A representação identitária do Nordeste nas crônicas de Graciliano Ramos (recorte sobre políticas culturais no Estado Novo) IFRN – Campus Natal Cidade.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Professor: Francisco Disciplina: Geografia
Advertisements

CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO PROFº: DEJALMA CREMONESE
O marco aos voluntários de 32 Alexandre Simão Anelize Vergara Embora presente nos núcleos familiares dos voluntários da Revolução, que atuavam como guardiões.
Biblioteca Viva: O Livro na Cena Cultural do IFSUL
Nome: Priscila Schuster Colling Professor: Dejalma Cremonese
CONTOS PESCADOS: VALORIZANDO AS NARRATIVAS ORAIS DA COMUNIDADE DE PESCA DO BAIRRO DA RIBEIRA.
Mato Grosso do Sul Artesanato.
PESQUISANDO SOBRE O TRABALHO POR PROJETO
REPÚBLICA VELHA ( ).
EVOLUÇÃO DA DIVISÃO REGIONAL BRASILEIRA
MODERNISMO BRASILEIRO
Humanismo Século XV.
PROJETO DE PESQUISA Vidas Secas – Uma leitura histórica
Resgatando o Folclore Brasileiro
2ª FASE MODERNISTA
KORNIS, Mônica Almeida – Imagens do autoritarismo em tempos de democracia: estratégias de propaganda na campanha presidencial de Vargas em1950. CPDOC/FGV.
TÍTULO DO TRABALHO Autores
A SOCIOLOGIA NO BRASIL.
RESUMO O Encontro Regional dos Estudantes de Economia do Nordeste - ERECO é um dos eventos mais tradicionais.
Como a internet e a criação colaborativa estão tornando o direito autoral obsoleto Leonardo Cassio de almeida Silva.
O NEGRO NA LITERATURA : Por uma interpretação da construção adjetiva e da representação imagética de personagens negros Myrna A. Valente.
Brasil: Divisão Regional (IBGE)
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS-FTC PROFESSORA ESPECIALISTA: GILSÁRIA TEIXEIRA DISCIPLINA: LINGUAGEM E PRODUÇÃO DE TEXTO SEMESTRE:
2ª FASE MODERNISTA
TESTA OS TEUS CONHECIMENTOS SOBRE AS ALTERAÇÕES ORTOGRÁFICAS DECORRENTES DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Professora: Ana Isabel Mota.
A Literatura infantil e seu caráter popular
A cultura de um povo, em suas diferentes formas de expressão, representa todo um modo de “ser e viver,” e o como se relaciona em uma dada sociedade.
ESTADUAL UNIVERSIDADE DE ALAGOAS – UNEAL CAMPUS III – PALMEIRA DOS ÍNDIOS CURSO DE HISTÓRIA O PAPEL DA MÍDIA NA FORMAÇÃO DO IMAGINÁRIO POLÍTICO: A CONSTRUÇÃO.
CULTURA NOSSO ESPAÇO EM COMUM
As divisões regionais oficiais
Personalidades Alagoanas
Diferentes regionalizações do território brasileiro
A LINGUAGEM JORNALÍSTICA DOS VEÍCULOS DIÁRIO CATARINENSE E HORA DE SANTA CATARINA: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO-LEITOR. Área de conhecimento.
Proposta de trabalho.
Proposta de trabalho.
Artista: Natália Abranches “A fantasia, a invenção, a criatividade pensam, a imaginação vê”. - Bruno Munari -
TEXTO 1: A história da formação do pensamento sociológico brasileiro
História da Educação no Brasil
Revisão Teste I Geografia – 3º ano.
“UMA VIDA DEDICADA À CONTABILIDADE”
1ª fase (1922 – 1930): Geração de 22 – destruidora &Heroica
Bacharel em Administração com ênfase em Marketing. Pós Graduado em Gestão Estratégica de Negócios. Pós -Graduado em Gestão Pública Pós -Graduando em Metodologia.
TÉCNICAS DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÉTICA PROFISSIONAL UNIP 2008.
Aldiceia Machado Pereira UERJ/FEBF
História da Revista no Brasil
Título do trabalho Autores: Matias, José Ferreira; Silva, Marília Oliveira; Brito, Gabriel Duarte * Professor UFRN – Departamento de Recursos Naturais,
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
“Político é sempre corrupto”. “Baiano é sempre preguiçoso”
Região, Regionalização e regionalismos
LETRAMENTO CRÍTICO VISUAL: EXPLORANDO A LÍNGUA EM MUITAS FORMAS
Educação da Amazônia ao Sertão: identidades e pluralidades
História da Revista no Brasil. A primeira revista brasileira foi lançada no ano de em Salvador por Manuel Antônio da Silva, a revistachamava As.
A Política Externa do Governo Fernando Henrique Cecília Peres Damião Teixeira Elma Edlla Rigel Barbalho José Augusto Guilhon Albuquerque 1.
 " A produção artística cultural engajada ficou a cargo do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, responsável pela orientação cultural do.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS-DCSH CAMPUS DE CURRAIS NOVOS.
A poesia de Mário de Andrade
John Locke CHAUI, Marilena. Filosofia, Série novo ensino médio. Ed. Ática, São Paulo Páginas:128,129 CHAUI, Marilena. Filosofia, Série novo ensino.
A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E AS PRÁTICAS CORPORAIS VIVENCIADA PELOS JOVENS DO ENSINO MÉDIO DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CÂMPUS LUZIÂNIA. Jordhanna.
Mayara T. Santos - Sociologia
Aulas Multimídias – Santa Cecília Prof. Aníbal. Professor Aníbal Holanda Capítulo 1:
Ana Beatriz de Brito /UFRN/ Judson Rodrigo Diogo de Oliveira /UFRN/ Samuel Araújo Bezerra /UFRN/
Ficcionistas do RN – Recortes IFRN – Campus Natal Cidade Alta Curso Superior de Tecnologia em Produção Cultural Disciplina: Iniciação à literatura do RN.
INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo um novo olhar sobre a questão indígena regional, com destaque principal para o grupo Xokleng. Neste sentido.
Rumos das políticas culturais no primeiro governo Dilma IFRN – Campus Natal Cidade Alta Curso Superior de Tecnologia em Produção Cultural Disciplina: Políticas.
A antropologia deslocada de Ruy Coelho Aula 6 Os alunos de Melville J. Herskovits (Primeira parte)
Esboço de linha do tempo da literatura do RN
A literatura potiguar: um sistema precarizado Professor Marcel Matias.
Ficcionistas do RN – Recortes
“A música popular é tanto mais expressiva quanto mais tem uma opinião” (CNHMPB, João do Vale)
Transcrição da apresentação:

