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O TEXTO CIENTÍFICO Observe os dois enunciados abaixo:

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Apresentação em tema: "O TEXTO CIENTÍFICO Observe os dois enunciados abaixo:"— Transcrição da apresentação:

1 O TEXTO CIENTÍFICO Observe os dois enunciados abaixo: 1. A inflação corrói o salário do operário. 2. Eu afirmo que a inflação corrói o salário do operário. Qualquer enunciado pressupõe que alguém o tenha produzido e os dois enunciados acima pretendem transmitir o mesmo conteúdo: a inflação corrói o salário do operário. Há, no entanto, uma diferença entre eles. No primeiro: o enunciador (aquele que produz o enunciado) ausentou-se do enunciado, não colocando nele nem o eu, que indica aquele que fala, nem um verbo que significa o ato de dizer. No segundo: ao contrário, ao dizer “eu afirmo”, o enunciador inseriu-se no enunciado, explicitando quem é o responsável por sua produção. No primeiro caso, pretende-se criar um efeito de sentido de objetividade (pois se enfatizam as informações a serem transmitidas); no segundo, o que se cria é um efeito de sentido de subjetividade (mostrando que a informação veiculada é o ponto de vista de um indivíduo sobre a realidade).

2 Usa-se um ou outro modo de construir os enunciados em função dos efeitos de sentido que se quer criar. Há textos que são mais convincentes se forem elaborados de maneira a criar efeitos de sentido de objetividade, outros persuadem melhor se mostrarem um efeito de subjetividade. O discurso de caráter científico deve ser elaborado de maneira a criar um efeito de sentido de objetividade, pois pretende dar destaque ao conteúdo das afirmações feitas (ao enunciado) e não à subjetividade de quem as proferiu (ao enunciador). Para neutralizar a presença do enunciador, isto é, daquele que produz o enunciado, usam-se certos procedimentos lingüísticos, que serão a exposto: a. Evitam-se os verbos de dizer na primeira pessoa (digo, acho, afirmo) e com isso procura-se eliminar a idéia de que o conteúdo de verdade seja mera opinião de quem o proferiu, e sugerir que o fato se impõe por si mesmo. EX: Eu afirmo que os modelos científicos devem ser julgados pela sua utilidade. EX: Os modelos científicos devem ser julgados pela sua utilidade.

3 b. Utilizam-se verbos que indicam certeza e cujo sujeito se dilui sob a forma de um elemento de significação ampla e impessoal (indicando que o enunciado é produto de um saber coletivo, que se denomina ciência. O enunciador vem generalizado por um nós). EX: Temos bases para afirmar que a agricultura constitui uma alternativa promissora para a nossa economia. Pode-se garantir que a agricultura.... Constata-se que a agricultura... c. Nesse tipo de discurso deve usar-se a língua padrão na sua expressão formal (não se ajusta a ele o uso de gírias ou quaisquer usos lingüísticos distanciados da modalidade culta). Além de procurar neutralizar a figura do enunciador, o discurso de caráter científico procura destacar o conteúdo de verdade dos enunciados. Esse valor de verdade é criado pela fundamentação das idéias e pela argumentação. Vamos expor alguns expedientes que servem para fundamentar esse tipo de enunciado e aumentar seu poder de persuasão:

4 O argumento de autoridade
Apóia-se numa afirmação no saber de uma autoridade reconhecida num certo domínio do conhecimento. É um modo de trazer para o enunciado o peso e a credibilidade da autoridade citada. Observe o enunciado que segue: Conforme afirma Bertrand Russell, não é a posse de bens materiais o que mais seduz os homens, mas o prestígio decorrente dela. Segundo o mesmo autor, na China e no Japão, o saber é mais valorizado que a riqueza exatamente porque, nessas sociedades, confere mais prestígio a quem o possui. Quando se trata de um trabalho científico cuidadoso, mais formal, como uma tese ou um artigo a ser publicado numa revista especializada, deve-se fazer a citação textualmente, dando todas as indicações bibliográficas.

