CULTURA Prof. E. F. Meirelles. Cultura Do latim cultura, cultivar o solo, cuidar é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett.

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Transcrição da apresentação:

CULTURA Prof. E. F. Meirelles

Cultura Do latim cultura, cultivar o solo, cuidar é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor.

Cultura - Edward Burnett Tylor São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere- se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade; Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

Cultura e Sociologia O conceito de cultura tem um sentido diferente do senso comum. Sintetizando simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença. Na sociologia não existem culturas superiores, nem culturas inferiores pois a cultura é relativa, designando-se em sociologia por relativismo cultural, isto é, a cultura do Brasil não é igual à cultura portuguesa, por exemplo: diferem na maneira de se vestirem, na maneira de agirem, têm crenças, valores e normas diferentes… isto é, têm padrões culturais distintos.

Cultura e Filosofia 1/2 Cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros.

Cultura e Filosofia 2/2 A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.

Cultura e Antropologia 1/2 Esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade".

Cultura e Antropologia 2/2 Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

Mudança Cultural 1/3

Mudança Cultural 2/3 A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e acumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.

Mudança Cultural 3/3 Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

Percepção e etnocentrismo 1/4

Percepção e etnocentrismo 2/4 O ser humano comum, imerso em sua própria cultura, tende a encarar seus padrões culturais como os mais racionais e mais ajustados a uma boa vida. Quando muito, percebe algo que é inadequado e que "poderia ser de outra forma." O que permite uma percepção cultural mais intensa é o contato com outras culturas.

Percepção e etnocentrismo 3/4 Mas, uma vez que se dá este contato, a tendência é rejeitar a outra cultura como inferior, como inatural. É o chamado etnocentrismo, uma barreira que, a despeito de prejudicar o entendimento e relação com outras culturas, serve justamente para preservar a identidade de uma cultura frente à possível difusão de preceitos de outras culturas.

Percepção e etnocentrismo 4/4 Os estudiosos da cultura utilizam o chamado relativismo cultural contra o etnocentrismo: consideram cada aspecto cultural em relação à cultura estudada, e não em relação à sua própria cultura, enquanto sujeitos formados dentro de outro sistema de valores.

Componentes estruturais da cultura 1/4 Traço cultural: é a menor unidade da cultura de um povo. Pode ser material, como a rede para dormir, ou não material, como, por exemplo, as formas de as pessoas se cumprimentarem.

Componentes estruturais da cultura 2/4 Complexo cultural: é um conjunto de traços culturais relacionados entre si. A festa junina é um bom exemplo de complexo cultural, pois envolve várias traços culturais, materiais e não materiais, reunidos num mesmo evento.

Componentes estruturais da cultura 3/4 Subcultura: é o grupo que convive dentro de uma cultura maior, apresentando semelhanças e diferenças em relação à cultura dominante. A subcultura não desafia as normas da cultura dominante, apenas apresenta diferenças que a caracterizam como um segmento dentro da cultura maior.

Componentes estruturais da cultura 4/4 Padrão cultural: é o conjunto de normas que rege o comportamento dos indivíduos de determinada cultura ou sociedade. em outras palavras: quando os membros de uma sociedade agem de uma forma semelhante, estão expressando os padrões culturais do grupo. Por exemplo, o casamento monogâmico e a língua portuguesa são padrões culturais da sociedade brasileira.

Contracultura Nas sociedades contemporâneas encontramos grupos e pessoas que contestam certos valores culturais dominantes e vigentes, opondo-se radicalmente a eles, num movimento chamado de contracultura. O movimento hippie, que achava ser o trabalho assalariado contra a liberdade pessoal, é um exemplo marcante de contracultura. A cultura dominante os taxou de vagabundos e preguiçosos, que deveriam ser combatidos para não propagarem o mau exemplo.

Transculturação e sincretismo 1/2 Chama-se transculturação o processo pelo qual as diversas culturas trocam entre si elementos culturais. Um exemplo: os imigrantes libaneses que vieram para o Brasil introduziram na nossa cultura o hábito de comer quibe, comida típica de sua cultura. Em contrapartida, muitos deles aprenderam a apreciar o feijão e o arroz, pratos essenciais da cultura brasileira.

Transculturação e sincretismo 1/2 O sincretismo consiste na fusão de traços culturais provenientes de culturas diferentes, que tem como resultado um novo complexo cultural. A umbanda, uma religião afro-brasileira, por exemplo, reúne aspectos do cristianismo e de crenças africanas trazidas pelos escravos para o Brasil. É uma das manifestações de sincretismo religioso em nossa cultura.

