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PublicouWalter Festas Vilalobos Alterado mais de 8 anos atrás
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As peculiaridades do Estado Português Amaury Gremaud FESB I
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Povos Ibéricos: diversidade Península Ibérica início da era moderna apresenta uma grande diversidade Lar de muitos reinos e vários idiomas com influencias de longa data: gregas, cartaginesas, romana, gótica, cigana, cristã, árabe (moura) e judia
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A questão étnica Península Ibérica convívio de cristão, muçulmanos e judeus Duas forças se contrapõem: Tradição cosmopolita dos cristãos de convívio com outras culturas Busca de unificação cultural e religiosa Perseguições, expulsão, conversão (mourisco e cristão novo) Diversidade é o fenômeno primário, a busca da ortodoxia reação a ele Etnocentrismo, com grande experiência com grupos diferentes
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Guerra: outra marca Marca também da espada Longa data: luta contra domínio romano e investidas dos cartagineses Ocupação germânicas – Visigodos e outros Ocupação moura Mais recente (desde VIII): Reconquista cristã Das Astúrias (Pelágio) Portugal – duas guerras: Reconquista restauração se encerra em Portugal (Silves 1253), 2½ séculos antes de Espanha (tomada de Granada – 1492) Coimbra (1064), Lisboa (1093 e 1147) independência (contra Leão - Espanha) 1139: Afonso Henrique
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Afonso Henrique Estatua de Dom Afonso Henriques no Castelo de São Jorge em Lisboa A Batalha de Ourique
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Importância da Guerra: ascensão do rei Rei figura central no topo da sociedade não figura decorativa Rei: Sr. da Guerra Rei: Sr. das Terras (grande fonte de renda e riqueza) Ampliação do território no processo de reconquista Apesar de respeito por domínios antigos [dos moçarabes (descendentes de godos) que colaboram] Terras apropriadas pelo rei - reino Distribui parte das terras para comandados Doa parte das terras para Clero Maior parte fica na mão do rei mais terras que clero e toda nobreza Nobreza agrária
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Centralização: aspecto chave e disputa: forma como terras são distribuídas Terra concedida para nobreza que as domina mas não as governa Concessão de senhorios com poder político limitado Concedidos direitos de exploração das terras e não pagamentos de impostos (séc. XIV problema com sisa) Poder de exploração, mas não de legislar e de exercer a justiça Nobreza não possui aureola feudal: domina as terras mas não exerce a justiça Mas também não deve relações vassálicas, pago por elas Rei: Sr da Política e da Justiça (reina e governa) Rei passa a ter uma relação “direta” com súditos (lavradores, mercadores e artesãos) que, em geral, o apóiam frente a nobreza Portugal: uma das primeiras nações absolutistas (não feudal) Poder não esta disperso em domínios aristocráticos, nem formação de um camada política autônoma Isto porém não é tranquilo: fortes disputas, idas e vindas (revolução de Avis)
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Municípios PI: Importância do regionalismo (província) e especialmente da cidade Cidade integrada de modo indissolúvel a uma área à sua volta (seu território) – tudo flui à ela Teatro de ações da sociedade, não apenas metade de uma dicotomia como no Norte da Europa Nem toda a população esta dentro dos muros urbanos mas aqueles com posição nela estão Nobre (mesmo que sua fonte de recursos estivesse no campo), Artesão, Comerciantes Perde importância no início de Portugal, mas amplia a sua força com tempo
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Conselhos municipais e Comércio Herança da legislação romana Importante (política, militar e financeiramente) para rei já que este não tem possibilidade de usar nobreza gratuitamente Para existirem fazem pagamento (em moeda) ao rei organizam povoação, mesmo militarmente Organizam grande comércio Internacional: GB, França, Flandres, Andaluzia, Castela, Itália Produtos: sal, pescado, vinho, azeite, frutas, couros, cortiça Intermediário Interna: feiras Comércio: concessão real (paga-se por ela) ou realizada por um empresa real Rei: Sr. do Comércio
