Enfª Raquel Trefzger de Melo Macedo SVS/DVS/SESAU

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Transcrição da apresentação:

Enfª Raquel Trefzger de Melo Macedo SVS/DVS/SESAU I JORNADA DE EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PARA ENFERMAGEM Enfª Raquel Trefzger de Melo Macedo SVS/DVS/SESAU

MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E ISOLAMENTO

INTRODUÇÃO Um dos grandes riscos do hospital é a transmissão de bactérias e outros patógenos entre pacientes colonizados/infectados para pacientes suscetíveis e profissionais de saúde. Isto contribui significativamente para o aumento de infecções.

UM POUCO DE HISTÓRIA... 1854 – Áustria - Ignaz Semmelweis

Taxa de Mortalidade Materna Primeira e Segunda Clínica Obstétrica Hospital Geral de Viena - 1841-1846

MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA ... 1854-1856 – Guerra da Criméia - Florence Nightingale

Florence Nightingale (1820-1910) Guerra da Criméia (1854-1856) Doentes deitados no chão sob acúmulos de palha com uniforme sujo Mortos e detritos acumulados Sem sistema de água corrente e esgoto a céu aberto no porão Florence Nightingale organiza equipe de enfermagem Utilização de dados estatísticos para administração e avaliação de resultados (epidemiologia hospitalar) Colchões Escovões para limpeza Rede de esgoto e água quente chegando às enfermarias Humanizou o hospital criando atividades recreacionistas Redução de 20 vezes na mortalidade institucional

O primeiro requisito de um serviço de saúde é não causar dano ao paciente

PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO INFECT CONTROL HOSPCEPIDEMIOL, 1996. PRECAUÇÃO PADRÃO: Usada para TODOS os pacientes independente do diagnóstico ou de suspeita de infeçcão Sangue Fluídos corporais Pele não íntegra mucosa PRECAUÇÕES BASEADAS NA TRANSMISSÃO DA DOENÇA: Usadas no cuidado com pacientes portadores (suspeitos ou confirmados) de infecção por microrganismos de relevância epidemiológica de acordo com a forma de transmissão da doença: Precaução aérea Precaução por gotículas Precauções de contato

Precauções-padrão CDC 1996 Higienização das mãos Uso de luvas Máscara e óculos Avental e gorro Equipamentos de cuidado do paciente Roupas Saúde ocupacional e patógenos veiculados pelo sangue Gerenciamento de resíduos e descarte dos pérfuro-cortantes Infect Control Hosp Epidemiol 1996;17:53-80

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária e altamente eficaz no controle de infecções relacionadas a assistência a saúde.

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS A higienização das mãos deve ser realizada com água e sabonete ou com preparações alcoólicas (álcool em gel). A higienização das mãos com água e sabonete líquido é essencial quando as mãos estão visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais.

QUANDO HIGIENIZAR AS MÃOS? Após contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções, excreções e artigos contaminados. Antes: iniciar o trabalho, manusear alimentos e medicamentos e calçar luvas. Após retirada de luvas. Entre um paciente e outro. No mesmo paciente caso haja risco de contaminação cruzada entre diferentes sítios anatômicos. Após contato com superfícies contaminas e ao término do trabalho.

TÉCNCA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Friccionar as mãos por NO MÍNIMO menos 15 segundos

INDICADORES DE PROCESSO Consumo de produtos para higiene das mãos por paciente-dia: Índice de consumo de sabão líquido (ml): Consumo de SL (em ml) mensal na unidade Total de paciente-dia no mês Índice de consumo de solução antisséptica(ml): Consumo de SA (em ml) mensal na unidade 20ml/paciente-dia.

Relação entre o Índice de Consumo de Clorexidina a 2% para Higienização das Mãos e a Densidade de Incidência de IH na Unidade Neonatologia Hospital Santa Joana São Paulo- 2007 Surto Enterobacter CCIH-2007

Precauções Padrão (Independente do diagnóstico) Lavagem das mãos Após tirar as luvas Luvas Entre pacientes e sítios do corpo Óculos Máscara Sangue, secreções, Avental Líquidos corporais Roupas Evitar a disseminação Artigos perfurocortantes Recipiente rígido Trocar Usar quando existe risco de contato com Embalar Descartar limpeza e desinfecção de artigos contaminados vacinação contra HB dos PAS

RISCO OCUPACIONAL

INFECÇÕES HOSPITALARES E RISCO OCUPACIONAL Quais os principais patógenos veiculados pelo sangue? HIV: Transmissão entre 0,09 e 0,3 % Quimioprofilaxia eficaz (recomendação do M.S.) HEPATITE B: Transmissão de 6 a 30 % Antes da vacinação: entre 8700 e 12000 casos de hepatite B entre trabalhadores da área da saúde nos EUA Eficácia da vacina anti-Hepatite B e da imunoglobulina HEPATITE C: Transmissão de 1,7% Alto risco de evolução para cronicidade Sem vacina disponível; imunoglobulina não é eficaz VOCÊ ESTÁ IMUNIZADO?????

