EN BUSCA DE LAS CAUSAS Maurício Gomes Pereira Professor Emérito Universidade de Brasília Seminário Internacional Cusco, 7 – 10 de setembro de 2015 1.

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1 EN BUSCA DE LAS CAUSAS Maurício Gomes Pereira Professor Emérito Universidade de Brasília Seminário Internacional Cusco, 7 – 10 de setembro de 2015 1

2 A ciência progride por meio do estudo da associação entre eventos. 2

3 Na busca das causas, a ciência progride por etapas: 1.Existe associação entre os eventos? 2.Esta associação é causal? 3 Pereira MG. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar 2011:116

4 Exemplo O debate sobre tecnologia digital e os jovens Editorial. Bell V et al.* BMJ 2015; 351: h3064 * Cientistas que trabalham em saúde mental e impacto psicológico da tecnologia digital 4

5 O debate sobre tecnologia digital e os jovens Por meio de aparições, entrevistas e de um livro recente, Susan Greenfield, uma pesquisadora senior de Lincoln College, em Oxford, tem divulgado a ideia de que o uso da internet e jogos de computador podem ter efeitos danosos sobre o cérebro, as emoções e em comportamentos. 5

6 O debate sobre tecnologia digital e os jovens Apesar dos repetidos pedidos para que a autora publique essas conclusões na literatura científica, na qual os investigadores possam verificar o quão bem são apoiados por evidência,  isto não aconteceu. 6

7 O debate sobre tecnologia digital e os jovens Temos receio de que as afirmações de Greenfield não sejam baseadas em correta apreciação de evidências, frequentemente confundindo correlação por causa e dando peso indevido a anedotas e a estudos de baixa qualidade. Em consequência, gerando opiniões equivocadas nos pais e no público em geral. 7

8 Para que serve a sessão de discussão de um artigo científico Interpretação dos achados da investigação, comparações e a conclusão. Principal função da discussão: convencer o leitor de que a conclusão está justificada. 8 Pereira MG. Artigos científicos. 2011:104

9 Na busca das causas, a ciencia progride por etapas: 1.Existe associação entre os eventos? 2.Esta associação é causal? 9 Pereira MG. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar 2011:116

10 Como se mede a associação de eventos em investigações científicas? 10

11 Estudos prospectivos Acompanham pessoas por algum tempo 11

12 Exemplo 1: estudo prospectivo Parte-se da suposta causa em busca dos efeitos CAUSA EFEITO 12

13 Tipo de estudo: prospectivo Demência Chá verde 5 4995 20 1980 5000 2000 Total Chá verde e demência Sim Não 0,1 1 1 Incidência (%) RR= 0,1 RR= 0,1 Fator de proteção Sim Não 13

14 RR>1 Fator de risco para o desfecho RR=1 Não há influência no desfecho RR<1 Fator de proteção para o desfecho Interpretação do Risco Relativo 14

15 Exemplo 2: estudo retrospectivo 15

16 Exemplo 2: estudo retrospectivo Parte do efeito para buscar as causas Bom para investigar as causas de eventos raros. 16

17 Estudo retrospectivo Sim Demência Chá verde 5 50 150 Chá verde e demência Sim Não Fator de proteção 155200 Total 7500 OR = OR= 0,1 750 Não 17

18 Associação e associação estatística são sinônimos Associação e relação causal NÃO são sinônimos 18

19 Associação estatística se refere ao grau em que um fator tende a variar com a variação de outro fator, além do que seria esperado por chance apenas. 19

20 associações Muitas pesquisas buscam investigar associações entre: Um fator (de risco ou de proteção) e Uma ou mais desfechos (cura, sobrevida). Para que serve a informação sobre associação? causas Produzir conhecimento sobre as causas. Gerar evidencias para a tomada de decisão. 20

21 Na busca das causas, a ciencia progride por etapas: 1.Existe associação entre os eventos? 2.Esta associação é causal? 21 Pereira MG. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar 2011:116

22 Para determinar se uma associação estatística entre eventos é associação causal aplicam-se critérios de julgamento. 22

23 Critérios para evaluar relación causal 1. Evidencia experimental 2. Secuencia temporal 3. Fuerza de la asociación 4. Efecto dosis-respuesta 5. Reversibilidade 6. Coherencia com el conocimiento 7. Plausibilidade 23 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

24 Aplicación de los criterios de causalidad Ejemplo Tabagismo y csncer de pulmón 24 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

25 1. Evidencia experimental La demonstración experimental es la prueba causal por excelencia, pero en muchos caso no es posible realizarle en poblaciones humanas. 25 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

26 1. Evidencia experimental Existe evidência experimental em seres humanos sobre o tema? Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão Há ensaios clínicos em que os indivíduos foram alocados aleatoriamente para fumar e para não fumar e acompanhados para verificar a ocorrência de câncer de pulmão? 26 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

27 2. Secuencia temporal La causa precede en el tiempo al efecto 27 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

28 2. Sequência temporal A exposição, que se supõe causal, realmente antecede a doença de modo compatível com a duração do respectivo período de incubação ou latência da doença Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão O hábito de fumar antecede o aparecimento deste tipo de câncer? 28 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

29 3. Fuerza de la associación Maior rieco relativo, maior evidencia de causalidad 29 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

30 3. Fuerza de la associación A incidência da doença é significativamente mais elevada nos indivíduos expostos do que nos não expostos? Ou, quanto maior o tamanho do risco (ou o odds ratio) maior a evidencia de relação causal. Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão As pessoas que fumam têm maior incidência de câncer de pulmão quando comparadas com as que não fumam? 30 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

31 4. Efecto dosis-respuesta La frecuencia de aparición se incrementa con la dosis, tiempo y nivel de exposición 31 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

32 4. Efecto dosis-respuesta O aumento da dose ou do tempo de exposição aumenta o risco da doença? Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão A incidência de câncer de pulmão é maior nos que muito fumam comparados com os que pouco ou não fumam? 32 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

33 5. Reversibilidade A remoção da causa diminui os riscos da doença? Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão As pessoas que deixam de fumar têm menos risco de ter câncer de pulmão? 33 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

34 6. Coherencia con el conocimiento existente Os resultados de vários estudos, em diferentes populações, apontam para a mesma direção? A relação tem sido repetidamente observada? Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão As pesquisas feitas em diferentes lugares e investigadores apontam o hábito de fumar como fator de risco para câncer de pulmão? 34 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

35 7. Plausibilidad A associação faz sentido em termos biológicos? Exemplo: relação entre fumo e câncer de pulmão É biologicamente plausível que o fumo seja fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão? 35 Pereira MG. Artigos Científicos 2011. p. 119

36 GRACIAS mauriciogpereira@gmail.com 36

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