O que é PUNK BIVAR, Antônio. O que é Punk. 4a Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988. (Coleção Primeiros Passos, 76)

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Transcrição da apresentação:

O que é PUNK BIVAR, Antônio. O que é Punk. 4a Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, (Coleção Primeiros Passos, 76)

PRÉ-PUNK Anos Cinqüenta: Mundo pós Segunda Guerra Mundial Revivendo o sonho de liberdade. O Rock de Elvis e a Beat Generation; Novos movimentos intelectuais de esquerda sustentados por jovens classe média e alta que queriam quebrar com o modelo social vigente e à pressão das expectativas sobre a juventude; Filosofia e Poesia: Revivendo o Existencialismo (Thoreau) e da liberdade poetizada por Walt Whitman; Cinema, Teatro e Literatura: críticas aos problemas sociais, explanando a vida “de gente trabalhadora em revolta com o sistema de classes” (pg 13)

Anos Sessenta Beatles; Brasil: Golpe Militar (64) e a Tropicália (67); Momento de revoltas e revoluções no mundo todo: movimentos estudantis, discussões étnico- raciais, o homem pisando na lua, a Guerra Fria, Revolução Cubana e a continuação da luta juvenil contra a quebra de paradigmas sociais; Encontro das correntes: Beat + Rock + LSD = hippies Movimento Flower Power; Psicodelia, grande circulações de drogas alucinógenas, negação de padrões culturais e o surgimento da contracultura.

Anos Setenta David Bowie e Ney Matogrosso: extravagância visual: novas personalidades da música inovam a cena, contrapondo-se ao rock dos anos cinqüenta e sessenta; Cinema: “Laranja Mecânica” (72), clássico punk; Artes: Minimal: “corrente artística que licenciava o artista a trabalhar o mínimo” (pág 42) e retomada do Dadaísmo: movimento anti-artístico dos anos vinte; Música: Blank Generation (Geração Oca): “músicas com não mais de dois minutos de duração e letras que falassem dos problemas sociais urbanos (...)” (pág 42) e o PUNK... “O movimento PUNK é a revanche dos hippies. Punk e hippie são os dois lados da mesma moeda.” Caroline Coon

AGORA É “PUNK” “vagabundo”, “marginalizado”, “que não presta”; Shakespeare (séc XVII) em sua peça Medida por Medida e James Dean (55) em Juventude Transviada empregaram a palavra “punk”, como um substantivo; Inglaterra: Jubileu de comemoração de 25 anos de reinado da Rainha Elizabeth II; “Ninguém pode definir o punk rock; é o rock na sua forma mais baixa – a nível de rua (...) O punk reflete a vida como ela é, nos apartamentos desconfortáveis dos bairros pobres, e não no mundo de fantasia e alienação que a maioria dos artistas criam.” Mark P.

1975 e THE SEX PISTOLS “Nós não estamos interessados em música. Estamos interessados em CAOS.” Johnny Rotten Sex Pistols: Primeira banda punk, influenciada pela blank generation, pela falta de perspectiva para a juventude pobre, a “Miséria e Fome”* generalizadas na Inglaterra. Influenciaram Siouxsie e The Banshees, The Clash, Generation X na Iglaterra e Ramones na América. Vídeo PUNK ROCK de Don Letts, sobre as 100 noites no Roxy: *Título de música do Inocentes (banda punk de São Paulo, Brasil)

REVOLUÇÃ O ESTÉTICA -Roupas de segunda mão (andrajos) customizadas, rasgadas, manchadas, etc, maquiagem forte para os dois sexos; -The Bromley Contingent: contingente de organização do visual punk, reunido no apartamento de Siouxsie; “Mas o punk não é só visual, só música crassa. É também uma crítica e um ataque frontal a uma sociedade exploradora, estagnada e estagnante nos seus próprios vícios.” (pág 49)

