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PublicouAdelino Balsemão Castilho Alterado mais de 8 anos atrás
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Há 500 mil anos, a cada nova manhã nossos ancestrais deixavam suas cavernas e saíam pelo mundo à procura de alimento.
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Ao fim de mais um dia de luta e labuta, retornavam felizes para suas cavernas, com a missão cumprida de prover o sustento de seus pares e seus rebentos.
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E assim levavam as suas vidas, até o dia em que alguma doença ou acidente ou a velhice lhes apontasse o fim da estrada terrena.
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Nossos antepassados ainda não conheciam a arte da palavra, e lhes faltavam todas as inutilidades que hoje julgamos tão necessárias,...
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...mas algo nos diz que eles, vivendo segundo as leis da Natureza, eram felizes com o que possuíam.
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500 mil anos se passaram desde o tempo dos homens das cavernas.
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E de um modo similar aos tempos de outrora, hoje a cada manhã os homens deixam suas “cavernas” a fim de garantir o sustento de seus lares e seus rebentos.
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Talvez a maior mudança seja o fato de que hoje geralmente ambos, homens e mulheres, deixam a “caverna” a fim de garantir a subsistência da família.
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É uma prática comum nos tempos presentes ver casais que passam o dia todo, todos os dias, fora de casa.
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Em tempos de consumismo desesperado, ninguém está satisfeito com o que tem. A regra é querer sempre mais e mais e mais...
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Mas se ambos, pai e mãe, passam os dias sobretarefados com mil afazeres, como fica a educação das crianças pequeninas?...
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Um dia ainda haveremos de compreender que a televisão e a internet são péssimas companhias para crianças pequenas, que estão começando sua jornada pelo mundo.
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Datam de 500 mil anos os primeiros vestígios da utilização do fogo pelo homem.
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O fogo se tornou, nas mãos humanas, o primeiro meio para modificar o mundo, sendo a primeira forma de energia que conseguimos dominar.
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Um trovão, um vulcão ou qualquer feliz acaso levou nossos antepassados a conhecer o fogo, um precioso recurso contra o rigor do inverno.
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Quantos séculos talvez se escoaram antes que os homens chegassem a poder ver outro fogo além do fogo do céu?
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Quantas vezes não o deixaram apagar antes de ter adquirido a arte de o reproduzir?
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Quantas vezes, em meio à noite escura, não se deixaram maravilhar pelas cores, pelas sombras, e pelo crispar da lenha?
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Nos tempos presentes, quem é que ainda se maravilha diante da beleza do fogo?
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Tristes tempos os nossos, tão pobres de encanto e maravilhamento...
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É doloroso constatar o quão pouco evoluímos de fato desde o tempo em que habitávamos as cavernas, há 500 mil anos.
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São tempos duros os nossos, nos quais de um lado vemos a corrosão das crenças, e do outro a manipulação do imaginário como arma de exploração pelas leis do mercado.
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Há quem diga que precisamos mergulhar profundo na desilusão para podermos assumir o enfrentamento espiritual necessário para regenerar o ser humano e o mundo.
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Mergulhar sob a superfície dos dias e das horas, para tentar sondar a Essência que se oculta, e que não se revela aos sentidos.
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Buscar a espiritualidade pura e primordial que, sob o verniz da realidade, se esconde.
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Esta existência terrena é apenas uma etapa de uma caminhada infinita.
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Ter ouvidos para o Silêncio do Transcendente, capaz de transformar os corações e de mover o mundo.
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A força de um pássaro, a leveza de uma flor. E o céu que nos evoca a sermos o melhor que podemos.
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Um minuto, uma gota, uma nota, um instante...
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“Um outro mundo é possível.” Felizes os que se empenham por transformá-lo. Tema musical: “Waltz Of Love”, Ernesto Cortazar Formatação: um_peregrino@hotmail.com
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“Um outro mundo é possível.” Felizes os que se empenham por transformá-lo.
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