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O Comércio Ibéricos – tradição de comércio marítimo, mesmo que comerciante não esteja no topo da sociedade Unidade básica do mundo mercantil – sociedade ou companhia Acordo entre pessoas (famílias/regiões) para atingir uma meta Por exemplo vender um lote de mercadorias, em que um financia outro compra e vende Não necessariamente estável, mas “(re)acordos” são freqüentes forma flexível de fazer negócios – possibilita a participação de vários tipos de pessoas e em vários setores Do rei aos pequenos comerciantes, passando por nobre etc. Comércio externo, construção, manufaturas etc
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Prontos para a expansão Quando da expansão – difusão do “comercialismo” já experiência em estruturação empresarial e financeira de atividades em qualquer escala Também predisposição e conhecimentos para investimentos comerciais e marítimos de boa parte da sociedade Portugal – todo território experiência com comércio, Lisboa grande capital comercial Sul desenvolve avanços tecnológicos marítimos importantes
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Patrimonialismo e as fontes de recursos do rei - reino Rei – Reino: fonte de receita Terras: exploração Direta, com diferentes formas de trabalho (servidão, assalariamento, escravidão) Indireta: arrendamento (por tempo determinado) e o foro (vitalícia – hereditária) Comércio Exploração direta (empreendimentos reais), participação em companhias, direitos de concessão Direitos (impostos) Sobre câmaras, sobre atividades (comerciais e industriais), outros “infindáveis e pitorescos direitos” Depois XIV: sisa – fim da imunidade da nobreza Patrimonialismo: indistinção entre patrimônio real e do reino Não separação “coisas” públicas x privadas Monarquia Agrária Ingressos Monetários
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Estado Patrimonial: Dirigismo e burocracia Grande presença do rei, do reino, do Estado Não claras as relações contratuais Publico x privado – não separação Rei x súditos – sem limites não autonomia de empreendimento – dirigismo público Não liberdades econômicas Liberdade profissional, comercio, iniciativa: pouco presentes Concessões e monopólios compartilhados com reino Relações: chefe x funcionário Em torno do rei (reino) e de suas atividades Grande contingente de pessoas Burocracia, servidores nos ministérios (justiça, guerra, naval) – Letrados Nobreza, diferente das nobreza territorial Administra coisas do rei (reino) ou em conjunto com o rei (reino) Administra inclusive a justiça (pois é funcionário, não por que é proprietário)
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Estrutura governamental Estado é uma (grande) empresa do príncipe Agencias (letrados) cuidam de assuntos do Rei/reino Várias “agências”, muitas vezes concorrentes atuam em diversas áreas e buscam a atenção e favores do rei Coordenação (hierarquização) e controle frouxos Agências mais importante: altas cortes – especialmente funções jurídicas, mas também administrativas e legislativas Setor jurídico é o mais profissional e o que mais se aproxima de uma burocracia moderna, mesmo assim possuem aspectos patrimonialistas e clientelistas Tesouro Principalmente coleta de impostos mas vai além Conselho Municipal - elemento importante na localidade Onde se sentam famílias locais importante
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Ainda o setor público Cargo público visto como honraria Indicação, longevidade e muitas vezes hereditário Normalmente por “serviços prestados”, “status familiar”, mas às vezes “comprado” Muitas vezes, cargo recebe emulamentos retirados dos próprios “lucros” do setor administrado Impostos: porcentagem para rei e outra para o responsável pela recolta Possui grandes poderes sobre a sociedade Saída (financeira) para parte da nobreza
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Organização social Sociedade Estamental Famílias com muitos agregados inclusiva em relação a famílias mais pobres ilegitimidade presente, até reconhecida Divisão da herança mas preservação da posição do grupo Paternalista e com obrigações mútuas entre patrono e protegido Corporativismo (existência de diferentes tipos de corporações) Corporações tradicionais: nobreza, clero e plebe Corporações religiosas – regulares, irmandades e confrarias Corporações de oficio (guildas) e consulado (comerciantes)