1977 PUNK = VANDALISMO 01/12/76: Johnny Rotten diz “fuck” no programa de televisão de maior audiência da Inglaterra -> O apresentador é suspenso por duas semanas -> Anarquia no Reino Unido vende dez mil cópias diárias -> O Punk é fortemente associado ao vandalismo -> a EMI rescinde contrato com os Pistols e recolhe as cópias das lojas; 1977: Sid Vicious entra para os Pistols e lançam “God Save the Queen” às beiras do jubileu, gerando pânico no Reino Unido; EUA: discotecas X turnê do Sex Pistols: congregação religiosa tenta impedir um show;..e em São Paulo A mídia veicula informações superficiais sobre o movimento, associando-o à má reputação e ao vandalismo, modismo, show de “rock horror”, banditismo, ignorando o viés político e social; Primeiras bandas punks do Brasil (1978): Restos do Nada, Condutores de Cadáver, A1-5

1978: NEW WAVE 14/01/1978: última apresentação da banda em berço hippie, São Francisco, Califórnia, para 5500 pessoas; Gravação do filme “The Great Rock’n Roll Kane” com Steve, Paul e McLaren (dos Pistols), em visita à Ronald Biggs no Brasil, o ladrão refugiado mais famoso da Inglaterra; Tudo é novo e tudo o que é novo é New Wave! no Brasil (1982): Ira, Lulu Santos, Blitz e um prédio nas cercanias da Av. Paulista em São Paulo com o nome de New Wave;

ANOS OITENTA PÓS PUNK E A GUERRA DOS ESTILOS Depois do Punk, a cena cultural se abre para a diversidade de estilos; Surgimento de várias correntes: Neo- romântica, Futurista, Rockabilly, Neopsicodélico, etc, que apesar de não carregarem um viés político, através das gravadoras derrubaram o marasmo musical norte-americano; Casamento do príncipe Charles com Lady Di; Taxa de desemprego aumenta na Inglaterra; Guerra das Malvinas (Argentina X Reino Unido) desloca jovens soldados para o Atlântico Sul;

MAS O PUNK NÃO MORREU Movimento OI tenta reunir punks e skins; Lançamento do LP “Punk’s Not Dead” do Exploited; Temática punk para shows e letras de músicas é a guerra; Bandas punks oferecem concertos beneficentes, shows para desempregados onde a entrada é a apresentação da carteira de trabalho sem registro, apóiam a campanha do Desarmamento Nuclear;

ANOS OITENTA MADE IN BRASIL “(...) O punk surgiu numa época de crise e desemprego, e com tal força, que logo espalhou-se pelo mundo. E cada um, à sua realidade, adotou o protesto punk, externação de um sentimento de descontentamento quer já existia atravessado na garganta de uma certa ala jovem, das classes menos privilegiadas do mundo.” (pág 96) Bandas: Inocentes, Cólera, Ratos de Porão, Anarcóolatras, Banda sem nome, Garotos Podres, etc e tal Visual: preto; Temática das letras punks: protestos contra o sistema e a sobrevivência; PUNK X MPB Os punks não gostam da MPB, pois “a canção de protesto brasileira é feita por artistas da classe média (burgueses, para os punks) que, fazendo sucesso e ganhando dinheiro, romantizam a pobreza e os pobres, autocomiserando o povo.” (pág 102)

Troca de materiais (fitas, botões, camisetas, fanzines, etc) entre punks de vários países via correio; Curiosidade dos não-punks pelos punks; o movimento torna-se objeto de estudo em trabalhos universitários e entrevistas coletivas de grande circulação; Produção do documentário “Garotos do Subúrbio” exibido no MASP, lotando, durante uma semana; O começo do Fim do Mundo: Festival Punk no SESC Pompéia, no final de novembro de 82, com 20 bandas, exibição do documentário e exposição de desenhos de uma punka;* Show na PUC se transforma em passeata, onde depois de 600 punks terem sido expulsos do salão Beta pela depredação de uma minoria ao banheiro, mais ou menos 200 punks atravessam a cidade de São Paulo à pé e, mesmo pacificamente, aterrorizando a população;