A DOR QUE DÓI MAIS Mari Caruso Cunha.

Apresentação em tema: "A DOR QUE DÓI MAIS Mari Caruso Cunha."— Transcrição da apresentação:

1 A DOR QUE DÓI MAIS Mari Caruso Cunha

2 Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem.

3 Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua. Doem cólica, cárie e pedras no rim. Mas o que mais dói é a Saudade.

4 Saudade de um irmão que mora longe
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade de um parente que já morreu.

5 O tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo.

6 Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você poderia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.

7 Você poderia ir para o escritório e ela ao o dentista, mas sabiam-se onde.
Você poderia ficar sem vê-la e ela o dia todo sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

8 Mas quando o amor de um é dúvida, ao outro sobra a saudade que ninguém sabe deter.
Saudade é não saber.

9 Não saber mais se ela continua se gripando no inverno
Não saber mais se ela continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua cortando e pintando o cabelo. Não saber se ela ainda usa o presente que você deu.

10 Não saber se ela tem se cuidado como prometeu, se ela continua preferindo chocolate, se continua sorrindo e brincando. Se continua lhe amando...

11 Saudade é não saber. Não saber o que fazer... Martha Medeiros