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Subdivisões na sociedade ibérica Subdivisão mais importante não são as classes mas as funções, as ocupações – os estamentos Nobreza – subjugada mas não aniquilada Senhoriais, não anti-comerciais, investem em todos os ramos Muitas origens: Pessoas de meios independentes Profissionais treinados para: Lei, Estado, Igreja Se identificam com e são fornecidos pela nobreza ou viram nobres Funcionários – sobem e caem dependendo do rei Mercadores : atacadistas de longa distancia são os mais importantes Não nobreza per se, mas status próximo e se fundem com eles e com letrados Grande parte da população Agregados (dos administradores letrados aos cavalariços) Artesãos e pequenos comerciantes (plebeus) Agricultores, Pastores, camponeses de pequenos proprietários, arrendatários a servos e ou trabalhadores agrícolas Marinheiros e pescadores
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Escravidão Escravidão – já estabelecida na península ibérica antes do Novo Mundo (Portugal e sul Espanha) Mundo mediterrâneo manteve tradição da escravidão mais que norte da Europa Mouros e cristão se escravizavam mutuamente Elemento novo que surge antes da América é escravidão subsaariana Adaptação de padrões antigos a novas possibilidades Substituição do mouro pelo sub saariano Não era elemento chave a ponto de podemos identificar Espanha e Portugal como sociedades escravistas Mas usam escravos em papeis secundários, geralmente urbano-domésticos; Industria açucareira nas Ilhas – também já tradição escravidão Complexo crido em torno da escravidão ibérica (leis, regras e tradições) transplantada para a América Escravidão negra era inquestionável e sem problemas, problemas morais poderiam existir em relação aos índios
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Da Revolução de Avis a expansão ultramarina Amaury Gremaud FESB I
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Revolução de Avis (1383 – 1385) Momento de troca dinástica em Portugal
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21 DINASTIAS PORTUGUESAS Primeira Dinastia: de Borgonha: 1139 a 1383 Segunda Dinastia: de Avis: 1385 a 1580 Terceira Dinastia: de Habsburgo: 1581 a 1640 Quarta Dinastia: de Bragança: 1640 a 1910
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Revolução de Avis (1383 – 1385) Momento de troca dinástica em Portugal Consolidação do Absolutismo português Fim das lutas por volta das veleidades feudais à disposição da Nobreza Reforço (restauração) da importância do comércio Estabelecimento definitivo do Estado Patrimonial e do Estamento burocrático
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Revolução de Avis: Causas Profundas: Insatisfação da nobreza territorial com sua situação política Ascendência do rei e direitos jurisdicionais sobre domínios Crescimento dos Conselhos Municipais e da burguesia comercial Especialmente do comércio intermediário Espanha – perda de “dominio” sobre região portuguesa
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A peste de 1348 Grande mortandade Perda de 1/3 da população Escassez de trabalhadores, fuga da servidão Enriquecimento de outros (heranças – terras) Revolução nos salários Problemas com produção agrícola Afonso IV – circular 03.07.1349 Obriga os trabalhadores ao trabalho nas condições antigas Grande insatisfação da Arraia miúda que ve sua possibilidade de ascensão tolhida
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25 Portugal no século XIV Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Interrupção na Rota da Champagne Interrupção na Rota da Champagne Italianos passam a utilizar o porto de Lisboa como escala para o norte da Europa Lisboa como grande centro comercial Prosperidade da burguesia mercantil portuguesa e da monarquia Prosperidade da burguesia mercantil portuguesa e da monarquia Comércio intermediário, reforçado com problemas de produção portuguesa Comércio intermediário, reforçado com problemas de produção portuguesa Primeiras “experiências de expansão” de Portugal
