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PublicouIan Ines Alterado mais de 9 anos atrás
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Treze de Maio Gabriel Novis Neves Imagens da série “Os Africanos” Galeria Toucanart
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De acordo com dados do censo 2010, o Brasil deixou de ser um país com população predominantemente branca. O censo registrou um aumento de 4 milhões de pessoas da raça negra. Os de raça branca alcançaram um percentual menor do que a soma da população dos negros, indígenas e amarelos.
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A colocação acima é meramente ilustrativa. O que interessa saber é que o Brasil é um país preconceituoso. Ou, melhor dizendo, grande parte da sua população tem algum tipo de preconceito. E o destaque fica para o preconceito contra as pessoas chamadas de cor. Os negros se tornaram, com o passar dos anos, o alvo preferencial dos preconceituosos.
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Todos sabem que a população atual do Brasil é consequência de um longo processo de miscigenação. Somos, sim, uma mistura de cores, o que nos confere uma rara beleza. Eu mesmo não sei explicar o milagre dessa mistura genética de cromossomos pré-colombianos, judaicos, europeus e africanos, que sou eu.
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Mas, não pretendo fazer uma análise sobre a construção sociológica das raças no Brasil. O que me incomoda nesse assunto todo é a mania do brasileiro de usar eufemismo para esconder os seus preconceitos, ou, de ser politicamente correto.
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Assim sendo os de raça negra passaram a se chamar afrodescendente. Camuflaram o negro com uma roupagem que, mesmo assim, não o inclui socialmente. O termo tem uma catinga de hipocrisia.
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Os novidadeiros ou apressadinhos de padrões de condutas, se esqueceram que a falta de políticas públicas sérias de inclusão social, para os ditos marginalizados pela sociedade, é o grande e único responsável pela perpetuação da exclusão social.
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O termo afrodescente não muda o conceito que muitos de nós carregamos secularmente com relação à raça negra. Acho que até piora. Acentua o preconceito. Ninguém fala, por exemplo, que a nossa Presidente é eurorientodescendente. Um dia o sociólogo FHC admitiu ter um pé na África, e quem não os têm? Acho o termo negro ou preto, mais bonito e puro do que afrodescendente.
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Quando Gilberto Gil quis registrar sua filha com o nome de Preta, o cartório se negou a emitir o documento. Aí ele perguntou: e se eu mudar o nome da menina para Branca? Ai pode. Apelou à justiça e registrou sua filha: Preta Gil.
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O Caetano, logo após teve um filho, e sem dificuldade o registrou de Moreno Veloso. Quebrou-se com essa atitude o preconceito da cor do nome. Até então reinava o nome Branca. Conheci várias na minha infância. Branca soava como um nome pertencente a uma pessoa de classe social superior, e economicamente bem posta - em um país preconceituoso.
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Já imaginaram o puxador de samba da Beija-Flor ser chamado, não de Neguinho, mas sim de afrodescendente da Beija-Flor? E o nosso Pelé, que é reconhecido no mundo todo como negrinho bom de bola?
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Como diz a psicóloga Elane Tomich, “não adianta renomearmos, a título de mudança, o que não mudou concretamente. Enquanto os negros, por nossa triste história, manchada pelo sangue da escravidão, continuarem sendo a maioria pobre do Brasil, tudo fica como de fato é”.
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Neste dia em que é lembrado o grande feito da Princesa Isabel, não podemos nos esquecer que a verdadeira liberdade é a liberdade natural. A liberdade dada pela Natureza a todos os homens de agir sem qualquer constrangimento externo. Castro Alves Gabriel Novis Neves
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Texto Gabriel Novis Neves Formatação: Christina Meirelles Neves Imagens Série O Africano – Galeria Toucanart Música Adagio “From the NewWorld”
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