Fatores de Risco x Aquisição de HIV Estudo caso-controle retrospectivo Fatores de risco sangue visível na agulha agulha retirada diretamente de veia ou artéria lesão profunda paciente terminal ausência de profilaxia com AZT (proteção ≈ 81%) MMWR Morb Mortal Wkly Rep 1995;44:929 NEJM 1997;337:1485

Avaliação de Acidentes Ocupacionais I.I. Emílio Ribas – 2000-2003 Profissionais Número de acidentados % Auxiliares de enfermagem 57 42,2% Médicos e Residentes 48 35,6% Laboratoristas 8 5,9% Enfermeiros 7 5,2% Trabalhadores da limpeza 6 4,4% Outros 9 6,7% Total 135 100%

Precauções baseadas na transmissão da doença CDC 1996 Categorias de transmissão: Por aerossóis Por gotículas Por contato Possibilidade de uso empírico de precauções Infect Control Hosp Epidemiol 1996;17:53-80

Precauções de Aerossóis Suspeita ou caso confirmado de doença com transmissão por aerossóis (< 5 μ) Tuberculose, sarampo, varicela, herpes zoster* Quarto privativo, portas fechadas SEMPRE Limitar o transporte (paciente com máscara) Sistema especial de ventilação / exaustão Máscara de Proteção Respiratória (respiradores particulados)

Testar antes do uso “seal check”

Procedimentos para colocação de EPI em unidades de isolamento

Procedimentos para retirada de EPI em unidades de isolamento – OMS maio/2007

Precauções de Gotículas Suspeita ou caso confirmado de doença com transmissão por gotículas (> 5 μ) – não ficam suspensas e alcançam curtas distâncias (1m) Rubéola, Parotidite, meningococo, Influenza Quarto privativo Limitar o transporte (paciente com máscara) Uso de máscaras cirúrgicas

RISCO OCUPACIONAL

RISCO OCUPACIONAL Quais os principais patógenos respiratórios? Como prevenir? TUBERCULOSE: transmissão por aerossóis importância de diagnóstico precoce e isolamento eficaz importância de sistema de ventilação adequada importância de uso de respirador N95

RISCO OCUPACIONAL Quais os principais patógenos respiratórios? Como prevenir? SARAMPO: transmissão por aerossóis indicado o respirador N95 eficácia da vacina INFLUENZA: transmissão por gotículas surtos nacionais importância da vacinação

Influenza - 1999 Médicos 23% Enfermeiros 41% Auxiliares de enfermagem 36% Treinandos 64% Terceirizados 68%

RISCO OCUPACIONAL Quais os principais patógenos respiratórios? Como prevenir? INF. MENINGOCÓCICA: Transmissão por gotícula Quimioprofilaxia somente para trabalhadores com contato direto com secreções respiratórias VARICELA: Transmissão por aerossóis Necessidade de uso de respirador N95 Possibilidade de surtos

Precauções de Contato Suspeita ou caso confirmado de doença ou colonização com transmissão por contato direto ou indireto P.e., colonização/ infecção por patógeno multirresistente, hepatite A, secreções incontidas Quarto privativo relativo Uso de luvas e avental ao entrar no quarto Anti-sepsia das mãos ao sair do quarto Limitar o transporte Material exclusivo para o paciente

Transporte de Pacientes Fundamentos Uso de barreiras apropriadas Aviso aos funcionários do local de destino sobre as medidas de prevenção necessárias Orientação ao paciente Infect Control Hosp Epidemiol 1996;17:53-80

Suspeita ou confirmação de Doença Infecciosa Instituição de Procedimento Inicial (Médico ou Enfermeiro da Unidade)) Precauções Isolamento Notificação ao SCIH

Precauções e Isolamento Por quanto tempo devem ser mantidas as precauções e isolamento? Precauções padrão: durante todo o período de internação do paciente. Precauções baseadas na transmissão (contato, gotículas e aerossóis) - durante o período de transmissibilidade do microrganismo.

ESTUDO REALIZADO PARA AVALIAR A ADESÃO DOS PROFISSIONAIS A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS E PRECAUÇÕES DE CONTATO

ESTUDO Realizado em um hospital de Campo Grande – MS. Período de setembro a novembro de 2004 Realizadas 1208 observações Agentes executores: acadêmicos do sétimo semestre do curso de Enfermagem

ADESÃO A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 39.3% 60.7% N=723

ADESÃO AS MEDIDAS DE PRECAUÇÕES DE CONTATO 43.9% 56.1% N=485

DESAFIOS Dificuldade de adesão às medidas de precaução; Falta de quartos e sanitários privativos; Falta de material médico-hospitalar adequado e em quantidade suficiente; Recursos humanos insuficientes e sobrecarga de trabalho.

Lições dos Pioneiros

“ Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Cora Coralina Obrigada!!!!