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PublicouSonia de Sequeira Caires Alterado mais de 8 anos atrás
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Cai a noite. Um observador incauto diria que nada a distiguiria de outras noites, mas quem as percebe com a voz da emoção sente que há um mistério diferente,que as distingue e que as perfuma com um sabor, a doçura e o encanto que torna a vida sedutora e mágica.
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Um caminhante apressado pela vida encurtou o seu passo, e eis que os seus olhos divisaram algo irreal na beleza bucólica daquela noite.
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Um homem e uma mulher dançavam seminus, mordiscando as ondas que passavam a seus pés. Aproximou o seu corpo para mergulhar melhor, naquela sedutora imagem, a alma leve deixou o corpo; e o coração quase parou pelo tamanho enlevo, pela cumplicidade silenciosa que única aqueles dois num só.
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Aquele quadro de vida acontecia mesmo defronte de seus olhos, e já não sabia o que dizer, a mente e o corpo estavam ausentes e o que ficava e transparecia eram os sons das almas apaixonadas, que se amavam sem quase se tocarem os corpos
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A vegetação circundante extasiada aceitou com um sorriso de pureza aquela manifestação divina. Pois aqueles dois mais pareciam anjos abraçados pelo mesmo ideal, harmonizados pela mesma vibração.
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A natureza conspirava para que a magia nessa noite não conhecesse o sortilégio dos opostos, e até os pequenos animais falavam em surdina para que não se calasse aquele encanto.
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O observador partia para outras aventuras e outras experiências, pois respirava outro estado de amor. Aqueles dois tinham-lhe descerrado a porta e um novo infinito se descobria para que a magia de todas as noites e de todos os dias não termine nunca.
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Aquela valsa harmoniosa, aqueles dois que se amavam mansa e apaixonadamente como só os paradoxos explicam, tinham permitido que aquele caminhante se encontrasse com a sua lenda pessoal.
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