5 2. O apoio na consensualidade
Há certos enunciados que não exigem demonstração nem provas porque seu conteúdo de verdade é aceito como válido por consenso, ao menos dentro de um certo espaço sociocultural. Exemplos deste enunciado: O investimento na Educação é indispensável para o desenvolvimento econômico de um país. As condições de saúde são mais precárias nos países subdesenvolvidos. 3. A comprovação pela experiência ou observação O conteúdo de verdade de um enunciado pode ser fundamentado por meio da documentação com dados que comprovem ou confirmem sua validade. Exemplo: O acaso pode dar origem a grandes e importantes descobertas científicas, o que pode ser demonstrado pela descoberta da penicilina por Alexander Flemming, que cultivava bactérias quando, por acaso, percebeu que os fungos surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam. Da pesquisa com esses fungos, ele chegou à penicilina.

6 4. A fundamentação lógica
A argumentação pode basear-se em operações de raciocínio lógico, tais como as implicações de causa e efeito, conseqüência e causa, condição e ocorrência. Exemplo: Se admite que a vida humana é o bem mais precioso do homem, não se pode aceitar a pena de morte, uma vez que existe sempre a possibilidade de um erro jurídico e que, no caso, o erro seria irreparável.

7 Assim como existem procedimentos para fundamentar o conteúdo de verdade de um enunciado científico, existem expedientes para desqualificá-lo provocando o seu descrédito. Exemplos: 1. Pode-se desqualificar o enunciado científico atribuindo-o à opinião pessoal do enunciador ou restringindo a universalidade da verdade que ele afirma. Ex: Roberto da Mata supõe que o espaço social brasileiro se divide em casa, rua e outro mundo. Como se pode notar, ao introduzir o enunciado por um verbo de dizer (supõe) que não indica certeza, reduz-se o enunciado a uma simples opinião. 2. Um outro modo de desqualificar o enunciado alheio é atacá-lo nos seus expedientes de argumentação. Ex: O controle demográfico é uma das soluções urgentes para o desenvolvimento dos países desenvolvidos: as estatísticas comprovam que os países desenvolvidos o praticam. O dado estatístico apresentado é verdadeiro, mas o enunciado é inconsistente, pois pressupõe uma relação de causa e efeito difícil de ser demonstrada, isto é, que o controle demográfico seja capaz de produzir o desenvolvimento. O mais lógico é inverter a relação: o desenvolvimento gera o controle demográfico, e não o contrário.

8 EXERCÍCIO Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir: Em suma, numa sociedade que tem horror ao diferente, que submete a diversidade do real à uniformidade da ordem racional-científica, que funciona pelo princípio da equivalência abstrata entre seres que não têm denominador comum, a loucura é uma ameaça sempre presente. O que a história da loucura nos revela, pondo em questão toda a cultura ocidental moderna, é que o louco é excluído porque insiste no direito à singularidade e, portanto, à interioridade. E, com efeito, se a loucura é nesse mundo patologia ou anormalidade é porque a coexistência de seres diferenciados se tornou uma impossibilidade. Diante disso restam ainda muitas questões. Entre elas: poderá o psiquiatra, enquanto profissional médico, promover o reencontro da loucura com a cultura que a excluiu? (FRAYSE-PEREIRA, João. O que é loucura, 1982).

9 O texto procura, seguindo uma corrente científica atual, rediscutir o conceito de loucura. Considera que a loucura não é uma doença (patologia) nem uma anormalidade, mas é uma diferença que afronta a uniformidade a que a sociedade quer reduzir os seres humanos. Assim, o louco é o ser que insiste radicalmente no direito à singularidade, em não seguir os comportamentos prescritos para todos. O que está em questão no texto é o próprio conceito de normalidade. 1. Como se nota, esse texto discute um tema abstrato e genérico e não um fato concreto e individual. Trata-se, portanto, de um texto dissertativo cientifico. Qual é basicamente o seu tema? 2. Se a loucura é considerada uma patologia e uma anormalidade, em que consiste a saúde a normalidade para os padrões da sociedade? 3. Lendo o texto, podemos concluir que: a. loucura não é uma patologia nem uma anormalidade, segundo a visão da sociedade ocidental. b. não há sociedades que não considerem a loucura como fato anormal. c. a loucura, na sociedade em que vivemos, é inadmissível porque esse tipo de sociedade não consegue conviver com seres diferenciados. d. a história da loucura mostra que os loucos não colocam em risco os indivíduos que com eles convivem.


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