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Dificuldades com Reino Fernando I sobe ao trono – 1367 Enfraquecimento da coroa Problemas com produção nas terras Não olhar atento para possibilidades de comércio Constantes escaramuças externas – ampliação dos gastos pecuniários e transferências de recursos para nobreza Final do período Transferências de terras para nobreza com jurisdição Comerciantes e arraia miúda – mal visto Entregue à nobreza, nobreza próxima de Espanha Casado com Leonor Telles – desconfiança 1375 – lei das sesmarias Obriga ocupação das terras (trabalhadores e senhores) 1383 – tratado de Salvaterra de Magos Seis meses antes de sua morte – acordo entrega trono para Espanha
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27 1383: Morte de D. Fernando D. Beatriz: filha de 12 anos D. Beatriz: filha de 12 anos Casada com o Rei de Castela (acordo político) D. Leonor Teles de Menezes: esposa D. Leonor Teles de Menezes: esposa Antipatia popular, principalmente da burguesia de Lisboa Simpática à nobreza, ao Clero e à Coroa de Castela Regente até que um filho de Beatriz completasse 14 anos Romance de D. Leonor com o Conde de Andeiro Aclamação de D. Beatriz como rainha Revoltas em Lisboa, Santarém e Elvas Revoltas em Lisboa, Santarém e Elvas Risco de incorporação ao Reino de Castela
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28 Final do século XIV: Divisão entre os portugueses: Grande parte da nobreza: União com Castela Grande parte da nobreza: União com Castela Ampliação do poder, participação nas Cruzadas e saques contra os mouros “Arraia-miúda”, burguesia e parte da nobreza “Arraia-miúda”, burguesia e parte da nobreza Defensores da independência de Portugal Maior interesse no desenvolvimento do comércio Vitória da burguesia mercantil Favorecimento da expansão marítima e comercial portuguesa do século XV Favorecimento da expansão marítima e comercial portuguesa do século XV Assegurar pontos comerciais lucrativos
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29 Opção João (filho de Ines) Problema preso em Castela Problema preso em Castela Segunda opção: João Filho natural de D. Pedro I com Teresa Loureiro Filho natural de D. Pedro I com Teresa Loureiro Irmão bastardo de D. Fernando Mãe aia de Ines mas filha de grande mercados Ordem de São Bento de Avis: Ordem de São Bento de Avis: Ordem Religiosa Militar de Cavaleiros Portugueses Plano: Assassinato de João Fernandes Andeiro por D. João, mestre de Avis – simulando emboscada contra próprio João Assassinato de João Fernandes Andeiro por D. João, mestre de Avis – simulando emboscada contra próprio João
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30 Povo de Lisboa aclama D. João como “Regedor e Defensor do Reino” D. João de Castela invade Portugal Intitula-se “Rei de Portugal” Intitula-se “Rei de Portugal” Cerco de Lisboa (vários meses) Cerco de Lisboa (vários meses) Clero e Nobreza X Povo e Burguesia Derrota dos castelhanos no Alentejo Derrota dos castelhanos no Alentejo Peste Negra entre as tropas que cercavam Lisboa Retirada Peste Negra entre as tropas que cercavam Lisboa Retirada
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31 Convocação das Cortes em Coimbra (mar/1385) Aclamação de D. João como Rei de Portugal Aclamação de D. João como Rei de Portugal Participação decisiva do jurista João das Regras Nova invasão dos Castelhanos Batalha de Aljubarrota (ago/1385) Batalha de Aljubarrota (ago/1385) Vitória dos portugueses Vitória dos portugueses Mosteiro da Batalha Paz definitiva com Castela: 1411
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Afastada possibilidade de união ibérica Sentimento nacionalista português Sentimento nacionalista português Migração de parte da nobreza fundiária para Castela “troca” da nobreza “troca” da nobreza Nuno Alvares – condestável: maior proprietário Afastadas possibilidades de autonomia política da nobreza Afastadas possibilidades de autonomia política da nobreza Introdução de impostos sobre nobreza Introdução de impostos sobre nobreza Consolidação do poder político da burguesia e ascensão definitiva do comércio nos interesses reais Comércio não sujeito a múltiplos senhores Comércio não sujeito a múltiplos senhores Patrimonialismo ganhha força Patrimonialismo ganhha força Estamento burocrático passa a conduzir país Estamento burocrático passa a conduzir país Condução via comércio - intermediário Condução via comércio - intermediário Revolução traída ?
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