A representação identitária do Nordeste nas crônicas de Graciliano Ramos (recorte sobre políticas culturais no Estado Novo) IFRN – Campus Natal Cidade Alta Curso de Superior de Tecnologia em Produção Cultural Disciplina: Políticas culturais Professores: Nara Pessoa e Marcel Matias

Graciliano Ramos Obra canônica x obra periférica. Ficção e confissão. Linhas tortas e Viventes das Alagoas, obras póstumas, ambas de 1962, que reúnem as crônicas publicadas por Graciliano ao longo da vida. Viventes das Alagoas apresenta algumas crônicas que Graciliano escreveu para a revista Cultura política.

Contexto de publicação original das crônicas de Viventes das Alagoas Estado Novo ( ). Louvor à personalidade de Getúlio Vargas e construção de imagem positiva para o país. Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Revistas Cultura política e Ciência política. Deslocamento da discussão do plano social e econômico para o plano ideológico da consciência nacional.

Cultura política Circulou mensalmente de abril de 1941 a agosto de Contou com a participação de nomes da intelectualidade brasileira do período: Marques Rebelo, Câmara Cascudo, Peregrino Júnior, Lúcio Cardoso e Graciliano Ramos. Seções fixas: “Quadros e costumes do Nordeste”; “Quadros e costumes do Centro- Sul”; e “Quadros e costumes do Norte”.

Identidade do Nordeste Estereótipos e mitos surgidos sobretudo nos discursos políticos a partir de Segundo Durval Muniz de Albuquerque Júnior, a partir do momento em que a elite da região percebeu meios de lucrar em cima de uma determinada divisão geográfica possuidora de costumes e problemas próprios, criaram-se mecanismos discursivos para representarem e instituírem o real da região Nordeste.

Viés submerso no discurso identitário De acordo com Marilena Chaui, os políticos são os grandes usuários da ideologia da identidade nacional ou regional, pois, ao exporem ao povo como motivo de sua carreira política a defesa dos valores do Brasil ou de sua região, alcançam a simpatia de muitos, que se sentem identificados, e deslocam a discussão da consciência de classe para a consciência nacional ou regional.

Algumas crônicas Festas e costumes: Natal, carnaval, casamento. Personagens: Raimundo Pelado, ciganos, profeta. Seis crônicas sobre o cangaço. Relação com a obra canônica do autor.

Considerações finais Vinculação política e ideológica que as crônicas de Graciliano sobre o Nordeste possuíram com os propósitos de Getúlio Vargas no período do Estado Novo. Graciliano pode ser considerado um cronista dos costumes do Nordeste por haver contribuído com a invenção de uma identidade cultural para a região. Coerência na obra e postura de Graciliano Ramos.

Referências ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Massagana; São Paulo: Cortez, ANTELO, Raúl. Literatura em revista. São Paulo: Ática, CANDIDO, Antonio. Ficção e confissão. Rio de Janeiro: Editora 34, CHAUI, Marilena. Brasil – mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, MORAES, Dênis de. O velho Graça. Rio de Janeiro: José Olympio, RAMOS, Graciliano. Viventes das Alagoas. 12. ed., Rio de Janeiro: Record, 1983.