Delsio Natal Eunice A B Galati

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA PARASITOLOGIA
Advertisements

Epidemiologia das doenças transmissíveis e das não transmissíveis
EPIDEMIOLOGIA Aula 2 – Conceitos de Saúde (OMS e Perkins) – Processo Saúde-Doença, Causalidade, História Natural da Doença e Prevenção Claudia Barleta.
Epidemiologia e indicadores de saúde
EPIDEMIOLOGIA Prof. Eduardo Furtado Flores
FORMAÇÃO SINDICAL EM SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM ÊNFASE EM SIDA Centro Internacional de Formação – Turim – Itália Setembro de 2006 A OIT E A DEFINIÇÃO.
Termos Técnicos Utilizados em Parasitologia
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE
Cláudia Medina Coeli IESC/UFRJ * Adaptado do material didático do IESC/UFRJ O olhar epidemiológico do objeto de pesquisa.
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA
Auditoria Médica e sua importância nos Planos de Saúde.
Etimologia do vocábulo - EPIDEMIOLOGIA
SAÚDE E DOENÇA: EPIDEMIOLOGIA EM SAÚDE PÚBLICA
Desenvolvimento Sustentável Prof Marlon A Santos
INTRODUÇÃO À SAÚDE PÚBLICA
Noções Básicas de Epidemiologia
Princípios básicos em Epidemiologia
Saúde Individual e Comunitária Ciências Naturais
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS E NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Epidemiologia e Saúde Ambiental
Níveis de prevenção em saúde. 2ª parte
HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA PROFª MSc RITA DE CÁSSIA PAULA SOUZA
Introdução à Epidemiologia Modelos de Saúde-Doença
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
NOÇÃO DE SAÚDE Ciências Naturais
EPIDEMIOLOGIA Prof Ms Benigno Rocha.
NÍVEIS DE PREVENÇÃO A. Níveis de Prevenção:
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - UFMA
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
Prevenção de doenças – Caso clínico
Enfermagem em Saúde Coletiva
EPIDEMIOLOGIA DEFINIÇÕES.
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
Organização da Atenção à Saúde Luiz Marcos Ribeiro 2011
Conceitos Aplicações Abordagem descritiva
O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS SISTEMAS DE SAÚDE ?
Conceitos de Política Pública
O que é Enfermagem? PROFA. HALENE MATURANA..
Fisioterapia Preventiva para o Idoso
Prevenção Faculdade de Tecnologia e Ciências Colegiado de Enfermagem
Medidas de Saúde Coletiva
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO – UCB CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
ATIVIDADE FÍSICA COMO PROMOÇÃO DA SAÚDE
Classificação da Medidas Preventivas
SAÚDE E MEIO AMBIENTE CURSO DE FISIOTERAPIA AULA 2
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS 2015
Epidemiologia Prof. Ricardo Laino p.
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO – UCB CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
NÍVEIS DE PREVENÇÃO Profa. Priscilla Pinto Taques
PROF(A): MICHELLE FLORES
23/10/20081 Higiene Industrial Por: Bruno Cotta Danilo Sobral Filipe Campos José Francisco da Silva FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA.
Saúde & sociedade.
SAÚDE E MEIO AMBIENTE CURSO DE FISIOTERAPIA
Profª Enfª Adriana Cristina Hillesheim
Revisão Luciane De Rossi. Breve Histórico Século XIX: – Emergiram conceitos de medicina social e saúde coletiva: relação entre saúde e condições de vida;
Introdução à Fisioterapia Preventiva
Saúde Coletiva Saúde : “ È um completo estado de bem estar físico mental e social, e não meramente a ausência de doença” ( OMS 1948). Saúde: “ È um bem.
Qual a doutrina do SUS.
Processo saúde e doença
A Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde
Psicologia e Saúde Pública Profa. Lédice L. Oliveira
SAÚDE COLETIVA Professor: Hugo Pascoal.
História Natural da Doença Medidas de Prevenção
SAÚDE COLETIVA Professor: Hugo Pascoal. Saúde “É um completo estado de bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença” (OMS,
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS / PROMOÇÃO DA SAÚDE
Epidemiologia Palavra de origem grega Epi-sobre Demos-população Logos-tratado.
SAÚDE PÚBLICA FACULDADE DE FARMÁCIA DO PLANALTO CENTRAL – FARMPLAC
PREVENÇÃO Promoção # Prevenção Promoção é mais amplo e visa desenvolvimento de pessoas, melhor entendimento e controle de sua saúde e bem estar; visa.
Transcrição da apresentação:

Delsio Natal natal@usp.br Eunice A B Galati egalati@usp.br Conceito de Saúde e Doença, História Natural da Doença e Medidas Preventivas Delsio Natal natal@usp.br Eunice A B Galati egalati@usp.br

O que é saúde? O que é doença?

