidos ao instinto – são os chamados atos instintivos. Existem esboçados no reino vegetal, mas são bem mais evidentes no reino animal, tanto quanto na espécie humana, e ocorrem, seja no homem, seja nos animais, ao lado dos atos inteligentes. A inteligência e o instinto decorrem do mesmo princípio. Existe diferença entre o instinto e a inteligência? Será o instinto, como alguns pensam, um atributo inerente à matéria e não à alma?
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Se assim fosse, teríamos de admitir que a matéria é também inteligente, o que é manifestamente falso. Ora, se ao ato instintivo falta o caráter principal do ato inteligente, que é ser deliberado, revela, no entanto, uma causa inteligente, porque apta a prever e a evitar o engano, o que levou muitos estudiosos a admitir que instinto e inteligência procedem de um mesmo princípio, que inicialmente teria somente as qualidades do instinto e depois se desenvolveria, evoluiria e passaria por uma transformação que lhe daria as qualidades da inteligência livre.
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Esta última hipótese não resiste a uma análise mais profunda, porque frequentemente o instinto e a inteligência se encontram juntos no mesmo ser e, às vezes, no mesmo ato. No caminhar, por exemplo, é instintivo o simples movimento das pernas, tanto no homem como no animal – um pé vai adiante do outro maquinalmente. Mas no acelerar o passo ou retardá-lo, bem como no levantar o pé para desviar-se de um obstáculo, intervém a vontade, a deliberação e o cálculo.
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De igual modo, o animal carnívoro é levado pelo instinto a alimentar-se de carne, mas age com inteligência e mesmo astúcia quando toma medidas para garantir sua presa. Em face disso é que se diz que o instinto é uma espécie de inteligência, enquanto outros afirmam que é uma inteligência sem raciocínio. O fato é que muitas vezes se torna difícil estabelecer um limite nítido de separação entre o instinto e a inteligência, porque muitas vezes eles se confundem.
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Inteligência e instinto – e esta é a opinião mais comum – são manifestações do mesmo princípio espiritual, que obedecem a duas determinantes ou a dois motores diferentes: Um ligado à vontade e à liberdade do indivíduo, e outro que escapa totalmente à vontade e à liberdade. Nesse sentido, podem distinguir-se perfeitamente os atos que dependem da inteligência desenvolvida daqueles que decorrem estritamente do instinto.
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Os atos inteligentes aprimoram-se com a aprendizagem.
Sendo a inteligência, em sua plenitude, a faculdade de pensar e agir racional e deliberadamente, os atos inteligentes são conscientes, voluntários, livres e calculados. São, além disso, suscetíveis de variações, porque a inteligência, variável e individual por excelência, é suscetível de progresso. Os atos inteligentes decorrem da aprendizagem e pela aprendizagem se aprimoram, fato que não ocorre com os atos instintivos.
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Vejamos o exemplo do patinho: logo que rompe a casca do ovo que o mantinha encerrado, se vê próximo um córrego ou um lago, corre alegremente para ele e lança-se na água, nadando imediatamente com perfeição. Onde aprendeu o pato a nadar? São igualmente instintivos o ato do castor, que constrói sua casa com terra, água e galhos de árvores; o ato dos pássaros, que constroem com perfeição seus ninhos; o ato da aranha, que tece com precisão sua teia.
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Veem-se já aí alguns dos caracteres do instinto: é algo inato, perfeito e específico, ou seja, surge espontaneamente, sem prévia aprendizagem, em todos os indivíduos de uma mesma espécie e leva a atos completos, acabados, perfeitos, desde a primeira vez que são realizados. Verifica-se, no entanto, que esses atos continuam durante toda a vida do ser sem mudança alguma.
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Essa capacidade de nadar, de construir, de tecer não sofre variação através dos tempos, de modo que o castor constrói hoje a sua cabana como o faziam seus ancestrais e assim farão os seus descendentes, com os mesmos materiais e da mesma maneira. Nas edificações dos homens, ao contrário, é evidente a evolução na forma e no uso dos materiais, porque decorrem de atos inteligentes, sujeitos à vontade e à liberdade, variáveis de acordo com as circunstâncias, o que é uma característica dos atos inteligentes.
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O homem também deve a sua conservação e manutenção a atos instintivos, e não apenas aos atos inteligentes. Lembremos tão-somente o que se dá nos primeiros dias após o nascimento de uma criança, que, do mesmo modo como ocorre com as crias de outros mamíferos, suga o leite materno, sem que ninguém lhe tenha ensinado.
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A circulação sanguínea, o funcionamento do aparelho digestivo e tantas outras funções verificáveis no ser humano também se devem à força do instinto. Inteligência e Instinto. O Consolador. Encontrado em:
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A DESTRUIÇÃO DOS SERES VIVOS UNS PELOS OUTROS
Os seres vivos se destroem reciprocamente. Essa destruição, dentre as leis da Natureza é uma das que, à primeira vista menos parecem estar de acordo com a bondade de Deus. Porque lhes criou ele a necessidade de se destruírem mutuamente, para se alimentarem uns à custa dos outros? Parece uma imperfeição da obra divina para aquele que restringe sua visão apenas à matéria.
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É que em geral os homens apreciam as perfeição de Deus do ponto de vista humano; pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Pela sua curta visão não conseguem apreciar o conjunto e por isso não compreendem que um bem real pode resultar de um mal aparente.
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Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição. A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo.
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Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de envoltório? Não deixa, por isso, de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes num ano as suas vestes. Não deixaria, por isso de ser homem.
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Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a ideia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação. Objetar-se-á: Não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entre destruírem?
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Desde que em sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.
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Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxílio da matérias orgânicas, matérias que só elas contêm os elementos nutritivos necessários à transformação deles. Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento. Eis por que os seres se nutrem uns dos outros.
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Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. Há também considerações morais de ordem elevada. É necessária a luta para o desenvolvimento do espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais.
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Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra. Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material.
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Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação
Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida. No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais.
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Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue.
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Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade.
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Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual.
O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. Texto de: Denizart Castaldeli. A Destruição dos Seres Vivos uns pelos Outros. Centro Espírita Batuíra. Encontrado em:
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FONTES DE PESQUISAS A Gênese, KARDEC, Allan.
O Livro dos Espíritos, KARDEC, Allan. Conceitos Filosóficos de Bem e de Mal, Bíblia do Caminho, em: O Bem e o Mal na Visão Espírita. – Luz da Visão – Artigos Espíritas – Encontrado em: O Bem e o Mal – A Bíblia do Caminho. Encontrado em: Inteligência e Instinto. O Consolador. Encontrado em: A Destruição dos Seres Vivos uns pelos Outros. Centro Espírita Batuíra. Encontrado em:
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