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“Sol do Sertão” Como a seca do sertão, minha boca. Seca, minha garganta. De silêncio. Levanta-te e pede água! Não mimes tanto este sol, que é belo, mas.

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2 “Sol do Sertão” Como a seca do sertão, minha boca. Seca, minha garganta. De silêncio. Levanta-te e pede água! Não mimes tanto este sol, que é belo, mas é fatal. Que em tua cabeça queima. Tua pele arde, teus olhos secam, teu corpo coça, tua mente para. E procuras sombra... Na própria morte!

3 “Lembranças” Quisera poder te mostrar estrelas Que, no meu céu, brilharam. Quisera poder te levar à beira Das coisas que descobri. Quisera poder viver um instante, Como tantos instantes vivi. De cada sonho desfeito, Poder renascer e crescer. De cada sorriso jogado, Poder, novamente, sorrir. De cada caminho encontrado, Poder percorrer e seguir. Quisera que o passo, há muito dado, Estivesse, ainda, por vir.

4 "Momentos de Espera" Abro os braços Querendo envolver o crepúsculo, Deixando-me ser envolvido, Levado pelo vento Que agita os louros cabelos Esfumados no céu blue, Nos montes de algodão Doce nuvem, Meiga que me espera. E te desejo abraçar Como sinal de plenitude Derradeira, Cobrindo cada momento De espera Que faz do tempo Um arrastar De instantes inúteis.

5 "Pôr-do-sol" Como quando olhava o sol Pôs-se no poente Trás às nuvens e edifícios Dando cor à paisagem De vermelho tom d'ouro Olhei o sol outra vez Que trás do horizonte Dava ao mundo Fios de ouro para se apoiar Inconformados que se fazia noite Acenderam-se lâmpadas Desde aqui até o horizonte Que ficou estrelado de pontinhos brilhantes E os homens cobertos pelo ouro-dos-tolos Ofuscados por suas luzes Não viram as linhas douradas Que se foram apagando Para dar lugar à noite

6 "Um simples movimento" Um simples movimento Pode ser a solução Observar um pássaro em vôo Abrir asas e voar E de voar com o pássaro Ser pássaro também Que pousa no ar na água E em cada elemento Simplesmente Movimento Nascendo em cada parte Vivo Vida A matéria inanimada A infinita paciência De quem pode esperar Até o fim dos tempos Consciência Consideração

7 “Toque Frágil” Um toque frágil, Do delicado fio De cabelo de nylon, Eriça minha pele E provoca uma suave Coceirinha, Que se aprofunda mais e mais, Levando-me, assim, Em cume derradeiro, A despertar de meu Devaneio, Percorrendo a pele Com a unha, Em atitude de Chefe de Estado.

8 “São Paulo, Meu Amor” São Paulo, meu amor, Que, por ti, tenho esta dor Que me atinge o coração E rins e fígado e pulmão. Só a ti dedico a arte De sofrer mais um enfarte, De sofrer do coração. Meu corpo, a ti, entrego, Para que, em tuas avenidas, Expostas as minhas feridas, Possa satisfazer teu ego. Se disseres que me amas, Ao menos aceita a fama De que és sádico brincalhão.

9 “Desejo Abstrato” Minha pequena fonte de desejos, Minha angústia em momentos incertos, Pudesse eu moldar cada momento, De ti me ocuparia por infindas manhãs. Por infindas noites e dias, De ti me ocuparia intensamente, Posto que o limite não nos é pertinente, E o amor reside no limiar da dor. Vertente que me aflige, me toma os atos, Transtornas os fatos e a mim retomas, Transformas, em mim, cada ato vil, Pois, nada posso crer que exista, de fato, Se de tua ausência extraio o abstrato, E rogo o devaneio que me atire, o tato.

10 “Ave Candente” Vi ave fepasa candente, candente, Incandescente. Vi ave fepasa pendente, pingente. Vi ave fepasa, E uma rajada de vento Trouxe nuvens choventes. Parou. Não queria molhar a plumagem. Diariamente, Instintivamente, vi ave fepasa. Afoitas, as pessoas, Corriam, pisavam, xingavam. Queriam ser digeridas. Cotidianamente. No vaivém massacrante, Essa gente entala na garganta. E tem um grito, um ódio Inconsciente. E, na barriga da ave, briga. Indigestas. Ave fepasa se recusou a seguir E, numa atitude pitoresca, Não ali, mas do outro lado, Teve um soluço de fogo, Ave candente, Deixou o povo assustado, Se libertou deste mundo Num vôo louco, rasgado. Vi ave fepasa, que linda, Com plumagem dourada. Não houve água ou neblina Para perturbar seu voar, Ave fepasa, que linda, Voou até se acabar.

11 “Comunhão” Seja como for, Teu caminho e o meu Se cruzaram, De maneira irreversível, E tua figura me surgiu, De maneira irresistível. És uma parte ativa, Uma síndrome necessária, És a complementação De minhas alucinações. De minhas ansiedades, És o objeto. Direto ao centro, Núcleo do furacão, És o porto seguro Que conheço de antemão. És o passo sem medos, Caminhos percorridos, Minha antecipação. Das certezas que carrego Dentro do coração, És o fato e o ato, Sobretudo, comunhão.

12 Poesias de Eduardo Thomé (2006)
Contém textos publicados anteriormente, nas seguintes obras: “O Movimento dos Corpos”(1978) “Existe Uma Sombra Verde...”(1981) “Benvinda”(1997) “Ave Candente”(1999) Design by Eduardo Thomé Copyright by Eduardo Thomé Para maiores informações, visite o site


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