Tipos de cultura 1/2

Tipos de cultura 2/2 Vivemos em uma sociedade homogênea, toda produção cultural está sujeita a avaliação que dependem da posição social do grupo a que ela pertence. Para exemplificar vamos estabelecer algumas distinções, considerando as seguintes divisões:

Cultura erudita É a produção acadêmica centrada no sistema educacional, sobretudo na universidade, produzida por uma minoria de intelectuais. Além de ser produzida formalmente, seus traços são complexos e refinados, exigindo uma elevada formação e sensibilidade estética de quem os aprecia. Alguns exemplos dos traços desta cultura podem ser a música clássica, o ballet, as artes plásticas, os conhecimentos científicos etc.

Cultura popular É identificada com folclore, conjunto das lendas, contos e concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do campo, das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades. Sua produção está empenhada em resgatar tradições e valores culturais, não seguindo, por isso, tendências de moda. O povo simples é o autor da produção cultural. Alguns exemplos de manifestações dessa cultura podem ser vistos nas festas populares, nas danças regionais, nas lendas, nos ensinamentos e práticas que são passados de geração em geração de modo informal.

Cultura de massa É aquela resultante dos meios de comunicação de massa, tais como a indústria fonográfica (música), a cinematográfica (cinema), Tv´s, Rádios, etc. Produzida “de cima para baixo”, já que o consumidor não participa de sua produção, esse tipo de cultura, veiculada pela indústria cultural (como veremos no próximo tópico), impõe padrões e homogeneíza o gosto, através das modas culturais.

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 1/6 Para Adorno e Horkheimer, representantes da Escola de Frankfurt, a indústria cultural é a indústria da diversão. Ela não provoca construção de juízo crítico. O consumidor da indústria cultural é distraído e, por isso, não está preocupado com a análise das obras. Não há uma preocupação profunda com a forma e o produto cultural tem como finalidade principal o entretenimento. Não há o desejo de que a massa questione, e sim que ela simplesmente alimente o sistema, consumindo essa espécie de "pacote" que lhe é "imposto".

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 2/6 Uma outra característica da indústria cultural, destacada pelos pensadores da Escola de Frankfurt, é a banalização das obras de arte, sobretudo as obras eruditas. Banalizar as obras de arte significa subtrair da obra a sua aura, ou seja, aquele algo que a torna única e rara (e por isso, de grande valor artístico). Foi o que ocorreu com a famosa obra de arte, a "Monalisa", que foi reproduzida em camisetas, chaveiros e réplicas pelo mundo inteiro. Ela perdeu a aura que a tornava única, aparecendo nos mais inusitados locais. Explorada de várias maneiras pela indústria do entretenimento, hoje ela até virou motivo de piada na Internet.

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 3/6 A cultura vira um mero produto para consumo imediato. Depois de consumido, tal como qualquer mercadoria, é descartado. A sociedade moderna possibilita a reprodução técnica e muda a relação espectador - obra de arte. A indústria cultural não cria um sujeito crítico e sim um sujeito condicionado, alienado, passivo e facilmente manipulado.

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 4/6 Além das características acima mencionadas, podemos destacar outras: Homogeneização: os produtos da indústria cultural são produzidos de forma massificada, ou seja, são dirigidos a todos, sem considerar as diferenças estéticas, de classe, étnicas, regionais, culturais etc. As pessoas são tratadas como um todo homogêneo; A produção cultural não é feita ou promovida pelas massas populares. O povo é apenas o alvo e não a origem dessa produção;

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 5/6 Pasteurização dos traços das culturas erudita ou popular: a indústria cultural faz adaptações sobre determinadas obras de arte eruditas ou populares, retirando a sua originalidade, oferecendo uma visão pálida de arte. Um exemplo disto, é a criação da música sertaneja (cultura de massa), com ritmos, temas e valores próprios, a partir da música caipira (cultura popular); Além do entretenimento, o interesse econômico ou lucro é principal fator motivador da produção da indústria cultural; O público-alvo da indústria cultural não se reconhece por meio de sua produção, por isso não possui uma ligação vivencial com ela;

Indústria Cultural e a cultura como mercadoria 6/6 Alienação: a indústria cultural desloca os indivíduos da realidade em que vivem, colocando-os num plano fictício, movido pelas ilusões e desejos de consumo.

Pensamentos “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem.” (José Ortega y Gasset) “A cultura não deve sofrer nenhuma coerção por parte do poder, político ou econômico, mas ser ajudada por um e por outro em todas as formas de iniciativa pública e privada conforme o verdadeiro humanismo, a tradição e o espírito autêntico de cada povo.” (Papa João Paulo II)