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Desenvolvimento, descrição e propriedades psicométricas de um instrumento para aferir discriminação no Brasil João Luiz Dornelles Bastos.

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Apresentação em tema: "Desenvolvimento, descrição e propriedades psicométricas de um instrumento para aferir discriminação no Brasil João Luiz Dornelles Bastos."— Transcrição da apresentação:

1 Desenvolvimento, descrição e propriedades psicométricas de um instrumento para aferir discriminação no Brasil João Luiz Dornelles Bastos

2 Projeto de tese  Linha de pesquisa: desigualdades em saúde, com interesse específico sobre dimensões “raciais”  Freqüentemente injustas, evitáveis e desnecessárias  Perpetuam-se através de períodos históricos e contextos socioculturais  Questões pessoais do investigador  Intensos debates acadêmicos acerca das origens das desigualdades “raciais” em saúde  Fatores genéticos, comportamentos em saúde, condições socioeconômicas  Experiências discriminatórias como fator importante?

3 Projeto de tese  A idéia de que as experiências discriminatórias contribuem para as iniqüidades “raciais” em saúde baseia-se nos pressupostos de que: 1. Ser alvo de discriminação implica danos à saúde 2. Determinados estratos populacionais sofrem discriminação em quantidade, intensidade e freqüência distintas dos demais  Há expressivo acúmulo de informações sobre desigualdades “raciais” em saúde, especialmente nos EUA (LaVeist, 2002), mas também no Brasil (Batista et al, 2004; Leal et al, 2005; entre outros)  Se a discriminação é um fator que contribui para isso, como examinar seu efeito sobre condições de saúde?

4 Projeto de tese Estratégias para medir a discriminação (Blank et al, 2001) Experimentos laboratoriais Experimentos de campo Experimentos naturais Indicadores populacionais de discriminação Indicadores populacionais de discriminação:  Elaboração de questionários estruturados, que perguntam aos indivíduos sobre suas experiências discriminatórias  Estes questionários permitem testar a relação entre experiências discriminatórias e condições de saúde – quem relata mais discriminação tem piores condições de saúde?

5 A escala de discriminação “A discriminação é, há muito tempo, um tema fascinante e frustrante para os cientistas sociais, Fascinante por ser um mecanismo poderoso, subjacente a muitos padrões históricos e contemporâneos de desigualdade; frustrante por ser evasivo e difícil de medir”, (Pager, 2006)  Revisões da literatura sobre escalas (questionários) de discriminação racial (Utsey, 1998; Kressin et al, 2008; Bastos et al, 2010)  Ênfase sobre discriminação racial  Origem nos Estados Unidos, desenvolvimento recente e uso em populações específicas – estudantes entre 10-12 anos, gestantes afro-norte-americanas  Discussão incipiente sobre o uso de um instrumento passível de adaptação para uso em diferentes contextos socioculturais

6 A escala de discriminação  Objetivo: relatar o processo de desenvolvimento de uma escala de discriminação no Brasil  Instrumento não aborda os diferentes tipos de discriminação como manifestações idenpendentes  Adota-se a perspectiva “universalista” – impacto da cultura sobre a apreensão e interpretação do construto é enfrentado por meio da adaptação do instrumento de aferição

7 Trajetória de desenvolvimento  Referencial teórico e mapa do construto  Discriminação corresponde ao “processo pelo qual membros de um grupo socialmente definido são tratados diferentemente (especialmente de maneira injusta) devido ao pertencimento àquele grupo” (Krieger, 2001)  Interseccionalidade (Crenshaw, 1995)  Diferentes tipos de discriminação (racial e de gênero, por exemplo) podem interagir e ser experimentados concomitantemente  Limita-se à avaliação da discriminação explicita (Blank et al, 2004) 1. Ofensas à reputação ou comentários depreciativos 2. Restrição de contatos a membros do mesmo grupo social 3. Práticas segregacionistas 4. Agressões físicas 5. Extermínio de grupos ou indivíduos

8 Trajetória de desenvolvimento Discriminação em cinco diferentes domínios de vida (adaptado de Blank et al, 2004)

9 Trajetória de desenvolvimento  Desenvolvimento e revisão de itens  Revisão da literatura sobre escalas de discriminação racial e grupos focais  Descrever e avaliar propriedades psicométricas de escalas de discriminação racial  Avaliar os sentidos atribuídos por universitários à discriminação e ao preconceito, verificando a pertinência destes construtos neste contexto sociocultural  Conjunto preliminar de itens apreciado por um painel de seis especialistas  Examinar os itens quanto à forma e ao conteúdo, avaliando o seu conjunto em termos de validade de face e de conteúdo

10 Trajetória de desenvolvimento  Estrutura do e conteúdo da escala  18 conjuntos de perguntas 1. Exposição a tratamento diferencial 2. Motivações para o tratamento 3. Grau de incômodo gerado pelo evento 4. Atribuição do tratamento diferencial à discriminação  1 par de perguntas  Testemunho de tratamentos diferenciais  Atribuição do evento à discriminação contra terceiros