DOENÇA Jenicek & Cleroux, 1982 Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo, ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja ação está exposto (in: Rouquayrol, 1986)

PROCESSO SAÚDE / DOENÇA COLETIVO É o modo especifico pelo qual ocorre no grupo o processo biológico de desgaste e reprodução, destacando-se como momentos particulares a presença de um funcionamento biológico diferente com conseqüências para o desenvolvimento regular das atividades cotidianas  Doença Laurell, 1983

SAÚDE “Saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do organismo, resultante de seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem a perturbá-lo. Não se trata de uma aceitação passiva, por parte do organismo, da ação das forças que agem sobre ele, mas de uma resposta ativa de suas forças operando no sentido de reajustamento”. Perkins, 1938 (in:Leser e cols. 1985)

Gradiente de Sanidade Ideal de Saúde Morte CONCEITO DE SAÚDE DA OMS - “É um estado de completo bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença” Morte Constituição da OMS

A normalidade e o conceito de saúde O médico ao examinar um paciente espera encontrar um estado de NORMALIDADE Pressão arterial Temperatura Batimentos cardíacos Glicose no sangue Colesterol X Freq. Valor

A normalidade e o conceito de homeostasia ALTERAÇÕES Fatores externos Fatores internos HOMEOSTASIA SAÚDE DOENÇA

Definição ecológica SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo às condições ambientais (Spenser & Wylie, 1970)

SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo a seu ambiente (Spenser & Wylie, 1970)

SAÚDE “É um direito do cidadão e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos da doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (COSNTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1988)

SAÚDE DA POPULAÇÃO MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA SAÚDE PÚBLICA - atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população

Problemas de Saúde Pública Quando uma doença é um problema de Saúde Pública? Quando é causa freqüente de morbidade e mortalidade Quando existem métodos eficientes para sua prevenção e controle, mas esses métodos não são adequadamente empregados pela sociedade Quando ao ser objeto de campanha destinada ao controle, ocorrer sua persistência com pouca ou nenhuma alteração

EPIDEMIOLOGIA ?

O que é epidemiologia? EPI sobre DEMIO população LOGIA estudo

ATUAÇÃO: médico clínico x epidemiologista OBJETO Descreve alterações Faz o diagnóstico Faz a prescrição Descreve agravos Aponta causas Indica profilaxia

Atuação: médico x epidemiologista DENGUE Epidemiologista Descrição do quadro epidemiológico - número de casos - distribuições: espacial temporal por pessoa Hipótese de transmissão Profilaxia Clínico Descrição dos casos (verificação dos sintomas) Diagnóstico Tratamento

O que é epidemiologia? A ciência do fenômeno da doença em massa O estudo das leis e fatores que governam a ocorrência de doenças ou anormalidades em um grupo populacional O estudo da distribuição e dos determinantes da doença no homem A arte e a ciência da ocorrência da doença Epidemiologia é a Ecologia Médica. Peterson & Thomas, 1978

O que é epidemiologia? É a disciplina ligada à descrição de fenômenos relacionados à saúde na população humana, especificamente preocupando-se com o QUANTO relativo a: QUANDO, ONDE e QUEM, com o fim de explicar PORQUE tais fenômenos ocorreram e O QUÊ pode ser feito.

Conceito de epidemiologia Numa perspectiva mais crítica, pode-se propor que, em vez de doença (noção essencialmente clínica), a EPIDEMIOLOGIA tem como objeto a relação entre o subconjunto de doentes e o conjunto população ao qual ele pertence, incluindo consequentemente os determinantes dessa relação (Almeida-Filho, 1990). determinantes Fatores população doentes

EPIDEMIOLOGIA clínica estatística ecologia sociologia

EPIDEMIOLOGIA metodologia científica? OBTENÇÃO DE DADOS ANÁLISE QUANTITATIVA

Estudo epidemiológico alvo identificação das causas das doenças

Fases e componentes do método científico Observação exata Interpretação correta Explicação racional Formulação da hipótese Verificação da hipótese Conclusão

MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO epidemiologia descritiva formulação da hipótese teste da hipótese epidemiologia experimental epidemiologia analítica

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Agente Hospedeiro Ambiente A representação da interdependência entre o AGENTE, o HOSPEDEIRO e o AMBIENTE

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA idade sexo ocupação grupo étnico, etc. físico (radiação, calor, frio) químico (chumbo, mercúrio, sílica) biológico (vírus, bactéria, protozoário) social (pressão psicológica) Ambiente Agente Hospedeiro Físico: temperatura, umidade, topografia, fauna, flora, Social

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Atuação dos fatores de risco População exposta aos fatores de risco SÉRIE DE EVENTOS Elementos atingidos Diagnóstico Tratamento Desfecho

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo morte cura seqüela período pré-patogênico incubação manifestação clínica

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Período Patogênico Desenlace AGENTE HOSPEDEIRO MEIO Configuração de Máximo risco Configuração de Mínimo risco Força do estímulo patológico TEMPO AÇÕES PROMOCIONAIS E PREVENTIVAS AÇÕES PREVENTIVAS E CURATIVAS AÇÕES ASSISTENCIAIS HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA (John Ryle, 1936) VERTENTE EPIDEMIOLÓGICA Saúde Cronicidade Sinais e Sintomas Horizonte clínico Alterações Bioq. Físiol. Histol. Rompe-se o equilíbrio entre estímulo - hospedeiro Período Patogênico Desenlace Morte Defeito Cura Remoção de Fatores Causais Convalescença Adaptação de Rouquayrol, M.Z. – Epidemiologia & Saúde, Ed. MEDSI, 1988

período pré-patogênico HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO Acidentes de Trânsito estímulo incubação morte cura seqüela manifestação clínica período pré-patogênico Dominam as condições pré-existentes Número excessivo de veículos Sistema de circulação deficiente Baixo nível educacional Concentração populacional Outros

Iceberg da doença HORIZONTE CLÍNICO MORTE FORMAS ATÍPICAS NÃO BUSCAM PROCESSO SUBCLÍNICO NÃO IDENTIFICÁVEL IDENTIFICÁVEL NÃO BUSCAM ASSISTÊNCIA MÉDICA FORMAS ATÍPICAS CASOS NOTIFICADOS MORTE

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica prev. Primária prev. Secundária prev.Terciária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica prev. Primária prev. Secundária prev.Terciária 1o. Nível PROMOÇÃO DA SAÚDE Social Educação geral Educação em saúde Habitação Vestuário Nutrição Recreação Econômico Ambiental Desenvolvimento

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica prev. Primária prev. Secundária prev.Terciária 2o. Nível PROTEÇÃO ESPECÍFICA Imunização Saúde ocupacional Aconselhamento genético Regime alimentar Uso de preservativo Controle de vetores

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica prev. Primária prev.Terciária prev. Secundária 3o. Nível DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES Inquérito para descoberta de casos na comunidade Exames periódicos individuais para detecção precoce dos casos Tratamento para evitar a progressão da doença

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica prev. Primária prev.Terciária prev. Secundária 4o. Nível HOSPITAL DA MISERICÓRDIA LIMITAÇÃO DA INCAPACIDADE Tratamento para evitar futuras complicações (evitar morte ou seqüelas)

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO morte cura seqüela período pré-patogênico estímulo incubação manifestação clínica seqüela prev.Terciária prev. Primária prev. Secundária 5o. Nível REABILITAÇÃO Fisioterapia Terapia ocupacional Educação visando ao máximo aproveitamento da capacidade remanescente Educação ao público e dos empregadores para utilização dos reabilitados

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) 1o. Grau Erradicação Conceito de Prevenção “Enfrentar ou interceptar uma causa, conduz a prevenir ou fazer cessar seu efeito” (Perkins, 1938) Âmbito da Prevenção Individual familiar empresarial Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação 2o. Grau Eliminação Visa manter a doença em níveis toleráveis Atua no âmbito populacional É uma atividade de Saúde Pública Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) 3o. Grau Erradicação Ocorre o afastamento do agente A doença deixa de ser transmitida O quadro epidemiológico é mantido Há o risco de retorno do problema Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Medidas que levam ao desaparecimento do agente e da doença Insere-se a idéia de extinção 4o. Grau Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção