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Fernando Pessoa 1888-1935. Fragmentação: vários pontos-de-vista sobre a realidade.

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Apresentação em tema: "Fernando Pessoa 1888-1935. Fragmentação: vários pontos-de-vista sobre a realidade."— Transcrição da apresentação:

1 Fernando Pessoa 1888-1935

2 Fragmentação: vários pontos-de-vista sobre a realidade

3 Poesia Heterônima: invenção de personagens-poetas Poesia Ortônima: Fernando Pessoa (ele mesmo) Obra:

4 Alberto Caeiro (Camponês) Ricardo Reis (Médico) Álvaro de Campos (Engenheiro) Fernando Pessoa (ele mesmo) Bernardo Soares Thomas Crosse I.I. Crosse Chevalier de Pas Alexander Search

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6 I – Poesia Ortônima a) Poesia Lírica: Cancioneiro Neo-Simbolismo: Vagueza/Musicalidade Interseccionismo: fusão mundo interior X mundo exterior Teoria do Fingimento: “Autopsicografia”

7 Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

8 b) Poesia épica: Mensagem (1934) Epopéia modernista: - Fragmentação - Poemas Curtos Linguagem arcaizante 3 Partes : 1. Brasão: vultos históricos e míticos (1ª pessoa) 2. Mar Português: conquista ultramarina 3. O Encoberto: nacionalismo místico - sebastianismo

9 O MONSTRENGO O monstrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tetos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso. «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!»

10 Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»

11 Fernando Pessoa II – Poesia Heterônima

12 Alberto Caeiro (1889-1915) Camponês Obra: O Guardador de Rebanhos O Pastor amoroso Poemas Inconjuntos Renovação do Conhecimento: Sensorialismo Verdade = conhecimento sensorial Exterioridade: as coisas não têm sentido íntimo Poesia reflexiva: filosofia anti-filosofia Formas elementares: Verso livre Simplicidade vocabular e sintática

13 Ricardo Reis (1887- ) Médico Poeta clássico Estilo solene/Rigor formal: odes Paganismo: deuses gregos Formas de encarar a Morte: Estoicismo: aceitação resignação Epicurismo: prazer = Bem => vinho/Beleza Carpe Diem Musas: Lídia, Cloé, Neera

14 Álvaro de Campos (1890 - ) Engenheiro 1ª Fase - Decadentismo (1913-1914) Nostalgia/Ópio. “Opiário” Quadras Rimadas. Sonetos. 2ª Fase – Futurismo : sensacionismo (1914-1922) Exaltação à Máquina. Versos livres torrenciais. Onomatopéias. Ânsia de Absoluto: “Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!” 3ª Fase – Niilismo. Versos livres pessimistas. Desânimo. “Poema em Linha Reta”

15 Poema em Linha Reta Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

16 Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

17 Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó Príncipes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?

18 Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza


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