11 Exposição ao evento – tratamento diferencial, baseado em características pessoais, pertença a grupos sociais Avaliação do evento

12 Trajetória de desenvolvimento  Pré-testes, estudo-piloto e aplicação da escala em estudantes universitários  Quatro sessões de pré-testes com 10 estudantes de graduação  Entrevistas cognitivas – avaliar a compreensão dos itens e o processo de formulação de respostas  Estudo-piloto com 15 universitários  Fornecer subsídios à organização do trabalho de campo, identificar problemas residuais de compreensão de determinados itens e checar o desempenho do manual de instruções  Aplicação da escala em 424 estudantes de graduação por meio de um questionário autopreenchível, que também avaliou condições e comportamentos em saúde  Reaplicação em 55 destes estudantes, quinze dias após

13 Trajetória de desenvolvimento  Propriedades psicométricas avaliadas  Validade dimensional – análise fatorial exploratória  Validade de construto – comparações de grupos extremos e teste de associação com construtos correlatos  Cor/raça, sexo, idade, posição socioeconômica, acesso à universidade por cotas  Consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, transtornos mentais comuns e saúde auto-avaliada  Consistência interna e confiabilidade teste-reteste  Coeficiente alfa de Cronbach e Kappa ponderado

14 Resultados preliminares  Pesquisa com grupos focais  Construtos preconceito e discriminação são pertinentes no contexto investigado  Sentidos atribuídos à discriminação aproximam-se da definição adotada no trabalho  Domínios previstos se confirmaram, com acréscimo dos serviços públicos e privados, dos relacionamentos afetivo-sexuais e do ambiente familiar  Participantes relataram experiências discriminatórias com múltiplas motivações  Painel de seis especialistas  O conjunto preliminar de itens da escala apresentava validade de face e de conteúdo  Das 40 recomendações de alteração de forma e conteúdo, 29 (73%) foram atendidas

15 Resultados preliminares  Entrevistas cognitivas e estudo-piloto  Interpretação mais uniforme dos itens e preenchimento facilitado do instrumento  Perfil dos respondentes  40% dos participantes eram dos cursos de Ciências Biológicas e Psicologia  2 / 3 matriculados entre a primeira e a quarta fases  60% do sexo feminino  60% entre 18 e 21 anos  50% autoclassificados brancos, 30% pardos e 15% pretos

16 Resultados preliminares Distribuição dos estudantes incluídos no estudo, (N = 424) conforme pontos de corte do Indicador Econômico Nacional (IEN) para o município do Rio de Janeiro e para o Brasil no ano de 2000, Rio de Janeiro, RJ, 2010,

17 Resultados preliminares  10 dos 18 itens foram positivados por 10% ou mais dos respondentes  A análise fatorial exploratória sugeriu a identificação de um único fator, confirmando a hipótese de unidimensionalidade  O percentual de variância explicado por esta solução fatorial foi de 56%  Consistência interna do instrumento foi de 0,8 e a confiabilidade teste-reteste esteve acima 0,5 para 14 dos 18 itens

18 Resultados preliminares Freqüência relativa de indivíduos com escore 3+ e média e desvio-padrão do escore, conforme características sócio-demográficas dos respondentes (N = 424), Rio de Janeiro, RJ, 2010, Variáveis % de indivíduos com escore de 3+ Média Desvio- padrão P-valor Cor/ raça b <0,001 Branca38,42,93,1 Parda37,33,54,4 Preta59,45,24,9 Sexo 0,020 Masculino 38,33,13,8 Feminino 43,63,74,0 Faixa etária (anos) 0,147 18-19 39,32,83,0 20-21 37,83,44,1 22-35 46,34,04,4 Admissão na universidade por cotas <0,001 Não 32,42,62,9 Sim 53,04,64,8

19 Resultados preliminares Freqüência relativa de indivíduos com escore 3+ e média e desvio-padrão do escore, conforme características sócio-demográficas dos respondentes (N = 424), Rio de Janeiro, RJ, 2010, Variáveis % de indivíduos com escore de 3+ Média Desvio- padrão P-valor Posição socioeconômica (quintis)0,035 1 (mais pobre)56,64,14,6 244,44,14,2 337,02,93,9 440,23,43,7 5 (mais rico)29,62,73,2 Consumo abusivo de álcool0,329 No41,13,43,8 Yes43,73,94,3 Já fumou alguma vez?0,027 Não38,13,13,7 Sim, antes dos 17 anos50,94,2 Sim, após os 17 anos36,93,44,4 Transtornos mentais comuns<0,001 Não33,82,63,1 Sim53,44,94,8 Auto-avaliação de saúde<0,001 Muito boa/ boa38,93,23,9 Regular/ ruim/ muito ruim60,45,44,3

20 Limitações  Domínio populacional específico (região do país, posição socioeconômica, faixa etária, etc,)  Avaliação parcial da validade de construto – validade divergente não examinada  Itens com pouca variabilidade e o item 8, que também apresenta outros indicadores psicométricos ruins  Avaliação somente da discriminação explícita  Necessidade de submeter a escala a análises mais rigorosas, por pesquisadores independentes  O instrumento é auto-aplicado


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