DA VARANDA Nestas horas suavemente preguiçosas, manhãs, tardes e noites deliciosas só, fico sentado pensativo a filosofar.

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2 DA VARANDA

3 Nestas horas suavemente preguiçosas, manhãs, tardes e noites deliciosas só, fico sentado pensativo a filosofar.

4 De minha varanda, meu divã, bem-estar. Se elas brilham, todas elas, as estrelas brilham mesmo que não possam vê-las.

5 Me sinto leve, sinto das horas eterno compasso sonhar utópico, um lugar pequeno no espaço. Nuvens plúmbeas a encobertar mágica lua, observo na madrugada carros, faróis na rua, fogos de luzes, sons estridentes de buzinas sinaleiras, jogo do siga e pare nas esquinas.

6 Nas fagueiras manhãs o lirismo, na vizinhança o afago da mãe no rosto afogueado da criança, a visão logo á frente de pinheiros verdejantes, não tantos nestes dias, no passado abundantes, o cantar mavioso das aves, evoluções, revoadas em bandos, profusão de cores as passaradas.

7 Á mente meigas e saudosas lembranças, meninos em lúdicas brincadeiras, carinho da mãe, desatinos a correr pelas matas, mergulhos em límpido rio tudo acabado, destruído, herdeiros do vazio... Sobrou-se a varanda, lindos florais no jardim, restou-nos um pouco de tudo de ti e de mim...

8 DA VARANDA MAURÉLIO MACHADO Música: Criação: Rosana Buarque rosanabuarque@superig.com.br 22/04/07