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PublicouÂngelo Jacinto Alterado mais de 9 anos atrás
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Dos negros servos embalava o sono suave e casto cântico divino, e pétalas de bênçãos envolviam o atormentado grupo peregrino.
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Iam surgindo agora os milharais, o engenho, os eitos e as lamentações que da senzala imunda ecoavam, assemelhando tristes cantochões.
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E as brancas almas de uns escravos negros do solo recolhiam frescos pomos das árvores caídos sobre a terra, local onde brilhavam policromos.
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Um manjar santo foi então servido aos negros que, famintos, se fartavam e viu-se as muitas virulentas chagas que nas bastardas almas se fechavam.
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Seguindo-se a visão, a sombra imensa tornou-se plenamente povoada. Cantos e risos, danças e folguedos, festa da paz enfim recuperada.
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Este era o sonho que Isabel sonhara, que tinha suas delícias só no amor, o mesmo amor do Verbo iluminado do qual Jesus se fez o portador.
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Pois todo sofredor que ao Pai implora libertar-se-á da angústia venenosa e alcançará, um dia, o reino santo onde não cresce a dor abominosa.
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Nobre ou plebeu, dominador ou servo, o rico, o pobre, o desgraçado e o forte, no abismo da desgraça vertem pranto porque ninguém conhece a lei da sorte.
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Mas Isabel, feliz, ali sorria, das almas dos escravos circundada. O dia da desonra se perdera na sombra do passado desterrada.
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E os seres à Isabel deram adeus, cantando suas canções em são folguedo; contentes abrigaram-se no bosque à sombra das ramagens do arvoredo.
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Imagens: Internet Música: Ernesto Cortazar - The Sky Todos os direitos reservados
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